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12. A Imutabilidade De Deus

Introdução

Após decidir trocar seu automóvel, uma família que conheço determinou finalmente que a melhor decisão seria comprar uma minivan nova. Embora fosse cara, eles planejaram cuidar muito bem do veículo e fazê-lo durar por muitos anos. Enquanto ele ainda era virtualmente novo, eles fizeram uma viagem. A correia que movimenta a direção hidráulica e o alternador para a bomba d’água, quebrou, e o carro superaqueceu. Eles imaginavam quanto o superaquecimento causou de dano, e eu não fui capaz de dar a eles muito encorajamento. O vendedor garantiu para eles que uma nova correia concertaria o carro inteiramente. No caminho de volta de um piquenique para casa, eles foram pegos numa tempestade repentina e atingidos com granizo do tamanho de uma bola de golfe durante um tempo suficiente para dar ao carro inteiro uma aparência ondeada. Logo depois, enquanto dirigindo no centro da cidade, alguém bateu na traseira da minivan danificando-a ainda mais. Meu amigo me disse que chegaram ao ponto de até pararem de lavar o carro.

O carro novo do meu amigo envelheceu rapidamente em pouco tempo. As coisas mudam tão rapidamente. Muito frequentemente, mudança é uma realidade desagradável da vida que evitaríamos se pudéssemos. Recentemente encontrei uma das nossas primeiras diretorias da igreja. Puxa, ter alguns dos nossos amigos mudados!Alguns não têm mais o que eles costumavam ter, e alguns de nós têm uma quantidade maior de algumas coisas do que tínhamos antes. Uma olhada no mapa do mundo de 20 anos atrás revela a existência de nações que não eram nem concebidas 20 anos atrás. As mudanças recentes na antiga URSS vieram rápida e inesperadamente.

A tecnologia viu talvez as mais dramáticas mudanças nos tempos recentes. Computadores que uma vez sonhei de possuir agora vejo em bazares e escolho ir embora dificilmente com uma pontada de dor de tentação, mesmo embora o preço seja abaixo de dez dólares. O computador no qual estou escrevendo esta mensagem é 50 vezes mais rápido do que o primeiro computador de mesa IBM que usei, o qual custa o dobro. As coisas mudam tão depressa que não podemos confiar num jornal diário para notícias de última hora; devemos ter programas de notícias durante o dia todo. Um fazendeiro que encontrei recentemente tem um terminal de computador na sua mesa de cozinha funcionando constantemente assim ele pode se manter atualizado.

Algumas mudanças são bem vindas; outras não. Um grande conforto para os Cristãos que vivem nestes tempos turbulentos e problemáticos é a confiança que temos de que Deus não muda. Teólogos referem a este atributo de Deus como a “imutabilidade de Deus”. Deus não muda. Esta verdade é registrada inúmeras vezes nas Escrituras e mesmo nos hinos que cantamos na igreja. Reflitamos neste grande atributo, a imutabilidade de Deus, antes de considerarmos as aplicações desta verdade nas nossas vidas.

Deus Não Muda

29 - E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa. (I Samuel 15:29).

Saul tornou-se rei de Israel. Como tal, ele teve de liderar os Israelitas na batalha contra os Amalequitas. Ele foi instruído por Deus para destruir totalmente o rei e cada criatura viva, homem, mulher, criança, e mesmo todo o gado (I Samuel 15:2-3). Saul obedeceu às instruções de Deus somente parcialmente, permitindo ao rei viver e mantendo o melhor do gado (versículos 7-9). Saul simplesmente não levou a sério a Palavra de Deus. Como resultado, Deus tirou seu reinado (versículos 22-26). Saul então expressou um pedido desesperado para Samuel, na esperança que Deus restauraria seu reinado; em lugar disto, Samuel expressou as palavras do versículo 29. Samuel informou a Saul que Deus, a Glória de Israel, não era um homem. Porém como um Deus imutável, Ele poderia e não alteraria Sua palavra ou mudaria Sua mente para reverter as consequências que Ele tinha pronunciado sobre o pecado de Saul. Saul, como muitas pessoas hoje em dia, deliberadamente desobedeceu a Palavra de Deus esperando que Deus de alguma forma deixasse de fazer como Ele disse. Saul teve muito pouca consideração pela Palavra de Deus e não viu quão sério Deus é em relação à desobediência da Sua Palavra. Ele esperava que Deus fosse levar Sua própria Palavra levemente revertendo a sentença que Ele tinha pronunciado contra o pecador. Deus sempre leva Sua Palavra muito seriamente. Ele não somente espera e requer de nós que Lhe obedeçamos, como Ele muito certamente irá manter Sua Palavra em relação à punição daqueles que a desconsideram. Deus, porque Ele é Deus, é imutável, e podemos estar certos de que Ele irá manter a Sua Palavra. Todas as demais coisas na criação estão sujeitas à mudança exceto o Criador, pois Ele, como Deus, não mudará:

12 - Mas tu, SENHOR, permanecerás para sempre, a tua memória de geração em geração. 25 - Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos. 26 - Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. 27 - Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim. 28 - Os filhos dos teus servos continuarão, e a sua semente ficará firmada perante ti. (Salmo 102:12, 25-28).

6 - Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. (Malaquias 3:6).

Em Malaquias, o profeta adverte a nação de Israel da ira vindoura de Deus. Ele fala da vinda de ambos, João Batista e de Jesus, o Messias (3:1). O dia da Sua vinda será um dia de ira, e também será um dia de libertação e salvação. Ninguém pode suportar o dia da Sua vinda, fora da divina graça (versículo 2), e assim de alguma foram Israel será purificada, e seus sacrifícios e louvores serão aceitos por Deus (versículos 3-4). Deus irá trazer Seu povo para julgamento (versículo 6). No meio destas palavras de alerta e conforto, o Senhor fala da Sua imutabilidade como a razão para Israel não ser totalmente consumida em julgamento divino (versículo 6).

Que ironia quando comparamos este texto com I Samuel 15:29. A “esperança” de Saul estava na possibilidade de que Deus pudesse mudar e não levasse adiante as consequências para o seu pecado.  A profecia de Malaquias nos diz exatamente o contrário. Como Saul, Israel pecou, e o julgamento divino é certo. A imutabilidade de Deus significa que Deus irá continuar com o julgamento. Também significa que Deus continuará com a Sua promessa de salvação. Como alguém pode achar conforto e ser assegurado de salvação enquanto também for assegurado do julgamento divino? A resposta é simples quando vista da perspectiva da cruz de Cristo. O julgamento certo de Deus caiu em Seu Filho, Jesus Cristo, e, portanto pela fé Nele, os homens são salvos dos seus pecados e da ira de Deus. Nossa esperança não é no pensamento desejando que Deus não continue com a punição do pecado; nossa esperança é na certeza de que, em Cristo, Deus julgou o pecado na carne de uma vez por todas e assim podemos ser salvos. A imutabilidade de Deus é uma parte significativa da nossa esperança, pois Ele que prometeu julgar o pecado é o mesmo Deus que prometeu nos salvar dos nossos pecados julgando o pecado na pessoa e obra de Jesus Cristo, Seu Filho.

7 - Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. 8 - Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. 9 - Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça, e não com alimentos que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram. (Hebreus 13:7-9).

O Livro de Hebreus foi escrito para os Judeus santos que estavam começando a enfrentar perseguição, provavelmente dos seus irmãos Judeus não crentes. Eles eram tentados a cair renunciando sua fé em Cristo e abraçando o Judaísmo novamente. O autor desta epístola repetidamente demonstrou que a velha aliança Mosaica nunca pretendeu salvar os homens, porém prepara-los para a nova aliança a qual foi realizada em Cristo. Esta nova aliança é “melhor”, uma palavra chave em Hebreus, e não deveria ser abandonada para retornar à velha. Estes santos eram exortados a persistirem em sua fé, mesmo no meio da perseguição. A exortação de seguir os passos dos homens fiéis através dos quais eles chegaram à salvação é seguida imediatamente por esta lembrança da imutabilidade de Jesus Cristo.

8 - Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. (Hebreus 13:8).

Esta declaração é muito importante, pois é uma alegação de divindade. Somente Deus é imutável; somente Ele não pode mudar e não muda. Para o escritor nos dizer que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente é para nos lembrar de que Ele é Deus. Não é de admirar que o Seu sacrifício é superior a qualquer um e a todos sacrifícios do Velho Testamento! Também é um incentivo à fé. Quem melhor para confiar nossa salvação e eterno bem-estar do que Ele que não é somente Deus, porém é O que não pode mudar e não muda. Nosso destino eterno não poderia estar em melhores mãos.

17 - Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Tiago 1:17).

Como o escritor de Hebreus, Tiago escreve para aqueles que estavam sofrendo perseguição pela sua fé. Ele instrui a eles para se regozijarem quando entrarem em provações, sabendo que isto é divinamente pretendido para aumentar nossa fé pela produção da perseverança (Tiago 1:2-4; compare Romanos 5:3-5). Se a alguém falta sabedoria para saber como responder às provações da vida, ela precisa somente pedir a Deus por sabedoria. Ela não deve duvidar, pois tal pessoa é instável em todos os seus caminhos (versículos 6-8). Aqueles que perseveram debaixo de provação irão, quando forem aprovados, receber a coroa da vida (versículo 12)

Enquanto Deus nos testa através de tribulações e provações, Ele nunca nos tenta para pecar. Tal tentação vem de outra fonte. O mundo e o demônio certamente procuram nos extraviar, porém devemos também olhar dentro de nós mesmos para a explicação pelo nosso pecado. Um homem que é tentado e então peca ele o faz porque ele deu lugar à sua própria luxuria. Não devemos certamente culpar a Deus (versículos 13-15). Deus não é certamente a fonte do mal, porém a fonte do bem. Cada coisa boa provém de Deus como uma dádiva. Somente coisas boas provêm de Deus. Desde que Ele é imutável, podemos dizer que isto é uma regra, e que não há exceções. O Deus que é bom, e a fonte de tudo o que é bom, é consistentemente bom para aqueles que são Seus (versículo 17; veja também Romanos 8:28).

Nestes quatro textos, dois dos quais são do Velho Testamento e dois do Novo, vemos que a imutabilidade de Deus é claramente ensinada na Bíblia e que ela é uma verdade intensamente prática. Antes de considerarmos as implicações práticas da imutabilidade de Deus, lidemos primeiro brevemente com duas circunstâncias com as quais alguém possa erradamente concluir que Deus não é imutável. Em várias ocasiões, as Escrituras falam de Deus se “arrependendo” ou “mudando Sua mente” (veja Gênesis 6:5-6; Êxodo 32:14; Jonas 3:10; II Samuel 24:16). Tais textos comprometem nossa confiança na imutabilidade de Deus? Certamente não! Primeiro, devemos esclarecer o que imutabilidade significa. Imutabilidade se aplica à natureza de Deus. Ele é sempre Deus, e Ele é sempre infinitamente poderoso. Nunca Deus falhará em cumprir Seu desejo devido à mudança em Seu poder para cumprir Seus propósitos. Segundo, Deus é imutável em relação ao Seu caráter ou atributos:

“… Deus é imutável em Seus atributos. Quaisquer que fossem os atributos de Deus antes da criação do universo, eles são precisamente os mesmos agora, e irão permanecer assim para sempre. Necessariamente assim; pois eles são as mesmas perfeições, as qualidades essenciais do Seu ser. Semper idem (sempre o mesmo) está escrito através de cada um deles. Seu poder é intenso. Sua sabedoria não reduzida, Sua santidade imaculada. Os atributos de Deus não podem mudar mais do que a divindade possa cessar de ser. Sua veracidade é imutável, pois Sua Palavra é “para sempre, ó SENHOR, a tua palavra permanece no céu” (Salmo 119:89).

Seu amor é eterno: “com amor eterno te amei,” (Jeremias 31:3) e, “como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”. (João 13:1).

Sua misericórdia não cessa, pois ela é “eterna” (Salmo 100:5).1

Quando Jonas protestou contra os negócios de Deus com os Ninivitas, ele deixou claro que Deus não estava agindo inconsistentemente com o Seu caráter, porém ao contrário Ele estava agindo de maneira previsível. Jonas pensou fugir da presença de Deus numa tentativa fútil de frustrar Deus de agir consistentemente com o Seu caráter:

1 - MAS isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado. 2 - E orou ao SENHOR, e disse: Ah! SENHOR! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso é que me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. (Jonas 4:1-2).

Quando Deus “cedeu em relação à calamidade a qual Ele declarou que Ele iria trazer sobre” os Ninivitas, Deus não estava somente agindo consistentemente com Seu caráter; Ele estava consistentemente agindo com Sua Palavra:

7 - No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, 8 - Se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. (Jeremias 18:7-8).

Esta esperança incentivou o rei dos Ninivitas se arrepender, juntamente com o restante da cidade (Jonas 3:5-9). As ações de Deus são previsíveis porque Ele é imutável. Esta foi à esperança do arrependido rei dos Ninivitas e o receio do profeta Jonas.

Terceiro: os propósitos e as promessas de Deus são imutáveis (veja Romanos 11:29).2 Deus termina o que Ele começa. Esta foi a base para o apelo de Moisés a Deus em Êxodo 32 (versículos 11-14). Aqui, as ações de Deus em resposta ao apelo de Moisés não eram uma contradição à Sua imutabilidade, porém uma confirmação daquela imutabilidade.

As várias dispensações evidentes na Bíblia3 não são contradições à imutabilidade de Deus. A imutabilidade de Deus não O impede de incorporar diferentes economias no Seu plano geral de redenção. Em Romanos 9-11, o apóstolo Paulo mostra como toda a história é uma parte do plano eterno de Deus. A falha da nação de Israel e a salvação dos Gentios são parte deste plano. As Escrituras do Velho Testamento frequentemente falam de tais assuntos, embora os Judeus não fossem abertos a ouvir ou aprender. Cedo em Seu ministério terreno, Jesus lembrou Seus irmãos Judeus do propósito de Deus de abençoar os Gentios assim como os Judeus, consistente com a aliança Abrâmica (Gênesis 12:1-3) e com muitos outros textos (ver Lucas 4:16-27; Romanos 9-11).

Pedro e a Imutabilidade de Deus

Quando considerei o assunto da imutabilidade de Deus, fiquei impressionado com a ênfase de Pedro nesta realidade. A imutabilidade de Deus permeia seus pensamentos e é a base para muito do que Pedro ensina. Primeiro achamos esta doutrina referida no sermão de Pedro em Pentecoste registrada em Atos 2. Pedro estava proclamando a ressurreição de Jesus Cristo da morte, não somente como um fato histórico do qual os apóstolos eram testemunhas, porém também como cumprimento das Escrituras (veja Atos 2:22-35). Ele estava argumentando também que a ressurreição de nosso Senhor era uma necessidade teológica e prática, procedente da doutrina da imutabilidade de Deus:

22 - Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; 23 - A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; 24 - Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela; 25 - Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, Porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; 26 - Por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; E ainda a minha carne há de repousar em esperança; 27 - Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção; (Atos 2:22-27).

Pedro mantém que “foi impossível” para o nosso Senhor não se levantar da morte (versículo 24). Por que isto é assim? Pedro então cita o Salmo 16, versículos 8-11, onde a profecia declara, “nem permitirás que o teu Santo veja corrupção (decadência).” Decadência é uma mudança de estado, uma mudança para baixo. Desde que Jesus Cristo é Deus e Deus não pode decair, Deus não decai. Não foi impossível para Jesus levantar da morte como alguns podem argumentar. Ao contrário, foi impossível para Ele não levantar porque Ele é imutável, e decadência é mudança. Pode ter havido mau cheiro de morte no túmulo de Lázaro após três dias (ver João 11:39), porém não houve mau cheiro no túmulo onde Jesus foi colocado. Foi impossível para Ele sofrer decadência. A ressurreição de nosso Senhor foi uma necessidade teológica.

Na primeira epístola de Pedro, a imutabilidade de Deus e Suas obras são proeminentes. Em I Pedro 1:3-9, Pedro fala da nossa salvação a qual é incorruptível ao contrário da que é corruptível. Ele fala da nossa herança como incorruptível (versículo 4) e também nossa fé (versículo 7). Nos versículos 18-19, Pedro fala do derramamento de sangue de nosso Senhor como precioso porque é incorruptível. A expiação pela qual nossa salvação foi alcançada foi por meio de um sacrifício incorruptível assim que nossa salvação é da mesma forma incorruptível. Nos versículos 22-25, Pedro continua falando da Palavra de Deus como incorruptível. É esta Palavra que serve como a semente incorruptível pela qual fomos gerados. Desde nosso nascimento é através de uma semente incorruptível, não somente é a Palavra incorruptível, mas também nossa vida e nosso amor que nascem da Palavra. Finalmente, em I Pedro 5:4, Pedro fala aos anciãos da sua recompensa incorruptível, a “a incorruptível coroa de glória”. Nossa salvação é segura porque é incorruptível. Portanto nossa salvação, como Deus, é imutável.

Conclusão

A imutabilidade de Deus está longe de ser somente uma observação teológica ou uma verdade hipotética. É uma verdade transformadora de vida da qual podemos tirar um número de implicações para nossas vidas.

(1) A imutabilidade de Deus tem implicações tremendas em relação a Bíblia, a Palavra de Deus.

J.I. Packer, no seu excelente livro, Conhecendo Deus, inclui um capítulo na imutabilidade de Deus, onde ele enfatiza a relevância deste atributo para nossas vidas como Cristãos:

Onde está o senso de distância e diferença, então, entre crentes no tempo da Bíblia e nós mesmos? Está excluído. Em que termos? Em termos de que Deus não muda. Comunhão com Ele, confiar na Sua palavra, viver pela fé, “firmes nas promessas de Deus”, são essencialmente as mesmas realidades para nós hoje como eram para os crentes do Velho e Novo Testamento. Este pensamento traz conforto à medida que entramos nas perplexidades de cada dia; entre todas as mudanças e incertezas da vida numa era nuclear, Deus e Seu Cristo permanecem o mesmo – poderoso para salvar. Porém o pensamento traz um desafio também. Se nosso Deus é o mesmo Deus dos crentes do Novo Testamento, como podemos nos justificar em conteúdo restante com uma experiência de comunhão com Ele, e um nível de conduta Cristã, que fica tão abaixo deles? “Se o Deus é o mesmo, esta não é uma questão que qualquer um de nós pode evitar”.4

A imutabilidade de Deus está intimamente relacionada com a imutabilidade da Palavra de Deus (Mateus 24:35; I Pedro 1:2-25), o que significa que a Sua Palavra nunca está desatualizada, nunca irrelevante para nossas vidas ou épocas.

(2) A imutabilidade de Deus é uma certeza para os Cristãos

Certeza provê estabilidade e confiança em tempos de incerteza e circunstâncias que parecem ameaçadoras. Porque nosso Deus não muda, Suas promessas e Seus propósitos são certos; eles não podem, e eles não falharão. Temos um sacrifício incorruptível, o sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo, que consumou redenção eterna para todos aqueles que o recebem (I Pedro 1:3-9, 17-21; Hebreus 9:12). Temos um “reino que não pode ser abalado” (Hebreus 12:28). Temos um Deus que lida conosco consistentemente com Seu caráter e Sua Palavra (veja Tiago 1:12-28). Temos um Grande Sacerdote que “permanece para sempre e tem um sacerdócio perpétuo” (Hebreus 7:24). Nossa esperança e confiança não são na “incerteza dos ricos”, porém ao contrário em “ Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (I Timóteo 6:17). O profeta Isaías contrastou a “criação que muda com o Criador que não muda” como um encorajamento para a certeza e fidelidade, mesmo nos dias negros da história (Isaías 50:7-51:16).

(3) A imutabilidade de Deus é um padrão para os Cristãos.

Como “filhos de Deus” devemos imitar a Deus, refleti-Lo em nossas vidas diárias (veja Mateus 5:43-48). Enquanto existe muita necessidade de mudança em nossas vidas (sobre a qual falaremos num momento), há também a necessidade de não mudarmos. Não devemos permitir que o mundo nos mude conformando-nos com o seu modelo herege (Romanos 12:1-2). Não devemos mudar perdendo o coração e abandonando nossa confissão de fé (veja Hebreus 6:11-20; 10:19-25, 32-39). Não devemos mudar abandonando nossos compromissos quando os cumprindo é oneroso para nós (Salmo 15:4).

(4) A imutabilidade de Deus é também um impressionante alerta que Deus irá cumprir Sua Palavra em relação ao julgamento pelo pecado.

A imutabilidade de Deus não é somente uma certeza confortadora em relação às bênçãos que Deus tem prometido, porém também um impressionante alerta de que Deus irá cumprir Sua Palavra em relação ao julgamento pelo pecado. Quando Deus falou para Judá em relação ao julgamento prestes a vir sobre a nação pelos seus pecados, Ele falou de um julgamento que era certo, que não mudaria porque Ele não mudaria Sua mente:

27 - Porque assim diz o SENHOR: Toda esta terra será assolada; de todo, porém, não a consumirei. 28 - Por isto lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão; porquanto assim o disse, assim o propus, e não me arrependi nem me desviarei disso. (Jeremias 4:27-28).

Em Jeremias 18:7-8, Deus prometeu que Ele iria ceder do desastre que Ele pronunciou contra uma nação ímpia se ela se arrependesse. Aqui em Jeremias 4, Deus indica que o julgamento do qual Ele falou é irreversível. Há um tempo para arrependimento, e durante este tempo os homens podem se arrepender com a certeza de que Deus irá perdoar seus pecados em lugar do julgamento que Ele ameaçou. Porém o tempo para arrependimento termina, e então os homens devem enfrentar as consequências dos seus pecados. Em Jeremias 4, Deus estimula Judá para se arrepender (veja versículo 14), porém seu pleito será ignorado, e assim o julgamento virá. Quando o tempo para arrependimento passar, a ira de Deus certamente virá. Deste ponto, Deus não voltará do julgamento que Ele anunciou através dos Seus profetas. Tal foi o caso nos dias de Noé. O evangelho foi proclamado por mais de 100 anos, porém quando Deus fechou a porta da arca, o tempo para arrependimento passou e o tempo para o julgamento chegou. Deus certamente não “mudará” em relação ao julgamento, uma vez que o tempo para arrependimento passou. Não erre olhando para a graça e misericórdia de Deus ao dar um tempo para arrependimento como uma evidência de apatia divina e certeza de que Deus não julgará os homens pelos seus pecados. Julgamento é certo e seguro para os pecadores que se rebelam contra Deus.

Aqui está o terror para o ímpio. Aqueles que O desafiam, quebram Suas leis, não se preocupam com Sua glória, porém vivem suas vidas como se Ele não existisse, não devem supor que, quando finalmente eles gritarem para Ele por misericórdia, Ele irá alterar Sua vontade, revogar Sua palavra, e rescindir Suas ameaças horríveis. Não, Ele declarou, ‘Por isso também eu os tratarei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade; ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, contudo não os ouvirei’ (Ezequiel 8:18). Deus não irá negar a Si mesmo para gratificar suas paixões. Deus é santo, imutável. Portanto Deus odeia o pecado, eternamente o odeia. Logo a eternidade da punição de todos os que morrem em seus pecados.

A imutabilidade divina, como a nuvem que se interpôs entre os Israelitas e o exército egípcio, tem um lado escuro assim como um claro. Ela assegura a execução das Suas ameaças, assim como a realização das Suas promessas; e destrói a esperança que o culpado afetuosamente estima que Ele seja todo indulgente para Suas frágeis e enganadas criaturas, e que eles serão tratados muito mais levemente do que as declarações da Sua própria Palavra lidariam como esperado. Opomo-nos a estas especulações enganadoras e presunçosas com a solene verdade, que Deus não muda em veracidade e propósito, em fidelidade e justiça (J. Dick, 1850).5

(5) O ímpio frequentemente emprega mal a imutabilidade de Deus, fazendo-a um pretexto para viver em pecado sem medo de retribuição.

Homens e mulheres pecadores frequentemente abusam da doutrina da imutabilidade de Deus. O Deus imutável é Aquele que é o sustentador de todas as coisas. Naturalmente, todas as coisas continuam como elas são desde a fundação do mundo (Colossenses 1:16-17; veja também II Pedro 3:3-4)  A constância do mundo em que vivemos é um assunto de graça comum, e é um que testifica da Sua bondade e graça. Os descrentes interpretam mal a consistência da ordem da criação, fazendo dela uma “prova” de que Deus não irá julgar o mundo pelo pecado (II Pedro 3:3-4). Como então podemos estar certos do Seu julgamento? (1) Por causa da Palavra de Deus que nos alerta do julgamento, e a Palavra de Deus, como Deus, não muda. (2) Porque a história da Bíblia está cheia de exemplos da intervenção de Deus na história humana para julgar o pecado. Este julgamento toma algumas vezes uma forma espetacular, como a vista no dilúvio (Gênesis 6-7) ou na destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19).

Outras vezes, o julgamento é adiado de forma que os homens possam se arrepender e serem salvos. E algumas vezes o julgamento de Deus chega em forma não reconhecida de imediato como julgamento divino. Este é o caso em Romanos 1:18-32. A ira de Deus está evidente em permitir aos homens sofrerem a degradação e a corrupção do pecado, portanto eles são corrompidos tanto na mente como no corpo. Ele julga pecadores permitindo que eles persistam em seus pecados sem interrupção divina, colhendo então o redemoinho de consequências pelo pecado. Hoje em nossa cultura muitos olham a imoralidade, perversão, e coisas deformadas como progresso, como uma benção. Porém deveríamos vê-la pelo que ela é – julgamento divino – uma pequena amostra do que está por vir.

(6) O Deus que não muda é o único meio pelo qual os homens pecadores podem ser mudados de forma a entrarem nas bênçãos eternas de Deus.

Enquanto Deus não muda, os homens pecadores devem mudar a fim de entrarem no reino de Deus. Esta “mudança” é de um que é um vil pecador, merecedor da ira eterna de Deus, para um pecador perdoado, que agora permanece na justiça de Deus, através da fé em Cristo. É Deus quem prove os meios pelos quais os pecadores podem ser mudados, transformados em novas criaturas, perdoados, justificados, tendo uma esperança imperecível. O que é requerido dos homens é se arrependerem, cessarem de pensar e agir como faziam anteriormente, reconhecerem seus pecados, e confiarem em Jesus Cristo.

Este não é um bom trabalho o qual os homens fazem a fim de ganhar o favor de Deus. Ao contrário, é um bom trabalho o qual Deus realiza em nossas vidas, o resultado da Sua bondade e graça. A única mudança que Deus aceita é a mudança que Ele produz em e através de nós, pelo trabalho de Cristo de do Espírito Santo.

Não há maior receio do que saber que somos pecadores, e que Deus não somente odeia pecado, porém Ele irá certamente julgar os pecadores. Não há conforto a ser achado na imutabilidade de Deus para o pecador. Porém para aqueles que confiaram na provisão de Deus pelos pecadores, não existe maior conforto do que saber de que Deus que nos escolheu, que nos chamou e que nos prometeu salvação eterna não muda.

Traduzido por Césio J. de Moura


1 Arthur W. Pink, Gleanings in the Godhead (Chicago: Moody Press, 1975), pp. 35-36.

2 Alguns dos propósitos de Deus são temporais e temporários. A aliança Mosaica, por exemplo, foi uma provisão temporária que de nenhuma forma altera ou coloca de lado Sua eterna aliança com Abraão (veja Gálatas 3:17).

3 Deveria ser dito que mesmo os não dispensacionalistas creem em dispensações, que estão em certas distinções no programa de Deus sobre o curso da história bíblica. A não concordância surge não sobre o fato de tais diferenças, porém sobre a interpretação destas diferenças. Como regra, dispensacionalistas tendem a enfatizar as diferenças enquanto teólogos da aliança enfatizam a unidade de todo o plano que abrange as várias dispensações.

4 J. I. Packer, Knowing God (Downers Grove: Inter-Varsity Press, 1973), p. 72.

5 Arthur W. Pink, Gleanings in the Godhead (Chicago: Moody Press, 1975), p. 37.

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13. A Alegria De Deus

Introdução

Devo confessar que nunca fui muito animado com a “cara sorridente” achada nos para-choques e nas cartas pessoais. Em particular nunca me importei com a “cara sorridente” como uma logomarca ou símbolo Cristão. Lamentavelmente, a maioria das pessoas pensa em Deus em termos de uma face franzida. Deus odeia o pecado, e se entendo as Escrituras corretamente, Ele até odeia os pecadores. Ele é um Deus de ira que está bravo contra os pecadores. Porém esta é somente uma das emoções de Deus, somente um aspecto do Seu caráter. Deus é também um Deus que sente grande prazer em Suas criaturas e criação. Nosso Deus tanto é alegre como é a origem da nossa alegria. Quão agradecidos deveríamos ser por este atributo do nosso grande Deus.

Quando alguém lê os muitos trabalhos sobre os atributos de Deus, o tópico da “alegria do Senhor” não é frequentemente achado. Por alguma razão, a “alegria do Senhor” parece ser um aspecto negligenciado da natureza e do caráter de Deus. Anos atrás, um dos meus professores do seminário chamou nossa atenção para isto quando se referiu a I Timóteo 1:

9 - Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, 10 - Para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina, 11 - Conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi confiado. (I Timóteo 1:9-11, ênfase do autor).

A palavra bem-aventurado usada aqui por Paulo é o mesmo termo que nosso Senhor empregou no Sermão do Monte, o qual é “bem-aventurado” na Versão King James, na Nova Versão King James, na NIV e na NASB. J.B. Phillips e numas poucas outras interpretam o termo como “feliz”. Meu professor indica que alguém poderia interpretar a expressão em I Timóteo 1:11, o “Deus feliz”, uma sugestão que me surpreendeu. O termo empregado poderia ser usado neste sentido, e a teologia bíblica não o proíbe. Por alguma razão, nós raramente pensamos de Deus como sendo feliz.

Infelizmente, a palavra “feliz” tem sido redefinida e tão trivializada em nossa cultura que é pouca surpresa que hesitamos em usá-la com referência aos Cristãos ou ao nosso Deus. Portanto creio que deveríamos redefinir e procurar recuperar o termo. Por ora, no entanto, é mais seguro usarmos o termo alegria, um termo mais frequentemente usado para Deus e os Cristãos. Em Neemias achamos esta declaração familiar:

18 “A alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8:10).

Eu sempre pensei da alegria referida aqui como a alegria a qual Deus dá,e assim é. Agora percebo que isto não diz quase nada. Ela também é a alegria a qual Deus possui e experimenta. Deus nos dá alegria porque Ele é alegria. Ele é a fonte da alegria, assim como Ele é a fonte de amor, de verdade, de misericórdia, e assim por diante. Alegria é tanto uma descrição de Deus como a descrição do que Ele dá.

Iremos começar pesquisando as Escrituras procurando as evidências da satisfação e prazer de Deus (Sua alegria). Depois iremos considerar a alegria de nosso Senhor Jesus Cristo, como mostrado nas profecias do Velho Testamento e no Novo Testamento. Finalmente, tentaremos mostrar como a “alegria do Senhor” pode impactar as vidas dos homens, especialmente daqueles que são verdadeiros crentes em Jesus Cristo. Que essa lição possa ser um reflexo da alegria de Deus e uma fonte de verdadeira alegria para cada um de nós.

A Alegria de Deus o Pai

Alguns podem dizer que estou me excedendo aqui, porém parece como se Deus tivesse prazer – Ele achou alegria – em Sua criação. Repetidamente em Gênesis achamos a expressão “e viu Deus que era bom” (veja versículos 4, 10, 12, 17, 21, 25, 31). Creio que Moisés estava indicando o prazer de Deus por repetidamente dizer que Deus viu Sua criação ser boa. Quando alguém nos serve um pedaço de torta feita em casa e exclamamos, “Está gostosa” estamos expressando não somente nossa aprovação, mas também nosso prazer. Frequentemente, quando “crio” alguma coisa na minha garagem, me pego indo de volta várias vezes nos próximos dias para ver aquilo tendo prazer no que fiz. O Pai parece ter alegria no que Suas mãos fizeram. Quando os homens pecam, a alegria de Deus se torna tristeza:

5 - E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6 - Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. 7 - E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de havê-los feito. (Gênesis 6:5-7).

A criação de Deus entra na alegria do seu Criador:

8 - E os que habitam nos fins da terra temem os teus sinais; tu fazes alegres as saídas da manhã e da tarde. (Salmo 65:8). 13 - Os campos se vestem de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; eles se regozijam e cantam. (Salmo 65:13).

12 - Alegre-se o campo com tudo o que há nele; então se regozijarão todas as árvores do bosque, (Salmos 96:12). 8 - Os rios batam as palmas; regozijem-se também as montanhas, (Salmo 98:8).

Deus o Pai tem prazer em escolher e selecionar. Deus se deleita sobre a nação de Israel, selecionando seu povo como alvo das Suas bênçãos, assim como Ele também se deleita sobre Israel como alvo da Sua ira (Deuteronômio 28:63), não porque Deus tem prazer na morte dos homens, mesmo homens ímpios (Ezequiel 18:23, 32; 33:11), porém porque Deus disciplina Seu “filho” a fim de trazê-lo para a bondade (veja Provérbios 3:12; Hebreus 12:3-10).

Deus da mesma forma teve prazer em tornar Davi rei sobre Israel e então salvá-lo do perigo.

20 - E tirou-me para um lugar espaçoso, e livrou-me, porque tinha prazer em mim. (II Samuel 22:20).

9 - Bendito seja o SENHOR teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no trono de Israel; porque o SENHOR ama a Israel para sempre, por isso te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça. (I Reis 10:9).

A Alegria de Jesus, o Messias Prometido.

De acordo com o profeta Isaías o Messias prometido é Aquele no qual o Pai se apraz (42:1). Ele é descrito como Aquele que “deleitar-se-á no temor do Senhor” (11:3). E, Ele é Aquele que será caracterizado pela alegria, alegria que ultrapassa a de todos os Seus irmãos:

6 - O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade. 7 - Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. (Salmo 45:6-7).

O escritor aos Hebreus fala do Senhor Jesus como sendo motivado para levar adiante o Seu trabalho na cruz do Calvário pela alegria a qual Ele entraria pelo Seu sacrifício expiatório:

1 - PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, 2 - Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. 3 - Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. (Hebreus 12:1-3).

Jesus disse aos Seus discípulos que eles iriam ter grande alegria. A alegria que eles experimentariam era primeira e antes de tudo Sua alegria, a alegria na qual eles também entrariam.

11 - Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo. (João 15:11).

13 - Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. (João 17:13).

Em Mateus 25, Jesus contou uma parábola a qual tem muito a nos ensinar sobre alegria.

14 - Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. 15 - E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. 16 - E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. 17 - Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. 18 - Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. 19 - E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. 20 - Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. 21 - E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. 22 - E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. 23 - Disse-lhe o seu SENHOR: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. 24 - Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; 25 - E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. 26 - Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? 27 - Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. 28 - Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. 29 - Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. 30 - Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. (Mateus 25:14-30).

Esta parábola tem muito a nos ensinar sobre o serviço Cristão. Devemos concluir que destes três servos, somente os dois primeiros eram verdadeiros crentes. O terceiro “escravo” foi lançado em densas trevas, um lugar onde haverá choro e ranger de dentes (versículo 30). Os dois primeiros “escravos” eram bons e fiéis, e o terceiro foi infiel e ímpio. Acho interessante e instrutivo considerar esta história da perspectiva da alegria.

Os dois primeiros escravos foram fiéis, e sua recompensa foi “entrar no gozo” do seu Senhor. Estas palavras não indicam que seu mestre era alegre e que estes escravos foram abençoados por entrarem no seu gozo com ele? O mestre era (ou seria) alegre, e seus escravos fiéis entrariam na sua alegria também. O “mestre” nesta história muito certamente representa nosso Senhor e os fiéis “servos”, Seus seguidores. As bênçãos do mestre e seus escravos são resumidas pela palavra “alegria”.

Este terceiro escravo me fascina. No passado, sempre focalizei no que este ímpio, preguiçoso escravo não fez. Agora, estou especialmente interessado em porque este escravo falhou em fazer o que ele devia fazer. Foi este escravo preguiçoso porque ele não fez o trabalho para ganhar um lucro para o seu mestre? Naturalmente. Porém ele não foi mal ao pensar erradamente do seu mestre? Ele pensou do seu mestre como um que esperava lucro onde ele não tinha feito provisões.

24 - Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; (Mateus 25:24).

A avaliação deste escravo sobre o seu mestre estava errada. É verdade que Jesus julga este homem na base da sua avaliação do seu mestre, porém é, contudo uma percepção errada. Deus não é um mestre cruel, que espera ganhar lucro onde Ele não nos deu nenhuma provisão. Ele lida conosco em graça. Ele nos dá os meios para fazermos aquilo que Ele espera e requer. Podemos preencher nossas responsabilidades para com Ele somente pela Sua graça. Esta é a razão pela qual nós somente podemos vangloriar Nele e não naquilo que fizemos. Este escravo foi mau porque ele não viu seu mestre como gracioso e (talvez eu seja tão ousado em dizer) feliz. A recompensa dos escravos fiéis foi entrar no gozo do seu mestre. O mestre era alegre. Os servos fiéis eram para entrar na sua alegria. E o homem mau não recebeu nada da alegria de Deus. Quantos de nós tivemos esta mesma visão distorcida de Deus como um resmungão, exigente mestre ao invés de um mestre alegre em cuja alegria nós também podemos entrar? E o serviço que Ele requer de nós mesmo agora é para ser feito alegremente e não pesadamente.

Lucas 15 é ainda outro exemplo da disposição alegre de nosso Deus. A alegria de Deus (pelo arrependimento e salvação dos pecadores) é contrastada com a dureza dos escribas e Fariseus e suas queixas contra a associação do nosso Senhor com os cobradores de impostos e pecadores (15:1-2). Em resposta, Jesus conta duas parábolas, ambas apontando para a alegria de Deus sobre o fato de alguém que estava perdido e foi achado:

3 - E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: 4 - Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? 5 - E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso; 6 - E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. 7 - Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. 8 - Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? 9 - E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. 10 - Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. (Lucas 15:3-10 ênfase do autor).

Em ambas as histórias, algo se perdeu, foram procuradas depois, e achado. Quando o objeto perdido foi recuperado, quem procurou por ele se regozijou e convidou outros para se ajuntar em celebração na alegria desta recuperação. Os itens perdidos – uma ovelha e uma moeda – foram achadas porque o proprietário que as tinha perdido procurou por elas.

Jesus deixa claro que estas duas histórias são entendidas como ilustrativas da Sua procura pelos pecadores e então regozijo pela sua salvação. Um dos “gozo que lhe estava proposto” (Hebreus 12:2) foi a salvação dos pecadores perdidos. Outros eram esperados se regozijarem com nosso Senhor sobre o fato de pecadores perdidos estarem vindo para a fé Nele e serem “achados” Nele. Os escribas e Fariseus não podiam entrar nesta alegria porque eles ainda estavam perdidos e não queriam ser achados. Eles estavam bravos porque Jesus estava manifestando graça em relação àqueles pecadores sem valor. Eles não queriam tais pessoas em “seu” reino.

As palavras ditas aqui pelo nosso Senhor são muito familiares para mim, porém de alguma forma falhei em tomá-las a sério o suficiente. Sempre pensei que Jesus estava dizendo que eram os anjos que se regozijavam pela salvação dos pecadores perdidos. Sem dúvida os anjos se regozijam, porém esta não é a ênfase do texto. Na primeira história, Jesus disse que houve “alegria no céu” por aquele que se arrependeu (versículo 7). Na segunda história, Jesus declarou que houve “alegria na presença dos anjos”. Os anjos não estavam sozinhos no seu regozijo, os anjos estavam se regozijando junto com Deus. Deus está se regozijando no céu e na presença dos anjos. A implicação das palavras de nosso Senhor é que porque Deus se regozija sobre a salvação de um pecador perdido, os anjos o fazem da mesma forma. Nas palavras de Jesus em Mateus 25, eles “entram na alegria do seu Mestre”. O fato de que os escribas e os Fariseus não estavam se regozijando é, portanto um problema sério. Eles não estavam em harmonia com o céu e, mais do que tudo, com Deus. Por quê? Porque eles não acreditavam que eram pecadores, e eles não queriam a graça de Deus. Eles não queriam pensar deles mesmos como cidadãos que entraram no reino de Deus da mesma forma que estes cobradores de impostos e pecadores. De fato, eles não eram salvos de maneira alguma. Como o escravo ímpio de Mateus 25, eles eram descrentes, que pensavam muito mal do Mestre e que não tinham parte no Seu reino nem na Sua alegria.

A última metade de Lucas 15 é a história do filho pródigo, a qual continua a enfatizar o contraste dramático entre Deus e a hoste celestial e os escribas e Fariseus descrentes. O filho pródigo se arrepende e retorna para o seu pai. O pai se regozija e chama para um tempo de celebração e regozijo. O outro filho mais velho se regozija que o filho perdido retornou? Certamente que não! Ele está bravo com o irmão e também com seu pai. Ele não pode entender porque ele não foi permitido celebrar. Ele transpira justiça própria ao contrário de gratidão e alegria, que deveria caracterizar a resposta de um pecador à graça de Deus tanto na sua vida como na vida de outros. O pai do pródigo novamente representa a alegria do Pai Celestial pelo arrependimento e conversão dos pecadores perdidos.

O Espírito Santo e a Alegria

Para que não pensemos que alegria ou “felicidade” é um atributo somente do Pai e do Filho deixe-me chamar sua atenção para estes versículos que ligam a alegria do crente com o Espírito Santo.

52 - E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.(Atos 13:52).

17 - Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. (Romanos 14:17).

13 - Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo. (Romanos 15:13).

6 - E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo. (I Tessalonicenses 1:6)

O Espírito Santo é o meio pelo qual a alegria do nosso Senhor, a alegria do nosso Mestre, é transmitida para a vida dos Cristãos. Devemos concluir destes versículos que aqueles que não são Cristãos, nos quais o Espírito Santo não habita, não experimentam nem podem experimentar a alegria de Deus. Isto é certamente certo dos escribas e Fariseus descritos em Lucas 15 e em outros lugares nos Evangelhos.

Conclusão

Deus é um Deus de alegria, um “Deus feliz”. Ele se regozija com a Sua criação, e Ele especialmente se regozija na salvação dos pecadores perdidos. Se somos filhos de Deus então estamos afinados com o coração e o caráter de Deus e isto deveria ser caracterizado pela alegria também. Esta alegria vem de Deus e é mediada através do Espírito Santo para cada Cristão. “A alegria do Senhor” deveria caracterizar nosso serviço e nossa adoração. É uma alegria que será ainda maior no céu, uma alegria com a qual entraremos no céu. Para o Cristão, alegria não é uma opção, pois somos mandados experimentar e expressar alegria como Cristãos:

12 - Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. (Mateus 5:12).

20 - Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus. (Lucas 10:20).

36 - E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. (João 4:36).

20 - Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. (João 16:20)

22 - Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará. (João 16:22)

15 - Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram; (Romanos 12:15).

10 - E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo. (Romanos 15:10)

26 - De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. (I Coríntios 12:26).

6 - Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; (I Coríntios 13:6)

11 - Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. (II Coríntios 13:11).

27 - Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. (Gálatas 4:27).

18 - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda. (Filipenses 1:18).

17 - E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós. 18 - E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo. (Filipenses 2:17-18).

1 - RESTA, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós. (Filipenses 3:1).

4 - Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. (Filipenses 4:4).

24 - Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja; (Colossenses. 1:24).

9 - Porque, que ação de graças poderemos dar a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, (I Tessalonicenses 3:9).

16 - Regozijai-vos sempre. (I Tessalonicenses 5:16).

6 - Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, (I Pedro 1:6).

8 - Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; (I Pedro 1:8).

13 - Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. (I Pedro 4:13).

7 - Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. (Apocalipse 19:7).

Você pode pensar que a falta de alegria é um dos males menores, porém este não é o caso. Deus falou do pecado de Israel como sendo evidente pela sua falta de alegria:

45 - E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não ouviste à voz do SENHOR teu Deus, para guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado; 46 - E serão entre ti por sinal e por maravilha, como também entre a tua descendência para sempre. 47 - Porquanto não serviste ao SENHOR teu Deus com alegria e bondade de coração, pela abundância de tudo. 48 - Assim servirás aos teus inimigos, que o SENHOR enviará contra ti, com fome e com sede, e com nudez, e com falta de tudo; e sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te tenha destruído. (Deuteronômio 28:45-48).

A falta de um coração agradecido foi a origem do pecado de Israel e do julgamento divino. Falta de alegria leva ao pecado. E, inversamente, o pecado leva à falta de alegria:

10 - Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. 11 - Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. 12 - Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. 13 - Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão. (Salmo 51:10-13).

Além disso, vemos que a alegria é a motivação para o Cristão testemunhar e servir. Muito frequentemente tentamos motivar os Cristãos para testemunharem fazendo-os se sentirem culpados. Este texto indica que a “alegria da Tua salvação” atua como o motivador do nosso serviço, não culpa ou medo. “A alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8:10). O Espírito de Deus e a Palavra de Deus são dois meios primários pelos quais a alegria do Senhor é transmitida aos homens (veja Salmo 119:111; Jeremias 15:16; versículos sobre o Espírito Santo e a alegria acima).

Fazemos um grande desserviço para Deus e outros quando mostramos Deus de uma forma que se iguala com a falsa percepção do escravo mau de Mateus 25. O escravo mau temia o seu mestre, porém ao invés de se incentivar para servir seu mestre, o medo produziu justamente a resposta contrária. Deus tem grande prazer e acha grande alegria em Suas criações, incluindo a nova criação dos crentes em Jesus Cristo. Ele também se regozija no crescimento e bondade do Seu povo.

Alegria serve como uma tremenda fonte de orientação em relação à “vontade de Deus”. Muitos pensam e falam da “vontade de Deus” como um grande mistério, difícil de discernir e ainda mais difícil de defender. Porém a Bíblia não fala da vontade de Deus desta forma. Em Romanos 7, Paulo não disse que a vontade de Deus era difícil de conhecer; ele disse que era impossível de fazer. Ele sabia o que era certo, ele somente não o fazia. Ele sabia o que era errado, ainda assim persistia em fazê-lo. Não é o conhecer da vontade de Deus, porém o fazê-la, que é difícil.

Se você deseja saber a vontade de Deus, aborde as decisões que você deve fazer na vida por este padrão: O que agrada a Deus, o que Lhe dá alegria, e o que entristece a Deus? Esta é a forma como Paulo abordou a vida:

9 - Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. (II Coríntios 5:9).

10 - Aprovando o que é agradável ao Senhor. (Efésios 5:10).

20 - Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas, 21 - Vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém. (Hebreus 13:20-21).

A Bíblia não deixa nenhuma dúvida sobre o que agrada e desagrada Deus. Deus se regozija em Seu povo. (Salmo 149:4). Ele acha alegria na sinceridade (1 Crônicas 29:17) e na lealdade (Oseias 6:6) e benignidade (Miquéias 7:18). Ele se agrada de beneficência, juízo e justiça (Jeremias 9:24). Ele se agrada nos “filhos” os quais ele disciplina (Provérbios 3:12; veja Hebreus 12:3-13).Ele ama pesos justos (Provérbios 11:1) e os de caminho sincero (Provérbios 11:20). Ele tem prazer naqueles que agem fielmente (Provérbios 12:22). Deus não se regozija em meros rituais religiosos, divorciados do viver santificado (Salmo 51:16-17; veja também versículos 18 e 19). Aquelas coisas que nos impressionam não causam prazer em Deus, tais como a força de um cavalo ou as pernas de um homem (Salmo 147:10-11). Ele não acha nenhuma alegria em tolos (Eclesiastes 5:4) ou na morte do ímpio (Ezequiel 18:23, 32; 33:11).

Observe cuidadosamente que a forma de “alegria” do mundo não é a mesma alegria que os Cristãos possuem. As duas “alegrias” são bastante diferentes. De fato, o Cristão pode ser distinguido do descrente por aquelas coisas as quais são origem da nossa alegria. Os homens maus se regozijam nas suas abominações (Isaías 66:3) e escolhem o que Deus não gosta (Isaías 65:12; 66:4). Eles não se deleitam na Palavra de Deus (Jeremias 6:10). Eles se satisfazem com um ladrão, e com adúlteros (Salmo 50:18) e em impiedade (II Tessalonicenses 2:12).

O filho de Deus tem uma origem diferente de prazer ou regozijo. Sua alegria está no Senhor (Salmo 37:4; 43:4), na Sua Palavra (Salmo 1:2; 112:1; 119:16, 24, 70, 77, 92, 143, 174). Ele tem alegria em fazer a vontade do Senhor (Salmo 40:8) e em louvar a Deus (Salmo 147:1). Ele escolhe o que está agradando a Deus (Isaías 56:4). Ele se regozija com a justiça (Provérbios 21:15). Seu prazer não é pessoal, egoísta, prazeres sensuais, porém ele acha prazer em Deus:

13 - Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, 14 - Então te deleitarás no SENHOR, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do SENHOR o disse. (Isaías 58:13-14).

Tantos não Cristãos parecem pensar que se tornar um Cristão significa o final de prazer e o começo de uma vida tediosa e sem alegria. O termo “puritano” está longe de ser um cumprimento hoje para qualquer pessoa, porque os Puritanos do passado são considerados um povo sem prazer. Tal caracterização dos Puritanos simplesmente não é verdade.1 Nada poderia estar longe da verdade. Não há alegria como aquela de conhecer a Deus e serví-Lo, nenhuma alegria como aquela de conhecer que nossos pecados foram perdoados e estamos certos com Deus através do sangue derramado de Jesus Cristo. Não há alegria que suporta dor e sofrimento e perseguição como a alegria dos Cristãos, cuja esperança e alegria estão no Senhor, e não nas nossas circunstâncias.

O autor John Piper recentemente abordou o tema do prazer numa forma restauradora a qual recomendo ao leitor. Seu primeiro livro intitulado, Desejando Deus: A Meditação de um Cristão Hedonista; foi seguido do Os Prazeres de Deus, o qual aborda os atributos de Deus. Mais recentemente, ele escreveu um livro intitulado, Deixem as Nações Se Alegrarem: A supremacia de Deus em Missões. Piper algumas vezes tende a contrastar prazer ou alegria com tarefa, quando as duas deveriam ser vistas juntas. Nossa tarefa deveria ser nosso prazer. Contudo, recomendo fortemente os seus escritos como uma fonte de edificação e estímulo para a busca da alegria.

Piper diz algo muito importante sobre alegria ou prazer. Ele insiste que não é errado para o Cristão ter prazer ou procurar prazer; é somente errado procurar prazer no lugar errado. Vamos procurar alegria em Deus e no serviço e adoração a Ele. A alegria do Senhor é a nossa força.

Traduzido por Césio J. de Moura.


1 Recomendo para seu entendimento dos Puritanos o excelente livro de J.I. Packer, A Quest For Godliness, um estudo dos Puritanos que corrige muitas concepções contemporâneas errôneas (Wheaton: Crossway Books, 1990). Também recomendo Worldly Saints, com o sub-título: “The Puritans As They Really Were,” by Leland Ryken (Grand Rapids: Academie Books, 1986).

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14. A Invisibilidade de Deus (Gênesis 32: 22-30; Êxodo 24:9-11; I Timóteo 1:17)

Introdução

Acha-se pouco no assunto da invisibilidade de Deus entre os livros dos atributos de Deus. Alguns podem achar que a invisibilidade de Deus é óbvia. Já que não podemos ver Deus por que tentar provar que Ele é invisível? Outros podem achar a invisibilidade de Deus um problema, um constrangimento, talvez até um impedimento à fé e o viver santificado. Porém isto não é simplesmente assim. Deveríamos nos lembrar das palavras de Jesus referente à Sua partida desta terra, e então Sua invisibilidade, quando começamos nosso estudo:

18 - Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. 19 - Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. 20 - Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. 21 - Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. (João 14:18-21).

7 - Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. 8 - E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. 9 - Do pecado, porque não creem em mim; 10 - Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 11 - E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. (João 16:7-11).

16 - Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; porquanto vou para o Pai. (João 16:16).

Podemos erradamente supor que Jesus está dizendo para Seus discípulos que eles O veem agora, porém daqui a pouco Ele será invisível por três dias, e então visível de novo após Sua ressurreição. Não acredito que Ele tenha dito isto absolutamente. Jesus está dizendo que Seus discípulos O veem fisicamente no momento, porém após Sua morte, sepultamento, ascensão, e a vinda do Espírito Santo prometido, eles O “verão” de uma forma muito mais clara. Ele irá falar a eles claramente e abertamente, e eles irão entender (alguma coisa não verdadeira de Seu ensinamento enquanto na terra com eles - veja Mateus 15:17; 16:11; Lucas 2:50; 9:45; João 10:6; 20:9). E enquanto Ele for invisível para o mundo após Sua ascensão, Ele será bem evidente para aqueles que creem Nele. Eles sentirão Sua presença mais seguramente, e Ele não mais estará entre eles, porém neles. A presença “invisível” de nosso Senhor é melhor do que era Sua presença visível. Somos privilegiados por conhecermos Deus mais intimamente agora após a morte do nosso Senhor, ressurreição e ascensão, do que os homens jamais o conheceram antes.

Alguns podem acreditar que a Bíblia esta se contradizendo em relação a invisibilidade de Deus. Alguns textos claramente indicam que Deus é invisível, que Ele não pode ser visto:

18 - Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. (João 1:18).

17 - Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém. (I Timóteo 1:17).

Porém há textos também que os homens alegam ter visto Deus:

30 - E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva. (Gênesis 32:30).

11 - E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda.(Êxodo 33:11).

14 - E dirão aos moradores desta terra, os quais ouviram que tu, ó SENHOR, estás no meio deste povo, que face a face, ó SENHOR, lhes apareces, que tua nuvem está sobre ele e que vais adiante dele numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. (Números 14:14).

Deveriam os Cristãos agitar suas mãos em desespero? Está a Bíblia “cheia de erros e inconsistências”, como alguns céticos alegaram? Começaremos considerando estas aparentes contradições. Então iremos considerar a invisibilidade de Deus e a encarnação visível do Senhor Jesus Cristo. Finalmente, consideraremos algumas das numerosas implicações da doutrina da invisibilidade de Deus.

Considerando Aparentes Contradições

À luz das declarações de alguns textos de que Deus é invisível e outros de que Deus foi visto pelos homens, vamos colocar verdades bíblicas aplicáveis para nos ajudar resolver estas aparentes contradições.

(1) Deus não tem forma física.

12 - Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma. (Deuteronômio 4:12).

37 - E o Pai, que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer.

Tanto o Velho como o Novo nos indica que Deus não tem forma, isto é, Deus não tem corpo físico.

(2) Deus é espírito.

A razão para isto é explicada pelo nosso Senhor em Suas palavras para a mulher do poço:

24 - Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (João 4:24).

Esta mulher fez referências para a disputa entre os Judeus e os Samaritanos sobre o lugar onde Deus deveria ser adorado. Os Judeus eram para adorar Deus em Jerusalém, e Jesus poderia te-la corrigido apontando isto. Porém Ele não fez isto. Jesus informou-a de que por causa da Sua encarnação, adoração não seria mais a mesma. Especificamente, adoração não mais seria restrita para qualquer lugar. Os homens eram para adorar a Deus em Jerusalém porque foi onde Deus escolheu para Sua presença habitar. Porém quando Deus quando se tornou ser humano na encarnação (a vinda de Cristo à terra), Ele escolheu habitar não somente entre Seu povo, porem no Seu povo. Quando Jesus ascendeu ao céu e o Santo Espírito veio para habitar na igreja, a igreja pôde adorar a Deus em qualquer lugar porque a presença de Deus entre os homens é espiritual, não física. Deus é espírito, assim Ele não está restrito a um lugar nem é a adoração restrita a um lugar. Deus é invisível porque Ele é espirito, não carne.

(3) Quando Deus aparece para os homens, Ele aparece numa variedade de “formas”.

Alguém pode pensar que esta declaração contradiz o que tem sido dito previamente, porém não contradiz. Deus não tem forma física, porém na Bíblia, Ele aparece aos homens em várias formas. Estas “formas” são ambas vagas e variadas.

Quando Deus aparece para os homens, as descrições da Sua aparição são algumas vezes vagas. Em Gênesis 32, lemos o relato de uma luta muito estranha. Da descrição do “homem” com quem Jacó lutou, não esperaríamos este ser outro do que um homem:

24 - Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu. 25 - E vendo este que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. 26 - E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se não me abençoares. 27 - E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. 28 - Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. 29 - E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. 30 - E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva. (Gênesis 32:24-30).

O que mudou a mente de Jacó para leva-lo a concluir que este “homem” não era outro do que o próprio Deus? Não parece ser de alguma coisa não usual sobre a aparência desta pessoa. Não parece certamente ser devido ao infinito poder desta pessoa. A única indicação que este ser é Deus está contida nas palavras faladas para Jacó:

28 - Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. 29 - E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali.(Gênesis 32:28-29).

Quase posso ver as rodas da mente de Jacó começar a rodar: “Quando eu jamais lutei com Deus? E como pode esta ‘pessoa’ me abençoar sem mesmo dar-me seu nome?” De repente ele soube. Ele tinha estado lutando com Deus. Aqui havia alguma coisa que ele iria ponderar por um longo tempo. Como tinha ele estado lutando com Deus?

Como estamos estudando a invisibilidade de Deus, a coisa importante a observar aqui é que quando Deus aparece para Jacó, como Ele fez, Sua aparência era a de um homem. Nenhuma menção é feita de vestes brancas fulgurantes ou uma luz brilhante. Não saberíamos que foi Deus pela mera aparência. Porém das palavras que Deus falou, Sua identidade tornou-se evidente.

Outras aparências ou manifestações de Deus para os homens são mais espetaculares e mostram mais indicações da Sua majestade e glória. Contudo, as “descrições” de Deus como Ele apareceu estão longe de ser detalhadas:

9 - E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. 10 - E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. 11 - Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam. (Êxodo 24:9-11).

Este é mesmo um incidente mais raro escondido no meio do Livro de Êxodo. Setenta e quatro homens contemplaram a Deus e comeram uma refeição festiva em Sua presença. Não há questão de que era Deus e que estes homens todos olharam para Ele de alguma forma. A admiração é que eles viveram para falar sobre isto. Porém se alguém fosse descrever Deus somente na base desta descrição de um encontro muito pouco usual com Deus, quanto você saberia a respeito da forma como Deus parece? A única coisa que este texto nos fala é que quando eles viram Deus, eles viram os pés (versículo 10). Foi nos dito mais sobre o que estava debaixo dos pés de Deus do que qualquer outra coisa. Esta é certamente uma descrição muito vaga. Deus pode ter sido visível aqui, porém não totalmente assim.

Um dos grandes textos do Velho Testamento descrevendo uma aparência de Deus para os homens é achado nos capítulos iniciais do Livro de Isaías:

1 - No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. 2 - Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. 3 - E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4 - E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5 - Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos. 6 - Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; (Isaias 6:1-6 ).

Isaías certamente viu o Deus de Israel, e isto teve um impacto tremendo nele. Porém o que sabemos sobre como Deus se parece desta passagem? Como você descreveria Deus baseado na descrição de Isaías sobre Ele? Isaías mesmo tem mais a dizer sobre a aparência dos anjos do que sobre a aparência de Deus. Deus estava assentado no trono, e Ele usava um manto. Os anjos não proclamavam como Deus se parecia, porém o que Ele parecia. Eles proclamaram o caráter de Deus. Eles falaram da Sua santidade e da Sua glória. O impacto de Isaías foi uma conscientização ampliada da sua própria miserabilidade como um pecador. A revelação do caráter de Deus levou Isaías a ver como lamentavelmente falto da glória de Deus ele estava. À medida que Isaías cresceu no seu conhecimento do caráter de Deus, ele cresceu no conhecimento de si mesmo. A figura que Isaías viu de si mesmo não foi bonita.

(4) Ver a “face” de Deus seria fatal.

Naqueles casos onde os homens disseram ter visto a Deus, é expressa surpresa que eles viveram para falar a respeito disso. Jacó ficou maravilhado que a sua vida tenha sido preservada (Gênesis 32:30). Moisés notou que Deus “não estendeu Sua mão” contra os 74 homens que disseram que viram a Deus de Israel (Êxodo 24:10-11) Deus informou Moisés que Ele não poderia vê-Lo e viver (Êxodo 33:20). Quando Gideão percebeu que ele tinha visto o “o anjo do Senhor face a face” (Juízes 6:22), ele foi encorajado com a certeza de que ele não iria morrer (versículo 23).

Manoá e sua esposa, logo ao se tornarem os pais de Sansão, estavam surpresos que não morreram por ter visto a Deus como o “anjo do Senhor” (Juízes 13:21-23).Paulo parece dizer que os homens não podem ver a Deus e viverem quando ele declara que Deus habita em uma “luz inacessível” (I Timóteo 6:16). Chegar perto de Deus é como se aproximar de uma fornalha acessa. É perigoso para a saúde (veja também Êxodo 33:2-5).

(5) Há uma diferença entre ver Deus “face a face” e “ver a face de Deus”.

A expressão, “face a face” é uma figura de linguagem. Está claro nas Escrituras que ver Deus “face a face” não é a mesma coisa que ver a face de Deus. Considere o exemplo de Moisés, quando, na porção inicial de Êxodo 33, Moisés diz ter falado com Deus “face a face”:

9 - E sucedia que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. 10 - E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, todo o povo se levantava e cada um, à porta da sua tenda, adorava. 11 - E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer um fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda. (Êxodo 33:9-11 ênfase do autor)

O ponto destas palavras não é que Moisés realmente viu a face de Deus, porém que ele falou intimamente com Deus. Isto se torna particularmente claro nos versículos seguintes:

18 - Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. 19 - Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. 20 - E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá. 21 - Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui te porás sobre a penha. 22 - E acontecerá que, quando a minha glória passar, pôr-te-ei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. 23 - E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá. (Êxodo 33:18-23 ênfase do autor).

Deus falou com Moisés “face a face”, porém Ele não permitiu Moisés “ver Sua face”. Portanto, ver Deus “face a face” não é a mesma coisa do que ver a face de Deus. Falar “face a face” significa falar com alguém numa base pessoal, íntima como um amigo fala para um amigo. Uma figura de linguagem similar é achada em Números 14:13 - E disse Moisés ao SENHOR: Assim os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles. 14 - E dirão aos moradores desta terra, os quais ouviram que tu, ó SENHOR, estás no meio deste povo, que face a face, ó SENHOR, lhes apareces, que tua nuvem está sobre ele e que vais adiante dele numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. (Números 14:13-14).

Deus foi “visto olho no olho” pelos Israelitas. Neste contexto, isto significa que Deus fez Sua presença ser conhecida para os Israelitas através da nuvem que os guiou e a qual se tornou uma chama de fogo à noite. Não significa que Deus tem olhos físicos e que os Israelitas viram estes olhos. A presença de Deus estava com Seu povo, e Ele fez esta presença conhecida. Porém em nenhum lugar alguém vê a face de Deus, porque Deus não tem face. Deus é Espírito e não é feito de carne. Ele é invisível aos homens porque Ele não tem corpo, e Ele se torna visível para os homens por vários meios: Ele apareceu como um mero homem, o qual era o anjo do Senhor. Ele se fez conhecido por meio de uma nuvem e através de várias outras aparências, porém nenhuma destas foi a revelação total de Deus. E nenhuma foi uma ocasião quando os homens viram a face de Deus.

A Invisibilidade e a Aparência de Cristo

As mesmas tensões achadas no Velho Testamento em relação à invisibilidade de Deus e a aparência de Deus para os homens aparecem novamente no Novo Testamento com a aparência de Jesus Cristo. Jesus é o Único que viu o Pai e que agora fala por Ele:

1 - Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, 2 - A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3 - O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, (Hebreus 1:1-3 a.).

1 - Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. 2 - Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, 3 - Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; 4 - Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hebreus 2:1-4)

18 - Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. (João 1:18).

46 - Não que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus; este tem visto ao Pai. (João 6:46).

38 - Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. (João 8:38).

Jesus estava com o Pai desde o começo (João 1:1-2). Somente Ele verdadeiramente viu o Pai (6:46), e Ele falou as coisas que Ele viu quando estava com o Pai (8:38). Ele é a revelação final e total de Deus para os homens (Hebreus 1:1-3a.). Nós faríamos bem em prestar atenção ao que Ele falou e ao que foi registrado por aqueles que O viram, cuja veracidade como testemunhas foi confirmada pelos sinais e prodígios que Deus fez através deles (Hebreus 2:1-4).

Jesus tomou a carne humana, no entanto sem diminuir sua divindade:

14 - E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (João 1:14).

5 - De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 - Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, 7 - Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 - E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. (Filipenses 2:5-8).

14 - E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; 15 - E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. (Hebreus 2:14-15).

Este corpo de carne o qual o Senhor em toda a Sua divindade tomou, não foi feito tão fisicamente atrativo que os homens e mulheres fossem atraídos para Ele numa forma carnal, como Isaías tornou claro:

1 - Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? 2 - Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. (Isaías 53:1-2).

Quando os discípulos finalmente concluíram que Jesus era realmente o Messias prometido de Deus, o Filho de Deus, Jesus disse para Simão Pedro, o representante dos discípulos, que ele era abençoado porque ele não chegou a aquela conclusão através da “carne e sangue”.

17 - E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. (Mateus 16:17).

Jesus foi reconhecido espiritualmente através de meios espirituais. Não foi dedução humana, mas divina revelação que possibilitou aos discípulos “verem” que Jesus era o Messias prometido do Velho Testamento, para o qual os Judeus olhavam, porém não viam.

Mesmo embora Deus tenha aparecido para os homens em carne humana, os homens não viam nem podiam vê-Lo como tal fora da obra divina em seus corações:

36 - Mas já vos disse que também vós me vistes, e contudo não credes. (João 6:36).

38 - Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? 39 - Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez: 40 - Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure. 41 - Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele. 42 - Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. (João 12:38-42).

44 - Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. 45 - Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim. 46 - Não que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus; este tem visto ao Pai. 47 - Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. (João 6:44-47).

65 - E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido. (João 6:65).

Para os descrentes, ver não era crer. Eles viram numerosos sinais e prodígios. Porém isto não os convenceu de que Jesus era o Messias. Ao invés disso, eles pediram por mais e mais sinais:

38 - Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal. 39 - Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas; 40 - Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. (Mateus 12:38-40).

Não foi por falta de evidência que os homens recusaram acreditar em Jesus como o Messias de Deus. Os seus corações eram tão duros que eles até negaram evidência que era irrefutável (João 9:18). Quando Lázaro levantou dos mortos, os Judeus não podiam negar isto, e assim eles procuraram mata-Lo (João 11:47-53; 12:9-10). Sua rejeição da evidência os tornaram ainda mais culpados:

24 - Se eu entre eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não teriam pecado; mas agora, viram-nas e me odiaram a mim e a meu Pai. (João 15:24).

Mesmo aqueles que acreditaram em Jesus não viram Sua glória total. Aquela glória foi velada em Sua encarnação (Filipenses 2:6-7). Somente ocasionalmente foram relances desta grande glória revelada para uns poucos dos Seus seguidores. Na transfiguração, algo da futura glória do nosso Senhor foi revelado por um momento diante dos olhos de Pedro, Tiago e João:

1 - Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, 2 - E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. 3 - E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. (Mateus 17:1-3).

Porém esta glória parece faltar da grande glória a qual está ainda para ser revelada para os seguidores do nosso Senhor no reino de Deus. Em Sua oração sacerdotal, Jesus orou para que os Seus discípulos vissem esta glória:

24 - Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo. (João 17:24).

Devemos compreender que enquanto nosso Senhor veio para manifestar a presença de Deus entre os homens, Ele não foi visto em Sua totalidade. Vê-Lo totalmente, ver Sua “face” como ela é, é alguma coisa a qual ainda aguardamos ver.

12 - Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. (I Coríntios 13:12).

2 - Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. (I João 3:2).

Uma observação final deve ser feita em relação à “visibilidade” de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Ele era visível na carne, porém por um breve período de tempo. Desde o tempo da Sua ressurreição e ascensão, Jesus não foi mais visível para os homens. Jesus disse aos Seus discípulos do Seu retorno para o Pai, e que isto significaria que eles não mais o veriam. Esta invisibilidade do Senhor Jesus reteve a promessa de numerosos benefícios, contudo:

15 - Se me amais, guardai os meus mandamentos. 16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; 17 - O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. 18 - Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. 19 - Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. 20 - Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. (João 14:15-20).

7 - Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. 8 - E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. 9 - Do pecado, porque não crêem em mim; 10 - Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 11 - E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. 12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. 13 - Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. 14 - Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. 15 - Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. 16 - Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; porquanto vou para o Pai. 17 - Então alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: Que é isto que nos diz? Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; e: Porquanto vou para o Pai? 18 - Diziam, pois: Que quer dizer isto: Um pouco? Não sabemos o que diz. 19 - Conheceu, pois, Jesus que o queriam interrogar, e disse-lhes: Indagais entre vós acerca disto que disse: Um pouco, e não me vereis, e outra vez um pouco, e ver-me-eis? 20 - Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. 21 - A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. (João 16:7-21).

Os benefícios da ausência física de Jesus, e Sua vinda e presença através do Espírito Santo (como descrito nos versículos acima), podem ser resumidos nestas declarações:

(1) A ausência física de Jesus resultou no envio do Espírito Santo, que será nosso Auxiliador e irá estar conosco para sempre (14:16).

(2) O mundo não pode ver ou conhecer o Espírito Santo, porém nós podemos (14:17).

(3) Enquanto Jesus habitou entre os homens durante a Sua vida terrena, Ele agora habita dentro de cada crente através do Espírito Santo (14:17).

(4) O Espírito Santo trará uma intimidade com Deus maior do que qualquer outra experimentada previamente pelos homens (14:20).

(5) O Espírito Santo é o “Espírito da verdade” (14:17). Ele não somente irá transmitir a presença de Cristo aos santos e revelar para a Sua igreja tudo o que necessitamos para saber a respeito de Deus (16:12-15), Ele convencerá os pecadores das verdades que são essenciais para a sua salvação (16:8-11).

(6) Embora o mundo não mais “verá” Jesus em Seu corpo físico, Ele será “visto” pelos Seus santos. Este “ver” não é físico ou literal, porém espiritual. Nos “vemos” Jesus pela fé, sendo assegurados de que Ele está conosco e em nós (14:19; 16:16).

Conclusão

O Deus que é Espírito, e que é então invisível, graciosamente escolheu se manifestar para os homens de várias formas através da história. Deus se mostrou finalmente e totalmente em Jesus Cristo (Hebreus 1:1-3a.; 2:1-4). Nós adoramos um Deus que não podemos ver um Deus que é invisível. Esta verdade pode parecer como um “mosquito” teológico, uma verdade encoberta por muitos “camelos” teológicos práticos. Porém a doutrina da invisibilidade de Deus é uma verdade com muitas implicações e aplicações significativas. Ao concluirmos, gostaria de apontar algumas das ramificações práticas da invisibilidade de Deus.

(1) A invisibilidade de Deus é inseparavelmente ligada à nossa fé, nossa esperança, e nosso amor.

Fé, esperança e amor são os três temas proeminentes da Bíblia. Paulo fala deles em I Coríntios 13:13. Note como os escritores do Novo Testamento ligam cada um destes três elementos cruciais de nossa fé Cristã e vida à invisibilidade de Deus.

1 - Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, 2 - A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3 - O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; (Hebreus 11:1-3).

24 - Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? 25 - Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. (Romanos 8:24-25).

8 - Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; (I Pedro 1:8).

(2) A invisibilidade de Deus, um dos atributos de Deus, é um atributo fundamental de muitas bênçãos que temos como Cristãos.

Enquanto já tenhamos enfatizado esta verdade nesta mensagem, certamente vale repetir. A invisibilidade de Deus não é uma responsabilidade que deveríamos procurar para negar ou superar. Nas próprias palavras de Jesus, “convém que eu vá...” (João 16:7). Ele não está mais presente entre nós porque Ele foi e não é fisicamente visível. Ele está mais presente, através do Seu Espírito, o qual ele enviou para nós. O Santo Espírito traz a presença de Cristo. O Espírito Santo habita nos crentes e, portanto na igreja. O Espírito Santo inspirou os apóstolos a lembrarem de e registrarem as palavras e ensinos do nosso Senhor. O Espírito Santo regenera e converte os descrentes e Ele ilumina e dá poder aos crentes. Não somos espiritualmente mais pobres, porém mais ricos pela Sua invisibilidade.

(3) A invisibilidade De Deus pode também ser um problema para os santos.

Infelizmente, os Cristãos nem sempre apreciam os benefícios que temos por causa da presença invisível do nosso Senhor conosco através do Espírito Santo. Há vezes quando queremos ser assegurados de que Ele está conosco. Quando perdemos de vista os benefícios da invisibilidade de Deus (desculpe o trocadilho), começamos a procura-Lo através de meios visíveis. Podemos estar inclinados a “olhar as coisas como elas são externamente” (II Coríntios 10:7), ao invés de focalizar nas coisas que não vemos as coisas invisíveis as quais são eternas.

16 - Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17 - Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18 - Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não veem são eternas. (II Coríntios 4:16-18).

Pior ainda, podemos ser tentados a colocar Deus num teste, pedindo que Deus prove Sua presença realizando algum milagre visível, como os Israelitas fizeram no deserto (Êxodo 17:1-7; Números 14:1-25). Isto é exatamente o que Moisés alertou aos Israelitas para não fazerem (Deuteronômio 6:16). Isto é também o que Satanás procurou tentar nosso Senhor a fazer (Mateus 4:5-7). E é o que Paulo exortou os Coríntios a não fazerem (I Coríntios 10:9).

(4) A invisibilidade de Deus nos indica que procuramos por outras coisas do que aquelas que são vistas.

Tenho amigos que são cegos. Porque eles são cegos, eles não devem confiar na visão; ao contrário, eles devem confiar mais nos seus outros sentidos. A invisibilidade de Deus (e muito do que faz nossa caminhada e guerra espirituais) significa que devemos confiar em outros sentidos do que nossa visão física. Devemos nas palavras de Paulo, “andar pela fé e não pela vista” (II Coríntios 5:7). O escritor aos Hebreus evidencia a relação entre fé e o que não é visto:

1 - ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. 2 - Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. 3 - Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Hebreus 11:1-3).

7 - Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. (Hebreus 11:7).

13 - Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. (Hebreus 11:13).

Em que então nós baseamos nossa fé se não é pela vista? Baseamos nossa fé na Palavra de Deus. Este é o caminho sempre indicado. Foi a palavra de Deus que Adão e Eva escolheram desobedecer. Eles confiaram na serpente, ao invés de Deus, e comeram do fruto proibido porque parecia bom. Como resultado, seus olhos foram abertos, porém o que eles “viram” não foi bom (Gênesis 3:1-7).

As evidências espetaculares visíveis da presença de Deus no Monte Sinai não foram uma revelação da forma de Deus. Os Israelitas queriam “ver” seu Deus, assim eles fizeram uma imagem de ouro, representando Deus na forma de um novilho de ouro. Deus, contudo, queria representar a Si mesmo através da Sua Palavra. Foi a Palavra de Deus que foi inscrita na pedra, não Sua imagem física. Foi a posse da Palavra de Deus que distinguiu os Israelitas de todas as outras nações, e Deus confirmou Suas Palavras com os poderosos trabalhos que Ele realizou às suas vistas (Deuteronômio 4:1-8). As coisas que os Israelitas testemunharam no Monte Sinai foram feitas de forma que este povo confiaria e obedeceria a Palavra de Deus (Deuteronômio 4:9-18). Deus puniu os Israelitas por desobedecerem à Sua Palavra apesar das evidências visíveis da Sua presença, poder e verdade da Sua Palavra (Números 14:22).

Interessante que não foi apenas a revelação visual de Deus que demonstrou o poder e a presença de Deus. Não foi apenas chegar tão perto e ver demais da glória de Deus que mataria quem se aproximasse demais. Foi também o ouvir da Palavra de Deus. Deus se manifestou através da Sua Palavra, e os Israelitas temeram a Sua Palavra – e justamente assim de acordo com as próprias palavras de Deus:

16 - Conforme a tudo o que pediste ao SENHOR teu Deus em Horebe, no dia da assembleia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do SENHOR teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. 17 - Então o SENHOR me disse: Falaram bem naquilo que disseram (Deuteronômio 18;16-17)

No contexto destes dois versículos, Deus está advertindo Seu povo sobre o perigo dos falsos profetas, e Ele está também prometendo o aparecimento daquele que, como Moisés, revelará a palavra de Deus para os homens. Esta pessoa não é outra senão o nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é “a Palavra” (João 1:1-2), a revelação total e final de Deus para os homens para a qual deveríamos prestar atenção (Hebreus 1:1-3 a; 2:1-4). Quando os três discípulos Pedro, Tiago e João, viram a demonstração da glória e a transfiguração de nosso Senhor, foi com um propósito, um propósito o qual Deus claramente indicou a eles:

1 - SEIS dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, 2 - E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. 3 - E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. 4 - E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias. 5 - E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o. (Mateus 17:1-5, ênfase do autor).

A glória de Deus foi revelada no Monte Sinai afim de que os Israelitas tomassem a Palavra de Deus seriamente. A glória do nosso Senhor foi revelada a Pedro, Tiago e João, a fim de que eles tomassem as palavras de Jesus seriamente. E assim eles fizeram:

16 - Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade. 17 - Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. 18 - E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo; 19 - E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. 20 - Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. 21 - Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. (II Pedro 1:16-21).

Quando o tempo da morte, ressurreição e ascensão de Jesus se aproximava, Ele começou a falar mais abertamente aos Seus discípulos sobre aquelas coisas que eram cruciais para eles nos dias da Sua ausência física e invisibilidade. Vemos isto especialmente no Discurso no Cenáculo e na oração sacerdotal de nosso Senhor em João 14-17.O Senhor Jesus constantemente fala da Sua Palavra e do Seu Santo Espírito. Através destes, nosso Senhor perseverará nos Seus santos. E seus santos perseverarão Nele assim como eles perseveram na Sua Palavra. Deus se revelou a si mesmo em Sua inspirada e infalível Palavra. Eis aqui a base para nossa fé. Eis aqui o meio pelo qual os homens serão salvos. Eis aqui o meio pelo qual os crentes crescerão. Eis aqui o padrão para nossa conduta e a luz que guiará o nosso caminho. Através da Sua Palavra e através do Santo Espírito, Deus está presente e conhecido neste mundo onde os homens não O veem.

É a Palavra de Deus que nos incita a não olhar para as coisas que são visíveis, porém para as coisas que são invisíveis (II Coríntios 17-18). Quando realizamos atos de serviço e adoração, não o fazemos para os homens, procurando a sua aprovação ou aplauso; o fazemos, entretanto para servir a Ele que é invisível:

2 - Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 3 - Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; 4 - Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. 5 - E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 6 - Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. (Mateus 6:2-6).

O Deus invisível, o Deus “que está em secreto”, nos exorta a realizar nossos atos de justiça de uma forma consistente com Sua invisibilidade. Não é para procurarmos uma plataforma pública para servirmos a Deus; é para fazermos nossos atos de adoração e serviço tão secretamente quanto possível, sabendo que Deus que está “em secreto” vê o que estamos fazendo e nos recompensará no Seu tempo.

Nossa batalha spiritual envolve muito mais do que aquilo que é visto (Efésios 6:10-12). Da mesma forma, a provisão de Deus para nossa proteção é também não vista, a menos que nossos olhos sejam abertos miraculosamente para olhar o invisível:

8 - E o rei da Síria fazia guerra a Israel; e consultou com os seus servos, dizendo: Em tal e tal lugar estará o meu acampamento. 9 - Mas o homem de Deus enviou ao rei de Israel, dizendo: Guarda-te de passares por tal lugar; porque os sírios desceram ali. 10 - Por isso o rei de Israel enviou àquele lugar, de que o homem de Deus lhe dissera, e de que o tinha avisado, e se guardou ali, não uma nem duas vezes. 11 - Então se turbou com este incidente o coração do rei da Síria, chamou os seus servos, e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel? 12 - E disse um dos servos: Não, ó rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas no teu quarto de dormir. 13 - E ele disse: Vai, e vê onde ele está, para que envie, e mande trazê-lo. E fizeram-lhe saber, dizendo: Eis que está em Dotã. 14 - Então enviou para lá cavalos, e carros, e um grande exército, os quais chegaram de noite, e cercaram a cidade. 15 - E o servo do homem de Deus se levantou muito cedo e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então o seu servo lhe disse: Ai, meu senhor! Que faremos? 16 - E ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. 17 - E orou Eliseu, e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. 18 - E, como desceram a ele, Eliseu orou ao SENHOR e disse: Fere, peço-te, esta gente de cegueira. E feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseu. 19 - Então Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E os guiou a Samaria. 20 - E sucedeu que, chegando eles a Samaria, disse Eliseu: Ó SENHOR, abre a estes os olhos para que vejam. O SENHOR lhes abriu os olhos, para que vissem, e eis que estavam no meio de Samaria. 21 - E, quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai? 22 - Mas ele disse: Não os ferirás; feririas tu os que tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco? Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam, e se vão para seu senhor. 23 - E apresentou-lhes um grande banquete, e comeram e beberam; e os despediu e foram para seu senhor; e não entraram mais tropas de sírios na terra de Israel. (II Reis 6:8-23).

Nossa adoração deve tomar nota daqueles anjos não vistos que estão presente e olhando e aprendendo (I Coríntios 11:10). As mulheres são advertidas contra colocar muita ênfase na sua aparência exterior; ao invés, elas devem dar prioridade para o seu ser interior.

1 - SEMELHANTEMENTE, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; 2 - Considerando a vossa vida casta, em temor. 3 - O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de joias de ouro, na compostura dos vestidos; 4 - Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. 5 - Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos; (I Pedro 3:1-5).

O não visto joga uma parte muito significativa na vida do Cristão, na qual Deus não é visto pelo olho humano, porém é visto pelo olho da fé.

(5) A invisibilidade de Deus se torna visível através da Sua igreja e dos Seus santos.

Como Deus, que é invisível, é manifestado para aqueles que não acreditam? Em Romanos 1, Paulo nos diz que Deus é revelado através da Sua criação:

20 - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; (Romanos 1:20).

Deus também se torna visível para os homens através da igreja, o corpo de Cristo. O que Deus começou a fazer e ensinar através do Seu Filho, Ele continua a fazer e ensinar através da igreja (Atos 1:1 ss.). A igreja é o Seu corpo e Seus meios para trabalhar e testemunhar para os homens neste mundo:

9 - Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (I Pedro 2:9).

É nosso chamado e privilégio manifestar as virtudes de Deus para o mundo perdido e que está morrendo.

(6) A invisibilidade de Deus é uma das barreiras intransponíveis que permanece entre os descrentes e a fé em Deus.

Muitos supõem que ver é acreditar. Eles, como o incrédulo Thomas, se recusam a acreditar no que eles não podem ver (veja João 20:25). O fato é que ver nunca é base suficiente para a fé, porque fé está enraizada na convicção relativa ao que não é visto. (Hebreus 11:1-2). Os Judeus viram Jesus, que manifestou Deus para os homens – Deus encarnado. Quanto mais sinais eles viram, mais eles pediram (Mateus 12:38-45). Somente quando Deus abre os olhos espirituais dos incrédulos eles estarão aptos para “vê-Lo” que é invisível.

Quando considero o assunto da invisibilidade de Deus e suas implicações para o perdido, minha mente se lembra do encontro de Jesus com Nicodemos em João 3;

1 - E HAVIA entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 - Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. 3 - Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? 5 - Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. 6 - O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 - Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 8 - O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. 9 - Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso? 10 - Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto? 11 - Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho. 12 - Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? 13 - Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. 14 - E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; 15 - Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:1-15).

Como um Judeu, Nicodemos era um homem cuja vida operava na base do que ele via. O Judaísmo era obcecado com rituais e atos visíveis de justiça. Eles não davam muita importância para assuntos do coração, assuntos não vistos (veja Lucas 16:15). Na base dos sinais e prodígios de Jesus, Nicodemos teve de admitir que Jesus estava em contato com Deus. Porém Jesus pressionou este professor dos Judeus a ir mais adiante do visível para o invisível. Salvação não é algo sobre o que é visto, porém sobre o que não é visto. A concepção de uma criança não é vista, porém com o tempo os resultados deste evento são evidentes no nascimento da criança. Assim é com a salvação. Salvação não é o resultado do empenho e esforço, porém o resultado do trabalho invisível de Deus (veja João 1:12-13).

Salvação é o trabalho não visto do Espírito Santo, um trabalho realizado no coração do homem. Se Nicodemos era para “ver o reino de Deus” (João 3:3; veja também versículo 5), Deus tinha de realizar o novo nascimento no coração dele, um evento não visível para os homens e muito certamente não um trabalho dos homens.

Jesus ligou este maravilhoso, porém não visto trabalho de Deus com os efeitos do vento. Ninguém vê o vento, porém nem ninguém questiona a sua existência. Sabemos que o vento está presente porque sentimos os seus efeitos. Assim é com o Espírito Santo. Não podemos ver o Espírito Santo, porém podemos ver as evidências do Seu trabalho nas vidas dos homens, homens como Pedro e Paulo, e – se você é um nascido de novo filho de Deus – você. Este professor das Escrituras devia saber do seu estudo das Escrituras que o trabalho fora do homem não o salva, porém a renovação interna do Espírito Santo, um trabalho não visto, os efeitos dos quais serão evidentes logo.

Podemos estar pensando que este proeminente professor de Israel deveria saber melhor, porém antes de nos tornarmos muito convencidos, vamos considerar o assunto à luz de nosso próprio pensamento e prática. Somos culpados de sugerirmos (se não declarando) que as pessoas são salvas por preencher um cartão, levantar sua mão, indo à frente, ou sendo batizado? Vamos ser bem claros que o trabalho da salvação é a ação do Deus invisível, cujos efeitos são visíveis.

Frequentemente ouço Cristãos falarem como se seus amados amigos incrédulos acreditariam se Deus apenas se revelasse a eles numa forma espetacular. Isto simplesmente não é assim. O que mais o Senhor Jesus teria de fazer para provar que Ele era o Messias, o Filho de Deus? Como Jesus disse somente aqueles que o Pai atrai para Si mesmo acreditarão. Para aqueles de nós que temos uma confiança indevida nas nossas habilidades apologéticas, nossa habilidade de convencer homens e mulheres da verdade, eu lembraria você que é a Palavra de Deus e é o Espírito de Deus que convence e converte os homens. Não nos enganemos ao pensarmos que se nós fizermos o evangelho claro ou convincente o suficiente os homens acreditarão. Isto ignora a doutrina da depravação dos homens, a invisibilidade de Deus, e a inabilidade de alguém “ver” Deus fora da iluminação divina.

Falar é nossa responsabilidade como Cristãos, e ver é trabalho de Deus:

15 - Por isso, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos, 16 - Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: 17 - Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; 18 - Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; 19 - E qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, 20 - Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. 21 - Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; 22 - E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, 23 - Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. (Efésios 1:15-23).

Que Deus abra nossos olhos espirituais para que contemplemos as coisas maravilhosas que Ele tem reservados para nós:

6 - Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; 7 - Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; 8 - A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. 9 - Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. 10 - Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. (I Coríntios 2:6-10).

Traduzido por Césio J. de Moura

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16. A Verdade De Deus

Introdução

Logo após ceder à pressão da multidão e ordenar a crucificação de nosso Senhor Jesus Cristo, Pilatos fez uma das mais trágicas perguntas da Bíblia:

37 - Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. 38 - Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum. (João 18:37-38).

Porque a pergunta de Pilatos é a resposta para as palavras de nosso Senhor, é ainda mais perturbadora. Quando Pilatos perguntou a Jesus se Ele era um rei, Jesus disse que era. Ele não poderia responder de outra maneira por causa da Sua natureza. Jesus é “a verdade” (veja João 14:6), e Ele não poderia responder a pergunta de Pilatos inveridicamente. Porém Jesus indicou que Sua alegação, enquanto verdade, não seria aceita por aqueles que não eram “da verdade”. Aqueles que eram “da verdade” ouviriam Sua voz e O receberiam como seu Rei.

A resposta de Pilatos é angustiante. Ele estava servindo como juiz que deveria julgar nosso Senhor. Jesus era um revolucionário perigoso que tinha a intenção de derrubar a lei Romana e estabelecer Seu próprio reino? Julgamento deve ser de acordo com a verdade:

16 - Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas. (Zacarias 8:16).

Que triste ouvir o próprio juiz desdenhar a verdade. Pior ainda, apesar de ele discernir a inocência de Jesus como a verdade, ele permitiu a crucificação de nosso Senhor. Seu julgamento não foi certamente de acordo com a verdade.

As palavras de Pilatos mostram que ele não era “da verdade”. Note que ele não pergunta “Qual é a verdade”? Fazendo esta pergunta teria indicado o desejo de conhecer a verdade e agir de acordo com ela. Ao invés, sua pergunta, “Que é verdade?” indica seu cinismo. Pilatos parece duvidar que alguém possa saber a verdade ou mesmo que a verdade existe. Verdade para Pilatos era o que alguém quisesse acreditar ser verdade. Jesus acreditava que Ele era um Rei, os escribas e os Fariseus alegavam que Ele era uma fraude e um traidor, uma ameaça ao Judaísmo e a Roma. Pilatos duvidava que a verdade pudesse ser conhecida ou que ela realmente interessa.

Alguém pretende que a visão de Pilatos sobre a “verdade” era somente sua própria, ou ao menos limitada ao povo dos seus dias e cultura. Tristemente, devo reconhecer que este é também o ponto de vista da nossa própria época. Recentemente estive lendo sobre o assunto “verdade” e meus achados estão longe de serem encorajadores. David Wells escreveu um excelente livro, No Place For Truth com sub-título, Whatever Happened To Evangelical Theology. Outro excelente trabalho é o Made in America: The Shaping of Modern American Evangelicalism,1 de Michael Scott Horton, dos quais citei várias anotações angustiantes. Horton nos lembra de que o mundo secular tem chegado a confiar mais na ciência do que nas Escrituras quando discernindo a verdade, porém a ciência nunca pode preencher a tarefa de responder as questões mais profundas pelas quais os homens precisam aprender sobre a verdade:

Sir John Eccles, um ganhador do Prêmio Nobel em pesquisa do cérebro, observa que a ciência ao tentar responder questões além da sua competência, se reduz a superstição. ‘Ciência’ ele diz, ‘não pode explicar a existência de cada um de nós como um único ser, nem pode responder a perguntas fundamentais como: Quem sou eu? Porque estou aqui? Como cheguei a estar num certo lugar e tempo? O que acontece após a morte? Estes são todos mistérios além da ciência’ Com o Iluminismo, ciência deslocou o Cristianismo como autoridade intelectual, porém quando a ciência falha a dar respostas definitivas ela mesma, relativismo substitui a ciência.2

Relativismo substituiu agora o absolutismo o qual estava enraizado em confiança quanto à nossa habilidade em saber a verdade das Escrituras. Este relativismo está especialmente evidente no domínio da educação:

‘O propósito da educação’ em nossos dias, diz Bloom, ‘não é formar eruditos, porém provê-los com uma virtude moral: abertura. Há uma coisa que o professor pode estar absolutamente certo de’, de acordo com Bloom: ‘quase todo estudante entrando na universidade acredita, ou diz que acredita, que a verdade é relativa.’ Estudantes tem causas sem conteúdo. A razão foi substituída pelo compromisso insensato, elevação da consciência e sentimentalismo barato’ Não podemos dizer o mesmo da subcultura evangélica contemporânea?3

‘No portal da universidade’ escreve Bloom, ‘está escrito de várias formas, e em várias línguas, “Não há verdade – ao menos aqui”. Numa cultura de narcisismo, ‘verdade deu lugar a credibilidade, fato a declarações que soam “com autoridade” sem transmitir qualquer informação “com autoridade”.4

E.D. Hirsch Jr, refere-se à educação corrente pública como ‘educação estilo cafeteria’. Não existe mais um núcleo de conhecimento ou opinião geralmente aceito. Olhando os catálogos correntes para seminários e colégios evangélicos, se descobre uma surpreendente similaridade com a ‘educação estilo cafeteria’. Se os evangélicos não podem vir com um núcleo de convicções, e defende-los, como podemos criticar o mundo pelo mesmo? Lembremos a observação de Marty sobre os evangélicos que ‘pegam e escolhem verdades como numa linha de cafeteria’.5

Não é surpresa que o mundo secular tem chegado a um ponto de desespero no conhecimento da verdade, ou mesmo se existe tal coisa como verdade universal, imutável. Porém Horton aponta a verdade trágica que mesmo os evangélicos sucumbiram às pressões culturais e agora veem a verdade da mesma forma relativista como o mundo secular:

Francis A. Schaeffer notou, ‘T.H. Huxley falou como profeta… quando disse que chegaria um dia quando a fé seria separada de todos os fatos, e a fé iria continuar triunfante para sempre’. Afinal de contas, isto foi o que Immanuel Kant propôs e Soren Kierkegaard interpretou – o famoso salto de fé. ‘Isto é onde’, Schaeffer acautelou, ‘não somente os teólogos liberais estão, porém também os evangélicos, teólogos ortodoxos que começam rebaixar a verdade, a verdade proposicional da Escritura, a qual Deus nos deu’.6

A maioria dos estudantes evangélicos dos colégios e seminários – mais da metade, de acordo com James Davison Hunter – creem que ‘a Bíblia é a Palavra Inspirada de Deus, não enganada em seus ensinamentos, porém não é sempre para ser tomada literalmente em suas declarações referentes a assuntos da ciência, relatórios históricos, etc.’. Além disso, ‘Alguém não pode falar da verdade final per se, somente verdade final para cada crente. Em outras palavras, a maioria dos estudantes nas instituições evangélicas já aceitaram o relativismo da sua cultura, e com isto, a concessão liberal e neo-ortodoxa que fé em Cristo é um assunto espiritual, não dependente de fatos externos, objetivos da história.7

A Reforma ocorreu porque uns poucos bons homens estavam firmemente convictos de que a Palavra de Deus é a verdade, e que as visões dos indivíduos, de culturas, e mesmo da igreja não podem e não devem professar e praticar qualquer “verdade” outra que não aquela que pode ser defendida pelas Escrituras. A pregação trôpega, emasculada tão típica dos nossos dias era também a norma nos dias pouco antes da Reforma. A paráfrase de Horton de Lutero e Calvino, e sua referência à declaração de Calvino da pregação do seu dia, são cômicas:

Martinho Lutero e João Calvino, parafraseados, colocados nestas palavras: ‘A Bíblia em si não é ambígua sobre estes assuntos que estamos falando - a igreja é!’ Relutante de ser vulnerável aos ensinos perigosos das Escrituras, a igreja recusou tomar padrões teológicos - até a Reforma a deixou com nenhuma opção. De fato, na véspera da Reforma, havia doze escolas teológicas de pensamento competindo para controlar a Universidade de Paris. Calvino disse, ‘Raramente um ministrou assumiu o púlpito para ensinar... Não, que sermão foi este que velhas esposas não devem ter mais caprichos do que elas podem criar no seu ambiente familiar em um mês?’8

Precisamos de outra Reforma. Precisamos de um comprometimento renovado com a verdade como a achada nas Escrituras e como sumarizada nas proposições teológicas e doutrinárias. Verdade acha sua origem em Deus, sua encarnação em Jesus Cristo, e sua presente manifestação na Palavra escrita de Deus, a Bíblia. Nossa lição irá considerar o fato de que a verdade vem somente de Deus, porque Deus é a verdade e a origem de toda a verdade.

A Verdade de Deus e a Queda do Homem

Sempre pensei que a questão fundamental implícita na queda do homem no Jardim do Éden era a autoridade. Autoridade joga um papel significativo na queda, e a criação (I Coríntios 11:7-10) e a queda (I Timóteo 2:9-15) serve como base para os princípios de autoridade de Deus no Novo Testamento. A “cadeia de comando” de Deus foi claramente invertida na queda, pois a criatura (a serpente) guia a mulher, e a mulher guia o homem. Contudo, agora vejo que a questão fundamental na queda do homem no Jardim do Éden (para Eva ao menos)9 foi a questão da verdade. Quem falou a verdade, Deus ou Satanás? Em quem acreditar? A quem obedecer? As respostas a estas perguntas dependem de quem se achava que estava falando a verdade.

Quão incrível que Eva acreditaria na serpente e não em Deus! No primeiro capítulo do Livro de Gênesis, a história da criação é dada com as expressões repetidas, “E Deus disse...” seguidas por, “ e assim foi” (ou palavras similares):

9 - E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. (Gênesis 1:9).

Satanás tomou a forma da serpente, um ser criado. Ele começou questionando a ordem de Deus referente ao comer do fruto das árvores do jardim. Ele distorceu a ordem, e assim fazendo sugeriu que Deus estava retendo mais que era desejável. Por inferência, ele levantou a questão relativa à bondade de Deus. “Como pode Deus ser bom e reter tanto do que é bom?” Finalmente, ele virtualmente chama Deus de mentiroso por assegurar a Eva, “certamente não morrereis” (Gênesis 3:4). E assim Eva deve escolher em quem acreditar – quem está falando a verdade. Eva fez a escolha errada. Deus é a origem da verdade; Satanás é a fonte de mentiras e decepção.

Achamos logo no começo da Bíblia uma lição a ser aprendida. Deus é verdade, e Ele sempre fala a verdade. Satanás é um mentiroso, que pode ser confiado para mentir. Satanás é o grande enganador, que desde o Jardim do Éden em diante tem procurado guiar os homens e mulheres extraviados, levando-os para longe da verdade, e enganando-os para acreditar em suas mentiras.

A Lei do Velho Testamento e a Verdade de Deus.

No Velho Testamento, Deus raramente fala para os homens audivelmente e pessoalmente. Quando Ele fala, o tempo prova que Suas promessas são verdade e confiáveis. Abraão e Sara tiveram um filho em sua idade avançada, assim como Deus havia dito (Gênesis 12:1-3; 13:16; 15:1-6; 17:1-8; 18:9-15; 21:1-5). Israel levou 400 anos na escravidão Egípcia, assim como Deus dissera para Abraão (Gênesis 15:13-14: Êxodo 12:40-41)

Logo após a passagem pelo Mar Vermelho, Deus deu para a nação de Israel a Lei. Esta Lei foi revelada para os homens como a verdade de Deus. A resposta do homem para esta verdade era uma questão de vida e morte (Veja Deuteronômio 30:15, 19). Quando Deus revelou Sua glória para Moisés, Ele proclamou que Ele era a abundante fonte da verdade:

6 - Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; (Êxodo 34:6).

Portanto, quando a Lei foi dada através de Moisés, ela foi dada como a verdade de Deus, e esta era a forma como os reverentes Judeus a viam:

142 - A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade. 151 - Tu estás perto, ó SENHOR, e todos os teus mandamentos são a verdade. 160 - A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre. (Salmo 119:142, 151, 160).

13 - Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do SENHOR nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades, e para nos aplicarmos à tua verdade. (Daniel 9:13).

A Lei de Deus é a Sua verdade, revelada para o Seu povo. Os profetas foram enviados por Deus, não para somente dar revelações posteriores referentes aos eventos futuros, porém para interpretar a Lei e para mostrar aos homens como a Lei era para ser aplicada. Satanás, o grande enganador, também tem seus porta-vozes, os falsos profetas, que procuram levar o povo de Deus para longe da verdade pervertendo a Palavra de Deus. Moisés advertiu os Israelitas sobre tais falsos profetas. Na verdade, ele indicou que as respostas dos Israelitas aos falsos profetas era um teste do seu amor por Deus:

1 - QUANDO profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, 2 - E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; 3 - Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. 4 - Após o SENHOR vosso Deus andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis. 5 - E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o SENHOR vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o SENHOR teu Deus, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti. (Deuteronômio 13:1-5)

Foi assumido que alguns falsos profetas teriam a habilidade de realizar falsos sinais e prodígios. Pode-se concluir disto que o profeta deve ser um porta-voz enviado por Deus, porém Moisés indica que isto não é necessariamente assim. Um profeta não deve somente ser capaz de preencher as coisas que ele prometeu, sua revelação deve estar conforme a Lei a qual Deus já tinha revelado. Os profetas podem dar na verdade nova revelação, porém devem sempre estar conforme a velha, a qual Deus já havia revelado. De fato, a Lei prove o largo esboço para o programa de Deus na história, e os últimos profetas simplesmente preenchem com detalhes posteriores. Se a palavra do profeta contradiz a Lei, ele era um falso profeta e devia ser morto. Nenhum profeta que leva os homens a não amar e servir a Deus é um profeta verdadeiro, e nenhum Israelita verdadeiro ousa falhar de ver que um falso profeta deve ser morto. Aqueles que verdadeiramente amam a Deus com todo o seu coração e alma irão odiar a falsidade, e irão odiar todos aqueles que proclamam a falsidade num esforço de levar o povo de Deus longe Dele. Amor a Deus significa odiar o maligno. (veja Romanos 12:9).

Um pouco depois no Livro de Deuteronômio, Moisés tem mais a dizer sobre os profetas. Deus revelou verdade através de Moisés, o grande profeta através de quem a Lei foi dada, porém Deus estava para revelar ainda maiores coisas através do Messias, um profeta como Moisés, que estava ainda por vir:

14 - Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa. 15 - O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; 16 - Conforme a tudo o que pediste ao SENHOR teu Deus em Horebe, no dia da assembleia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do SENHOR teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. 17 - Então o SENHOR me disse: Falaram bem naquilo que disseram. 18 - Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19 - E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele. 20 - Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. 21 - E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou? 22 - Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele. (Deuteronômio 18:14-22).

Ouçam é uma palavra chave nesta passagem. Os pagãos ouvem aos seus falsos profetas, e eles são guiados extraviados. O povo de Deus não é para ouvir os falsos mensageiros. E como o povo de Deus pode saber as diferenças entre o falso e o verdadeiro? Nos versículos 21-22, Moisés diz que o teste de um profeta é quando suas palavras se cumprirem.

Aqueles cujas profecias não se cumprem são falsos profetas. Se as palavras do profeta se cumprem, isto não prova que ele é um verdadeiro profeta, pois suas palavras devem também ser consistentes com a revelação da verdade de Deus na Lei (Deuteronômio 13:1-5).

A pessoa central desta passagem é nosso Senhor Jesus Cristo. Sua vinda está predita pela comparação Dele com Moisés, Seu predecessor. Assim como Moisés foi aquele através do qual Deus revelou Sua Lei e através de quem Ele estabeleceu Sua (Mosaica) Aliança, Deus irá falar através do Messias, que irá introduzir e implementar a Nova Aliança. Ele é Aquele que é ainda maior do que Moisés. Quando Ele aparecer, levantado por Deus, o povo é para ouvi-LO.

Esta passagem 18 de Deuteronômio é fascinante. Moisés lembra os Israelitas o que seus pais solicitaram na base do Monte Sinais. Eles não estavam somente receosos de ver a glória de Deus (como manifestada no grande fogo, 18:16), eles estavam mesmo receosos de ouvir Deus, afim de que não morressem. As palavras de Deus eram na verdade poderosas e impressionantes para este povo! Eles pediram que eles não ouvissem Deus falar e que Moisés fosse intercessor. Deixe Moisés falar com Deus face a face e então dizer a eles o que ele ouviu. Estou admirado que Deus elogiasse o povo por fazer tal pedido (veja 18:17) e então passar a falar do que virá para alguém como Moisés, que falará em Seu nome e a quem os homens são para ouvir (Deuteronômio 18:15-19).

O grande contexto de Deuteronômio ajuda a explicar a profecia dos versículos 15-19. Em Deuteronômio 18:15-19, Moisés está se referindo ao passado aos eventos descritos em Êxodo 20:18-19, as coisas na história de Israel as quais Moisés se refere para a segunda geração de Israelitas em Deuteronômio 5:23-27. Porém em ambos os textos anteriores, nada é dito de um “profeta como Moisés”, que Deus irá levantar. E ainda Moisés indica que Deus falou Dele naquele tempo (Deuteronômio 18:16-19). Aqui está ainda outro exemplo de revelação progressiva, mesmo dentro do Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia). As palavras de Moisés no capítulo 18 lançam muita luz no que lemos em Deuteronômio 5:29, e depois, no capítulo 30, versículos 1-6. É o Senhor Jesus Cristo o “profeta como Moisés”, que irá “circuncidar os corações” do povo de Deus, e que dará a eles um coração temente a Ele e obediente aos Seus mandamentos. Isto devermos ver agora cumprido à medida que passamos o resto do Velho Testamento e focalizamos nossa atenção na vinda de Jesus como o Messias prometido no Novo Testamento.

Jesus Cristo, A Verdade de Deus Encarnada.

À medida que nos aproximamos da apresentação formal do Senhor Jesus nos Evangelhos, vamos ter em mente várias especificações em relação ao Messias, o qual Moisés e outros profetas do Velho Testamento indicaram descreveria Aquele que Deus levantaria como um “profeta como Moisés”.

(1) Ele era para ser um profeta (Deuteronômio 18:15).

(2) Ele era para ser um profeta como Moisés (18:15)

(3) Levantado por Deus de entre eles (18:15)

(4) Ele seria um mediador entre os homens e Deus, falando aos homens do Deus e do que Ele ouviu quando na presença de Deus (18:16-18).

(5) Ele daria ao povo de Deus um novo coração, para amar e obedecer a Deus (Deuteronômio 5:29; 29:4; 30:1-6).

(6) Ele não aboliria a Lei, porém ao invés disto escreveria a Lei nos corações dos homens (5:29; 29:4; 30:1-6; Jeremias 31:31-34)

(7) Ele iria introduzir e implementar uma aliança com Deus (Êxodo 34: 10ss.; Jeremias 31:31-34)

(8) Os homens O reconheceriam pelo fato de que o que Ele disse aconteceria – por sinais e prodígios realizados pelas Suas mãos (Deuteronômio 18:21-22)

(9) Ele foi Aquele a quem os homens deveriam ouvir (18:15, 19).

O Senhor Jesus cumpriu perfeitamente todos estes requerimentos proféticos. Considere alguns paralelos os quais o Novo Testamento tirou entre o Senhor Jesus Cristo e Moisés:

(1) Moisés foi divinamente salvo da morte na sua infância, assim como o Senhor Jesus (Êxodo 2:1-10; Mateus 2:1-15).

(2) Ambos foram trazidos do Egito (Êxodo 12-14; Mateus 2:13-15).

(3) Moisés também subiu numa montanha e recebeu a Lei e então ensinou o povo o seu significado (Êxodo 18:19-20); Jesus também subiu uma montanha e ensinou o significado da Lei (Mateus 5-7).

(4) Através de Moisés, Deus deu aos Israelitas pão para comer; Jesus falou do pão e da água, que dariam a vida eterna, e realizou o sinal alimentando 5.000 (Êxodo 15-17; João 4:1-14; 6:1-14).10 Quando Moisés desceu da montanha, sua face brilhava com a glória de Deus (Êxodo 34:29-35); quando Jesus estava no monte da transfiguração, Seu corpo inteiro brilhava com a glória de Deus (Mateus 17:2). No monte da transfiguração, quem apareceria lá, com Jesus, senão Moisés e Elias? (Mateus 17:3).

Considerem em grande detalhe outras formas nas quais o Senhor Jesus claramente cumpriu a profecia de Deuteronômio 18. Moisés falou ao povo que quando o profeta como ele aparecesse, Ele seria levantado por Deus. O relato milagroso do nascimento virginal de nosso Senhor torna claro que Jesus foi levantado por Deus. O apóstolo João quer que saibamos que Jesus é a verdade, que foi enviado por Deus:

1 - NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 - Ele estava no princípio com Deus. 3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. 4 - Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 - E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 6 - Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. 7 - Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. 8 - Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. 9 - Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. 10 - Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. 11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 - Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; 13 - Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14 - E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 15 - João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. 16 - E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. 17 - Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. 18 - Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. (João 1:1-18)

Jesus é a Palavra de Deus, a Palavra que existiu com Deus desde a eternidade, e que então foi enviado para os homens por Deus. Ele é o Criador de todas as coisas. Ele é a origem da vida. Ele é a “luz”. Eu considero aqui que “luz” é um símbolo para verdade. João o Batista não era a “luz”, porém uma testemunha do fato de que Jesus Cristo era a “luz” do mundo. Os homens não recebem Jesus como a verdade porque Sua “luz” (Sua verdade) revela seu caráter. Os pecadores amam a escuridão (erro, falsidade), porque eles supõem que ela esconde seus pecados. Embora Ele tenha feito o mundo, o mundo não O reconhece porque os homens são maus e desprezam a luz da verdade, a qual revela nosso pecado. Foi o Senhor Jesus, João testifica que personificou “graça e verdade”. Embora nenhum homem tenha visto Deus em qualquer tempo, Deus apareceu em carne humana, na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo. É Ele quem explica ou revela o Pai para os homens.

Quando Jesus desceu do Seu caminho para passar através de Samaria (João 4:3-4), Ele encontrou uma mulher Samaritana no poço onde Ele parou para descansar e refrescar. Ele falou com ela sobre a “água da vida”, porém ela realmente não entendeu nem percebeu quem Ele era. E então Jesus falou estas palavras:

16 - Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. 17 - A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; 18 - Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade. 19 - Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. (João 4:16-19).

O que fez esta mulher parecer diferente para Jesus? Porque ela agora percebeu que Ele era um profeta? Foi porque Jesus disse a ela algo que Ele, como um estrangeiro, possivelmente não poderia saber. Ele sabia a verdade sobre ela, toda a feia, sórdida verdade. Profetas falam a verdade, e Jesus falou a verdade sobre ela. Jesus, ela corretamente raciocinou, era um profeta. E assim Ele era o Profeta.

Um pouco depois em Sua conversação com esta “mulher do poço” Jesus falou sobre a verdade:

23 - Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24 - Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (João 4:23-24).

Jesus falou para esta mulher que Deus estava procurando “verdadeiros adoradores”. Verdadeiros adoradores devem adorar o Pai “em espírito e em verdade”. Deus é Espírito, e Ele é verdade. Deus requer que a adoração dos homens seja compatível com Sua natureza. Então, os homens devem adorar a Deus no Espírito Santo e de acordo com a verdade. E desde que Jesus é o Filho de Deus, desde que Ele é divino, Ele, como Deus, é também a verdade:

6 - Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (João 14:6).

Ninguém pode chegar ao Pai – para salvação ou para adorar – exceto através de Jesus Cristo, que é a Verdade de Deus Encarnado.

Como Moisés falou para os Israelitas, comunicando a eles o que ele ouviu de Deus enquanto em Sua presença, nosso Senhor Jesus é o Único que viu a Deus, em Sua presença, e Ele fala aos homens por Deus o que Ele ouviu do Pai:

25 - Disseram-lhe, pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: Isso mesmo que já desde o princípio vos disse. 26 - Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo. 27 - Mas não entenderam que ele lhes falava do Pai. 28 - Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou. 29 - E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. 30 - Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele. 31 - Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; 32 - E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 33 - Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? 34 - Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. 35 - Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. 36 - Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. 37 - Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós. 38 - Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. 39 - Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. 40 - Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isto. 41 - Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. 42 - Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. 43 - Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra. 44 - Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. 45 - Mas, porque vos digo a verdade, não me credes. 46 - Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes? 47 - Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus. (João 8:25-47)

Central para a mensagem destes versículos é o conceito de verdade. Jesus é filho de Seu Pai, Ele é, por natureza, verdade, e então Ele fala somente a verdade. Seus oponentes tem o demônio como seu pai. O demônio é um mentiroso, e nenhuma verdade habita nele, assim eles estão predispostos a mentir e não dizer a verdade. Eles se opõem a Jesus porque Ele fala a verdade, e eles desdenham a verdade. As obras de Jesus dão crédito às Suas palavras, que são palavras do Seu Pai e palavras completamente consistentes com a Lei. Ele não veio para deixar de lado a Lei ou para anular a Lei, porém para cumpri-la (Mateus 5:17).

Como Moisés deu aos homens mandamentos de Deus, assim o Senhor Jesus dá mandamentos também:

34 - Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. 35 - Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João 13:34-35).

12 - O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. (João 15:12; compare Mateus 28:20).

Jesus disse aos Seus discípulos que após Ele partir Ele viria para eles através do Seu Espírito, o Espírito o qual Ele identificou como o “Espírito da verdade” (veja João 14:17; 15:26; 16:13). Através da Sua Palavra e Seu Espírito, os homens se converterão e serão levados à maturidade em Cristo.

Os escritores do Novo Testamento, sem hesitação, declaram Jesus como a fonte da verdade, então o evangelho é a verdade, a verdade a qual os homens devem ouvir ou rejeitar:

25 - Mas ele disse: Não deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e de um são juízo. (Atos 26:25).

18 - Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. (Romanos 1:18).

25 - Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. (Romanos 1:25).

7 - A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; 8 - Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; (Romanos 2:7-8).

1 - EM Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): (Romanos 9:1).

8 - Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais; (Romanos 15:8).

10 - Como a verdade de Cristo está em mim, esta glória não me será impedida nas regiões da Acaia. (II Coríntios 11:10)

5 - Aos quais nem ainda por uma hora cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós. (Gálatas 2:5).

13 - Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. (Efésios 1:13).

21 - Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; (Efésios 4:21).

5 - Por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, 6 - Que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade; (Colossenses 1:5-6)

12 - Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade. 13 - Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do SENHOR, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; (II Tessalonicenses 2:12-13).

Conclusão

Deus é a origem de toda a verdade. Seu Filho, Jesus Cristo, Personifica a verdade. O que isto tem a ver conosco? Moisés nos disse:

15 - O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; 16 - Conforme a tudo o que pediste ao SENHOR teu Deus em Horebe, no dia da assembléia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do SENHOR teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. 17 - Então o SENHOR me disse: Falaram bem naquilo que disseram. 18 - Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19 - E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele. (Deuteronômio 18:15-19).

Deus levantou um profeta, como Moisés. Este “profeta” é o Messias, o Senhor Jesus Cristo. As implicações disto são claras e simples: devemos ouvir a Ele. E se não ouvirmos, devemos colher as consequências que Deus requererá de nós.

Quando o Senhor Jesus foi transfigurado, Deus claramente declarou aos três discípulos que testemunhavam o evento o que significava para eles:

1 - SEIS dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, 2 - E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. 3 - E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. 4 - E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias. 5 - E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o. (Mateus 17:1-5, ênfase do autor)

Quando Jesus estava preparando Seus discípulos para Sua ausência, Ele deu a eles um mandamento relativo à Sua Palavra:

31 - Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; (João 8:31).

15 - Se me amais, guardai os meus mandamentos. (João 14:15).

21 - Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. (João 14:21).

23 - Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. (João 14:23).

10 - Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. (João 15:10).

O escritor aos Hebreus enfatiza a importância de prestar atenção à Palavra de Deus, assim como Pedro e João enfatizaram:

1 - HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, 2 - A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3 - O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder (Hebreus 1:1-3a.)

1 - PORTANTO, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. 2 - Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, 3 - Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; 4 - Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hebreus 2:1-4, ênfase do autor).

16 - Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade. 17 - Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. 18 - E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo; 19 - E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. (II Pedro 1:16-19, ênfase do autor).

6 - Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro. (I João 4:6).

Devemos ouvir a Deus quando Ele fala através do Seu Filho e continua a falar através da Sua Palavra, a Bíblia. Devemos ouvir porque Deus nos instruiu para ouvir. Porém deveríamos também ouvir porque compreendemos que a Palavra de Deus, Sua verdade, é de vital importância para cada aspecto do nosso caminhar Cristão diário.

(1) A verdade da Palavra de Deus é a mensagem que devemos crer para sermos salvos (Veja Salmo 31:5; 57:3; 61:7;69:13; Provérbios 16:6;11 Colossenses 1:5-6; I Timóteo 2:4; II Timóteo 2:15; Hebreus 10:26; Tiago 1:18; I Pedro 1:22).

(2) A verdade da Palavra de Deus é a base para nossa fé (veja Romanos 10:8; Hebreus 11).

(3) A verdade da Palavra de Deus (do evangelho) é a mensagem que proclamamos para os pecadores perdidos para que eles possam ser salvos (Romanos 1:16; Gálatas 2:5; Efésios 1:13; 1 Pedro 1:22-25).

(4) A verdade da Palavra de Deus é também a base para a condenação daqueles descrentes que rejeitam a verdade do evangelho (II Tessalonicenses 2:12-13).

(5) A verdade da Palavra de Deus é essencial para nossa santificação (João 17:17; Efésios 4:14-24; II Pedro 1:4).

Permanecer na Palavra de Deus.

Permanecer na Palavra de Deus é essencial para o discipulado, e resulta em conhecer a verdade, que nos liberta. Devemos elaborar este princípio de importância vital. Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João 8:32). A verdade nos libertará, ela nos diz como podemos estar livres do poder do pecado e da punição da morte. Porém como nós “conhecemos a verdade”? Permita-me apontar um fato assaz óbvio, porém frequentemente negligenciado: João 8:32 começa com a palavra “e”, o que nos indica que João 8:32 é uma continuação e conclusão de João 8:31. Vejamos estes dois versículos juntos:

31 - Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; 32 - E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (João 8:31-32).

Como sabemos a verdade? Permanecendo na Palavra de nosso Senhor, permanecendo nas palavras das Escrituras. Assim fazendo, somos verdadeiramente Seus discípulos, e somos livres. Pedro diz virtualmente a mesma coisa:

4 - Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. (II Pedro 1:4).

E Paulo diz também a mesma coisa:

17 - E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. 18 - Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; 19 - Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. 20 - Mas vós não aprendestes assim a Cristo, 21 - Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;22 - Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;23 - E vos renoveis no espírito da vossa mente;24 - E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. (Efésios 4:17-24, ênfase do autor).

(1) A verdade da Palavra de Deus descreve a vida como ela é realmente (veja Provérbios 20:14).

(2) A verdade da Palavra de Deus é o conteúdo que edifica os santos (Zacarias 8:16; Efésios 4:15, 24-25).

(3) A verdade da Palavra de Deus é a base para adoração e louvor (João 4:23-24; I Coríntios 5:8).

(4) A verdade da Palavra de Deus é a origem da sabedoria (Salmo 119:98-100, 130)

(5) A verdade da Palavra de Deus é o primeiro meio pelo qual Deus nos guia. (Salmo 25:5, 10; 26:3; 43:3; 86:11; 119:105).

(6) A verdade da Palavra de Deus é a primeira arma na batalha espiritual (Salmo 40:10-11; II Coríntios 6:7; Efésios 6:14).

(7) Verdade é o que Deus deseja achar em nós (Salmo 51:6).

(8) A vida Cristã é chamada “o caminho da verdade” (II Pedro 2:2. Nós devemos “andar na verdade” (II João 1:4; III João 1:3-4).

(9) Nós não devemos mentir, devemos falar a verdade (Efésios 4:15).

(10) O Espírito Santo, que habita em nós, é o “Espírito da verdade” (João 14:17; 15:26: 16:13), e mentindo ou enganando os santos é “mentir para o Espírito Santo” – uma ofensa muito séria (Atos 5:1-11).

(11) Arrogância é chamada “mentindo contra a verdade” – não é viver de acordo com a realidade (Tiago 3:14).

(12) Santidade está intimamente associada com um conhecimento da verdade (Tito 1:1-2).

(13) A verdade é uma das bases para a unidade de todos os crentes – “uma fé” (Efésios 4:5).

(14) Conhecer a verdade nos livra de proibições legalistas e nos capacita para gozar a vida mais totalmente (I Timóteo 4:3).

(15) A igreja é o “pilar e o chão da verdade” (I Timóteo 3:5).

Com isto, podemos ver que a verdade da Palavra de Deus é nossa linha da vida; é vital para nossa salvação e para nosso caminhar diário. É o pão da vida para aqueles que o comerão.

Finalmente, vamos considerar várias características importantes da verdade e suas implicações para nós.

A Verdade é Eterna

2 - Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do SENHOR dura para sempre. Louvai ao SENHOR. (Salmo 117:2).

35 - O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. (Mateus 24:35).

A verdade não sai da moda, ela não muda com o tempo. Dispensacionalistas em particular devem tomar cuidado de não pensar do Velho Testamento, incluindo a Lei, como algo obsoleto, não mais aplicável. Os escritores do Novo Testamento fazem um bom trabalho usando o Velho Testamento incluindo a Lei (veja, por exemplo, 1 Coríntios 9:8-11; 10:1-13; 14:34; Romanos 15:4). Foi Paulo quem falou para Timóteo que “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa...” (II Timóteo 3:16). A verdade de Deus nunca está desatualizada. Ela é aplicável para nós no século vinte assim como foi para os homens de séculos atrás.

A Verdade é Universal.

17 - Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda a parte ensino em cada igreja. (I Coríntios 4:17).

Alguns pensam que quando Paulo escreveu para os Coríntios sobre o papel das mulheres na igreja, ele estava falando somente para aqueles santos naquela cultura naquele tempo e lugar. Isto não é o que Paulo indica no capítulo 4, versículo 17. Ele fala aos Coríntios que seus ensinos se ajustam à sua prática, e que isto é consistente em qualquer lugar que ele vá.12

Tendo viajado bastante através dos anos com a oportunidade de observar algumas igrejas na Europa, Ásia e África, não foi surpresa nenhuma ver o ensino, princípios e práticas do Novo Testamento, em todos os lugares que visitei. A verdade é universal; é aplicável em qualquer lugar, a qualquer tempo, e em qualquer grupo de pessoas. Quando ouço ensinos ou métodos que funcionam somente em certos lugares e entre certas pessoas, eu sei que não estou lidando com a verdade, porém com uma moda passageira. Um livro que não será vendido nas ruas da Índia, porém somente em lugares como North Dallas, é um livro que contém ideias humanas. A Bíblia atua em qualquer lugar, qualquer tempo, e entre qualquer povo, porque a Bíblia é a verdade. Gastamos muito tempo e dinheiro em livros que não lidam o suficiente com a verdade.13

A Verdade Vem De Deus.

A única verdade absoluta vem de Deus e é transmitida através da Bíblia, a Palavra de Deus.

É nos dito, “Toda verdade é verdade de Deus”. Há um senso de que isto é verdade. Não há verdade que é contrária a Deus ou da qual Deus não é o autor. Tendo reconhecido isto, a única verdade que conheço com certeza ser verdade é a verdade que Deus revelou na Bíblia. Todas as outras verdades são verdades aparentes, e devo concluir que porque elas não são achadas na Bíblia, elas não são essenciais para “vida e santidade” (II Pedro 1:3; veja também II Timóteo 3:16-17). Estas verdades são, portanto secundárias e subordinadas às verdades bíblicas. Porque então tantos líderes Cristãos falam de “integrar certas teorias seculares com revelação bíblica”? Especialmente popular é o conceito de “integrar psicologia e teologia”. Não tomarei parte em tal conversa. Quem teria coragem de chamar as teorias psicológicas de “verdade”? E quem teria coragem de falar destas teorias como se elas estivessem a par com as Escrituras? É tempo de subordinar todas as verdades não bíblicas à verdade de Deus, a Palavra de Deus.

Verdade Precisa Ser Integrada com Nossas Vidas.

A Bíblia nos chama a integrar teologia (verdade de Deus) e moralidade. Existe uma ligação muito próxima entre verdade e moralidade. A imoralidade nos cega para a verdade. Verdade nos liga à moralidade. Verdade e justiça são estreitamente interligadas. Aquelas verdades que não tem implicações práticas morais são de alguma forma suspeitas, pois Deus não revela Sua verdade para encher nossos notebooks ou mentes, porém para transformar nossas vidas (veja Romanos 12:1-2; Efésios 4:17-24).

A Verdade é Infinita.

10 - Pois a tua misericórdia é grande até aos céus, e a tua verdade até às nuvens.(Salmo 57:10).

4 - Porque a tua benignidade se estende até aos céus, e a tua verdade chega até às mais altas nuvens.(Salmo 108:4).

Isto significa que buscar a verdade nunca cessa. Isto significa que nunca saberemos toda a verdade nesta vida. Somente arranhamos a superfície do vasto oceano da verdade, a qual ainda é desconhecida e não revelada. Porém saibamos que as verdades que precisamos saber foram reveladas, e nos acautelemos de tudo o mais. Estas verdades reveladas são as verdades que deveríamos aprender e implementar.

29 - As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei. (Deuteronômio 29:29).

Devemos procurar aprender aquela verdade que Deus revelou claramente, enfaticamente e repetidamente em Sua Palavra, e não nos desviemos por buscas especulativas e teóricas.

5 - Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. 6 - Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; 7 - Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam. (I Timóteo 1:5-7).

7 - Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade; (I Timóteo 4:7).

4 - E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. (II Timóteo 4:4).

14 - Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade. (Tito 1:14).

A Verdade Está Centrada em Cristo.

Quando nos desviamos de Cristo, nos desviamos da verdade.

21 - Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; (Efésios 4:21).

1 - PORQUE quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne; 2 - Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, 3 - Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. 4 - E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. 5 - Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. 6 - Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, 7 - Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças. 8 - Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; (Colossenses 2:1-8).

A Verdade é Exclusiva.

Eis aqui uma diferença significativa entre Cristianismo e politeísmo ou culturas pluralísticas. Outros sistemas religiosos não tem problema com incompatibilidade da verdade. Eles irão frequentemente abraçar diferentes “deuses” e permitir ao indivíduo abraçar qualquer sistema que ele ou ela preferir. Verdade Bíblica, verdade de Deus, é exclusiva. Ela é incompatível com qualquer suposta verdade que contradiz as Escrituras. Os Cristãos podem ser rotulados de “intolerantes” por tal convicção, porém não existe mais do que um sistema verdadeiro.

A Verdade é Doutrinária e Proposicional.

Se a Palavra de Deus é a verdade, então a verdade pode ser colocada em palavras e deve se originar da Palavra. Ousamos não aprender nossa verdade existencialmente, fora da Palavra escrita de Deus. E ousamos não desprezar doutrina nem teologia. Verdade é um sistema, não é apenas uma compilação de fatos aleatórios.

Considere esta ilustração de um evento contemporâneo. Recentemente, o caso O. J. Simpson tem sido ventilado diariamente. As pessoas realmente querem saber a verdade; elas querem saber o que aconteceu. A polícia levantou uma grande quantidade de evidências, algumas das quais serão aceitas pelo Juiz e algumas serão rejeitadas.

Porém todas estas evidências não explicam o que aconteceu a estes dois seres humanos. A promotoria irá apresentar seu caso, o qual eles apresentarão como a “verdade” para o júri. A defesa pegará a mesma evidência e dará uma explicação inteiramente diferente, uma tentativa inteiramente diferente de explicar a verdade do que aconteceu. Idealmente, um lado ou o outro transmite a verdade. Falando praticamente, nenhum lado terá a verdade total. A tarefa do júri é determinar, da melhor forma possível, qual é a verdade.

A Bíblia é assim. Ela não é apenas uma lista de fatos sobre Deus e os homens. Existe um número de declarações proposicionais, porém devem ser harmonizadas, colocadas juntas, a fim de ganharmos um sentido completo do que a Bíblia ensina. A verdade das Escrituras, portanto resulta em um gênero de doutrina. Existem diferentes posições doutrinárias (cada uma das quais gosta de pensar que está o mais próximo da verdade), e podemos diferir das conclusões de outros. Porém não se pode pensar ou falar da verdade fora da doutrina.

Algumas vezes ouvimos alguém dizer, “Nós não adoramos doutrina, adoramos Jesus”. Que Jesus você adora? Lembre-se, você deve adorar a Deus “em Espírito e em verdade” (João 4:24).

A conversa entre Jesus e a mulher no poço foi sobre diferenças doutrinárias, e Jesus deixou claro que a doutrina desta mulher (a doutrina dos Samaritanos) estava errada. Paulo diz que alguém pode vir, pregando “outro Jesus” (II Coríntios 11:4). Doutrina descreve e define o “Jesus da Bíblia” assim podemos adorar em Espírito e verdade. Você não pode ter verdade fora da doutrina. Desdenhar doutrina não é somente tolo, é perigoso.

14 - Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. (Efésios 4:14).

6 - Propondo estas coisas aos irmãos, será bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. (I Timóteo 4:6).

1 - TODOS os servos que estão debaixo do jugo estimem os seus senhores por dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. (I Timóteo 6:1).

3 - Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, (I Timóteo 6:3).

3 - Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; (II Timóteo 4:3).

9 - Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contra dizentes. (Tito 1:9)

1 - TU, porém, fala o que convém à sã doutrina. (Tito 2:1).

7 - Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, (Tito 2:7).

10 - Não defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador. (Tito 2:10).

A verdade de Deus, revelada em Cristo e na Palavra escrita de Deus, a Bíblia, deve ser prioridade em nossas vidas. Vamos procurar, pela Sua graça, ser povo da Palavra, povo que ama a verdade e que procura nas Escrituras para acha-la. E vamos ser aqueles que encarnam a verdade, colocando-a em prática em nosso viver diário, para Sua glória.

Traduzido por Césio J. de Moura


1 Michael Scott Horton, Made In America: The Shaping of Modern American Evangelicalism (Grand Rapids: Baker Book House, 1991).

2 Horton, pp. 143-144.

3 Horton, p. 145.

4 Horton, p. 148.

5 Horton, pp. 146-147.

6 Horton, pp. 141-142.

7 Horton, p. 151, citing James Davison Hunter, Evangelicals: The Coming Generation (Chicago: University of Chicago, 1987), p. 25.

8 Horton, pp. 148-149.

9 É necessário fazer uma distinção aqui entre Adão e Eva. Eva foi enganada, enquanto Adão não (I Timóteo 2:14). Eva foi enganada acreditando que Satanás falou a verdade, ao contrário de Deus. Adão por outro lado, não foi enganado. Com ele parece ser mais uma desobediência determinada, em que ele acreditava em Deus porém desobedeceu de qualquer forma.

10 Quando o povo testemunhou o sinal de Jesus alimentando os 5.000, eles entenderam que isto significava que Jesus era realmente “o profeta que era para vir ao mundo” (João 6:14). Certamente eles estavam pensando do “profeta” de Deuteronômio 18:15-18).

11 Neste texto não se está falando de nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias que era para vir, no qual misericórdia e verdade estão juntas? E então é Nele que nossos pecados são expiados.

12 Algumas pessoas de pensamento rápido podem voltar a I Coríntios 9, versículos 19-23. Deixe-me lembrar de que Paulo está falando aqui da sua prática pessoal com respeito às liberdades Cristãs. Porém quando chega ao ensino apostólico e conduta, Paulo é consistente.

13 Não quero ser entendido como tendo dito que deveríamos somente ler a Bíblia, embora a maioria de nós pudesse levar muito mais tempo fazendo assim. O que estou dizendo é que os livros que compramos e lemos deveriam lidar com termos bíblicos, verdades bíblicas, e mesmo textos bíblicos. Um livro sobre casamento Cristão com apenas duas ou três referências bíblicas dificilmente é um livro de casamento Cristão. Onde podemos aprender a verdade sobre casamento se não da Bíblia?

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1. Einführung

Einleitung

Das Buch der Sprüche ist eine Freude zu lesen – doch es ist ausgesprochen schwer zu predigen. Sie werden sich vermutlich wundern, warum ich dann trotzdem die Sprüche als Studienobjekt für mehrere Wochen gewählt habe. Ein Ziel dieser Reihe ist es, genau diese Frage zu beantworten: Ich möchte Ihnen zeigen, welchen Beitrag das Buch der Sprüche für Ihr geistliches Leben vielleicht leisten kann. Neben der Antwort auf die Frage “Warum die Sprüche studieren?” möchte ich die Grundlage für unsere Studien legen, indem ich die einmalige literarische Form des Buches der Sprüche untersuche. Erlauben Sie mir zunächst eine kurze Beschreibung der verschiedenen Aspekte, durch die wir vom Studium der Sprüche profitieren können.

1. DAS BUCH DER SPRüCHE BEFASST SICH MIT DER ENTWICKLUNG EINES GOTTGEFäLLIGEN CHARAKTERS. Kürzlich habe ich eine Studienreihe über den Ersten Korintherbrief fertig gestellt. Beim Studium von Kapitel 13 dieses Briefes hat mich die Wichtigkeit eines gottgefälligen Charakters (insbesondere der Liebe) tief beeindruckt. Wenn ich diese Passage richtig verstehe, ist Charakter wichtiger als Charisma. Die Bibel lehrt auch, dass der Mensch mehr aufgrund seines Charakters als durch sein Glaubensbekenntnis beurteilt wird (vgl. 1.Ti 3). Ein gottergebener Mensch bekennt nicht nur den Glauben an bestimmte Wahrheiten, sondern er praktiziert sie auch (Joh 2:14-26). Kein anderes Buch in der gesamten Bibel ist so sehr der Ausbildung eines gottgefälligen Charakters gewidmet wie die Sprüche. Und die christliche Gemeinschaft unserer Zeit braucht nichts so sehr wie Menschen mit solchen Charakterzügen, wie sie die Sprüche rühmen.

Alexander Solschenizyn hielt im Juni 1978 eine Ansprache vor den Graduierten der Harvard Universität. Dabei wiederholte dieser Mann, ein Exil-Russe, aber nicht die Klage über den bösen Kommunismus, sondern lenkte die Aufmerksamkeit vielmehr auf die Versäumnisse des Westens, auf Fehler, die vielleicht den Verfall der größten Demokratie ankündigen, die die Welt bis jetzt gekannt hat. Ich empfehle Ihnen, die gesamte Rede einmal zu lesen; der Kernpunkt lässt sich jedoch in der folgenden Feststellung zusammenfassen: Amerika zerstört sich allmählich selber durch die Vernachlässigung der göttlichen Weisheit und der christlichen Tugenden. Beides bereiten die Sprüche demjenigen, der gewissenhaft danach sucht (vgl. Spr 1:1-6; 2:1ff.).1

Jeder Christ braucht eine Ausbildung in Charakterkunde. Lassen Sie mich hier nur einige der Gründe erwähnen, warum es wichtig ist, charakterliche Eigenschaften genau zu erkennen: Erstens ist es das höchste Ziel eines Christen, Christus ähnlich zu werden (Röm 8:29, Eph 4:13). Obwohl es noch weitere Aspekte der Christ-Ähnlichkeit gibt, besteht das Essenzielle doch darin, dass wir Ihm im Charakter ähnlich werden. Das Charakterstudium anhand der Sprüche sollte dem Christen dabei Anleitung zur Heiligkeit in Persönlichkeit und praktischem Tun bieten. Zweitens müssen wir in der Lage sein, den Charakter anderer Menschen einzuschätzen. Dies ist besonders wichtig, wenn wir anderen biblischen Rat geben. Die Sprüche sagen uns: “Antworte dem Toren, wie es seine Torheit verdient, damit er sich nicht weise dünke.” (26:5).

Wenn wir anderen Rat geben sollen, müssen wir ihren Charakter erkennen können, denn ein Weiser muss anders beraten werden als ein Narr. Eltern müssen in der Lage sein, die Charakterzüge ihrer Kinder zu erkennen, um sie “gemäß ihrem Weg” erziehen zu können (22:6).2 Ein Kind, das nicht gehorcht, weil es den Anweisungen nicht genau zugehört hat, muss anders zur Rechenschaft gezogen werden als ein Kind, das einer Anweisung absichtlich zuwider handelt, obwohl es sie verstanden hat.

Essenziell ist die Fähigkeit Charaktere einzuschätzen, wenn wir den Empfehlungen der Sprüche über unsere Freunde und Bekannten Beachtung schenken wollen: Den Umgang mit schlechten und gewalttätigen Menschen sollen wir meiden (1:8-19). Unaufrichtige Menschen sollten wir nicht zu Partnern wählen (29:24). Geschwätzige Menschen sind keine guten Freunde (17:9). Wahre Freunde sind treu (17:17), und doch werden sie es nicht versäumen uns zurechtzuweisen, wenn es nötig ist (27:5-6).

Besonders wichtig ist die Wahl unseres Lebensgefährten, denn es gibt keine wichtigere Voraussetzung für eine Heirat als einen gottergebenen Charakter. Dem entsprechend wird auch die tugendhafte Frau in Spr 31:10-31 beschrieben. Eine ungeliebte Frau wird dem, der sie heiratet, nur Kummer bringen (30:23) und eine streitsüchtige Frau ist um Nichts besser (21:9,19). Wenn wir nicht mit einem unbeherrschten Menschen zusammenleben wollen (22:24-25), sollten wir ihn gewiss nicht heiraten. Viele misshandelte Frauen könnten “Amen” zu dieser Weisheit sagen.

2. DAS BUCH DER SPRüCHE MACHT SCHLUSS MIT DER TRENNUNG VON GEISTLICHEN UND WELTLICHEN BEREICHEN.3 Der gefallene Mensch versucht immer, eine Zweiteilung zu errichten zwischen dem Geistlichen und dem Weltlichen, zwischen religiösen Zeremonien einerseits und praktischer Rechtschaffenheit andererseits. Die Propheten des Alten Testaments sprachen solch falsche Vorstellungen häufig an und mahnten Israel, dass religiöse Riten wertlos sind, solange sie nicht in ein rechtschaffenes Leben mit z.B. Fürsorge für die Armen und Unterdrückten eingebunden sind (vgl. Jes 1:10-17, Jer 20-29). In gleicher Weise hat Jesus diesen Widerspruch betrachtet (vgl. Mat 23:23-24), und auch Johannes fand später ähnliche Worte zu diesem Thema (vgl. Joh 1:21-27).

Das Buch der Sprüche erlaubt es dem Christen nicht, im Lande der Theorie zu verweilen. Wir halten unser Christentum ja gerne auf einem abstrakten Niveau, anstatt es auf unser Leben anzuwenden. Unser größtes Versagen als Christen besteht also nicht darin, dass wir zu wenig wissen (obwohl dies leider auch oft zutrifft), sondern dass wir es versäumen, das anzuwenden, was wir wissen. Die Sprüche betonen die Notwendigkeit sowohl der Aneignung als auch der Anwendung von Weisheit. Selten sind wir in diesem Buch “in der Kirche”, sondern vielmehr zu Hause, bei der Arbeit und in der Auseinandersetzung mit den weltlichen Dingen des Alltags.

Die Sprüche zwingen den Leser dazu, Prinzipien in die Praxis zu übertragen. Oft waren es die Propheten, die bestimmte Prinzipien vertraten – und die Sprüche beziehen diese dann konkret auf das Leben. Beispielsweise schrieb Amos: “Es ströme aber die Gerechtigkeit wie Wasser und Rechtschaffenheit wie ein nie versiegender Fluss.” (Am 5:24).

Die Sprüche geben uns konkretere Anweisungen: “Zweierlei Gewicht und zweierlei Maß sind beide dem Herrn ein Gräuel.” (Spr 20:10). Das Buch der Sprüche hält den Metzger zur Rechtschaffenheit an, damit er den Daumen von der Waage nimmt.

3. DIE SPRüCHE BIETEN AN, UNS WEISHEIT ZU LEHREN. Die Weisheit wird wiederholt personifiziert als eine Frau, die als Marktschreierin allen Menschen anbietet, Weisheit zu erwerben (vgl. 1:20:ff.; 8:1ff.). Innerhalb einer Generation hat es für uns eine wahre Explosion an Wissen gegeben, häufig in Form technischen Fortschritts. Während das Wissen also rapide zunimmt, scheint die Weisheit immer seltener zu werden.

Die Konsequenzen aus dieser Entwicklung sind beängstigend. Wir haben die Fähigkeit erworben, auf den Mond zu fliegen und Atome zu spalten, aber ohne Weisheit wird der Mensch sein Wissen viel zu oft zum Bösen statt zum Guten einsetzen. Lassen Sie mich dies an einem Beispiel illustrieren: Durch ein “Amniozentese” genanntes Verfahren kann die medizinische Wissenschaft das Geschlecht eines Fötus bereits im Mutterleib untersuchen. Lediglich eine kleine Menge Fruchtwasser muss aus der Gebärmutter der Schwangeren entnommen werden, um nicht nur das Vorliegen von über 70 Erbkrankheiten, sondern auch das Geschlecht des ungeborenen Kindes festzustellen. Jetzt las ich über ein Ehepaar, das einen solchen Eingriff vornehmen ließ und vom Arzt darüber informiert wurde, dass das Baby gesund sei. Als sie aber erfuhren, dass das Geschlecht dieses gesunden ungeborenen Kindes nicht dasjenige war, was sie sich gewünscht hatten, bestanden sie allein aus diesem Grund auf einem Schwangerschaftsabbruch. Die Technik (das Wissen) an sich war nicht schlecht, aber es wurde durch Mangel an Weisheit und Charakter zum Schlechten missbraucht. Das Buch der Sprüche ist mehr daran interessiert, Menschen weise zu machen als sie schlau zu machen.

Die biblische Weisheit hat viele Facetten. Im weiteren Verlauf unseres Studiums werden wir viel Aufmerksamkeit auf diese Facetten verwenden. Jetzt aber lassen Sie mich zunächst die vornehmlichen Charakteristika der Weisheit zusammenfassen, die uns in den Sprüchen angeboten wird. Weisheit hat eine intellektuelle Seite: Weisheit ist die Schärfe des Geistes, die es uns ermöglicht, Informationen aufzunehmen und einzuschätzen und dann einen Aktionsplan zu formulieren. Scott sagt: “Die direkte Bedeutung des Wortes Hokmah ist ‘höhere mentale Fähigkeit’ oder ‘besondere Fertigkeit’. . . ”4 Man muss aber unbedingt zwischen Weisheit und Intelligenz unterscheiden. Viele brilliante Intellektuelle sind biblische “Toren”. Diejenigen, die nur einen unterdurchschnittlichen I.Q. erreichen, sind andererseits nicht automatisch dadurch von biblischer Weisheit ausgeschlossen. Im ersten Kapitel der Sprüche wird Weisheit beschrieben als die Fähigkeit zu wissen (Vers 2), zu lernen (Vers 2-4) und zu verstehen (Vers 6).

Weisheit wird auch als Erkenntnis- und Unterscheidungsfähigkeit beschrieben (Spr 1: 2; vgl. auch Vers 4). Weisheit hat eine moralische wie auch eine geistige Dimension. Weisheit unterscheidet Wahrheit von Irrtum, Gutes von Bösem, Besseres von Gutem. Weisheit bewirkt Rechtschaffenheit, Recht und Gerechtigkeit (1:3). Da Weisheit mit der “Furcht des Herrn” beginnt (1:7), resultiert das Wissen und Tun des Guten aus der Erkenntnis Gottes (vgl. 22:17-21).

Weisheit ist auch eine praktische Fertigkeit, die Fähigkeit, etwas gut zu machen. Bezalel, dessen Auftrag es war, Stein- und Metallarbeiten für die Stiftshütte durchzuführen, war “erfüllt vom Geist Gottes und von Weisheit” (Ex 35:31) und dadurch in der Lage, seine Aufgabe zu vollenden. In gleicher Weise war Oholiab mit Fertigkeiten für Gravur und Stickerei-Entwürfe begabt (Ex 35:34-35). Im 107. Psalm (Vers 27) wird anscheinend auf die besonderen Fähigkeiten der Seeleute mit dem gleichen Wort (Hokmah) Bezug genommen. Weisheit besteht also nicht nur in geistigen Fähigkeiten und moralischer Sensibilität, sondern auch in praktischen Fertigkeiten zur Vollendung der unterschiedlichsten Aufgaben.

Im Buch der Sprüche wird die Weisheit auch personifiziert. In Kapitel 7 wird sie mit einer Frau verglichen, die zu den Menschen ruft und sie auffordert, den Herrn zu fürchten, das Böse zu verabscheuen und gewissenhaft nach Weisheit zu suchen. Dies steht, denke ich, in deutlichem Kontrast zu der Ehebrecherin in Kapitel 7, die den Einfältigen durch Schmeichelei und Verführung auf den Weg des Bösen zu bringen versucht. In Kapitel 8 wird die Weisheit dann erneut personifiziert als jemand, der schon bei der Erschaffung der Welt bei Gott war (Verse 22-31). Ich glaube, man kann daraus mit ausreichender Sicherheit folgern, dass die Weisheit letztendlich in der Person unseres Herrn Jesus Christus liegt. Ohne uns zuvor vor Ihm als Herrn und Heiland zu beugen, können wir keine Weisheit besitzen.

4. DIE SPRüCHE LEHREN UNS, DASS DAS, WAS GUT IST, AUCH DAS IST, WAS RICHTIG IST. In seinem Buch Situation Ethics (Situationsethik) zitiert Joseph Fletcher eine Episode aus dem Buch The Rainmaker (Der Regenmacher) von M. Richard Nash: Der Regenmacher kommt und bringt den verzweifelten Farmern Regen, deren Ernte und Viehherden zu verderben drohen. Auf einer bestimmten Ranch lernt er die Tochter des sprichwörtlichen Farmers kennen, eine einsame und mutlose Frau, die an ihrer Weiblichkeit zweifelt. Aus Mitleid schläft der Regenmacher mit ihr, um sie ihrer Weiblichkeit zu vergewissern. Als ihr Bruder entdeckt, was geschehen ist, zieht er seine Pistole und will den Regenmacher erschießen. Aber ihr Vater, den Fletcher als “weisen alten Bauern” beschreibt, reißt ihm die Pistole weg und weist ihn zurecht mit den Worten: “Noah, du bist so eingenommen von dem, was richtig ist, dass du nicht mehr siehst, was gut ist.”5

Situationisten möchten uns gerne einen Unterschied einreden zwischen dem, was richtig ist, und dem, was gut ist. Viele Freud’sche Psychiater würden sogar so weit gehen zu sagen, dass das, was gut ist (z.B. christliche Moral und biblische Wertmaßstäbe), eigentlich schlecht ist und etwas, das man hinter sich lassen sollte, eine Art Viktorianisches Überbleibsel. Die Grundannahme des Buches der Sprüche ist dagegen, dass das, was richtig ist, auch das ist, was gut ist. Es gibt zwar keine Garantie auf ein Happy-End, wenn man das Richtige tut – dennoch ist das Richtige stets die beste aller Möglichkeiten. Es gibt keinen einfachen Pragmatismus im Buch der Sprüche.

Ich kenne einige Christen, die das Buch der Sprüche als eine Art geheiligter Version von “Wie man Freunde gewinnt und Menschen beeinflusst” betrachten. Das ist meiner Meinung nach falsch. Die Sprüche lehren uns zwar, glücklich und erfolgreich zu sein, aber das ist nicht das eigentliche Ziel dieses Buches. Mehr als alles andere wollen uns die Sprüche ermutigen, ein gottgefälliges und rechtschaffenes Leben zu führen. Diejenigen, deren Lebensziel nur Glücklichsein ist, werden das Glück nicht finden, aber diejenigen, die Heiligkeit anstreben, erhalten es als angenehmes Nebenprodukt. Die Sprüche versprechen uns nicht, dass jeder reich wird, der hart arbeitet, oder dass Ehrlichkeit immer einträglicher ist als Verbrechen. In der Regel ist das so, aber es gibt viele Ausnahmen. Wenn ich mein Leben weise lebe, werde ich nicht an den Folgen meiner Dummheit zu leiden haben. Wenn ich die Geschwindigkeitsbeschränkung beachte, werde ich keinen Bußgeldbescheid bekommen. Wenn ich niemanden beraube, brauche ich nicht zu befürchten, wegen Raubes ins Gefängnis zu kommen. Andererseits deuten die Sprüche bereits an, was andere Schriften uns deutlicher sagen: die Rechtschaffenen werden manchmal gerade aufgrund ihrer Rechtschaffenheit leiden (vgl. 2.Tim 3:12).

5. DIE SPRüCHE HELFEN UNS, DAS LEBEN REALISTISCH ZU BETRACHTEN. Nach dem Buch der Sprüche ist Unwissenheit kein Segen und Naivität eher ein Fehler als eine Tugend. Einfältigkeit ist zwar nicht zwangsläufig eine Sünde, kann aber leicht dazu führen. Unser Herr wies Seine Jünger daher an, “klug wie die Schlange und unschuldig wie die Tauben” zu sein (Mat 10:16). Satan lud Eva ein, ein “höheres” Wissen von Gut und Böse zu erwerben, indem sie Gott nicht gehorchte und die Sünde erfuhr (Gen 3:5). Im Gegensatz dazu belehren uns die Sprüche über das Böse, damit wir nicht in Versuchung geraten (vgl. Spr 7:6ff.).

Gott möchte nicht, dass Christen die Welt durch die rosa Brille betrachten. Wir sollen die Menschen so sehen, wie sie sind und die Sünde als das erkennen, was sie ist. Dem entsprechend beschreiben die Sprüche das Leben so, wie es ist, und nicht unbedingt so, wie es sein sollte: Es ist falsch, Gerechtigkeit durch Bestechung in ihr Gegenteil zu verkehren – und doch erreicht man in der Welt oft etwas durch Bestechung (17:8). (Diejenigen mit militärischer Erfahrung kennen das unter der Bezeichnung “Whisky-und-Zigaretten-System”.) Reichtümer können keine wirkliche Sicherheit bieten (11:4;28) – und doch glauben einige daran (18:11). Geld scheint Menschen zu Freunden zu machen (19:4, 6) – aber nur, solange es vorhanden ist (19:7). Wir können nur weise und rechtschaffen leben, wenn wir das Leben so sehen, wie es wirklich ist. Das Buch der Sprüche ist ein Buch über die Wirklichkeit.

6. DIE SPRüCHE BETREFFEN EBENSO DAS RICHTIGE DENKEN SELBER WIE AUCH SEINE AUSWIRKUNGEN. Der christliche Glaube basiert auf einer Offenbarung durch das Wort. Ein Bibelstudium ist wichtig, um zu wissen, was man denken sollte, aber ebenso wichtig ist es für einen Christen zu lernen, wie er denken soll. Der größte Teil der Bibel wurde geschrieben, um das offenbarende Wort weiterzugeben. Auch das Buch der Sprüche enthält viele wichtige Wahrheiten (Leitsätze, Aussagen, vgl. 16:4), aber es möchte daneben auch helfen, ein reifes Denken zu entwickeln. Die Begriffe, die in Sprüche 1:1-6 benutzt werden, setzen den Leser gleich von Anfang an in Kenntnis, dass hier nicht eine Reihe von Wahrheiten vermittelt wird, sondern die Fähigkeit, Wahrheit zu erkennen und anzuwenden.

7. DIE LEHRMETHODE DER SPRüCHE IST DER ART SEHR äHNLICH, IN DER UNSER HERR UNS ANLEITET. Bei einem Großteil ernsthafter Erläuterungen biblischer Texte wird heutzutage Kapitel für Kapitel oder Vers für Vers abgehandelt. Dies entspricht aber weder dem Vorgehen unseres Herrn noch dem der Apostel. Wenn man die typische Lehrmethode unseres Herrn mit einem Wort beschreiben sollte, wäre es, glaube ich, das Wort “Gleichnis”6 (vgl. Mat 13:lff., Mar 4:lff.). Gleichnisse wurden eingesetzt, um die Wahrheit vor Außenstehenden zu verbergen, die Jesus nicht als den Messias anerkannten (vgl. Mar 3:22-30; 4:10ff.), und ebenso, um die Jünger unseres Herrn zum Nachdenken und Nachfragen anzuregen (vgl. Mar 4:10-11). In der Septuaginta, der griechischen Übersetzung des Alten Testaments, wurde durchgehend das griechische Wort parabole für das hebräische mashal (Spruch) benutzt.7

8. DIE SPRüCHE SIND EIN SCHLüSSELWERK FüR DIE ERFAHRUNG GöTTLICHER FüHRUNG. Man würde wohl nicht unmittelbar erwarten, das Buch der Sprüche zu lesen, um den Willen Gottes zu erfahren, aber dies ist eines der Ziele dieses Buches, wie in Sprüche 1:5 gesagt wird: “Ein Weiser wird zuhören und mehr und mehr lernen. Ein Verständiger wird weisen Rat erwerben.”

Der Ausdruck “weiser Rat” leitet sich her von einer hebräischen Wurzel mit der Bedeutung “Seil”. Dieses Seil war am Steuer eines Schiffes befestigt und damit dasjenige Mittel, mit dem der Kurs des Schiffes bestimmt werden konnte. Wenn wir die Weisheit erlernen, die uns die Sprüche lehren wollen, werden wir in die Lage versetzt, richtige Entscheidungen zu treffen, die unser Leben auf einen gottgefälligen Kurs bringen.

Dies sind nur einige der Vorteile, die der Lernende aus den Sprüchen ziehen kann. Wenn “die ganze Schrift nützlich” ist (2.Tim 3:16), so trifft dies insbesondere auf die Sprüche zu. Lassen Sie uns daher unser Studium dieses Buches mit großer Erwartung beginnen. Johannes ermutigt uns, um Weisheit zu beten (Joh 1:5); die Sprüche aber drängen uns, sie durch sorgfältiges Studium zu suchen. Lassen Sie uns also beten, während wir dieses Buch studieren, um die Weisheit zu suchen, die nur von Gott her kommt.

Die Sprüche als Literatur

Sprüche waren keine Erfindung der Hebräer, sondern der Gebrauch von Aphorismen war in allen alten Kulturen gängig. Durch von Archäologen entdeckte altertümliche Dokumente aus dem Nahen Osten sind uns ägyptische, akkadische und babylonische Sprüche überliefert; und einige davon sind denen im Buch der Sprüche bemerkenswert ähnlich.8 Auch heutzutage sind Aphorismen sehr gebräuchlich. Ich erinnere mich an einen Spruch von Mark Twain, den ich vor Jahren las und seither nicht vergessen konnte. Alle Mitglieder einer Schulbehörde mögen mir verzeihen, aber es ist der einzige seiner Sprüche, den ich mir gemerkt habe:

Zuerst machte Gott Idioten.
Das war zur Übung.
Dann machte Er Schulämter.

Der hebräische Ausdruck mashal, der mit “Spruch” übersetzt wird, bedeutet eigentlich “Ähnlichsein”. Als Verb wird dieses Wort in Psalm 143:7 benutzt und bezieht sich dort auf einen Vergleich. Im Alten Testament wird das hebräische Wort für sehr unterschiedliche literarische Formen gebraucht. Es kann sich auf eine volkstümliche, prägnante Redensart (Hes 18:2f.; vgl. Jer 31:29), auf eine auf persönlicher Erfahrung beruhende, allgemein anwendbare Erkenntnis (1.Sam 24:13), auf ein Mittel zur moralischen Unterweisung (wie in Spr 10:26 und auch in Mat 13:1ff.), auf ein Rätsel oder eine Allegorie (Hes 17:2) oder auf eine didaktische Kurzabhandlung oder –predigt (Spr 1:10-19; 31:10-31) beziehen.9 Wegen des breiten Gebrauchs des Begriffs “Sprüche” sollte man sich Sprüche wahrscheinlich nach dem Vorschlag von Crenshaw am besten allgemein als “Aussprüche” denken.10

Die meisten Sprüche, die wir untersuchen werden, weisen bestimmte Gemeinsamkeiten auf. Die erste ist Kürze; die meisten der Sprüche sind nur zwei Zeilen lang:

Der Rechtschaffene ist seinen Nächsten ein Vorbild,
Aber der Weg der Bösen führt sie in die Irre (Spr 12:26).

Als Prediger fühle ich mich geradezu unbehaglich, wenn ich darauf hinweise, dass das Buch der Sprüche uns die Kunst des Ungesagt-Lassens vorführt. Die meisten von uns sind ja der Meinung, dass großartige Ideen mit vielen Worten verkündet werden müssen; aber wenn ein Bild mehr sagt als tausend Worte, so tut dies auch ein Spruch.

Kürze ist eines der Kennzeichen der Weisheit. Nur der Narr will all seine Gedanken zur Sprache bringen, während der Weise nie alles sagt, was er weiß:

Ein kluger Mann verbirgt sein Wissen, Aber das Herz des Törichten ruft Torheit aus (Spr 12:23).

Das Herz des Gerechten denkt nach, wie es antworten soll, Aber der Mund des Bösen sprudelt Übles heraus (15:28).

Ein Törichter findet keinen Gefallen am Verstehen, Sondern nur an der Enthüllung seiner eigenen Gedanken (18:2).

Weise Menschen zeichnen sich durch einen sparsamen Gebrauch von Worten aus, während der Narr gleich mit allem herausplatzt, was ihm in den Sinn kommt. Die Sprüche demonstrieren uns diese Ökonomie der Worte.

Zweitens sind die wenigen Worte, die gesagt werden, gut überlegt. McKane sagt dazu:

Ein weiser Mensch beherrscht eine prägnante, kultivierte und pointierte Sprechweise; er fasst seine Gedanken in leicht zu merkende Äußerungen. Die Sprüche sind dazu da zu erleuchten, und nicht dazu, eine Barriere gegen unsere Einsicht zu errichten.11

Oft ist auch ein Hauch von Humor enthalten, so wenn der Faule sich sagt, dass er nicht zur Arbeit gehen kann, weil “ein Löwe auf dem Weg steht” (26:13). Dann sind einige Beschreibungen außerdem so bildlich, dass man sie kaum wieder vergessen kann: Die schöne Frau, der es an Zurückhaltung fehlt, wird verglichen mit einem Schwein mit einem goldenen Ring durch seinen Rüssel (11:22). Dieses Geschick zur Darstellung von Wahrheiten steht im Einklang mit der Weisheit der Sprüche. Ein Gedanke, der es überhaupt wert ist, mitgeteilt zu werden, ist es auch wert, klar und entschieden mitgeteilt zu werden:

Wer weisen Herzens ist, wird verständig genannt werden, Und eine süße Sprache hat mehr Überzeugungskraft.
Das Herz des Weisen lehrt seine Zunge Und fügt seinen Lippen Überzeugungskraft hinzu (Spr 16:21,23).

Wenn man Weisheit in einem Sprichwort weitergeben möchte, muss man die Botschaft “kurz und süß” machen.

Auch ein rätselhaftes Element ist in den Sprüchen enthalten. Bibelstudenten lassen sich gelegentlich durch den scheinbaren Widerspruch zwischen den folgenden zwei Sprüchen verwirren:

Antworte dem Törichten nicht nach seiner Torheit, Damit du ihm nicht gleich wirst. Antworte dem Törichten gemäß seiner Torheit, Damit er sich nicht als weise ansieht (Spr 26:4-5).

Diese beiden Sprüche stehen nicht zufällig direkt nebeneinander. Der scheinbare Widerspruch ist beabsichtigt, denn er zwingt den Leser dazu, die Sache viel ernsthafter zu durchdenken, als er es sonst getan hätte. Solch ein Element von Rätselhaftigkeit und Geheimnis stimuliert dazu, auf dem Weg des Studiums noch eine weitere Meile zuzulegen.

Im Vergleich zu anderen Formen von Literatur scheinen mir die Sprüche das zu sein, was Radio im Vergleich zum Fernsehen ist. Das Fernsehen versorgt uns mit visuellen und verbalen Informationen, aber es nimmt uns dadurch die ganze Arbeit ab: Wir werden immer passiver, wenn wir fernsehen. In den Sprüchen zu lesen ist dagegen eher, wie wenn man “Der Schatten” in einem altmodischen Radio hört: Wir bekommen nicht die ganze Information, aber das, was wir bekommen, stimuliert unser Interesse und unsere Vorstellungskraft. Während wir lesen, bleiben wir aktiv in dem Bemühen zu verstehen, was gesagt wird, und das ist ein Teil des Genius von Sprüchen.

Der Spruch ist eine Form hebräischer Poesie, und die unterscheidet sich von dem, was die meisten von uns heutzutage unter Poesie verstehen. Während unsere Poesie häufig auf Lautentsprechungen aufgebaut ist, basiert die hebräische Poesie auf der inhaltlichen Entsprechung von Gedanken, die dann als parallele Äußerungen angeordnet werden. Mehrere Arten von Parallelismus begegnen uns in den Sprüchen, und es wird unser Studium der Sprüche wesentlich vertiefen, wenn wir die Hauptarten hebräischer Parallelismen kennen.

Der Antithetische Parallelismus stellt zwei Gedanken einander gegenüber. Die zweite Zeile wird dann oft mit dem Wort “aber” eingeleitet und dadurch in einen Gegensatz zur ersten gestellt:

Die Furcht des Herrn verlängert das Leben, Aber die Jahre der Bösen werden verkürzt werden (Spr 10:27).

Eine falsche Wägung ist dem Herrn ein Gräuel, aber ein volles Gewicht ist sein Wohlgefallen (Spr 11:1).

Synonymer Parallelismus wiederholt den Gedanken der ersten Zeile auf eine andere Art. Fortsetzung, nicht Gegensatz ist damit der Zweck der zweiten Zeile:

Höre, mein Sohn, auf die Zucht deines Vaters, Und verlasse nicht das Gebot deiner Mutter (Spr 1:8).

Neige dein Ohr und höre auf die Worte des Weisen, Und richte deinen Sinn auf meine Erkenntnis (Spr 22:17).

Synthetischer Parallelismus erweitert das, was in der ersten Zeile festgestellt worden ist. Während der synonyme Parallelismus das wiederholt, was die erste Zeile gesagt hat, führt der synthetische den Gedanken der ersten Zeile fort – er entwickelt ihn weiter:

Wer seine Ohren vor dem Schreien der Armen verschließt, Der wird selbst auch rufen und keine Antwort erhalten (Spr 21:13).

Numerische Sprüche benutzen Zahlen um zu strukturieren:

Unter drei Dingen erbebt die Erde, Und unter vieren kann sie es nicht aushalten:
Unter einem Sklaven, wenn er König wird, Und einem Narren, wenn er Nahrung zur Genüge hat,
Unter einer ungeliebten Frau, wenn sie geheiratet wird, Und einer Dienerin, wenn sie ihre Herrin aussticht (Spr 30:21-23).

Sprüche sind eine Form der Poesie. Wir werden vom Studium der Sprüche sehr profitieren, wenn wir das Wesen der hebräischen Poesie und die verschiedenen hier angewandten Formen des Parallelismus besser verstehen lernen.

Lehren aus dem Leben Salomos

Salomo hat zwar nicht alle Sprüche geschrieben, (vgl. 30:1; 31:1), aber die Mehrzahl davon wird ihm doch zugeschrieben (vgl. 1.Kö 4:32; Spr 1:1; 10:1; 25:1). Es ist geradezu tragisch zu beobachten, wie trotz allem, was Salomo über Frauen schrieb (vgl. 5:lff.; 6:24ff.; 7:lff.; 8:lff.), gerade diese zum Grund seines Niedergangs wurden.

Nun liebte König Salomo viele fremdländische Frauen, neben der Tochter des Pharao moabitische, ammonitische, edomitische, sidonitische und hethitische Frauen, aus den Völkern, von denen der Herr zu den Söhnen Israels gesagt hatte: “Geht nicht zu ihnen ein, noch lasst sie zu euch eingehen, denn sie werden gewiss eure Herzen zu ihren Göttern neigen.” Salomo hielt in Liebe zu diesen Frauen. Er hatte siebenhundert Ehefrauen, Prinzessinnen und dreihundert Nebenfrauen, und seine Frauen neigten sein Herz. Und als er nun alt war, neigten seine Frauen sein Herz frenden Göttern zu, und sein Herz war nicht ungeteilt bei dem Herrn, seinem Gott, wie es das Herz seines Vaters David gewesen war (1.Kö 11:1-4).

Dies war nicht die einzige Gelegenheit, dass Salomo es versäumte, seinem eigenen Ratschlag zu folgen. Nach all den Sprüchen, die er über Kindererziehung schrieb (vgl. 1:8ff.; 4:1-4; 10:1; 13:24; 22:6,15), gelang es ihm nicht, einen weisen Sohn aufzuziehen. Rehabeam, Salomos Sohn, weigerte sich, auf den Rat der älteren und weiseren Ratgeber seines Vaters zu hören, und als Folge davon wurde das Königreich schließlich geteilt (1.Kö 12:1-15).

Aus dem Versagen Salomos sollten wir meiner Meinung nach zwei Dinge lernen: Erstens sollten wir darauf gefasst sein, gerade auf den Gebieten, auf denen wir uns am stärksten fühlen, auf die Probe gestellt zu werden. Ich, der ich das Leben nun schon einige Jahre lang beobachte, habe festgestellt, dass diejenigen, die am meisten über Kindererziehung zu sagen wissen (vor allem, wenn ihre Kinder noch nicht erwachsen sind), wahrscheinlich genau auf diesem Gebiet auf den Prüfstand geraten. Diejenigen, die Unterwerfung unter eine Autorität fordern, werden vermutlich bezüglich ihrer eigenen Bereitschaft zur Unterwerfung unter die Autorität eines Anderen geprüft werden. Und diejenigen, die die Doktrin der uneingeschränkten Herrschaft Gottes vertreten, werden sich häufig in Umständen wiederfinden, in denen ihr eigener Glaube an Gottes Souveränität auf die Probe gestellt wird.

Gerade unsere Stärke kann zum Untergang führen. Der begabte Bibellehrer kann auf das Lob anderer hören und anfangen, sich als unfehlbare Autorität zu betrachten. Er beginnt dann vielleicht eher seine Ansichten als Gottes Anweisungen zu verbreiten. Oder derjenige, der von Gott die Gabe des Gebenkönnens erhalten hat, beginnt vielleicht so zu geben, dass er selbst den Ruhm davonträgt. David war in all der Zeit, als Saul ihn töten wollte, mit dem Herzen bei Gott – aber sobald er sicher auf dem Thron saß, wurde er selbstgefällig. Derselbe Mann, der es mit einer Hand mit Goliath aufgenommen hatte, war nun so anmaßend geworden, dass er es noch nicht einmal mehr für nötig hielt aufzustehen und zusammen mit seinem Heer zu kämpfen. Als Folge davon verfiel er der Sünde mit der Frau eines anderen Mannes (2.Sa ll:lff.). Hüten wir uns also vor unseren Stärken (vgl. 1.Kor 10:12).

Die zweite Lektion, die wir von Salomo lernen sollten, ist die, dass es nicht genügt zu wissen, was das Richtige ist. Weisheit besteht zuerst und vor Allem in einer Beziehung zu Gott. Weisheit ist nicht einfach das Wissen um bestimmte Wahrheiten, sondern ihre gehorsame Befolgung. Es steht zu befürchten, dass Salomo sich gerade dadurch, dass er so viel über Frauen wusste, zu der falschen Vorstellung hinreißen ließ, er stehe über den Dingen. Sein Wissen verführte ihn möglicherweise zu dem Glauben, dass er sündigen und gleichzeitig die Situation unter Kontrolle behalten könne. Im Endeffekt aber lag das Problem für Salomo nicht im Kopf, sondern im Herzen.

Dann lehrte er mich und sprach zu mir: “Lass dein Herz meine Worte festhalten, Halte meine Gebote und bleibe am Leben.” Behüte dein Herz mit Fleiß, Denn aus ihm fließt der Quell des Lebens (Spr 4:4,23).

Wie steht es um dein Herz, mein Freund? Bist du gekommen, um dein Leben, dein Schicksal für die Ewigkeit, dem Herrn Jesus Christus zu übergeben? Er starb für unsere Sünden, und Er bietet dir Seine Gerechtigkeit an, durch die alleine du in Gottes Himmel eintreten kannst. Weisheit beginnt hier, mit der Furcht des Herrn (vgl. Spr 1:7; 9:10; 15:33). Du wirst nie Weisheit erlangen, bevor du nicht zu Ihm kommst, “in dem alle Schätze der Weisheit und der Erkenntnis verborgen sind” (Kol 2:3).


1 Alexander Solschenizyn, A World Split Apart, St. Croix Review, Oktober 1978, S. 9-22.

2 Es gibt unterschiedliche Interpretationen für diesen Vers. Für weitere Details s. Lektion 14 dieser Reihe.

3 Ich schulde Edgar Jones Dank für diese Einsichten über das Verhältnis zwischen den Sprüchen und den Propheten des Alten Testaments. Jones schreibt weiter: Die Sprüche bringen die Leidenschaft und die Visionen der Propheten in die banalen und unmittelbaren Probleme des Alltags. Die Verfasser der Sprüche blasen selten selber die Trompete, sondern sie setzen voraus, dass diese schon gehört wurde. Edgar Jones, Proverbs and Ecclesiastes (New York: The Macmillan Company, 1961), S. 47.

4 R. B. Y. Scott, The Way of Wisdom in the Old Testament (New York: Macmillan Company, 1981), S. 6.

5 Zitiert nach Franz Ridenour, The Other Side of Morality (Glendale, CA: Regal Books), S. 39.

6 “Schätzungsweise etwa ein Drittel der Lehre Jesu besteht aus Gleichnissen und gleichnishaften Äußerungen.” C. H. Peisker, “Parable, Allegory, Proverb.” The New International Dictionary of New Testament Theology (Grand Rapids: Zondervan, 1976), II. S. 743.

7 ibid., S. 744.

8 vgl. Jones, S. 32ff.

9 ibid., S. 23-25.

10 James L. Crenshaw, Old Testament Wisdom (Atlanta: John Knox Press, 1981), S. 67.

11 William McKane, Proverbs (Philadelphia: The Westminster Press, 1970), S. 267.

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2. Die zwei Wege (Sprüche 1:7-33)

Einleitung

Zwei Gefahren werden in den ersten neun Kapiteln des Buches der Sprüche hervorgehoben: die Verstocktheit und Gewalttätigkeit schlechter Männer und die Schlichen verführerischer Frauen. Beide Gefahren erscheinen im zweiten Kapitel:

Um dich vor dem Weg des Bösen zu bewahren, Vor dem Mann, der Falsches spricht;
Vor denen, die den geraden Weg verlassen Und auf den Pfaden der Finsternis wandeln;
Die sich freuen, Böses zu tun, Und fröhlich sind über die Verkehrtheit des Bösen;
Deren Pfade krumm sind und die auf Abwege geraten;
Um dich zu bewahren vor fremden Frauen, Vor der Ehebrecherin, die dir mit Worten schmeichelt;
Die den Gefährten ihrer Jugend verlässt Und den Bund ihres Gottes vergisst;
Denn ihr Haus neigt sich zum Tode, Und ihre Wege führen zu den Toten.
Keiner von denen, die zu ihr eingehen, kehrt zurück noch erreicht er wieder den Weg der Lebenden (Spr 2:12-19).

Wir werden uns in dieser Botschaft mit der ersten der beiden Gefahren befassen – mit der, die von der Verkehrtheit der Männer ausgeht. In unserer nächsten Lektion werden wir dann zwei Frauentypen untersuchen: Frau Torheit und Frau Weisheit.

Auf den ersten Blick erscheint es unglaublich, dass ein Vater es notwendig finden sollte, seinen Sohn vor dem Umgang mit gewalttätigen Männern und der Teilhabe an ihrem kriminellen Leben zu warnen. Es gibt jedoch einige Dinge, die mich veranlassen, diese Gefahr sehr viel ernster zu nehmen, als ich es sonst tun würde. Lassen Sie mich zunächst einige der Gründe dafür beschreiben, dass ein solches Leben einem Jugendlichen attraktiv erscheinen kann.

Die natürliche Veranlagung

Erstens haben Kinder, auch wenn sie lieb und unschuldig sind, eine natürliche Neigung zur Grausamkeit. Nach meinem ersten Jahr am Priesterseminar kam ich zurück in meinen Heimatstaat Washington, um den Sommer dort zu verbringen. Der Direktor der dortigen Grundschule nahm Kontakt zu mir auf und bat mich, für den Rest des Schuljahres eine ältere Frau zu vertreten, die viele Jahre lang eine gute Lehrerin gewesen war. Aus irgendeinem Grund hatte sie die Kontrolle über ihre Klasse verloren, und die Viertklässler, die ihre Schwäche spürten, halfen ihr nicht, sondern taten alles, um sie noch vollständig zu ruinieren. Und sie hatten Erfolg damit. Ihre Aktionen enthielten eine gehörige Portion Grausamkeit. Wie wir alle wissen, können Kinder insbesondere auch zu anderen Kindern grausam sein.

Gewalt ist attraktiv

Zweitens ist Gewalt für junge Menschen selbst dann attraktiv, wenn sie in einem warmen und liebevollen Zuhause aufgewachsen sind. Vor einiger Zeit las ich einen Artikel über die Familie von Ozzie und Harriet Nelson. Er handelte vom Leben der Familie Nelson während der Jahre, in denen ihre Sendung im Fernsehen lief, und von dem Leben, das David und Rickie seither geführt hatten. Was mir sofort ins Auge fiel, war die Tatsache, dass Rick sich einer Gruppe von “Rowdies” angeschlossen hatte. Der Verfasser des Artikels schrieb über Ricks neuen Umgang: “Die meisten seiner Kumpane, so erklärte Rick später, endeten im Gefängnis und drehten schließlich auch größere Dinger wie bewaffnete Überfälle.”12

Gewalttätigkeit ist eine Lebensart

Drittens ist Gewalttätigkeit für Amerikaner auch ein Teil ihres Lebens. Die Medien sind übervoll mit Gewalttaten, und eine kürzlich durchgeführte Studie zeigt, dass die Gewalt im Fernsehen innerhalb des vergangenen Jahres (1981-1982) um 33% zugenommen hat. Die Anzahl der Gewalttaten auf amerikanischen Bildschirmen ist viermal so groß wie die auf zwei kanadischen Kanälen.13 Fernsehhelden sind Männer der Gewalt. Die Spielzeuge unserer Kinder sind oft Werkzeuge für Krieg oder Gewalt. Sogar Computerspiele können in ihrer Art als brutal bezeichnet werden.

Gewalt ist nach dem Buch der Sprüche ein Teil des schlechten Weges, denn wir vermeiden sollen. Wir müssen über diese Gefährdung daher im Laufe unseres Studiums gründlich nachdenken.

Die Lehren eines Vaters
(1:8-19)

Die Verse 8-19 sind an einen Sohn gerichtet, der jung, unerfahren und – noch – verhältnismäßig unschuldig ist. Die Weisheit spricht hier durch die Eltern dieses Burschen, durch seine Mutter und seinen Vater (Vers 8). Ich denke, dass der junge Mann das Teenager-Alter erreicht hat, den Punkt im Leben, an dem er dem Erwachsenwerden gegenübersteht und seine eigenen Entscheidungen zu treffen beginnt. An diesem Punkt neigt er dazu, eher bei seinen Kameraden als bei seinen Eltern Anleitung und Vorbilder zu suchen, und normalerweise wird er jetzt die Werte, die ihn seine Eltern gelehrt haben, in Frage zu stellen beginnen. Der Vater drängt seinen Sohn, nicht zu vergessen, was er gelernt hat, und den Weg des Bösen zu meiden, den zumindest ein Teil seiner Altersgenossen verficht.

Die Absicht der väterlichen Worte, die hier aufgezeichnet sind, liegt in der Vorbereitung und Vorbeugung. Noch hat kein schlechter Mensch sich dem Kind genähert, aber das kann bald geschehen. Mit den Worten eines zeitgenössisches Sprichworts: “Vorbeugen ist besser als heilen.” Ich glaube, es war Mark Twain, der gesagt hat: “Es ist leichter, draußen zu bleiben als heraus zu gelangen.” Dieser Vater versucht, seinem Sohn die Schmerzen eines falschen Weges zu ersparen, die er durch die Wahl falscher Freunde und falschen Umgangs erleiden würde.

Der Appell eines Vaters

In den Versen 8-10 wird der Appell dieses weisen Vaters allgemein ausgedrückt. Sowohl die Mutter als auch der Vater haben den Burschen bisher gewissenhaft erzogen, und ihre Anleitung sollte nicht sorglos beiseite gelegt werden, jetzt, da der Junge allmählich ein größeres Ausmaß an Unabhängigkeit und äußeren Einflüssen erfährt. Positiv formuliert soll das Festhalten an den elterlichen Lehren jedes Kind stärken und schön machen (vorausgesetzt natürlich, dass diese elterlichen Lehren gottgefällig gewesen sind).

Lieb und unschuldig wie Kinder oft sein können, gibt es doch eine angeborene Neigung zur Unvernunft und Rebellion im Herzen eines jeden Kindes (vgl. 22:15). Dem entsprechend ist das, was die Eltern sagen, nicht das, was das Kind selbst zu denken geneigt ist. Eltern von Teenagern stimmen mir wahrscheinlich zu, dass die Erziehung und die Vermittlung von Benimmregeln eher als Mühlstein um den Hals betrachtet werden als als eine kunstvolle und schmückende Kette (Vers 9).

Dem Appell des Vaters in diesem Kapitel liegt die Annahme zugrunde, dass Weisheit einem Kind hauptsächlich durch seine Eltern vermittelt wird. Aber an dem besagten Punkt im Leben wird diese Annahme oft infrage gestellt. Haben Sie nicht auch schon einmal deutlich den Eindruck von ihrem Teenager vermittelt bekommen, dass Sie der Naive sind und Ihr Kind dagegen weltmännisch und gewandt? Eltern sind niemals so rückständig und so schlecht informiert wie während der Teenager-Jahre ihrer Kinder. Unsere Kinder verdrehen die Augen und tolerieren unsere Gedanken und Ideale gerade eben noch als einen vorsintflutlichen Anachronismus. Der Vater drängt seinen Sohn daher, sein Denken nicht durch jugendlich-irrige Gesinnung bestimmen zu lassen.

Was schlechte Menschen zu bieten haben

Die Verse 11-14 spezifizieren das zuvor allgemein Gesagte. In Vers 10 ist das Kind dazu angehalten worden, den Verführungen des Bösen zu widerstehen. Jetzt gibt der Vater seinem Sohn eine deutlich konkretere Vorwarnung, indem er ihn mit der Art einer solchen Annäherung bekannt macht. Die Worte “Komm mit uns…” in den Versen 11ff. werden vom Vater gesprochen, aber sie stellen eigentlich den Kern der Aufforderungen dar, mit denen sich der junge Bursche in Kürze konfrontiert sehen wird, wenn er mit dem Gruppendruck durch seine Kameraden umgehen muss. Der weise Vater weiß, was bald auf seinen Sohn zukommen wird, und seine Worte sind prophetisch.

Gottergebene Eltern können aus den Anleitungen dieses Vaters lernen. Wir neigen ja eher dazu, etwas in der Art zu sagen wie “Als ich ein Junge war, Johnny, ...”. Für unsere Kinder ist so etwas reine Historie und scheint ihnen wenig mit ihrem eigenen Leben zu tun zu haben. Unsere Kinder können sich nicht mit dem Gedanken anfreunden, dass es “nichts Neues gibt unter der Sonne”. Für sie sind wir ein Produkt aus einer anderen Charge und unsere Erfahrungen von früher haben keine direkte Verbindung zu ihnen selbst. Dieser weise Vater spricht daher nicht von der Vergangenheit, sondern von der Zukunft. Wenn Sünder dann seinen Sohn ansprechen, wie es der Vater kommen sah, werden sie dem Burschen zeigen, wie recht sein Vater hatte. Viele von uns, die wir Eltern sind, haben noch nicht zu schätzen gelernt, wie wertvoll es ist, die Versuchungen zu kennen, denen unsere Kinder gegenüber stehen, und sie im Voraus darauf vorzubereiten. Gewöhnlich zögern wir eher und gehen Probleme erst dann an, wenn sie schon auf ein kritisches Ausmaß angewachsen sind. Wir können nur lernen von der Weisheit dieses Vaters.

Lassen Sie uns jetzt genauer betrachten, was schlechte Menschen unseren Kindern anbieten und was diese so reizvoll daran finden.

(1) Akzeptanz und Identität in der Gruppe

Die erste Verlockung ist die von Akzeptanz und Identität innerhalb der Gruppe. Als Teenager bauen Kinder ihr Selbstbewusstsein eher darauf, wie ihre Altersgenossen sie sehen, als darauf, was ihre Eltern über sie denken. Daraus resultiert eine enorme Sensibilität für das, was die Kameraden denken, und ein starkes Bedürfnis danach, innerhalb der eigenen Altersgruppe akzeptiert zu werden. Nie ist der Gruppendruck stärker als jetzt. Die Sünder, die den jungen Mann verleiten werden, sind, denke ich, diejenigen, die das Kind beeindrucken möchte, und sie sind wahrscheinlich genauso alt oder wenig älter als er selbst. Innerhalb der Gruppe gibt es Angenommensein, Bedeutung und Sicherheit – die Dinge, auf die ein Jugendlicher begierig ist.

Ist Ihnen schon einmal aufgefallen, dass Menschen in einer Gruppe Dinge tun, die für sie einzeln gar nicht infrage kämen? Massendemonstrationen und Aufstände sind Beispiele dafür, wie Gruppendruck eingesetzt werden kann, um Böses zu befördern. Das soll nicht heißen, dass jede Verbindung mit einer Gruppe schlecht wäre, denn Gruppendruck kann für das Gute wie für das Böse wirken. Im Hebräerbrief lesen wir:

Und lasst uns darauf achten, wie wir einander zu Liebe und guten Werken anreizen können, indem wir unsere eigene Zusammenkunft nicht aufgeben, wie es bei manchen der Brauch ist, sondern einander ermutigen, und das umso mehr, als ihr den Tag herannahen seht. (Heb 10:24-25).

Das Schlechte liegt nicht in der Gruppenzugehörigkeit selber, sondern in der Zugehörigkeit zur falschen Gruppe, zu einer, die uns dazu verleitet, uns dem Bösen anzuschließen.

(2) Die Aussicht auf materiellen Gewinn

Die zweite Verlockung der Sünder ist das Versprechen materiellen Gewinns:

“Wir werden allerlei kostbare Dinge von Wert finden, Wir werden unsere Häuser mit Beute füllen; Setze auf uns, einen Beutel soll es für uns alle geben” (1:13-14).

Wohlstand als solcher wird nirgendwo in den Sprüchen als etwas Schlechtes betrachtet, nur dann, wenn er auf sündhafte Art erworben wurde (10:2; 13:11; 19:22; 28:6). Gottergebenheit und Weisheit führen oft zu Wohlstand (3:9-10,16), aber der Gewinn, den der Böse uns anbietet, kommt aus Gewalt. Nicht durch Sorgfalt und harte Arbeit werden die Bösen wohlhabend, sondern durch Raub (1:11-12). Die individuelle Anstrengung wird dabei heruntergespielt, und Bequemlichkeit und Wohlstand sollen durch eine Art kommunistischer Arbeitsauffassung erreicht werden (1:14).

(3) Abenteuer und das Gefühl der Macht

Die dritte Verlockung liegt in der Aufregung, in dem Gefühl von Macht und dem Hochgefühl, das mit einem Verbrechen einhergeht. Junge Leute sind es Leid, immer wieder gesagt zu bekommen, dass man sie sehen und nicht hören sollte. Sie wollen wichtig sein und in der Lage, Macht über andere auszuüben. Ein kriminelles Leben ist einer der schnellen Wege zu einem Gefühl der Macht. Wenn man von der falschen Seite her auf einen Teenager mit einem 45er-Kaliber-Revolver blickt, erscheint der schon sehr Respekt einflößend. Ein kriminelles Leben bietet Jugendlichen die begehrte Gelegenheit, Gänsehaut und Nervenkitzel zu erleben, und die damit verbundenen Gefahren erhöhen nur die Attraktivität. Warum, schließlich, üben so viele junge (und auch ältere) Amerikaner Hobbies und Sportarten aus, die mit Gefahren für Leib und Leben verbunden sind?

Der abschließende Appell eines Vaters

Der abschließende Appell des Vaters in den Versen 15-19 geht von den gerade zuvor beschriebenen Verlockungen aus. Vers 15 enthält die Bitte an den Sohn, diesen Weg des Bösen zu meiden, und die Verse 16-19 geben zwei Gründe an, warum all diese Angebote abgelehnt werden sollten. In Vers 16 finden wir den ersten Grund: weil Geld und Abenteuer durch diesen Lebensstil auf Kosten Anderer erworben werden. Solche gewalttätigen Menschen drängen nicht nur darauf Blut zu vergießen, sondern sie werden es auch tun. Ich weiß, dass viele von Ihnen es kaum glauben werden, aber die drei Monate, die ich in einem staatlichen Gefängnis gelehrt habe, haben mich davon überzeugt, dass es Menschen gibt, die Jemanden erstechen würden für das bloße Vergnügen, ihn verbluten zu sehen. Solche Menschen muss man meiden.

Die Erläuterungen eines Vaters

Die Verse 17-19 erklären den zweiten Grund dafür, warum ein Leben mit Gewaltverbrechen schlecht ist: es zerstört den Täter ebenso wie das Opfer. Der böse Mensch ist wohl willens, andere zu zerstören – er sollte aber gewarnt sein, dass er auch sich selber zerstört.

Denn es ist müßig, das Netz auszubreiten Vor den Augen eines Vogels; Aber sie liegen auf der Lauer nach ihrem eigenen Blut; Sie überfallen ihr eigenes Leben aus dem Hinterhalt. So geht es Allen, die unrechten Gewinn machen; Er nimmt ihnen das Leben (1:17-19).

Bibelstudenten tun sich besonders schwer, diese Verse zu interpretieren. Zwei Erklärungen werden am häufigsten geboten, und ich neige zur zweiteren. Die erste Sichtweise ist die, dass Vögel intelligenter sind als die meisten Gauner. Ein Vogel, so wird uns gesagt, ist schlau genug, eine Falle zu meiden, die er aufgebaut werden sieht: Auch wenn man Getreidekörner ausstreut, wird der Vogel sie nicht anrühren, weil er weiß, dass dahinter eine Falle steckt, in der er gefangen werden würde. Kriminelle aber sind noch nicht einmal so schlau wie die Vögel, denn sie verfolgen einen kriminellen Lebenswandel, ohne sich dessen bewusst zu werden, dass sie damit ihre eigene Zerstörung herbeiführen.14

Der Impuls der zweiten Erklärung ist der, dass solche Kriminellen nicht mehr Vernunft haben als ein Vogel, der – obwohl er zugesehen hat, wie die Falle errichtet wurde – schließlich zu seinem eigenen Untergang seinen Appetit auf Körner über die Angst vor der Gefahr siegen lässt. Vögel können zusehen, wie ein Netz ausgebreitet und mit Körnern bestreut wird. Aber früher oder später werden ihre Augen nur noch die Körner wahrnehmen. Um ihren Appetit zu befriedigen, werden sie dann zu den Körnern herunterfliegen und im weiteren Verlauf ihr eigenes Leben zerstören. So geht es auch den schlechten Menschen, die sich für ein Leben voll Gewalt und Verbrechen entscheiden. Wie die unvernünftigen Tiere erlauben sie ihrem Appetit, die Herrschaft zu übernehmen. Solche Menschen sind schlimmer als die Vögel. Menschen können denken und sind in der Lage, Gefahren zu erkennen. Menschen haben auch Eltern, die sie vor dem Bösen gewarnt haben. Und Menschen sind auch deswegen weniger zu bemitleiden, weil sie die Falle durch ihre eigene Gewalttätigkeit aufgestellt haben, während Vögel Opfer einer Falle werden, die sie nicht selbst gebaut haben. Wie Haman, der den Galgen für Mordechai baute und dann selber daran hing (vgl. Esther 7), werden die, die das Schwert zum Leben wählen, auch durch das Schwert sterben (vgl. Mat 26:52).15

Die Weisheit spricht
(1:20-33)

Wenn wir zu den Versen 20-33 gelangen, kommt es zu einer bemerkenswerten Veränderung. In den vorausgehenden Versen hatte ein Vater seinem jungen und beeinflussbaren Sohn Weisheit vermittelt. In den Versen 20ff. wird die Weisheit dann personifiziert als eine Frau. Sie spricht nicht zu dem Unschuldigen, sondern zu dem Schuldigen. Während der Vater seinen Sohn drängte, den Weg des Bösen nicht zu betreten, spricht jetzt die Weisheit zu denen, die sich bereits entschieden haben, den Weg des Bösen zu gehen. Der erste Diskurs war vorbeugend, der zweite ist beschreibend. Der Punkt ist, dass es junge und alte Narren gibt, und die Weisheit der Sprüche gilt für Narren jeden Alters. Es gibt zwar keinen blauäugigen Optimismus, dass Viele ihren schlechten Weg verlassen und sich der Weisheit zuwenden werden, aber dennoch wird jedem das Angebot gemacht.

Weisheit wird verkündet

Die Verse 20 und 21 machen uns mit der Weisheit in der Person einer Frau bekannt und mit den Orten, wo Weisheit verkündet wird. In einem Volk, das Aufrichtigkeit fördert und Sündhaftigkeit mit Strafe belegt, können böse Menschen die Anderen nicht in aller Offenheit dazu verleiten, ihnen zu folgen. Aber während diese schlechten Menschen gezwungen sind, im Geheimen zu verführen, ruft die Weisheit zu allen Menschen und zwar auf öffentlichen Plätzen, wo sich die Massen aufhalten: Die Stadttore (Vers 21) sind der Ort, wo die Ältesten sitzen und Rechtsstreitigkeiten beigelegt werden (vgl. Ruth 4:lff.).

Die Schlussfolgerung aus diesen Versen ist offensichtlich: Wir können eine Menge lernen, wenn wir die Quelle einer angebotenen “Weisheit” in Betracht ziehen. Weisheit kann man, wie wir aus den vorangegangenen Versen wissen, in elterlichem Rat und Anleitung finden. Hier ist Weisheit jetzt auch von den Ältesten der Stadt zu erhalten, von Menschen, die für ihre Reife und Gottgefälligkeit bekannt sind. Die schlechten Menschen aus Vers 10-14 wird man kaum an den Stadttoren finden, denn ihresgleichen lungert eher in dunklen Straßen und kommt erst dann heraus, wenn es dunkel wird. Deren “Weisheit” wird nicht öffentlich ausgerufen, sondern im Geheimen geflüstert.

Wenn auch der “Sohn” aus den Versen 8ff. jung und unschuldig ist, so doch nicht diejenigen, die in Vers 22 und 23 angesprochen werden. Nicht Unwissenheit und Unschuld ist ihr Problem, sondern dass sie den Weg der Weisheit absichtlich verwerfen. “Wie lange”, ruft die Weisheit, “wollt ihr Unerfahrenen die Unerfahrenheit lieben? Und ihr Spötter euch am Spott erfreuen, Und ihr Unvernünftigen die Erkenntnis hassen?” (Vers 22). Die Einfältigen sind es zufrieden und die, die spotten, tun es mit Freude: Nicht dass das Wissen nicht verfügbar wäre, es ist für sie unakzeptabel – sie hassen es (Vers 22).

Die Weisheit korrigiert

Worte der Weisheit sind zurecht korrigierende Worte. “Wendet euch zu meiner Zurechtweisung”, ermahnt sie (Vers 23). Weisheit ruft die schuldigen Sünder zur Reue auf, denn für einen Sünder besteht die einzige Möglichkeit, die Weisheit zu erlangen, darin, sich von seinem schlechten Weg abzukehren, seiner Torheit abzusagen und den Weg der Rechtschaffenheit zu gehen.

Weisheit ist nicht naturgegeben

Von Natur aus besitzt man keine Weisheit – aber Torheit schon. Dem entsprechend schließt Weisheit eine übernatürliche Quelle ein (1.Kor 2:6-16). Die Weisheit bietet an, ihren Geist über diejenigen auszugießen, die die Torheit fliehen und sich zu ihr umkehren wollen (Vers 23). Der “Geist”, den die Weisheit hier den Menschen anbietet, ist, denke ich, der Heilige Geist, der unseren Geist erleuchtet und die Schriften erhellt, so dass wir die göttliche Weisheit verstehen können (vgl. Eph 1:17; Kol 1:9). Es ist meine persönliche Überzeugung, dass Christen zu wenig von Christus und dem Heiligen Geist im Alten Testament wahrnehmen. Ich finde es geradezu schwierig, diesen Text nicht in Bezug auf den Heiligen Geist zu lesen.16

Es gibt gute Gründe für die ernstliche Warnung der Weisheit. Die den Pfad der Torheit gewählt haben, befinden sich auf einem Weg der Zerstörung. In den Versen 17-19 drängte der Vater seinen Sohn, sich den schlechten Menschen nicht anzuschließen, weil sie ihn auf den Weg zur Selbstzerstörung bringen werden. In Vers 24-32 warnt die Weisheit Männer, die schon einen zerstörerischen Kurs eingeschlagen haben. Es gibt drei vorherrschende Themen in diesen Versen.

Schlechtigkeit wählt man

Das erste Thema ist, dass Menschen auf einem schlechten Weg sind, weil sie es so gewählt haben:

“Weil ich gerufen habe und ihr euch weigertet; Weil ich meine Hand ausgestreckt habe, aber keiner da war, der darauf Acht gab, Und ihr all meinen Rat unbeachtet ließet Und meine Zurechtweisung nicht wolltet” (Vers 24-25).

“Weil sie die Erkenntnis hassten Und die Furcht des Herrn nicht erwählten. Sie wollten meinen Rat nicht annehmen, Sie verschmähten all meine Zurechtweisung” (Vers 29-30).

Aus Vers 7 haben wir gelernt, dass der Anfang der Weisheit in der moralischen Entscheidung zur Gottesfurcht und zur Abkehr vom Bösen liegt (vgl. 3:7). Diejenigen, die hier von der Weisheit verwarnt werden, sind die, die sich bewusst entschieden haben, nicht auf ihren Ruf zu hören und dem Weg des Bösen zu folgen.

Die Menschen lehnen die Weisheit nicht aus Dummheit ab, sondern als Dummheit. Nur Wenige verfolgen den Weg des Bösen, weil sie nicht wissen, dass das Torheit ist. Sie tun es vielmehr, weil sie sich klüger vorkommen als alle Anderen:

Der Faule dünkt sich weiser als sieben Männer, die eine verständige Antwort geben können (26:16).

Während ich im Staatsgefängnis arbeitete, taten viele Gefangene offen die Meinung kund, dass ich in ihren Augen der Dumme war und nicht sie selber. Ich arbeitete freiwillig stundenlang, um etwas Geld zu verdienen, während sie in wenigen Minuten eine Bank ausrauben und dann Monate lang gut leben konnten. Die schlechten Menschen aus Spr 1:11-14 sind stolz auf ihre Lebensart. Sie werden schnell und mühelos reich, während die Ehrlichen (Vers 11) die Dummen sind, die sie rasch um ihr Geld erleichtern können.

Weisheit abzulehnen hat schmerzliche Konsequenzen

Das zweite Thema ist, dass es schmerzliche Konsequenzen nach sich zieht, wenn man dem Ruf der Wahrheit willentlich nicht folgt:

“Dann will ich auch lachen bei eurem Unglück; Ich werde spotten, wenn da kommt, was ihr fürchtet; Wenn über euch kommt wie ein Sturm, was ihr fürchtet, Und euer Unglück wie ein Wirbelwind daherkommt; Wenn Bedrängnis und Unheil über euch kommen” (1:26-27).

Die Tatsache erscheint zunächst beunruhigend, dass die Weisheit hier grausam auftritt. Aber die Weisheit warnt die Menschen, dass Bedrängnis und Unheil die Konsequenz aus ihrer Zurückweisung sind. Schlechte Menschen erleiden nur, was sie verdienen. Gottes Gerechtigkeit erfordert, dass die Menschen nicht nur das erhalten, was sie verdienen (z.B. Röm 6:23, “Der Sünde Lohn ist der Tod.”), sondern auch das, was sie sich wahrhaft wünschen.

“Darum sollen sie essen von den Früchten ihres Wandels Und sich an ihren eigenen Ratschlägen übersättigen. Denn die Eigenwilligkeit der Unverständigen wird sie töten, Und die Selbstzufriedenheit der Toren wird sie zerstören” (1:31-32).

Es gibt kein Zurück

Das letzte Thema ist, dass es einen Punkt gibt, von dem aus kein Zurück mehr möglich ist, von dem ab jede Reue zu spät kommt.

“Dann werden sie nach Mir rufen, aber Ich werde nicht antworten; Sie werden Mich unablässig suchen, aber sie werden Mich nicht finden, Weil sie die Erkenntnis hassten Und die Furcht des Herrn nicht erwählten” (1:28-29).

Wenn die Weisheit die Sünder in den Versen 20-33 anruft, handelt es sich nicht um ein Angebot, das man bis zu einem bequemeren Zeitpunkt zurückstellen könnte. Der Weg des Bösen führt am Ende zur Zerstörung, und Menschen können nicht selbstzufrieden den Weg des Bösen fortsetzen und erst dann bereuen, wenn die Konsequenzen daraus offen zutage treten. Dann wird es zu spät sein, und die Hölle wird bevölkert sein von Menschen, die bedauern, aber nicht aufrichtig bereuen. Die Gerechtigkeit erfordert es, dass die Menschen mit den Konsequenzen aus ihrem erwählten Lebensweg konfrontiert werden. Die Zeit zur Reue ist jetzt, nicht später (vgl. 2.Kor 6:2).

Im letzten Vers wird das Schicksal der Gerechten dem derjenigen gegenüber gestellt, die den Weg des Bösen gewählt haben:

“Wer aber auf mich hört, wird in Sicherheit wohnen Und kein Unglück fürchten” (1:33).

Die auf dem Pfad der Weisheit wandeln, werden ihren Lohn in der Vergebung der Sünden ernten, und sie werden sich nicht vor der Bestrafung ihrer Sünden fürchten müssen. Die ständige Furcht vor dem drohenden Übel gehört nur denen, die Übles tun, aber die Weisheit befreit Menschen von der Zerstörung, die aus der Sünde resultiert.

Schlussfolgerung

Das erste Kapitel der Sprüche ist wie eine Straßenkarte: es skizziert das Leben in Form von nur zwei Wegen – dem Weg der Weisheit und dem Weg der Torheit. Weisheit führt zu Frieden und Sicherheit, der Weg der Torheit endet dagegen mit Tod und Zerstörung. Jeder von uns befindet sich auf einem dieser beiden Wege. Der Weg der Torheit ist der der schlechten Menschen, die materiellen Gewinn durch Gewalt erreichen wollen. Der Weg der Weisheit wird betreten durch Gottesfurcht und die Absage an das Böse.

Weil wir durch unsere sündige Natur zum Pfad der Torheit neigen, müssen wir eine bewusste Entscheidung für den Pfad der Weisheit treffen. Für den Weg der Torheit muss man nur demjenigen folgen, der empfiehlt das zu tun, was man natürlicherweise tun würde, und dabei den Ruf der Weisheit zu überhören. Um den Weg der Weisheit zu betreten, muss man seine eigene Neigung zur Sünde erkennen, der Torheit absagen und sich entscheiden, der Weisheit in der Furcht des Herrn zu folgen.17 Jeder Mensch wird gezwungen, eine Entscheidung bezüglich der Furcht des Herrn zu treffen, Gott entweder zu fürchten (1:7) oder sich Ihm zu widersetzen (1:29).

Eine tiefer gehende Beschäftigung mit der “Furcht des Herrn” ist lohnenswert, doch lassen wir es für jetzt genug sein mit dem ausdrücklichen Hinweis darauf, dass die Weisheit im Buch der Sprüche personifiziert wird. Ich glaube, dass dies nicht nur ein literarisches Mittel ist, sondern dass diese Personifizierung der Weisheit uns auch vorbereitet auf die Inkarnation der Weisheit in der Person unseres Herrn Jesus Christus. Beachten Sie die verblüffende Ähnlichkeit zwischen der Weisheit im Buch der Sprüche und Jesus im Johannes-Evangelium:

“Der Herr hat mich schon besessen am Beginn Seiner Wege, Vor seinen Werken von alters. Ich bin eingesetzt von Ewigkeit her, Vom Anfang, von den Vorzeiten der Erde. Als noch keine Wassertiefe war, wurde ich hervorgebracht, Als noch keine Quellen waren, die von Wasser fließen. Bevor die Berge eingesenkt wurden, Vor den Hügeln wurde ich hervorgebracht; Als Er die Erde noch nicht gemacht hatte und nicht die Äcker, Auch nicht den ersten Staub der Welt. Als Er die Himmel bereitete, war ich da, Als Er einen Kreis festsetzte über der Wassertiefe” (Spr 8:22-27).

Im Anfang war das Wort, und das Wort war bei Gott, und das Wort war Gott. Dieser war im Anfang bei Gott. Alle Dinge kamen durch Ihn ins Dasein, und ohne Ihn kam auch nicht ein Ding ins Dasein (Joh 1:1-3).

Für die Menschen gibt es heute nur zwei Wege, den Weg von Sünde und Tod und den Weg der Erlösung. Der entscheidende Faktor ist unsere Antwort auf die Person und das Werk des Herrn Jesus Christus. Er selbst hat in Anspruch genommen, der einzige Weg in Gottes Himmel zu sein, als Er sagte:

“Ich bin der Weg und die Wahrheit und das Leben; niemand kommt zum Vater denn durch Mich” (Joh 14:6).

Der Apostel Johannes schrieb im fünften Kapitel seines ersten Briefes:

Und das Zeugnis ist dies, dass Gott uns das ewige Leben gegeben hat, und solches Leben ist in Seinem Sohn. Wer den Sohn hat, der hat das Leben; wer den Sohn Gottes nicht hat, der hat das Leben nicht. (1.Joh 5:11-12).

Es gibt keine wichtigere Entscheidung, mein Freund, als die, die dein ewiges Schicksal bestimmt. Deine Zukunft in Ewigkeit hängt ab von deiner Antwort auf die Person Jesu Christi. Wie die Weisheit im ersten Kapitel der Sprüche sagt unser Herr, dass du ein Sünder und zur ewigen Zerstörung bestimmt bist. Er kam zur Erde, führte ein schuldloses Leben und starb für deine Sünden am Kreuz von Golgatha, um dir vor Gott ein gerechtes Ansehen zu geben. Wirst du Sein Angebot zur Rettung weise annehmen oder töricht zurückweisen? Die Entscheidung liegt bei dir.

Es gibt nur zwei Arten von Weisheit in dieser Welt, die Weisheit Gottes und die sündhafter Menschen. Von seiner Natur her erscheint dem Menschen Gottes Weisheit töricht, denn in Seiner Weisheit hat Gott die Rettung für den Menschen durch den Tod Seines Sohnes gebracht.

Wo ist der Weise? Wo ist der Schriftgelehrte? Wo ist der Debattierer über dieses Zeitalter? Hat nicht Gott die Weisheit dieser Welt zur Torheit gemacht? Denn da in Gottes Weisheit die Welt Gott durch ihre Weisheit nicht erkannt hat, hat es Gott gefallen, durch törichte Predigt die zu retten, die glauben. Denn die Juden bitten um Zeichen und die Griechen suchen nach Weisheit, aber wir predigen den gekreuzigten Christus, für die Juden ein Stolperstein und für die Nicht-Juden eine Torheit, aber für die Berufenen, Juden wie auch Griechen, Christus, die Kraft Gottes und die Weisheit Gottes. Denn die Torheit Gottes ist weiser als die Menschen und die Schwäche Gottes ist stärker als die Menschen” (1.Kor 1:20-25).

Weisheit ist nicht eine Art, sondern die Art zu leben. Man kann auf keinem anderen Weg in den Himmel gelangen als auf dem Weg der Weisheit, dem Weg unseres Herrn Jesus Christus. Ich bitte Sie dringend, Ihm zu vertrauen für Ihre ewige Erlösung.

Nachdem ich all das gesagt habe, erscheint es mir noch wichtig zu betonen, dass für einen wahren Christen Weisheit ein Lebensweg ist und nicht nur eine einmalige Entscheidung über Jesus Christus. Wir müssen unseren Glauben in Christus setzen, aber wir müssen Ihm auch folgen. Jesus rief Männer zu Sich mit dem Ruf “Folge Mir nach” (vgl. Mat 4:19; 10:38). Die Entscheidung, Christus zu vertrauen, bedeutet auch eine Verpflichtung dazu, dass wir uns von unserem Weg des Bösen abkehren und ein vollkommen neues Leben in Seiner Nachfolge beginnen.

In dem Wunsch, Männer und Frauen zum Glauben an Christus zu bekehren, könnten wir versucht sein, Christi Anspruch zu verwässern. Aber diejenigen, die zu Christus kommen, müssen ebenso vor den Belastungen durch ihre Jüngerschaft gewarnt werden, wie unser Herr die Menschen dazu gedrängt hat, die Kosten für Seine Nachfolge zu berechnen (Luk 9:57-62). Wenn Menschen zu Christus kommen, lassen sie ihr altes Leben vollkommen hinter sich und betreten einen ganz neuen Weg – den Weg der Weisheit.

Manche Christen denken offenbar, das ideale Leben bestehe darin, sich an Christus als den Erlöser zu wenden, dabei wie immer weiterzuleben und mit dem Besten aus beiden Welten schließlich in den Himmel zu kommen. Ich erinnere Sie daran, dass der Weg der Torheit der Weg zu Tod und Zerstörung ist. Auch ein Christ, der grundsätzlich zur Erlösung gekommen ist, kann vom Weg der Weisheit abweichen und auf den Wegen schlechter Menschen gehen. David, beispielsweise, beging Ehebruch und Mord, als er Bathseba nahm und Uriah töten ließ (2.Sam.11). David büßte nicht seine Erlösung ein, aber er musste lernen, dass jeder, der auf dem Weg des Bösen ist, die Folgen der Sünde erleidet. Und die Heiligen in Korinth lernten, dass willentliche Sünde zu Krankheit und Tod führen kann (1.Kor 5:1ff.; 11:27ff.). Wir werden niemals unsere Erlösung verlieren, wenn wir als Christen sündigen, aber wir werden feststellen, dass alle diejenigen, die den Weg der Torheit wählen, auch die Konsequenzen dieser Torheit tragen müssen. Der Weg der Weisheit ist der einzige Weg zum Leben und zum Frieden. Lassen Sie uns darauf gehen.


12 Marilyn Schwartz, “Was unterscheidet die Männer der Familie Nelson von den Jungen.” The Dallas Morning News, 3. Mai 1982, S. 6C.

13 Associated Press, “Groups: Die Gewalt im Fernsehen nimmt zu.” The Dallas Morning News, 11. Mai 1982, S. 11C.

14 “Geh nicht mit ihnen, denn ihre Absicht ist schlecht; geh nicht mit ihnen, denn wenn auch der Vogel flieht vor dem Netz, das vor ihm ausgespannt wird, so wirst Du doch sicher so blind sein und Dir Leid zufügen durch die Schlinge ihrer plumpen Verlockungen.” Franz Delitzsch, Biblischer Kommentar zu den Sprüchen Salomos (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Company [Photolithodruck], 1968), It S. 66.

15 “. . . der Vergleich bezieht sich nicht auf die Vergeblichkeit, eine Schlinge vor den Augen eines Vogels auszulegen (der so die Falle sieht und sie meidet), sondern auf Vögel, die, obwohl die Schlinge vor ihrem Blick ausgelegt wird, . . . ” (A Critical and Exegetical Commentary, C. H. Toy, & T. Clark, 1959), S. 17.

16 Die Übersetzung der New International Version weicht hier deutlich ab, meiner Meinung nach ohne guten Grund. Sie übersetzt Vers 23 Wenn ihr auf meine Zurechtweisung gehört hättet, hätte ich mein Herz über euch ausgeschüttet und euch meine Gedanken bekannt gemacht und überträgt so das hebräische Wort für Geist als Herz. Das ist schon schlimm genug, aber sie gibt Vers 23 außerdem so wieder, als sei die Weisheit hier schon abgelehnt worden, was im hebräischen Text erst für den folgenden Vers zutrifft. Alles in Allem sollte man an dieser Stelle von der Übertragung der NIV wohl am besten abgehen.

17 Hier [in den Sprüchen] umfasst die Furcht des Herrn das, was wir heutzutage unter Religion verstehen. Mit der Furcht des Herrn forderten diese Weisen eine religiöse Hingabe im tiefsten Sinne des Wortes. Sie bedeutete schlicht und einfach das, was jedes menschliche Wesen seinem Schöpfer schuldet. Deshalb konnte der Bearbeiter, der das Motto über die erste Sammlung der Sprüche schrieb, mit diesem bestätigen, dass religiöse Hingabe Anfang und Grundprinzip aller Erkenntnis ist. Ohne eine lebendige Beziehung zu Gott war es niemandem möglich, so viel Wissen zu erwerben, dass er die Bezeichnung 'weise' verdient hätte. James L. Crenshaw, Old Testament Wisdom (Atlanta: John Knox Press, 1981), S. 95.

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3. Die zwei Frauen: Madame Torheit und Dame Weisheit (Sprüche 7-9)

Einleitung

Während meiner Zeit als Student am Priesterseminar nahm ich die Gelegenheit wahr, zwei Polizisten als Beobachter zu begleiten. Diese patrouillierten durch ein Viertel mit relativ hoher Kriminalität, eines, in dem zahlreiche Bars und andere Etablissements die sündige Natur des Menschen bedienten. Das größte Rätsel war mir dabei die Art, wie sie zu erkennen schienen, mit wem sie es zu tun hatten. Sie zeigten beispielsweise auf eine junge Frau, die eine Prostituierte sei. Dann identifizierten sie deren Zuhälter. Ich konnte nicht verstehen, wie sie das machten. Es war, als ob diejenigen Namensschilder tragen würden. Wie konnten sie so einfach die Prostituierten von den anderen jungen Frauen um sie herum unterscheiden? Tatsache war, dass sie eine ganze Menge mehr über eine bestimmte Art von Frauen wussten als ich.

In Sprüche 1-9 erzählt uns Salomo sehr ausführlich über zwei unterschiedliche Arten von Frauen: Dame Weisheit und Madame Torheit.18 Aus dem ersten Kapitel der Sprüche haben wir bereits gelernt, dass wir uns vom Weg der schlechten Männer fernhalten müssen; nun werden wir gewarnt, dass auf dem Weg des Bösen auch verführerische Frauen sind. In den Kapiteln 1-9 weiß uns Salomo Vieles zu lehren bezüglich der Unterschiede zwischen den beiden erwähnten Arten von Frauen. Darüber hinaus werden wir feststellen, dass diese zwei Frauen zwei Wege personifizieren, den Weg der Weisheit und den Weg der Torheit. Hören wir also genau auf die Warnung der Sprüche vor der falschen Art von Frauen.

Ein charakterlicher Kontrast

Das herausragende Thema von Sprüche 1-9 ist der Kontrast zwischen Dame Weisheit und Madame Torheit. In jedem dieser einleitenden Kapitel finden wir entweder Madame Torheit (2:16-19; 5:1-14; 6:20-35), Dame Weisheit (1:20-33; 3:13-18; 4:5-9; 8:1-36), oder beide (7:1-4, 5-27; 9:1-6, 13-18). Der Weg der Weisheit wie auch der Weg der Torheit werden durch Frauen personifiziert. Dies erscheint besonders bedeutsam in Anbetracht der Tatsache, dass in den Sprüchen eine Anleitung vom Vater für den Sohn wiedergegeben wird. Wenn es etwas gibt, das ein Vater seinen Sohn lehren sollte, ist es die Art von Frauen, an die er sich halten, und die Art von Frauen, die er meiden sollte. Dame Weisheit und Madame Torheit sind literarische Mittel, um einen jungen Mann auf zwei Ebenen zu belehren, auf der buchstäblichen und auf der bildlichen.

Lassen Sie uns zunächst die Charaktere dieser zwei Frauen gegenüberstellen. Madame Torheit ist keine Prostituierte, sondern eine Ehebrecherin (2:16, New American Standard Bible). Sie verlässt den Gefährten ihrer Jugend (2:17). Wer dumm genug ist, sich mit ihr einzulassen, bekommt es mit einem wütenden Ehemann zu tun (6:29-35). Sie muss ihr Opfer daher beruhigen, dass ihr Mann nicht zu Hause ist und nicht so bald zurückkehren wird (7:19-20).

Madame Torheit ist gottlos und unmoralisch. Sie vergisst den Bund ihres Gottes (2:17). Oft wird sie eine fremdländische Frau genannt (2:16, NASB, Randnote), so dass sie wohl eher einer heidnischen Religion zuneigt als einem lebendigen Glauben an den Gott Israels. Derselbe Ausdruck fremdländische Frau taucht auch in 1. Könige 11:1 auf, bei den fremdländischen Frauen, die Salomo heiratete und die sein Herz vom Herrn abwandten. Madame Torheit ist unvernünftig und einfältig (9:13). Sie denkt nicht über ihren eigenen Weg nach, noch über die Tatsache, dass dieser Andere zum Tode führen kann. Sie schämt sich ihrer Sünden nicht: (4:6)

So ist der Weg einer ehebrecherischen Frau: Sie isst und wischt sich den Mund ab und sagt: Ich habe nichts Unrechtes getan. (Spr 30:20).

Dem gegenüber wird die Weisheit personifiziert als eine Jungfrau, an die ein weiser Sohn sich halten und zu der er ein angemessenes und doch enges Verhältnis suchen sollte. Während ein junger Mann Madame Torheit aus dem Weg gehen sollte, sollte er der Weisheit nachstellen wie einer Frau, die bald seine Braut werden wird.

Sie ist kostbarer als Juwelen, und Alles, was du wünschen magst, kann ihr nicht gleichkommen (3:15).

Verlasse sie nicht, und sie wird dich bewahren; Liebe sie, und sie wird dich behüten. Der Weisheit Anfang ist: Erwirb Weisheit, Und mit Allem, was du erwirbst, erwirb Einsicht. Schätze sie hoch, und sie wird dich erhöhen; Sie wird dich ehren, wenn du sie umarmst (4:6-8).

Sprich zur Weisheit: Du bist meine Schwester.19 Und nenne die Einsicht deine Busenfreundin (7:4).

So wie Madame Torheit gottlos ist, ist Dame Weisheit gottähnlich. Die Weisheit, wie sie in den Sprüchen dargestellt wird, ist keine abstraktes Ding, sondern eine Person. Sie bietet den Menschen ihren Geist an (1:23). Sie behütet Menschen und bewahrt sie vor dem Weg des Todes (1:33; 2:16ff.; 4:6-9). In Vers 3:18 wird sie ein Baum des Lebens genannt, ein Ausdruck, der uns vom Garten Eden (Gen 2:9; 3:22) und vom Paradies in Offenbarung 22:2 her bekannt ist. In Sprüche 3:19-20 und 8:22-31 wird die Weisheit als ewig beschrieben und als Eine, die an der Schöpfung der Welt teilhatte. Es geht vielleicht zu weit zu sagen, wir könnten aus dieser Beschreibung der Weisheit dogmatisch schließen, dass sie sich auf den Herrn Jesus Christus bezieht. Aber sie lässt sicherlich Raum für eine solche Gleichsetzung. Meiner Meinung nach sind die Ähnlichkeiten hier mehr als zufällig.

Die Weisheit wie auch die Torheit werden portraitiert als jemand, der die Männer verfolgt und sie drängt, auf seinem Weg zu gehen. Madame Torheit ruft zu denen, die vorüber gehen, zu denen, die ihre Wege gerade machen (9:16), aber ganz besonders ist sie hinter den Einfältigen her, denn diese sind am anfälligsten und werden ihr wahrscheinlich folgen (7:6ff.). Auch die Weisheit ruft zu den Einfältigen und den Toren und drängt sie, ihre Torheit aufzugeben und dem Weg der Rechtschaffenheit und Weisheit zu folgen (1:22ff.; 8:4-5; 9:4).

Dame Weisheit und Madame Torheit mögen wohl die gleichen Männer verfolgen, doch ihre Botschaft und ihre Methoden unterscheiden sich gravierend. Dame Weisheit warnt die Menschen vor dem Tod und der Vernichtung, denen alle, die auf dem Weg der Torheit bleiben, anheim fallen werden (1:24ff.). Sie erzählt den Menschen nicht das, was sie hören wollen, sondern das, was sie hören müssen, wenn sie vor dem Tode bewahrt werden wollen. Dame Weisheit spricht geradeheraus und sie spricht von den vornehmen Dingen (8:6-8). Sie bietet ihre Lehren und Gebote an (7:1-2), wie auch Ratschlag und fundierte Weisheit (8:14). Sie verspricht Sicherheit (1:33), Frieden, Langlebigkeit, Reichtum und Ehre (3:16-17) und, Allem voran, Leben (3:18).20

Madame Torheit verschwendet keinen Gedanken an ihr eigenes Schicksal (5:6; 9:13), noch weist sie die Menschen darauf hin, dass ihr Weg unweigerlich zum Tode führt (2:18-19; 6:26; 7:22-23; 9:18). Wenn Dame Weisheit das Geistige im Menschen anspricht, so stimuliert Madame Torheit die sinnlichen Bedürfnisse des Einfältigen. Sie kleidet sich verführerisch (7:10) und spricht erotisch von ihrem Bett mit Gewürzen und teuren Decken (7:16-17). Sie bietet an, ihr Opfer mit Liebe zu sättigen.

Madame Torheit hat zwar äußerlich einige Schönheit zu bieten, ich bin mir aber nicht sicher, dass sie wirklich so schön ist, wie wir annehmen könnten. In Sprüche 2:17 wird uns gesagt, dass sie den Gefährten ihrer Jugend verlässt. Sie ist also offenbar eine Frau, die schon etliche Jahre verheiratet ist. Vielleicht bedeckt Makeup ihre Falten, und ihr seidiges schwarzes Haar ist das Resultat einer Färbung, mit der sie die grauen Haare zudeckt, die mit dem Alter kommen.

Ob sie mir zustimmen oder nicht, dass Madame Torheit doch nicht ganz so jung und schön ist – ich will zugeben, dass sie eine gewisse äußerliche Schönheit besitzt (6:25). Aber ihre Hauptwaffe ist nicht die Schönheit, es ist ihre Zunge.

Denn die Lippen der Ehebrecherin träufeln von Honig, Und glatter als Öl ist ihre Sprache; Aber am Ende ist sie bitter wie Wermut, Scharf wie ein zweischneidiges Schwert (5:3-4; vgl. auch 2:16; 7:5; 22:14).

Das Einzige, was Madame Torheit besser beherrscht als irgend jemand sonst, ist ihrem Opfer zu schmeicheln. Es gibt eine Art Sprichwort: Liebe geht durch den Magen. Madame Torheit weiß das, und eine Einladung zum Abendessen ist Teil ihrer trickreichen Verführung (7:14). Der beste Weg aber, einen Mann zu entwaffnen, besteht darin, an sein Ego zu appellieren, und Madame Torheit spricht den jungen Mann mit den folgenden Worten an:

Darum bin ich ausgegangen, dir entgegen, um deine Gegenwart zu suchen, und ich habe dich gefunden (7:15).

In Wahrheit war Madame Torheit auf der Suche nach irgendeinem Mann, der töricht genug wäre, ihren Annäherungsversuchen nachzugeben. Aber sie vermittelt diesem jungen Mann den Eindruck, dass von allen Männern, die sie haben könnte, er derjenige ist, den sie wirklich begehrt.

Meine persönliche Meinung ist, dass das männliche Ego hauptsächlich dafür verantwortlich ist, wenn ein Mann Bereitschaft zu unmoralischem Verhalten entwickelt. Auf Frauen mag das genauso zutreffen. Allerdings glaube ich damit nicht, dass Schmeichelei die beste Art ist, seinen Ehepartner an sich zu binden. Schmeichelei wird in den Sprüchen immer verurteilt (vgl. 26:28; 28:23; 29:5). Was ich glaube ist, dass es gesund und weise ist, unserer Wertschätzung für die positiven Eigenschaften des Ehepartners Ausdruck zu verleihen. Wer, wenn nicht der Ehemann einer tüchtigen Frau, sollte sie sonst an den Toren preisen (31:31)?

Eines der bemerkenswerten Dinge an Madame Torheit ist, dass auch sie geschickt ist im Umgang mit Sprichworten. Wenn sie ihre Beute verführen will, zitiert sie den Spruch:

Gestohlenes Wasser ist süß; Und heimlich gegessenes Brot ist lieblich (9:17).

Während Dame Weisheit reine Wahrheit spricht, proklamiert Madame Torheit dreist die Unvernunft. Sie entschuldigt die Sünde nicht, noch sucht sie Ausreden dafür. Tatsächlich stellt sie die Sünde sogar offen zur Schau, denn gerade die Tatsache, dass ein Verhältnis mit ihr unerlaubt ist, macht es ja so reizvoll. Gestohlenes Wasser, so legt sie uns nahe, ist süßer als vom eigenen Brunnen zu trinken (vgl. 5:15). Gerade die Sündhaftigkeit ist das Aufregende für den Unvernünftigen, und sie hat keine Hemmungen, daraus Kapital zu schlagen.

Auf Madison Avenue kann Madame Torheit nichts mehr lernen. Sie weiß schon, dass Werbung sich lohnt. Ihre Methoden unterscheiden sich von denen der geschicktesten Werbeagenturen in keiner Weise und sind ihnen auch kein bisschen unterlegen. Im Kern appelliert sie an die fleischlichen Bedürfnisse ihres Opfers. Sie stellt ihm ein üppiges Mahl in Aussicht und eine sexuelle Erfahrung, die seine wildesten Phantasien wahrmacht. Sie versichert ihm, dass keine Gefahr besteht, erwischt zu werden. Sie betont momentanes, kurzlebiges Vergnügen und bagatellisiert die langfristigen Konsequenzen.

Haben Sie einmal bewusst die Werbung der letzten Zeit auf Plakatwänden und im Fernsehen analysiert? Alles, vom Deodorant bis zum Geschirrspülmittel, wird von Frauen verkauft, die, in sinnliche Gewänder gekleidet, unsere tiefsten Gelüste ansprechen. Wir werden ermutigt, unsere Bedürfnisse jetzt zu befriedigen und nicht bis später damit zu warten. Wir bekommen kleine Karten aus Plastik, damit wir nicht länger auf all das warten müssen, was wir uns wünschen, und wir werden nicht mehr dazu gebracht darüber nachzudenken, dass wir am Ende Monat für Monat etwas abzahlen werden, was wir eigentlich gar nicht gebraucht hätten. Madison Avenue und Madame Torheit wollen uns leben lassen, als gäbe es kein Morgen. Sie bieten uns einen kurzfristigen Rausch, für den wir langfristig schmerzhaft bezahlen müssen.

Wenn wir diese zwei Frauen, Dame Weisheit und Madame Torheit, zum Nennwert nehmen, können wir daraus eine Lektion lernen: die vordringliche Wichtigkeit sexueller Reinheit. Salomo wusste, dass es nur wenige größere Gefahren gibt als die sexuelle Unreinheit. Er und die anderen Schreiber der Sprüche hatten viel zu diesem Thema zu sagen, und wir wissen, dass das auch der Grund war für den Niedergang Salomos (1.Kö 11:1ff.) und seines Vaters David (2.Sa 11). Fremdländische Frauen wurden zum Fallstrick für Samson (Ri 14-16) und für das Volk Israel (Num 25:1ff.). Sexuelle Reinheit hat Priorität für den, der gottgefällig und weise sein möchte.

Die Sprüche erinnern uns Eltern daran, dass wir nicht prüde sein sollten, wenn es darum geht, unsere Kinder offen über die Gefahren sexueller Sünde aufzuklären. Über Sex spricht man offen und doch diskret. Wenn wir etwas dagegen haben, dass unsere Kinder auf der Straße oder in der Schule aufgeklärt werden, sollten wir sicherstellen, dass wir so vorgehen, wie es der weise Vater tat, der seinen Sohn lehrte, um welche Frauen er sich bemühen und welche Frauen er meiden sollte.

Ich bin Vater von fünf Töchtern. Ich habe keinen Sohn, der eine solche Warnung brauchte, aber die Lehren aus den Sprüchen betreffen ganz genauso meine Töchter. So wie die Sprüche einen jungen Mann instruieren, um welche Frauen er sich bemühen und welche er meiden sollte, so lehren sie auch meine Töchter, welche Art von Frau zu sein sie durch Gottes Gnade anstreben sollen. Die Welt unterstützt das Vorbild der Madame Torheit: Populäre Filmstars, glamouröse Models, die Frauen in der Werbung – genau das sind diejenigen, deren moralische Einstellung sündig ist und deren Schlichen und Schmeicheleien denen von Madame Torheit gleichen. Man macht den Mädchen weis, dass sie Bestätigung finden können, wenn sie ihren Körper zur Schau stellen, provozierende Kleidung tragen, sinnliches Parfüm oder Lidschatten auftragen, und so fort. Die gottgefällige Frau, Dame Weisheit, ist nicht gerade ein Vorbild, mit dem unsere jungen Frauen vertraut sind, und es klingt fremd in unseren Ohren, wenn wir die Worte aus Kapitel 31 lesen:

Anmut ist Trug und Schönheit ist nichtig, Aber eine Frau, die den Herrn fürchtet, soll gepriesen sein (31:30).

Für jeden Mann und für jede Frau, die Gottgefälligkeit anstreben, ist es von Nutzen, sich mit Dame Weisheit und Madame Torheit zu beschäftigen. Frauen werden dadurch gemahnt, nicht zum geistlichen Straucheln eines Bruders in Christus beizutragen. Christliche Frauen werden angewiesen, sich nicht um äußerliche Zier zu sorgen, sondern um den inneren Charakter (1.Tim 2:9-10; 1.Pe 3:1-6). Wenn Christinnen nicht auf ihre Kleidung und ihr Benehmen achten, können sie einen Bruder in Christus zur Sünde in Gedanken und in Taten verführen.

Das Buch der Sprüche ist aber auch eine notwendige Lektüre für Männer, die gottgefällig und frei von Unmoral zu sein anstreben. Die Sprüche lobpreisen die Weisheit und machen uns nicht nur die Gefährlichkeit der Madame Torheit bewusst, sondern auch den Wert einer gottgefälligen Ehefrau (18:22; 19:14; 31:10-31). Wir werden ermutigt, sexuelle Befriedigung in der Reinheit einer ehelichen Vereinigung zu finden (5:15-23). Und wann immer wir feststellen, dass ein unmoralischer Gedanke in uns auftaucht, sollten wir ernsthaft darüber nachdenken, was uns die Sprüche über das unausweichliche Ende der Unmoral – nämlich Schande, Ausschweifung und Tod – sagen (2:18-19; 5:7-14).

Die zwei Frauen entsprechen zwei Wegen

Dame Weisheit und Madame Torheit erteilen uns wertvolle Lektionen auf dem Gebiet von Sex und Ehe, aber ich glaube, sie lehren uns viel mehr als das. Sie unterweisen uns nicht nur über zwei Arten von Frauen, sondern sie personifizieren auch zwei Arten zu leben – den Weg der Weisheit und den Weg der Torheit. Ich werde jetzt versuchen, fünf Argumente aufzuzeigen, aus denen für den Leser der Sprüche hervorgeht, dass Dame Weisheit und Madame Torheit diese zwei Arten zu leben darstellen sollen.

1. SOWOHL DAME WEISHEIT ALS AUCH MADAME TORHEIT WERDEN IN DEN SPRÜCHEN ALS WEGE BEZEICHNET. Im ersten Kapitel warnt die Weisheit diejenigen, die sie ablehnen, dass sie übersättigt von den Früchten ihres eigenen Weges werden (Vers 31). In Kapitel 2 wird von der Weisheit gesagt, dass sie einen Mann vom Weg des Bösen abhält (Vers 12), und das wird in den folgenden Versen weiter ausgeführt. Der Weg des Bösen ist der Weg der schlechten Männer (Vers 12b-15) und der Weg der ehebrecherischen Frau (Vers 16-22). In den Versen 12-22 findet man achtmal die Worte Weg oder Pfad, die die Tatsache betonen, dass der Weg des Bösen der Weg niederträchtiger Frauen und gewalttätiger Männer ist. Wiederholt werden im ersten Kapitel der Sprüche sowohl die Weisheit als auch die Torheit als Wege beschrieben (vgl. auch 3:31; 4:11,14; 5:21; 6:23; 7:24-27; 8:13,20; 9:6,15). Die Schlussfolgerung daraus muss sein, dass Dame Weisheit und Madame Torheit nicht einfach Frauen darstellen: sie personifizieren zwei Wege, den Weg der Weisheit und den Weg der Torheit.

2. DER UNTERSCHIED ZWISCHEN DAME WEISHEIT UND MADAME TORHEIT IST EIGENTLICH NICHT DER ZWISCHEN EINER GUTEN UND EINER SCHLECHTEN EHEFRAU. Dame Weisheit entspricht derjenigen Art von Frauen, mit denen ein junger Mann eine Ehe anstreben sollte, und Madame Torheit der Art von Frauen, mit denen ein junger Mann sich nicht einlassen sollte. Und doch liegt beim Unterschied zwischen den beiden Frauen die Betonung nicht auf dem Gebiet von Sex und Ehe. An anderer Stelle im Buch der Sprüche wird die falsche (vgl. 19:13; 30:23) ebenso wie die tüchtige Ehefrau (31:10-31) beschrieben, aber hier stellt Salomo nicht einfach zwei Arten von Frauen gegenüber, um deren Hand man anhalten könnte. Ich möchte argumentieren, dass die Eine zu erwählen und die Andere zurückzuweisen nicht zu einer guten oder schlechten Ehe führt, sondern zum Leben oder Tod. Das ist ein weiterer Beweis dafür, dass wir hier zwar viel über die richtige Ehefrau lernen können, das aber nicht die vorrangige Lektion für uns ist.

3. ES GIBT NICHT NUR ZWEI ARTEN VON FRAUEN. Wenn Salomo uns über Frauen belehren wollte, müsste er viel mehr Arten von Frauen beschreiben als nur zwei. Ich hörte Bill Gothard einmal sagen, dass in den Sprüchen immer die Frau die Aggressive, die Verführende sei, und ich hatte damals den Eindruck, Bill folgerte daraus, dass es im Leben immer so wäre. Das glaube ich nicht. Die Untreue, die ich bisher unerfreulicherweise in christlichen und nicht-christlichen Ehen erleben musste, ging meistens nicht von der Frau aus, sondern vom Mann. Ich glaube nicht, dass Salomo uns aus seinen Worten folgern lassen wollte, es sei meistens die Frau, die den Mann verführt. Vielmehr glaube ich, dass in den Sprüchen Madame Torheit als Aggressor dargestellt wird, weil sie den Weg des Bösen personifiziert. Wenn auch nicht alle Frauen versuchen, Männer zu verführen, so sucht doch Satan aggressiv die Menschen von Gott fort und auf den Weg des Bösen zu ziehen. Mit anderen Worten, die Verführerin in den Sprüchen ist eine Frau, weil eine Frau, Madame Torheit, die Sünde personifiziert.

4. IN DEN SPRÜCHEN WIRD ÜBER DAME WEISHEIT UND MADAME TORHEIT IN BILDERN GESPROCHEN. Jeder, der die Sprüche als Weisheitsliteratur liest, erkennt, dass Vieles von dem, was darin gesagt wird, nicht wörtlich sondern bildlich zu verstehen ist. In Vers 9:1-6 wird Dame Weisheit beispielsweise als eine tüchtige und fleißige Frau beschrieben, die ihr eigenes Haus gebaut, ein Festmahl vorbereitet und ihre Mägde ausgesandt hat, um Menschen zum Essen einzuladen. Wenige Menschen würden wohl darauf bestehen, dass man diese Passage wörtlich nehmen sollte und dass die Weisheit wirklich die Menschen mit Essen versorgen will. Das Festmahl ist ein Bild, eine Metapher, die den reichen Ertrag dessen illustriert, was die Weisheit zu bieten hat, und dazu auch die umfassende Einladung an die Menschen, diesen Ertrag zu sich zu nehmen. Warum befinden wir es dann für nötig, das Bett von Madame Torheit immer wortwörtlich zu verstehen, wenn wir das Festmahl bildlich nehmen? Wir müssen das Bett der Madame Torheit zwar meiden – aber ist das Alles, was der Weg des Bösen zu bieten hat? Ich denke, nicht. Das Bett der Unmoral muss gemieden werden, aber es gibt neben dem Ehebruch noch viele andere Erscheinungsformen des Schlechten.

5. NICHT ALLE AUF DEM WEG DER TORHEIT SIND GEWALTTÄTIGE MÄNNER. Im ersten Kapitel der Sprüche malt Salomo für den Leser die zwei Wege zu leben aus. Der Weg des Bösen wird dabei in Vers 10-14 mit dem Bild der niederträchtigen und gewalttätigen Männer beschrieben. Die meisten werden mir wohl zustimmen, wenn ich sage, dass Gewalt eine Möglichkeit des Bösen ist, mit der wir fertig werden müssen, aber dass die Mehrheit derjenigen, die den Weg der Weisheit abgelehnt haben, nicht mit den Begriffen aus Vers 10-14 beschrieben werden kann. Aus Sprüche 2 lernen wir dann, dass der Weg des Bösen uns auf zwei Arten gefährlich werden kann: erstens als Weg niederträchtiger Männer (Vers 12-15), zweitens aber auch in den Schlichen der Madame Torheit (Vers 16-22). Deshalb möchte ich vorschlagen, dass man Madame Torheit am besten als den personifizierten Weg der Torheit versteht.

Das bedeutet nicht weniger, als dass Madame Torheit die beste Metapher für die Botschaft und die Methoden darstellt, die Satan meistens zur Täuschung und Vernichtung der Menschen einsetzt, die nicht den Weg der Weisheit gewählt haben. Ebenso wie Madame Torheit wird Satan unsere sinnlichen Bedürfnisse ansprechen und so darauf hinarbeiten, dass der Kelch der Leidenschaften und Sehnsüchte immer bis zum Rand gefüllt ist. Er wird die Attraktivität eines momentanen Vergnügens zu zeigen suchen und gleichzeitig die unausweichlichen Folgen davon verharmlosen. Er wird unsere Neigung unterstützen, Gottes Gebot zu missachten und die Weisheit zurückzuweisen, indem er betont, wie anregend und spannend es ist zu sündigen. Im Endeffekt aber wird Satan die Menschen dadurch auf eben dem Weg der Vernichtung halten, den er selber verfolgt; und die ihm folgen – wie auch die, die Madame Torheit folgen – werden die gleichen Konsequenzen zu spüren bekommen wie ihr Führer.

Madame Torheit ist nicht einfach eine verführerische Frau, noch eine allgemein unmoralische Frau – sie personifiziert ein System, durch das Männer und Frauen auf dem Weg der Vernichtung geführt werden. Diejenigen auf dem Pfad der Torheit rauben nicht unbedingt unschuldige Opfer aus oder verletzen absichtlich andere Menschen (1:10-14); aber sie haben sich doch dazu entschieden, den Weg der Weisheit zu verwerfen. Sie haben sich entschieden, einem Weg zu folgen, der Vergnügen für den Augenblick verspricht, und die Zukunft dabei außer Acht zu lassen.

Im Kolosserbrief warnt Paulus die Gemeinschaft der Heiligen davor, gefangen zu werden durch die Philosophie und durch leere Täuschung, gemäß der Überlieferung der Menschen, gemäß den elementaren Prinzipien der Welt, und nicht gemäß Christus (Kol 2:8). Dieses System ist zunächst und vor Allem deshalb falsch, weil es Christus ablehnt, in dem alle Schätze der Weisheit und der Erkenntnis verborgen sind (Kol 2:3). Es befürwortet zwar nicht offen Habgier und Gewalttätigkeit, es fördert noch nicht einmal die Unmoral. Nein, in diesem Falle versucht das ehebrecherische System, menschliche Gerechtigkeit auf Askese und Selbstverleugnung zu gründen (Kol 2:20-23):

Wenn ihr nun mit Christus zusammen den elementaren Prinzipien der Welt gegenüber abgestorben seid, warum unterwerft ihr euch dann, als ob ihr weiterhin in der Welt leben würdet, Verordnungen wie Fasse dies nicht an, koste das nicht, berühre das nicht! (die sich doch alle auf Dinge beziehen, die zur Vernichtung durch den Verbrauch bestimmt sind) gemäß den Geboten und Lehren von Menschen? Dies sind Dinge, die sicherlich einen Anschein von Weisheit haben in selbstgewählter Frömmigkeit und Selbsterniedrigung und strenger Behandlung des Leibes, aber sie haben keinen Wert im Kampf gegen die Hingabe an fleischliches Verlangen (Kol 2:20-23).

Satan kümmert es nicht, auf welcher Spur sich jemand auf der Autobahn zur Vernichtung befindet. Einige werden die Spur von Habgier und Gewalttätigkeit wählen, andere möglicherweise die von Selbstverleugnung und Askese. Einige wird Satan offen zur Sünde verführen, während er andere mit übermäßig strengen Regeln und Vorschriften täuscht (vgl. 1.Tim 4:1-5). Das Unterscheidungsmerkmal für den Weg der Torheit ist, dass dieser mit der Ablehnung Gottes beginnt, mit der Weigerung, den Herrn zu fürchten (Spr 1:7,29). Satan lässt den Menschen sehr viel Spielraum bei der Gestaltung des Weges, auf dem sie zur Hölle fahren. Es ist ihm egal, wie man lebt, solange man in seinem Leben auf sich selbst statt auf Gott vertraut und seinen eigenen Weg geht statt den engen Pfad der Weisheit.

Keine Entscheidung in deinem Leben ist wichtiger als die Wahl, wem du folgen willst: Willst du der Dame Weisheit folgen oder der Madame Torheit? Wirst du dich entscheiden, dich Jesus Christus zu unterwerfen oder Satan zu folgen? Der Weg der Weisheit ist der Weg des Glaubens. Dazu gehört das Vertrauen darauf, dass Gott Sein Wort hält, dass Er dich in Ewigkeit erlösen und segnen will. Der Weg der Weisheit erfordert es, dass du das Vertrauen in dich selbst aufgibst und nur auf Jesus Christus für dein ewiges Leben vertraust (Spr 3:5-6; Joh 14.6). Der Weg der Weisheit erfordert Disziplin und Selbstverleugnung; aber er wird dir Frieden, Sicherheit und ewiges Leben bringen.

Kapitel 11 des Hebräerbriefes ist als Glaubens-Halle bezeichnet worden. Mitglieder der Glaubens-Halle – Männer und Frauen – sind die, die sich entschieden haben, in der Gegenwart Leid zu auf sich zu nehmen und ihren Lohn in der Zukunft zu erwarten:

Durch Glauben wollte Moses, als er erwachsen geworden war, nicht mehr der Sohn der Tochter Pharaos genannt werden; sondern er wollte lieber mit dem Volk Gottes schlecht behandelt werden als die vergänglichen Annehmlichkeiten der Sünde zu genießen; und achtete die Schmach Christi als größeren Reichtum als die Schätze Ägyptens, denn er richtete den Blick auf die Belohnung hin (Heb 11:24-26).

Wie die Dame Weisheit ruft Jesus Christus dich an, dass du deinen schlechten Weg verlassen und Ihm folgen mögest. Wirst du weiterhin nur den Genuss des Augenblicks suchen, oder wirst du den Weg der Gerechtigkeit und des Friedens wählen, der zur ewigen Erlösung führt? Jesus Christus ist dieser Weg (Joh 14:6). Durch den Glauben an Ihn darfst du den Weg betreten, der zum Leben führt.

Christlicher Freund, Madame Torheit kreuzt oft unseren Weg und ruft zu denen, die ihre Wege gerade machen (Spr 9:15). Sie wird unsere Aufmerksamkeit auf die vergänglichen Annehmlichkeiten der Sünde richten und die damit verbundenen Konsequenzen verharmlosen. Sie wird uns drängen, nicht an die Zukunft zu denken und nur für den Augenblick zu leben. Wir dürfen nicht auf sie hören, denn wir sind nur Fremde und Pilger auf der Erde:

Geliebte, ich ermahne euch als Fremdlinge und Pilgrime, euch der fleischlichen Lüste zu enthalten, die doch mit der Seele im Streit liegen (1.Pe 2:11).


18 Die Titel “Dame Weisheit” and “Madam Torheit” habe ich entnommen aus James L. Crenshaw, Old Testament Wisdom (Atlanta: John Knox Press, 1981), S. 72.

19 Das hebräische Wort, das hier als Schwester wiedergegeben wird, wird im Hohen Lied (4:9,10,12; 5:1,2) im Sinne von Geliebte gebraucht. Auch hier scheint es diesen Unterton zu haben. Dem entsprechend wird der junge Mann angehalten, die Weisheit als ein Liebender und intimer Freund zu verfolgen, in gesundem Gegensatz zu Madam Torheit.

20 Leben und Tod waren zwar Begriffe, die sich primär auf irdische Segnungen oder Notlagen bezogen, man kann aber zumindest implizieren, dass es Leben und Tod auch jenseits des Grabes gebe. Nach einer aufschlussreichen Diskussion über Leben und Tod schlussfolgert Kidner: Ein Leben nach dem Tode liegt jenseits des Horizonts der Sprüche … Aber es gibt zwei Aussagen über den natürlichen Tod, die doch auf eine gewisse Hoffnung oder ein Vertrauen aufmerksam machen, das der Böse an diesem Punkt verwirkt (11:7, wenn ein schlechter Mensch stirbt, geht seine Hoffnung zugrunde) und der Gute sich erhält (14:32, ..., aber der Gerechte hat Hoffnung in seinem Tode). Erst durch spätere Offenbarungen sollten diese Andeutungen weiter ausgefüllt werden; bis dahin inspirierte die bloße Versicherung, dass jemandes Mühen nicht umsonst im Herrn waren, eine Hoffnung, die am Ende eine vollständige Erfüllung suchen und finden sollte. Derek Kidner, The Proverbs (Chicago: Inter-Varsity Press, 1964), S. 56.

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4. Junker Einfalt wird verführt (Sprüche 7:1-27)

Einleitung

Es ist ein großer Unterschied, ob jemand einfältig ist oder dumm. Für die meisten von uns wird das Wort einfältig die Assoziation eines nahezu Schwachsinnigen wecken, oder, wie man so sagt, eines etwas unterbelichteten Menschen. Aber das ist es nicht, was der Begriff einfältig im Buch der Sprüche sagen will. Einfältig zu sein ist ein Entwicklungsstadium jedes Menschen, ganz entsprechend dem Heranwachsen eines Jugendlichen. Ebenso, wie man die Pubertät durchmacht, muss jeder eine einfältige Phase im Leben durchmachen. Andererseits ist Einfältigkeit auch eine sehr gefährliche Zeit im Leben, weil Einfältige sehr verletzlich und leichtgläubig sind. Außerdem ist Einfältigkeit nur einen Schritt von der Dummheit entfernt, und so muss dieser kritische Lebensabschnitt mit Vorsicht gelebt werden. Diejenigen unter uns, die diesen Punkt schon hinter sich gebracht haben, haben jetzt vielleicht Kinder, die in die entsprechende Kategorie fallen – aber selbst wenn das nicht der Fall ist, müssen wir doch mit denen umgehen können, die einfältig sind. Daher müssen wir alle genau auf die Worte der Sprüche hören, die uns den Zustand der Einfältigkeit wie auch seine Behandlung darlegen.

Unser Studium des Einfältigen beginnt mit einer Analyse derjenigen Passagen in den Sprüchen, die die Charakterzüge des Einfältigen, die daraus entstehenden Folgen und die Heilung von der Einfältigkeit beschreiben. Dann werden wir die Fallbeschreibung eines Einfältigen im Kapitel 7 der Sprüche betrachten und versuchen, daraus spezifische Grundlagen für einen effektiveren Umgang mit einfältigen Menschen zu entwickeln. Ich werde außerdem versuchen zu zeigen, dass es nicht die Einfältigkeit als solche war, die zum Fall des Einfältigen in Sprüche 7 führte. Ich glaube vielmehr, dass alle Männer prinzipiell auf die gleiche Art straucheln können wie der Einfältige in dieser Episode, und daher kann dieser Abschnitt uns allen eine Lektion darüber erteilen, wie wir unnötigen Versuchungen und den verheerenden Folgen der Sünde aus dem Weg gehen können.

Charakteristika der Einfalt

Einfalt gehört zur Jugend dazu.

Einfältig zu sein ist wie Pickel zu haben – beides kommt mit der Pubertät. Fast automatisch gehen wir davon aus, dass ein Einfältiger jung ist, und etliche Parallelismen in den Sprüchen legen nahe, dass Einfalt und Jugend praktisch gleichzusetzen sind:

Um dem Unerfahrenen [wörtlich: dem Einfältigen] Klugheit zu geben, Und der Jugend Erkenntnis und Unterscheidungsvermögen (1:4).

Und ich sah unter den Unverständigen [wörtlich: den Einfältigen] Und machte unter den Jugendlichen Einen jungen Mann aus, dem es an Einsicht fehlte (7:7).

Wenn es aber wahr ist, dass Einfalt eine Krankheit der Jugend ist, sind daraus einige bemerkenswerte Schlussfolgerungen zu ziehen:

1. EINFÄLTIG ZU SEIN IST KEINE SÜNDE, SONDERN EINE BESTIMMTE PHASE WÄHREND DES HERANWACHSENS ZUR REIFE. Jeder geht durch das Stadium der Einfalt, genauso, wie jeder die Pubertät durchmacht. Es ist ebenso wenig eine Sünde, einfältig zu sein, wie unreif zu sein.

Im dritten Kapitel des ersten Korintherbriefes schreibt Paulus an die fleischlichen Heiligen der korinthischen Gemeinde. Unmittelbar nach ihrer Bekehrung wurden diese Heiligen von Paulus als Menschen im Fleisch und als junge Kinder angesprochen (1.Kor 3;2), und als Solche konnten sie nur mit Milch und nicht mit festen Speisen fertig werden. Dieses Stadium der Unreife wurde nicht verdammt, denn es war ja nichts Anderes zu erwarten. Aber jetzt schreibt Paulus ihnen etliche Zeit später, und ihre Unreife ist inzwischen zur Fleischlichkeit geworden – zu einer bewussten Ignoranz und Unüberlegtheit. Es war zwar nicht falsch, im Fleisch (junge Kinder) zu sein, aber es ist eine Sünde, fleischlich (den fleischlichen Bedürfnissen verhaftet) zu sein. Was als Unreife beginnt, kann zur Fleischlichkeit werden. Aber in der Regel sind die Einfältigen in den Sprüchen schlicht unreif.

2. EINFALT IST EIN ENTWICKLUNGSABSCHNITT; ABER MAN KANN EBENSOWENIG EINFÄLTIG BLEIBEN, WIE MAN EIN JUGENDLICHER BLEIBEN KANN. So wie die jungen Kinder in Korinth entweder reif oder absichtlich fleischlich werden mussten, so muss auch der Einfältige sich entscheiden, ob er ein Weiser werden will oder ein Narr. Als Lebensabschnitt geht die Einfalt vorüber und muss durch etwas Anderes ersetzt werden. Niemand kann einfältig bleiben.

3. NICHT DIE ZEIT, SONDERN EINE BEWUSSTE WAHL HEILT VON DER EINFALT. Der Sohn, der in Kapitel 1 durch seinen Vater unterwiesen wird, ist, denke ich, einfältig; aber sein Vater ist sich der Tatsache bewusst, dass dieser Bursche jetzt die Entscheidung treffen muss, ob er den Weg der Weisheit gehen oder den schlechten Männern (und niederträchtigen Frauen) auf dem Weg der Torheit folgen will. Diese Entwicklung erfolgt nicht durch die Zeit allein, sondern nur durch eine bewusste Entscheidung (1:10,15,22-23). Weisheit entwickelt sich nicht als ein Produkt aus Zeit und Zufall; sie kommt aus dem Vorsatz, der Torheit abzusagen und die Weisheit als einen wertvollen Schatz zu suchen.

4. EINFALT IST ZWAR NORMALERWEISE EINE KRANKHEIT DER JUNGEND, ABER JEDES ALTER HAT SEINE SCHWÄCHEN. Glauben Sie ja nicht, dass alle Gefahren vorüber sind, sobald Sie einmal alle Fallstricke der Jugend heil überstanden haben. Madame Torheit hat eine Versuchung für jedes Alter in ihrer Trickkiste. Paulus warnt Timotheus vor den Gefahren der Jugend (vgl. 1.Tim 4:12; 5:1-2; 6:11), aber er hat genauso auch Anweisungen für die älteren Heiligen (vgl. Tit 2:2-5). Heutzutage ist uns die so genannte Midlife-Krise geläufig, und sie kann auch zur Erklärung von Davids Fall in die Unmoral beitragen (2.Sam 11). Aus der Versuchung werden wir niemals herauswachsen; Einfalt aber ist wohl in der Tat eine Krankheit der Jugend.

5. EINFALT IST EIN GEFAHRVOLLER ZUSTAND. Dreierlei Dinge tragen zu den großen Gefahren bei, denen der Einfältige gegenüber steht:

  • DEN EINFÄLTIGEN MANGELT ES AUF WESENTLICHEN GEBIETEN: Es fehlt ihnen an Weisheit (Ps 19:7), an Erkenntnis und Unterscheidungsvermögen (Spr 1:4), an Verständnis (Ps 119:130; Spr 9:4,16) und an Einsicht (Spr 7:7). Darüber hinaus fehlt den Einfältigen die Fähigkeit, das was Andere ihnen erzählen, kritisch zu analysieren; mit anderen Worten: sie sind leichtgläubig:

Der Unerfahrene glaubt Alles, Aber der kluge Mann bedenkt seine Schritte (14:15).

Der Kluge sieht das Böse und verbirgt sich, Aber der Unerfahrene geht weiter und erleidet die Strafe (22:3; vgl. 27:12).

  • DER EINFÄLTIGE, WIE ÜBERHAUPT DER GEFALLENE MENSCH, NEIGT ZUM BÖSEN UND NICHT ZUM GUTEN UND RECHTSCHAFFENEN. Die Einfältigen sind unwissend und unerfahren, aber sie neigen zudem auch zur Torheit; sie sind gewissermaßen unfallträchtig auf geistlichem Gebiet. Sie tendieren zum Schädlichen und Destruktiven. Sich selbst überlassen wird ein Einfältiger nicht weise werden, sondern geradewegs in die Torheit und das Unglück stolpern.

Wie lange wollt ihr Unerfahrenen die Unerfahrenheit lieben? Und ihr Spötter euch am Spott erfreuen, Und ihr Unvernünftigen die Erkenntnis hassen? (1:22).

Denn die Eigenwilligkeit der Unverständigen wird sie töten, Und die Selbstzufriedenheit der Toren wird sie vernichten (1:32).

Die Unerfahrenen werden die Torheit erben, Aber die Klugen werden mit Erkenntnis gekrönt (14:18).

  • GERADE DIE EINFÄLTIGEN SIND OFT DAS ZIEL DER BÖSEN UND SKRUPELLOSEN. In der Natur verfolgen Wildtiere oft den Nachwuchs ihrer Beutetiere, wegen dessen Unerfahrenheit und Verletzlichkeit. Jungtiere haben wenig Gefühl für Gefahren und lassen sich leicht täuschen oder zu gefährlichen Dingen verleiten. Dasselbe trifft für die menschliche Natur zu. So ist es zum Beispiel das Geschäft eines Zauberkünstlers, die leichtgläubigste Person zu identifizieren und ihre Naivität auszunutzen. Einfältige Menschen werden oft Opfer von schlechten Männern oder Frauen, die wissen, wie verletzlich sie sind. Genau aus diesem Grund warnt der weise Vater seinen Sohn vor dem Ansinnen habgieriger und gewalttätiger Männer (1:10-19). Auch die ehebrecherische Frau sucht sich gezielt den Unerfahrenen aus (7:6-27; 9:13-18). Während also der Einfältige selbst schon dazu tendiert, in Richtung Unglück zu gehen, verfolgt ihn dieses seinerseits auch noch nachdrücklich.

6. EINFÄLTIGKEIT IST ZWAR EINE GEFÄHRLICHE, ABER KEINE UNHEILBARE KRANKHEIT. Es gibt Hoffnung für die Einfältigen, denn nicht jeder Einfältige erliegt den Schlichen der Madame Torheit. Da eine Phase der Einfältigkeit zu Wachstum und Entwicklung jedes jungen Menschen gehört, hat diese auch jeder weise Mann und jede weise Frau – erfolgreich – durchgemacht. Einfältigkeit ist so etwas wie der Jahrmarkt der Eitelkeiten in der Pilgerreise zur ewigen Seligkeit. Jeder Pilger muss ihn durchlaufen, und während Einige seinen Versuchungen erliegen, überstehen sie Andere und sind nachher um die Erfahrung reicher.

Nicht nur Madame Torheit versucht die Einfältigen auf Abwege zu bringen (7:6-26; 9:13-18), sondern auch Dame Weisheit wendet sich an die Einfältigen. Sie warnt sie vor den vor ihnen liegenden Gefahren und mahnt sie, sich von der Torheit abzuwenden und die Weisheit zu suchen (1:20-33; 8:1-36; 9:1-6). Die Lösung für den Einfältigen besteht daher darin, sich von der Torheit abzukehren, niederträchtige Männer zurückzuweisen und schlechten Frauen zu widerstehen, und sich um die Weisheit zu bemühen (1:23; 2:1-11; 3:1-26; 4:1-27).

Es gibt Hoffnung für die Einfältigen: Sie müssen nicht durch Schaden klug werden, sondern können aus den sündigen Entscheidungen Anderer lernen:

Schlägt man den Spötter, so werden die Unvernünftigen klug; Aber wenn man den Verständigen zurechtweist, wird er an Erkenntnis gewinnen (19:25; vgl. 21:11).

Außerdem sieht der Herr nicht untätig zu, wenn ein Einfältiger verführt wird. Die den Herrn fürchten und die Weisheit suchen stehen unter Seinem Schutz:

Der Herr bewahrt die Einfältigen; Ich war schwach, und Er errettete mich (Ps. 116:6).

Der Herr kann zwar zur Erhaltung eines Einfältigen unmittelbar eingreifen, hauptsächlich gewährt er aber Schutz auf dem Wege der Heiligen Schrift:

Das Gesetz des Herrn ist vollkommen und erquickt die Seele; Das Zeugnis des Herrn ist gewiss und macht die Unverständigen weise (Ps 19:7).

Die Enthüllung Deiner Worte gibt Licht; Und gibt den Unerfahrenen Verständnis (Ps 119:130).

Mein Sohn, behalte meine Worte Und bewahre meine Gebote in dir. Halte meine Gebote, dass du am Leben bleibst, und hüte meine Lehren wie deinen Augapfel. Binde sie an deine Finger; Schreibe sie auf die Tafel deines Herzens. Sprich zur Weisheit: Du bist meine Schwester. Und nenne die Einsicht deine Busenfreundin; damit sie dich vor der Ehebrecherin bewahren, vor der fremdländischen Frau, die mit Worten schmeichelt (Spr 7:1-5).

Einfältige Menschen stehen zwar Gefahren gegenüber, aber sie kämpfen nicht alleine. Die Weisheit gibt ihnen Mahnung und Ausweg, die Schriften sind dazu bereitet, sie klug zu machen, und Gott selber bewahrt die Einfältigen, die Ihn fürchten. Die gleichen Versuchungen, denen sich die Einfältigen gegenübersehen, kommen auch auf alle Anderen zu, und Gott hat für jeden den Ausweg geschaffen (vgl. 1.Kor 10:13).

Ein Fallbericht:
Die Verführung von Junker Einfalt

Bis hierher habe ich versucht, die Lehren der Sprüche über die Einfältigen zusammenzufassen. In Sprüche 7 bringt Salomo nun die Sache auf den Punkt mit dem Drama der Verführung eines Einfältigen durch Madame Torheit. Die Verse 1-5 enthalten einen Vorspann, Vers 6-23 das Drama und Vers 24-27 das Nachwort.21 Wir haben dieses Kapitel schon untersucht und dabei die Methoden der Madame Torheit im Auge gehabt. Nun werden wir uns auf ihr Opfer konzentrieren, den wir Junker Einfalt nennen wollen. Die folgenden Beobachtungen sollen dazu dienen, die Gründe für seinen Fall zu klären.

Junker Einfalt fiel nicht deshalb, weil er einfältig war.

Erst nachdem ich diesen Abschnitt mehrere Male gelesen hatte, fiel mir etwas Wesentliches auf: Obwohl Junker Einfalt strauchelte, gab es doch viele andere Einfältige, die das nicht taten. In Vers 7 schildert die Weisheit, was sie von ihrem Fenster aus sieht: Und ich sah unter den Unverständigen Und machte unter den Jugendlichen Einen jungen Mann aus, dem es an Einsicht fehlte.

Junker Einfalt war nur einer von mehreren Jugendlichen, die Dame Weisheit alle zurecht als einfältig bezeichnen könnte. Sie konzentriert ihre Aufmerksamkeit auf diesen jungen Mann, weil er, durch seine eigene Zügellosigkeit, der Sünde verfallen wird. Mir kommt es hier darauf an, dass er alleine und nicht all die Jugendlichen (die doch alle einfältig waren) verführt wurden. Die Schlussfolgerung ist klar: nicht die Einfalt ist das eigentliche Problem, sondern die Sündhaftigkeit. Junker Einfalt musste nicht straucheln; er fiel aufgrund seiner eigenen falschen Entscheidungen. Diese Entscheidungen werden wir nun etwas genauer betrachten.

Junker Einfalt ging in die Falle, weil er Madame Torheit suchte.

In der Natur gibt es einige Lebewesen, die ihre Beute nicht verfolgen, sondern ihre Opfer einfach zu sich kommen lassen. Beispielsweise verleiten einige Meerespflanzen ihre Beute durch Vortäuschung falscher Tatsachen. Madame Torheit verfolgt in Kapitel 7 ihre Beute ebenfalls nicht, sondern sie wartet, dass sie zu ihr kommt. Madame Torheit ist zwar unstet und ihre Füße verweilen nicht in ihrem Haus (Vers 11), aber zumindest in diesem Fall scheint sie sich in der Nähe ihres Hauses aufzuhalten (Vers 8; vgl. 9:14). Und Junker Einfalt streift spät abends umher auf der Straße, in der Nähe ihrer Ecke (Vers 8).

Ich glaube nicht, dass er rein zufällig in die Nähe ihres Hauses kam. Meiner Meinung nach spazierte er absichtlich in die Richtung ihres Hauses, und er wusste, wo sie lebte. Es gibt ein Lied, das den meisten von Ihnen bekannt sein dürfte, ein sehr romantisches Lied über einen Mann, der in der Straße steht, in der die wohnt, die er liebt. Wäre dieses Lied in den Tagen von Junker Einfalt schon geschrieben gewesen, hätte er es vielleicht vor sich hingesummt in der Nacht, als er durch die Straße in der Nähe des Hauses von Madame Torheit spazierte.

Das erinnert mich an eine, soviel ich weiß, wahre Geschichte über einen älteren Mann bei einem Rock-Konzert. In der Nähe befand sich ein Gewässer, und der Mann erklärte entrüstet, wie sehr er sich davon abgestoßen fühlte, dass einige junge Leute dort nackt badeten. Er wusste das, weil er sie stundenlang beobachtet hatte – mit einem Fernglas. Ich denke, Junker Einfalt wusste über Madame Torheit Bescheid, weil sie das Stadtgespräch war. Er streifte um ihr Haus, weil er einen Blick auf sie erhaschen und sehen wollte, wie die Sünde eigentlich aussieht. Ich bezweifle sehr, dass er dabei plante, selber zu sündigen, oder dass er anfangs damit einverstanden war, aber er suchte den Nervenkitzel.22

Übrigens ist dieses Verhalten typisch für viele, insbesondere unreife Menschen: zu versuchen, so nahe wie möglich an das Feuer zu kommen, ohne sich dabei zu verbrennen. Ich weiß nicht, wie oft ich von jungen Leuten tatsächlich die Frage gehört habe: Wie weit kann ich gehen? Jedesmal, wenn wir eine Regel nur deshalb kennen wollen, um sie so weit wie möglich strapazieren zu können, hofieren wir die Sünde. Und das war, denke ich, was der junge Mann hier tat. Wenn ich mit meinen Vermutungen an dieser Stelle zu weit gegangen bin, so müssen Sie mir doch zumindest soweit zustimmen, dass er, wenn er Madame Torheit vielleicht auch nicht aktiv aufgesucht hat, so doch zumindest nicht vor ihr geflohen ist. Viele von uns mögen es vorziehen, sauber zu bleiben, aber sie möchten doch gerne zuerst gefragt werden, bevor sie Nein sagen.

Junker Einfalt wurde verführt, aber nicht getäuscht.

Wir können nicht wissen, was der junge Mann beabsichtigte, als er in den dunklen und gefährlichen Nachtstunden umherstreifte. Was wir aber wissen ist, dass er von Madame Torheit nicht getäuscht wurde. Diese Frau war zwar listig, aber nicht hinterlistig. Der Text sagt uns, dass sie wie eine Hure gekleidet war (Vers 10). Sie war aber keine Hure, sondern eine untreue Ehefrau. Der Grund dafür, das sie sich so kleidete, war der, dass sie in Junker Einfalt das ansprechen wollte, von dem sie wusste, dass er es suchte: Er war jemand, der das Abenteuer suchte. Und wenn er nicht gewitzt genug war zu sehen, worauf sie aus war, würde sie sich eben so kleiden, dass er es nicht mehr übersehen konnte. Ihre Vorgehensweise war alles andere als subtil. Sie begrüßte ihn ungeniert mit einem Kuss (Vers 13), etwas, das für ein anständiges Mädchen einem Fremden gegenüber niemals in Frage gekommen wäre. Sie sagte ihm, das sie verheiratet sei (Vers 19) und begierig darauf, den Kelch der Liebe bis zur Neige zu leeren (Vers 18). Sie war also nicht gerade indirekt. Und wie einfältig der junge Mann auch gewesen sein mochte, er wusste nun, worauf sie aus war. Aus welchem Grund auch immer er in der Nähe ihres Hauses gelandet war, er hätte fliehen können (und müssen), nachdem ihm ihre Absichten bekannt geworden waren – aber er blieb. Er wurde verführt, aber nicht getäuscht.

Junker Einfalts Sünde kam nicht plötzlich, sondern sie entwickelte sich.

Plötzlich folgt er ihr, Wie ein Ochse zur Schlachtung geht Oder wie einer in Fesseln zur Züchtigung eines Toren (Vers 22-23). Ich habe viele schnelle Entscheidungen getroffen in meinem Leben, und einige davon habe ich später bereut. Ich erinnere mich beispielsweise daran, wie ein Verkäufer in unserem Wohnzimmer saß und meine Frau und mich zu einer sofortigen Entscheidung drängte, da sein Angebot nur jetzt gültig sei. Auch Junker Einfalt traf eine schnelle Entscheidung, als er Madame Torheit – wie sich zeigte, zur Schlachtung – folgte. Die würzigen Laken der Madame Torheit waren für Junker Einfalt wie die Möhre, die man vor dem Ochsen baumeln lässt, um ihn ins Schlachthaus zu bewegen. Da er seine Aufmerksamkeit nur auf das kurzlebige Vergnügen richtete, das ihm Madame Torheit in Aussicht stellte, spürte Junker Einfalt nicht die vor ihm liegende Gefahr, sondern er schob und drängelte geradezu und beschleunigte damit seine eigene Vernichtung.

Es ist wichtig zu festzuhalten, dass Junker Einfalt seine Entscheidung aus einem Impuls heraus traf. Aber es muss genauso darauf hingewiesen werden, dass dies nur die Letzte einer ganzen Reihe sündiger Entscheidungen war, die nun zum Ende brachte, was bereits zuvor in Gang gesetzt worden war. Meine Erfahrungen beschränken sich auf den Kauf nur eines Hauses, aber dabei habe ich gelernt, dass ein Hauskauf mit einer ganzen Reihe von Entscheidungen und Unterschriften verbunden ist. Zunächst gibt man ein formelles Angebot ab und unterschreibt es, dann gibt es einen Vertrag, der von beiden Parteien unterzeichnet wird. Und etwas später kommt es schließlich zum Abschluss, bei dem Papiere unterschrieben werden, durch die das Eigentum an dem Haus auf den Käufer übertragen wird.

Mit seiner Entscheidung in Vers 22 hat Junker Einfalt nur das Geschäft abgeschlossen. Zuvor war er törichterweise in der Stadt umhergestreift, am falschen Ort zur falschen Zeit. Er suchte Ärger, wie man so sagt. Als Madame Torheit auf ihn zuging und ihn kühn anmachte, lief er nicht weg. Sie schmeichelte ihm, und er ließ es sich gefallen. Sie verführte ihn, und er zog ihren Vorschlag in Erwägung. Sie versicherte ihm, dass eine Nacht mit ihr sinnlich wie auch sicher sein würde, und er glaubte ihr.

Ich will damit sagen, dass niemand von uns sich selbst jemals in die Lage bringen sollte, eine Entscheidung treffen zu müssen, wenn Madame Torheit mitten in der Nacht an einer einsamen Straßenecke vor ihm steht. Unter solchen Umständen gefällte Entscheidungen sind ausgesprochen gefährlich. Wenn wir erst einmal begonnen haben, die Sünde zu hofieren und so weit zu gehen, wie es möglich ist ohne erwischt zu werden, sind wir für Madame Torheit eine leichte Beute. Um wieviel einfacher wäre es doch für Junker Einfalt gewesen, nach Hause und zu Bett zu gehen, anstatt an der Ecke zu stehen und all den Mädchen nachzusehen.

Ich habe absichtlich bis zum Ende aufgehoben, was ich eigentlich für den ersten Schritt in dieser Reihe von Sünden halte. Die Verse 24-27 mahnen den Einfältigen, auf die Warnung der Weisheit zu hören und sich vom Weg der Madame Torheit abzukehren, denn das unausweichliche Ende dieses Weges sind Tod und Vernichtung. Aber wie kommt es dann, dass Junker Einfalt so fröhlich und unbekümmert diesen Weg entlang geht? War ihm die Gefahr so wenig bewusst? Vers 25 gibt uns den entscheidenden Hinweis: Lass dein Herz nicht zu ihren Wegen abweichen, Irre nicht ab auf ihre Pfade. Das Problem entstand im Herzen des Junkers Einfalt, nicht in seinem Kopf.

Mein Sohn, behalte meine Worte Und bewahre meine Gebote in dir. Halte meine Gebote, dass du am Leben bleibst, und hüte meine Lehren wie deinen Augapfel. Binde sie an deine Finger; Schreibe sie auf die Tafel deines Herzens. Sprich zur Weisheit: Du bist meine Schwester. Und nenne die Einsicht deine Busenfreundin; damit sie dich vor der Ehebrecherin bewahren, vor der fremdländischen Frau, die mit Worten schmeichelt.

Es war also weniger eine absichtliche als eine passive Entscheidung zum Ungehorsam: Er war auf ihren Pfad abgeirrt. Die Verse 1-5 von Kapitel 7 zeigen uns, dass Junker Einfalt zwar durch eine willentliche Entscheidung strauchelte, aber seine sündigen Entscheidungen folgten eine nach der anderen daraus, dass er die Weisheit geringschätzte. Sehen Sie sich diese Verse noch einmal genauer an.

Der weise Vater drängt seinen Sohn, mit Eifer an der Weisheit festzuhalten und die Lehren zu befolgen, die er ihm gab. Seine Gebote sollten verwahrt, seine Lehren sorgfältig (wie dein Augapfel, Vers 2) gehütet werden.23 Diese Unterweisung sollte nicht zum einen Ohr herein und zum anderen wieder heraus gehen, sondern er sollte sie vielmehr in sein Gedächtnis eingraben und häufig darüber nachdenken. Der Sohn sollte nicht nur das Gesetz beherrschen, das ihn sein Vater gelehrt hatte, sondern er sollte diesem Gesetz erlauben, ihn zu beherrschen: Es sollte in sein Herz geschrieben werden (Vers 3).

Die ersten drei Verse in Kapitel 7 haben viel gemeinsam mit Deuteronomium 6. Achten sie auf die Worte, die Gott durch Moses zu den Israeliten sprach:

Und du sollst den Herrn, deinen Gott, lieben von ganzem Herzen, von ganzer Seele und von ganzer Kraft. Und diese Worte, die Ich dir heute gebiete, sollen in deinem Herzen sein; und du sollst sie deine Söhne mit Fleiß lehren und sollst von ihnen sprechen, wenn du in deinem Haus sitzt und wenn du auf dem Weg gehst und wenn du dich niederlegst und wenn du aufstehst. Und du sollst sie als ein Zeichen an deine Hand binden und sie sollen als Stirnband zwischen deinen Augen sein. Und du sollst sie auf die Türpfosten deines Hauses und an deine Tore schreiben (Deu 6:5-9; vgl. auch Vers 20-25).

Der weise Vater tut genau das, was Moses im Buch Deuteronomium befiehlt: Er hat seinen Sohn das Gesetz Gottes gelehrt, und jetzt ermahnt er ihn ernsthaft, sich diese Lehre zu Eigen zu machen, sie zu verwahren und gehorsam danach zu leben.

Und das umfasst viel mehr, als nur den Glauben seines Vaters anzunehmen. Es läuft darauf hinaus, dass er die Weisheit Gottes als den wertvollsten Besitz seines Lebens schätzen lernt. Tatsächlich ist sie sogar der Besitz des Lebens (vgl. 3:18). Aus diesem Grund sollte der Sohn ein ganz persönliches und intimes Verhältnis zur Weisheit aufbauen (7:4). Der Weg der Weisheit ist keine akademische Karriere, sondern eine aufrichtige Verpflichtung und ein enges Verhältnis zu ihr. Weisheit soll als Schwester angesehen werden. Ich persönlich verstehe diesen Ausdruck Schwester in dem gleichen Sinn, in dem derselbe Verfasser, Salomo, ihn im Hohen Lied benutzt (4:9, 10, 12; 5:1, 2), wo die Schwester seine Braut und Geliebte ist: Nach Weisheit soll also wie nach einer Geliebten und intimen Freundin gesucht werden. Die Weisheit wird kein flüchtiges Verhältnis mit denen eingehen, die gerne weise sein möchten, noch ist sie eine Fremde in der Nacht wie Madame Torheit.

Ein solches Verhältnis zur Dame Weisheit ist die beste Vorbeugung für eine Torheit wie die in den Versen 6-27 berichtete. Der Unterschied zwischen Junker Einfalt und den anderen einfältigen Seelen aus Vers 7 ist der, dass er sich entschlossen hatte, Gottes Weisheit zu missachten, und das führte im Endeffekt zu seinem Straucheln. Während also der Fall des Junkers Einfalt in Vers 22 stattzufinden scheint, begann er doch schon lange vorher, als der Junker die Weisheit nicht werthielt, sondern beiläufig ignorierte. Und genau zu diesem Zeitpunkt, als der einfältige Bursche sich entschied die Weisheit zu vernachlässigen, geriet er auf den Weg der Torheit. Dessen tödliches Ende war zu diesem Zeitpunkt zwar noch nicht in Sicht, aber es war unausweichlich.

Schlussfolgerung

Es ist eine tragische Tatsache, aber man muss es noch einmal unterstreichen: Junker Einfalt strauchelte nicht, weil er einfältig war, sondern weil er sich entschieden hatte, die Wahrheit des Wortes und die Weisheit Gottes gering zu schätzen. Wie uns die Sprüche wiederholt mitteilen, ist ja die Furcht des Herrn der Beginn der Weisheit (9:10; vgl. 1:7). Die es versäumen, die Lehre durch das Wort Gottes wertzuschätzen, bringen sich selbst auf einen Kurs, der unausweichlich zu Tod und Vernichtung führt. Diese endgültige Vernichtung ist jedoch nicht sofort sichtbar, denn:

Es gibt einen Weg, der vor dem Menschen recht erscheint, Aber am Ende ist es der Weg des Todes (14:12).

Darf ich dich ganz offen fragen, mein Freund, auf welchem Weg du dich befindest? Vielleicht hast du dich getröstet mit dem Gedanken, dass du Christus ja eigentlich nicht abgewiesen, sondern nur beschlossen hast, die Entscheidung noch etwas aufzuschieben. Du magst vorgehabt haben, mehr über die geistlichen Dinge nachzudenken, aber dann bist du doch nie dazu gekommen. Die Gefahr wird für dich ebenso wenig offensichtlich wie für Junker Einfalt; und durch deine gleichgültige Einstellung gegenüber der Weisheit Gottes, die Er in der Person Seines Sohnes darbietet (Kol 2:3), hast du kein Gefühl mehr für die vor dir liegende Vernichtung. Solche passiven Entscheidungen sind ebenso verdammlich wie tödlich. Junker Einfalt hat uns die Torheit dieses Weges demonstriert.

Ich möchte dich bitten, jetzt und in diesem Moment etwas zu tun. Ich bitte dich dringend, dich der Tatsache zu stellen, dass der Lauf der Zeit dich deiner Erlösung kein bisschen näher bringen wird. Solange du auf dem Weg der Torheit bist, bringt dich jeder Tag weiter fort von Gott und macht dich umso gleichgültiger gegenüber Gottes Wort. Ich verspreche Dir: Gott ist in der Lage, so dramatisch in dein Leben einzubrechen, wie er es mit Saulus auf dem Weg nach Damaskus tat. Der Unterschied zwischen Saulus und dir ist nur, dass Saulus der Täuschung verfallen war, er diene Gott wirklich, wenn er die Christen tötete. Du dagegen wirst nicht so sehr getäuscht als vielmehr verführt durch die Sünde. Du weißt, ebenso wie Junker Einfalt, dass das, was du tust, falsch ist, und du tust es trotzdem. Ich rate dir, noch in dieser Stunde eine Entscheidung zu treffen, so als wäre dies deine letzte Chance – weil sie es vielleicht wirklich ist. Bekenne deine Sünden, fliehe vom Weg der Torheit und glaube an Jesus Christus, durch den Gott für deine Errettung gesorgt hat. Er starb anstelle der Sünder, Er nimmt deine Schuld und Strafe auf sich. Wenn du an Ihn glaubst als an Gottes Weg zur Gerechtigkeit, so wirst du gerettet werden. Ihn abzulehnen bedeutet, das Leben abzulehnen. Und die Entscheidung darüber zu vertagen bedeutet, auf dem Weg voranzugehen, der zur Vernichtung führt.

Denn so sehr hat Gott die Welt geliebt, dass Er Seinen einziggezeugten Sohn hingab, damit jeder, der an Ihn glaubt, nicht zuschanden werde, sondern das ewige Leben habe. Denn Gott sandte Seinen Sohn nicht in die Welt, damit Er die Welt richte, sondern dass die Welt durch Ihn gerettet werde. Wer an Ihn glaubt, wird nicht gerichtet; wer nicht an Ihn glaubt, ist schon gerichtet, weil er nicht an den Namen des einziggezeugten Sohnes Gottes geglaubt hat (Joh 3:16-18).

Mein christlicher Freund, lass uns die Lektion von Junker Einfalt lernen, dass sich Sünde oft entwickelt. Das ist auch die Lektion, die Jakobus in seinem Brief übermitteln wollte:

Lasst keinen sagen, wenn er versucht wird: Ich werde von Gott versucht. Denn Gott kann durch das Böse nicht versucht werden, noch versucht Er selbst irgend jemanden. Aber ein jeder wird versucht, wenn er von seiner eigenen Begierde überwältigt und gelockt wird. Und wenn die Begierde dann empfängt, gebiert sie die Sünde; und wenn die Sünde vollbracht ist, bringt sie den Tod hervor (Jak 1:13-15).

Gott warnte die alten Israeliten davor, dass sie, wenn sie das Gelobte Land erst einmal betreten und seinen Wohlstand zu genießen begonnen hätten, selbstzufrieden werden und ihre Beziehung zu Ihm vernachlässigen würden (Deut 6:10-19). Im Buch der Richter sind zahlreiche Beispiele dafür aufgezeichnet, wie das Volk Gottes sein geistliches Leben vernachlässigte, sobald seine Lage zu bequem wurde. Auch für einen Christen ist die Vernachlässigung des Wortes Gottes der erste Schritt zum Untergang (allerdings nicht dazu, dass er seine Erlösung einbüßt). Auch die Gemeinde von Ephesus hatte ihre anfängliche Liebe zu Gott verloren (Off 2:4). Die dortigen Heiligen hatten Ihn nicht verleugnet, aber sie waren selbstzufrieden geworden und liebten Ihn nicht mehr mit Inbrunst – und das führte zu ihrem geistlichen Niedergang.

Einige von uns haben vielleicht ihre anfängliche Liebe zum Herrn Jesus Christus und zu Seinem Wort schon verloren. Die vernichtenden Folgen davon mögen noch nicht offensichtlich geworden sein, aber meiner Einschätzung nach sind sie unausweichlich. Auch David entschied sich nicht aus heiterem Himmel, mit Bathseba zu sündigen, obwohl es vielleicht so aussehen mag. David lag faul im Palast und sonnte sich in seinem Ruhm als Heerführer, während sein Heer den Kampf für ihn weit weg und in seiner Abwesenheit kämpfte (2.Sam 11:1). In allererster Linie hätte er also nicht im Bett herumliegen sollen: Hätte er seine Verpflichtungen als Israels König und Heerführer wahrgenommen, so hätte es ihn nicht zu Hause nach der Frau eines anderen Mannes gelüstet. Wahrscheinlich war David sogar schon vor diesem Ereignis gleichgültig auf seinem Weg mit Gott geworden. Die inbrünstigsten und leidenschaftlichsten seiner Psalmen sind die, die er in der Zeit des Leidens und der Verfolgung unter Sauls harter Hand geschrieben hatte. Aber inzwischen lief alles gut für ihn – zu gut. Sünde entwickelt sich. Anfangs kaum merkliche Fehler und Entscheidungen aus Passivität werden schließlich und endlich ins Unheil führen.

Christlicher Freund, wenn du ehrlich bist – wie auch ich es sein muss –, müssen wir alle zugeben, dass es die Neigung unseres Herzens ist, wie der Junker Einfalt von Gott fort zu ziehen und Sein kostbares Wort außer Acht zu lassen. Wie der Schreiber eines Liedes es ausdrückte: Möchte Wandern, Herr, ich spür' es, Den verlassen, den ich lieb'. Findest du dich darin wieder, mein Freund? Ich schon. Lasst uns aus diesem Abschnitt lernen, dass die Sünde oft schon lange empfangen wurde, bevor sie endlich geboren wird.

Mich beeindruckt die Tatsache sehr, dass die ersten neun Kapitel der Sprüche fast ausschließlich dem Preis der Weisheit gewidmet sind und der Mahnung an den Leser, sie als den größten Schatz zu suchen, den es zu erwerben gibt. Fleiß und Disziplin sind dafür erforderlich, aber es lohnt jede Anstrengung. Warum muss man so viel Zeit und Mühe aufbringen, um diesen Punkt klar zu machen? Junker Einfalt erinnert uns daran, dass wir immer geneigt sind, die Weisheit nicht so hoch zu schätzen, wie wir es müssten, um weise zu werden. Junker Einfalt vernachlässigte die Weisheit, weil sie ihm nicht wirklich wertvoll oder wichtig erschien. Wir vernachlässigen Gottes Wort und unsere Beziehung zum Herrn aus dem gleichen Grund. Niemand ist bereit, das Opfer auf sich zu nehmen, das die Weisheit fordert, wenn er es nicht zuvor als lohnenswert erkannt hat.

Das ist für mich einer der zwingenden Gründe für die religiöse Anbetung: Wenn wir unseren Herrn anbeten, konzentrieren wir uns auf Seinen unendlichen Wert – Seine Gnade, Seine Macht, Seine Liebe, Sein Opfer am Kreuz von Golgatha. Anbetung erinnert uns daran, wer Gott ist, und daran, dass es ein unendliches Privileg ist, Ihn zu kennen und Ihm zu dienen, koste es, was es wolle. Wir vernachlässigen nur das, was wir nicht hoch genug schätzen. Anbetung richtet unsere Prioritäten und unser Wertesystem wieder so aus, dass wir Ihm um jeden Preis zu gefallen trachten.

Darin liegt auch eine Zurechtweisung für alle diejenigen von uns, die das Evangelium zu verbreiten suchen, indem sie die damit verbundenen Kosten herunterspielen. In einer Hinsicht kostet die Erlösung die Menschen nichts, denn wir können durch unsere Werke nichts dazu beitragen (Eph 2:8-9). Aber obwohl unsere Erlösung kostenlos ist, war sie doch nicht billig, denn sie wurde um den Preis des Blutes unseres teueren Herrn erreicht. Um ein Christ zu werden, genügt es nicht, der Guten Botschaft einfach zuzustimmen. Um gerettet zu werden, müssen die Menschen nicht nur bestimmte Dinge über Ihn glauben, sondern sie müssen an Ihn glauben als an den einzigen Weg zu Gottes Vergebung der Sünden und zum Geschenk des ewigen Lebens. Ein Christ zu werden erfordert viel mehr als eine einmalige Entscheidung, wie wichtig auch immer diese selbst sein mag. Erlöst zu werden heißt, sich für einen neuen Weg zu entscheiden, und das beinhaltet zu bereuen, der Sünde zu entsagen und dem Herrn Jesus als Sein Jünger zu folgen. Wenn wir aber die Kosten der Jüngerschaft bagatellisieren, so heißt das, dass es wohl doch nicht ganz so wichtig ist, gerettet zu werden. Ich stelle fest, dass das Buch der Sprüche sowohl den Wert der Weisheit betont als auch die Notwendigkeit von Fleiß und Hingabe vonseiten dessen, der weise sein möchte. Lassen Sie uns niemals den Wert unserer Erlösung schmälern noch die Nachfolge unseres Erlösers als eine Sache minimaler Verpflichtungen und Kosten hinstellen.

Und als sie nun auf dem Weg waren, sagte Einer zu Ihm: Ich will Dir folgen, wohin Du auch gehst. Und Jesus sprach zu ihm: Die Füchse haben Höhlen, und die Vögel des Himmels haben Nester, aber des Menschen Sohn hat nichts, wo Er Sein Haupt niederlegen könnte. Und Er sprach zu einem Anderen: Folge mir nach. Der aber sagte: Erlaube mir, erst hinzugehen und meinen Vater zu begraben. Aber Er sprach zu ihm: Lass die Toten ihre Toten begraben; du aber geh und verkündige das Reich Gottes überall. Und ein Anderer sagte: Ich will Dir nachfolgen, Herr, aber erlaube mir zuerst, dass ich Abschied nehme von denen in meinem Haus. Aber Jesus sprach zu ihm: Niemand, der seine Hand an den Pflug legt und sieht nach hinten, ist tauglich für das Reich Gottes. (Luk 9:57-62).

Möge Gott uns in die Lage versetzen, Ihm nachzufolgen, koste es, was es wolle, und in dem Wissen, dass kein Opfer jemals zu groß ist gegen die Freude, Ihn zu kennen und Ihm zu dienen.


21 Diese Einteilung wurde von Kidner vorgeschlagen. Vgl. Derik Kidner, The Proventa (Chigago: Inter-Varsity Press, 1964), S. 75-76.

22 Delitzsch glaubt, dass Junker Einfalt an der Ecke bei Madame Torheit herumlungerte und auf sie wartete und nach ihr Ausschau hielt. Er sagt: Auf der Straße ging er auf und nieder, doch so, dass er in der Nähe ihrer (d.h. der Frau, auf die er wartete) Ecke blieb, d.h. er entfernte sich nie weit von ihrer Hausecke und kehrte immer wieder dorthin zurück. Franz Delitzsch, Biblical Commentary on the Proverbs of Solomon (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans [Photolithodruck], 1968), I. S. 159.

23 Wörtlich: 'die Pupille des Auges', von deren intaktem Zustand die Sehfähigkeit abhängt, und dem entsprechend etwas, das mit äußerster Sorgfalt gehütet werden muss. A. Cohen, Inaignha (London: The Soncino Press, 1946), S. 39.

5. Der Tor (Sprüche 26:1-11)

Einleitung

Wenn wir das Wort Tor hören, fallen uns sofort gewisse Leute ein. Der Erste, an den ich dachte, war der Schauspieler Jerry Lewis, dann die Three Stooges, Larry, Curly und Mo, dann die Marx Brothers, Maxwell Smart, Tim Conway und Don Knotts. Ich finde es interessant, dass auf keinen dieser Männer die Definition passt, die uns die Sprüche von einem Toren geben. Die Toren, an die ich dachte, sind alle ziemlich harmlose Kreaturen, im Grunde unschuldig und mit guten Absichten. Sie alle rufen in uns ein gewisses Mitleid, gepaart mit Belustigung, hervor. Nicht so der Tor im Buch der Sprüche. Und das ist nur einer der Gründe, warum das Studium des Toren von Wichtigkeit ist.

Wenn wir aber die Worte unseres Herrn Ernst nehmen, müssen wir uns zuvor fragen, ob unser Studium vor Ihm gerechtfertigt ist im Hinblick auf Seine Lehre in Matthäus 5:22:

Ich aber sage euch, das ein Jeder, der mit seinem Bruder zürnt, schuldig sein soll vor dem Gericht; und wer immer zu seinem Bruder sagt Rhaka [du nichtsnutziger Trottel], soll schuldig sein vor dem höchsten Gerichtshof; und wer immer zu seinem Bruder sagt du Tor, soll des höllischen Feuers schuldig sein.

In der Bergpredigt, aus der dieser Vers stammt, versuchte unser Herr zu zeigen, dass Er nicht gekommen war, um die Forderungen des Gesetzes außer Kraft zu setzen, sondern um sie zu bestätigen, so dass sie sogar noch strenger als bis dahin üblich in Israel ausgelegt würden. Es war danach nicht nur eine Sünde zu morden (5:21), sondern es war auch falsch, einem Bruder zu zürnen (5:22ff), denn Zorn kann zum Mord führen, geradeso, wie Begierde zur Unmoral führen kann (5:27-30).24 Seinen Bruder einen Toren zu nennen heißt, ihn als wertlos zu bezeichnen. Wenn ein Mensch nur ein Tor ist, ein Schandfleck für die Gesellschaft, so wäre es für alle Teile besser, wenn er tot wäre. Wenn man also bestimmt, dass Jemand wertlos ist, heißt das zu beschließen, dass die Welt ihn am Besten loswerden sollte, und das ist nur einen kleinen Schritt weit vom Mord entfernt. Unser Herr verdammte nicht die charakterliche Einschätzung eines Menschen, sondern den Anschlag auf den Charakter.

Ebenso wie unser Herr uns nicht verboten hat, den Charakter eines Toren als Solchen zu erkennen, empfiehlt das Buch der Sprüche eine solche Abschätzung sogar als notwendig für alle, die weise zu sein begehren. Dabei werden mehrere Gründe angegeben für die Notwendigkeit, zwischen Toren und Weisen unterscheiden zu können.

1. MIT TOREN UMGANG ZU PFLEGEN IST EBENSO TÖRICHT WIE UNANGENEHM. Bis zu einem gewissen Grade ist Torheit ansteckend, und der Umgang mit Toren beeinträchtigt leicht unsere Fähigkeit, Wahrheit von Irrtum und Weisheit von Torheit zu unterscheiden.

Geh weg von dem Toren, denn sonst wirst du die Worte der Erkenntnis nicht hören (14:7).

Ein Tor ist zu seiner eigenen Vernichtung bestimmt, und er wird unausweichlich alles auf seinem Wege zerstören. Denen, die einem Toren in die Quere kommen, wird er Weh tun:

Besser einer Bärin zu begegnen, die ihrer Jungen beraubt wurde, Als einem Toren in seiner Torheit (17:12).

Der Spötter, als Tor in seiner schlimmsten Form25, sollte nicht nur gemieden, sondern sogar verjagt werden:

Treibe den Spötter hinaus, und der Zank wird fort gehen; Selbst Hader und Schmähung werden enden (22:10).

Wenn es für jemanden wichtig ist, einen Toren erkennen zu können, so für den jungen Mann oder die junge Frau, die auf der Suche nach einem Lebenspartner sind. Es gibt nichts Erbärmlicheres als mit einem Toren verheiratet zu sein. Die Sprüche wählen den positiven Zugang zu diesemThema, indem sie die gottgefällige Ehefrau preisen (z.B. 31:10-31); der Tor aber sollte als Ehepartner vermieden werden. Abigail war mit einem Toren verheiratet (1.Sam 25); Gott jedoch war so gnädig, sie durch seinen Tod davon zu befreien – aber das ist nicht der Normalfall. Sie hatte vielleicht nicht viel zu sagen bei ihrer Verheiratung mit Nabal – Sie aber haben es, und Sie werden mit den Folgen einer falschen Partnerwahl leben müssen.

2. EINEN TOREN ANZUSTELLEN IST EIN TRAGISCHER FEHLER. Alle, die zuständig für die Einstellung von Arbeitskräften sind, sollten besonders die Warnung zur Kenntnis nehmen, die die Sprüche für denjenigen haben, der einen Toren anstellt.

Wer eine Botschaft in die Hand eines Toren legt, Der ist wie einer, der sich selbst die Füße abhaut und trinkt Gewalttätigkeit (26:6).

Wie ein Bogenschütze, der jeden verwundet, So ist der, der einen Toren oder einen Vorübergehenden dingt (26:10).

3. KINDER SIND VON NATUR AUS TOREN, UND DESHALB MÜSSEN ELTERN WISSEN; WIE MAN GEGEBENENFALLS MIT TORHEIT UMGEHT.

Torheit ist an das Herz eines Kindes geknüpft; Aber die Rute der Zucht wird sie von ihm entfernen (22:15).

Die Sprüche bieten Eltern die Hoffnung, dass Torheit geheilt werden kann, wenn sie früh erkannt und mit Sorgfalt bestraft wird.

4. MIT TOREN MUSS MAN ANDERS UMGEHEN ALS MIT WEISEN. Wir können nicht mit allen Menschen auf die gleiche Weise umgehen. Unsere Reaktionen auf verschiedene Menschen muss sich nach den Charakterzügen richten, die sie an den Tag legen.

Wer den Spötter belehrt, trägt selber Schande davon; Und wer den Bösen zurechtweist, einen Makel. Weise einen Spötter nicht zurecht, damit er dich nicht hasst; Weise einen weisen Mann zurecht, und er wird dich lieben (9:7-8).

Antworte dem Törichten nicht nach seiner Torheit, Damit du ihm nicht gleich wirst. Antworte dem Törichten gemäß seiner Torheit, Damit er sich nicht als weise ansieht (26:4-5).

Diese Betrachtungen setzen voraus, dass wir den Charakter anderer Menschen und insbesondere den eines Toren erkennen können. Nach dem Studium der Sprüche werden wir nicht nur in der Lage sein, Torheit bei Anderen zu sehen, sondern wir werden auch ein gerütteltes Maß davon in uns selber finden. Möge Gott uns in die Lage versetzen, ehrlich zu uns selbst zu sein, unsere Torheit zu bekennen und ihr zu entsagen als sündig und zerstörerisch für uns wie für Andere.

Charakterzüge eines Toren

Man kann einen Toren viel leichter dadurch identifizieren, was er nicht ist als dadurch, was er ist. Beachten Sie die folgenden Charakterzüge des Toren, wie ihn das Buch der Sprüche beschreibt:

1. DER TOR IST NICHT RECHTSCHAFFEN. Der Tor hasst alles Heilige, Gerechte und Gute, und er liebt das Böse.

Ein Begehren, das verwirklicht wird, ist der Seele angenehm, Aber vom Bösen zu weichen, ist dem Toren ein Gräuel (13:19).

Dem Toren ist das Böse wie ein Sport; Und dem einsichtigen Mann die Weisheit (10:23).

Die Toren spotten der Schuld, Aber unter den Aufrichtigen ist guter Wille (14:9).

2. DER TOR IST NICHT WEISE. Überall in den Sprüchen ist der Tor das Gegenstück zum Weisen. Weisheit wird der Torheit gegenüber gestellt. Der Tor besitzt keine Weisheit, er kann sie nicht erlangen, und er wollte sie nicht erlangen, selbst wenn er es könnte.

  • DER TOR BESITZT KEINE WEISHEIT:

Die Lippen des Gerechten erquicken viele, Aber die Toren werden aus Mangel an Verständnis sterben (10:21; vgl. 1:20-33).

  • DER TOR IST NICHT FÄHIG, WEISHEIT ZU ERLANGEN:

Warum ist das Geld, um Weisheit zu kaufen, in der Hand eines Toren, Wenn er doch keinen Verstand [wörtlich: kein Herz] hat? (17:16).

Der Spötter sucht Weisheit und findet sie nicht, Aber für den Verständigen ist Erkenntnis leicht (14:6).

Für einen Toren ist Weisheit zu hoch, Er wird seinen Mund in den Toren nicht auftun (24:7).

Der Tor hat nicht die Fähigkeit, Weisheit zu erlangen. Mit den Worten von Vers 17:16 gesagt, hat er kein Herz dafür. Er mag die Weisheit scheinbar suchen, doch er ist unfähig, sie zu erkennen oder zu behalten.

  • DER TOR HAT NICHT DEN WUNSCH NACH WEISHEIT; UND ER WÜRDE SIE SELBST DANN ZURÜCKWEISEN, WENN ER SIE ERWERBEN KÖNNTE, WEIL ER SIE HASST:

Die Furcht des Herrn ist der Anfang der Erkenntnis; Die Toren verachten die Weisheit und die Anweisung (1:7; vgl. 1:22).

Das Herz des Klugen sucht nach Erkenntnis, Aber der Mund des Toren ernährt sich von Torheit (15:14).

Ein Törichter findet keinen Gefallen am Verstehen, Sondern nur an der Enthüllung seiner eigenen Gedanken (18:2).

Sprich nicht vor den Ohren eines Toren, Denn er wird die Weisheit deiner Worten verachten (23:9).

Der Tor steht der Weisheit nicht neutral gegenüber – er hasst sie. Weisheit ist für einen Toren, was Leber für mich ist: so häufig und freigebig sie mir auch angeboten werden mag, tue ich doch alles nur mögliche, um darum herumzukommen.

3. DER TOR IST UNREALISTISCH. Dem Törichten gelingt es nicht, die Dinge so zu sehen, wie sie sind. Die Wirklichkeit wird durch den verzerrten Blick des Toren auf das Leben verfälscht.

  • DER TOR SIEHT SICH SELBST NICHT REALISTISCH, indem er sein Wissen und seine Fähigkeiten überschätzt:

Stolz, Hochmütig, Spötter sind die Namen dessen, Der mit unverschämtem Stolz handelt (21:24).

  • DER TOR SIEHT DAS LEBEN NICHT REALISTISCH. Er glaubt, dass Weisheit leichterhand erworben werden kann, wie eine Tafel Schokolade im Laden an der Ecke.

Warum ist das Geld, um Weisheit zu kaufen, in der Hand eines Toren, Wenn er doch keinen Verstand hat? (17:16).

  • DER TOR KÜMMERT SICH NICHT UM DIE TATSÄCHLICHEN GEGEBENHEITEN und der Wunsch ist Vater seines Gedankens. Sein Schiff ist ständig dabei zu kommen.

Ein Verständiger hat die Weisheit vor Augen, Aber die Augen eines Toren sind am Ende der Welt (17:24).

4. DER TOR HAT KEINE DISZIPLIN. Der Tor sieht Selbstbeherrschung als unnötige und nutzlose Ablehnung eines augenblicklichen Vergnügens an. Deswegen fehlt es ihm an Disziplin auf jedem Gebiet im Leben.

  • DER TOR GEHT NICHT DISZIPLINIERT MIT GELD UND MATERIELLEN RESOURCEN UM:

Ein wertvoller Schatz und Öl sind im Hause des Weisen, Aber ein törichter Mensch wird sie verschlingen (21:20).

  • DER TOR DISZIPLINIERT SEINE LAUNEN NICHT:

Ein Tor macht seine Verärgerung sofort bekannt, Aber ein kluger Mann verbirgt die Schande (12:16).

Ein Tor verliert die Beherrschung, Aber ein weiser Mann bewahrt sie (29:11).

  • DES TOREN MUND IST UNDISZIPLINIERT:

Ein kluger Mann verbirgt sein Wissen, Aber das Herz des Törichten ruft Torheit aus (Spr 12:23).

Die Zunge des Weisen macht die Erkenntnis annehmbar, Aber der Mund des Toren speit Torheit (15:2; vgl. 18:2,7).

Es verwundert wenig, dass der Tor als schwätzender Tor (wörtlich: der törichter Lippen ist) bezeichnet wird (10:8,10).

5. DER TOR IST UNZUVERLÄSSIG.

  • ER IST UNZUVERLÄSSIG BEI SEINER ARBEIT: Der Tor ist unehrlich und schlecht, man kann ihm in keiner Hinsicht vertrauen.

Wer eine Botschaft in die Hand eines Toren legt, Der ist wie einer, der sich selbst die Füße abhaut und trinkt Gewalttätigkeit (26:6).

Wie ein Bogenschütze, der jeden verwundet, So ist der, der einen Toren oder einen Vorübergehenden dingt (26:10).

  • ER IST UNZUVERLÄSSIG IN SEINEN WORTEN. Die Worten eines Toren müssen immer infrage gestellt werden. Er ist ein Lügner, ein Betrüger und ein Verleumder.

Falsche Lippen bergen Hass, Und der Verleumdung verbreitet, ist ein Tor (10:18).

Die Weisheit des Klugen besteht darin, seinen Weg zu verstehen, Aber die Torheit des Toren ist die Täuschung (14:8).

Ein armer Mann, der in Lauterkeit wandelt, ist besser Als einer, der Verkehrtes spricht und ein Tor ist (19:1).

Selbst das, was der Tor für wahr hält, ist vielleicht nur seine eigene wertlose Meinung.

Die Zunge des Weisen macht die Erkenntnis annehmbar, Aber der Mund des Toren speit Torheit (15:2).

Die Lippen des Weisen breiten Erkenntnis aus, Aber die Herzen der Toren sind nicht so (15:7, vgl. Vers 14).

6. DER TOR IST UNBELEHRBAR. So sehr man sich auch bemüht: einem Toren versuchen etwas beizubringen ist bestenfalls frustrierend, oft aber auch schmerzlich. Wann immer ein Tor sich mit Weisheit und Belehrung konfrontiert sieht, wird er sie zurückweisen.

Die Furcht des Herrn ist der Anfang der Erkenntnis; Die Toren verachten die Weisheit und die Anweisung (1:7).

Weil sie die Erkenntnis hassten Und die Furcht des Herrn nicht erwählten. Sie wollten meinen Rat nicht annehmen, Sie verschmähten all meine Zurechtweisung. Daher sollen sie von den Früchten ihres eigenen Weges essen Und übersättigt werden mit ihren eigenen Ratschlägen. Denn die Eigenwilligkeit der Unverständigen wird sie töten, Und die Selbstzufriedenheit der Toren wird sie vernichten (1:29-32).

Der Tor widersetzt sich jeder Disziplinierung.

Ein Tor missachtet die Zucht seines Vaters; Wer aber der die Zurechtweisung beachtet, ist klug (15:5).

Wer den Spötter belehrt, trägt selber Schande davon; Und wer den Bösen zurechtweist, einen Makel. Weise einen Spötter nicht zurecht, damit er dich nicht hasst; Weise einen weisen Mann zurecht, und er wird dich lieben (9:7-8).

Ein Spötter liebt den nicht, der ihn zurechtweist; Zu den Weisen wird er nicht gehen (15:12).

Ein Tadel dringt tiefer ein in einen Verständigen Als einhundert Schläge in einen Toren (17:10).

Die Torheit eines Toren sitzt tief. So sehr man sich auch bemüht, den Toren von seiner Torheit zu befreien, werden solche Anstrengungen doch zu Nichts führen. Ein Tor und seine Torheit sind anscheinend untrennbar miteinander verbunden.

Selbst wenn du den Toren zusammen mit den Getreidekörnern mit einem Stößel im Mörser zerstößt, Wird doch seine Torheit nicht von ihm weichen (27:22).

Der Tor kann nocht nicht einmal aus seinen eigenen Fehlern lernen. Wenn er Gelegenheit dazu hat, wird er seine Torheiten immer wieder tun:

Wie ein Hund, der zu seinem Gespeiten zurückkehrt, Ist der Tor, der seine Torheit wiederholt (26:11).

Es ist paradox aber wahr, dass der Tor – obwohl er sich selber der Belehrung verweigert – unbedingt Andere aus seinem Schatz an Weisheit belehren möchte.

Ein kluger Mann verbirgt sein Wissen, Aber das Herz des Törichten ruft Torheit aus (12:23).

Ein Törichter findet keinen Gefallen am Verstehen, Sondern nur an der Enthüllung seiner eigenen Gedanken (18:2).

7. DER TOR IST UNANGENEHM, UNBELIEBT UND UNERWÜNSCHT. Der Tor ist eine Plage und ein Makel für die Gesellschaft. Er fügt seinen Eltern Schmerzen zu, denn er hasst sie (15:20) und macht ihnen Kummer (10:1; 17:21,25; 19:23). Er ist ein Verhängnis, wo immer er auftaucht (10:14; 17:12). Er behindert die Erkenntnis Anderer (14:7). Seine Sprache ist verleumderisch (10:18). Der Tor ist streitsüchtig (20:3) und rührt Uneinigkeit und Ärger auf.

Die Lippen des Toren bringen Zank, Und sein Mund ruft nach Schlägen (18:6).

Treibe den Spötter hinaus, und der Zank wird fort gehen; Selbst Hader und Schmähung werden enden (22:10).

Spötter entflammen eine Stadt, Aber die Weisen wenden den Zorn ab (29:8).

Für die Gesellschaft ist der Tor ein Horror.

Das Vorhaben der Torheit ist Sünde, Und der Spötter ist den Menschen ein Gräuel (24:9).

Die Ursachen der Torheit

Ich glaube, man kann die Ursachen der Torheit auf zwei prinzipielle Entscheidungen reduzieren: auf die Entscheidung, Gott zu misstrauen, und die Entscheidung, sich auf sein eigenes Herz zu verlassen.

Erstens ist der Tor jemand, der sich bewusst entschlossen hat, dem Weg der Weisheit nicht zu folgen. Obwohl die Weisheit nach ihm suchte, hat er sich ihr widersetzt und sie zurückgewiesen.

Weil ich rief und ihr euch weigertet; Weil ich meine Hand ausstreckte, aber keiner da war, der darauf Acht gab, Und ihr all meinen Rat unbeachtet ließet Und meine Zurechtweisung nicht wolltet; ... Weil sie die Erkenntnis hassten Und die Furcht des Herrn nicht erwählten (1:20-25,29).

Der Tor steht der Weisheit nicht neutral gegenüber; er hasst sie und er liebt das Schlechte seines eigenen Weges (vgl. 10:23;13:19; 29:27).

Zweitens wird man ein Tor, wenn man sich auf sich selbst verlässt. Wenn man nicht auf Gott vertrauen will (1:7,29), muss man auf sich selbst vertrauen. Die Sprüche sagen uns, dass der Tor selbstgewiss ist und auf seine eigene Weisheit statt auf Gott und den Ratschlag der Weisen vertraut.

Der Weg des Toren ist recht in seinen Augen, Aber wer auf einen Rat hört, ist weise (12:15).

Für den Toren ist niemand vertrauenswürdiger, weiser oder verlässlicher als er selbst.

Wer sich auf sein eigenes Herz verlässt, ist ein Tor; Aber wer in Weisheit wandelt, wird entrinnen (28:26).

Wenn wir uns der törichten Neigung bewusst werden, nur auf sich selbst zu vertrauen, verhilft uns das zu einem tieferen Verständnis für einen der bekanntesten Abschnitte im Buch der Sprüche:

Vertraue auf den Herrn mit deinem ganzen Herzen, Und stütze dich nicht auf deinen eigenen Verstand. Denke an Ihn auf all deinen Wegen, Und Er wird deine Wege gerade machen. Dünke dich nicht weise, Sondern fürchte den Herrn und kehre dich ab vom Bösen (3:5-7).

Der Tor, der sich auf sein eigenes Wissen verlässt, verweigert sich der Furcht des Herrn und entschließt sich für den Weg des Bösen.

Diese Entscheidung, sich selbst zu vertrauen, führt zu Arroganz (21:24) und Missachtung jeder Autorität, einschließlich der der eigenen Eltern (15:5; 10:8). Der Tor zeichnet sich durch Selbstzufriedenheit aus (1:32): Wer braucht schließlich Anleitung, wenn er alles weiß? Wer braucht Berichtigung, wenn er sich nie irrt? Wer braucht Fortentwicklung, wenn er doch schon Weisheit und Reife erlangt hat? Dem entsprechend hat der Tor einen autonomen Geist und lebt sein Leben ohne Rücksicht (14:16).

Der Umgang mit einem Toren

Jetzt, da wir die Eigenschaften des Toren gesehen und die Wurzeln seiner Torheit kennen gelernt haben, müssen wir unsere Aufmerksamkeit auf den Umgang mit Toren richten. Die Sprüche haben Einiges zu diesem Thema zu sagen, und fast die ganze Anleitung bezieht sich darauf, was wir nicht tun sollten: Unser Tun im Hinblick auf die Toren ist oft eher negativ als positiv.

1. WIR SOLLTEN DIE TOREN, WENN IRGEND MÖGLICH, MEIDEN. Weisheit ist für einen Toren nicht ansteckend, wohl aber Torheit für einen Weisen; daher sollte der Weise den Toren meiden.

Geh weg von dem Toren, denn sonst wirst du die Worte der Erkenntnis nicht hören (14:7).

Zudem ist der Tor gefährlich und schädlich, und wir sollten ihn meiden wie eine Bärin, die ihrer Jungen beraubt wurde (17:12).

2. WIR SOLLTEN DIE TOREN VERTREIBEN. Wenn wir dem Toren nicht aus dem Weg gehen können, muss er selber gegebenenfalls vertrieben werden.

Treibe den Spötter hinaus, und der Zank wird fort gehen; Selbst Hader und Schmähung werden enden (22:10).

Das Neue Testament lehrt uns, dass Christen nicht mit Menschen Umgang pflegen sollen, die sich zum Christentum bekennen, aber in Sünde leben (1.Kor 5:9-13). Die Kirche wird angewiesen, diejenigen auszustoßen, die biblische Zurechtweisung und Berichtigung missachten (Mat 18:15-17; 1.Kor 5:5). Paulus' an Titus gerichtete Worte scheinen in engem Bezug zu der Lehre der Sprüche zu stehen, dass wir den Toren aus dem Wege gehen sollten:

Weise einen ketzerischen Menschen ab, wenn er ein erstes und ein zweites Mal ermahnt wurde, da du weißt, dass ein solcher Mann verkehrt und sündig ist und durch sich selbst verdammt wird (Tit 3:10-11).

3. WIR SOLLTEN UNSERE ANLEITUNG NICHT AN NARREN VERSCHWENDEN. Im Neuen Testament lehrt Jesus, dass wir nicht Perlen vor die Säue werfensollten (Mat 7:6). Im Buch der Sprüche wird uns gesagt, dass wir nicht versuchen sollten, die Toren anzuleiten:

Sprich nicht vor den Ohren eines Toren, Denn er wird die Weisheit deiner Worten verachten (23:9).

4. WIR SOLLTEN DEM TOREN NICHT ERLAUBEN, UNS AUF SEIN NIVEAU HERABZUZIEHEN. Ein Tor kann einen zur Verzweiflung bringen; er sucht Ärger und wir sind oft versucht, ihm darin zu folgen. Wenn der Tor mit Allem herausplatzt, was ihm in den Sinn kommt, sind wir versucht, ebenfalls die Berherrschung zu verlieren. Die Sprüche mahnen uns, ihm nicht das Beste in uns preiszugeben, auf dass wir uns nicht auf sein Niveau hinab begeben.

Antworte dem Törichten nicht nach seiner Torheit, Damit du ihm nicht gleich wirst (26:4).

5. WIR SOLLTEN EINEN TOREN NICHT UNANGEMESSENER HOCHACHTUNG WÜRDIGEN, DAMIT ER SICH NICHT GESCHMEICHELT FÜHLT UND NOCH AUFGEBLASENER WIRD. Der Tor ist großspurig und stolz und wird jede positive Bermerkung als Kompliment ansehen. Wir sollten es vermeiden, ihn in irgendeiner Weise zu ehren.

Wie Schnee im Sommer und Regen in der Ernte, So ziemt sich Ehrung nicht für einen Toren (26:1).

Antworte dem Törichten gemäß seiner Torheit, Damit er sich nicht als weise ansieht (26:5).

6. WIR SOLLTEN NICHT VERSUCHEN, EINEN TOREN ZU BESSERN, DENN DADURCH STRAFEN WIR UNS NUR SELBER. Der Tor ist niemals offen für Zurechtweisung oder Verbesserung. Wenn man einen Toren durch bloße verbale Zurechtweisung berichtigen will, ist jede Anstrengung vergeblich.

Wer den Spötter belehrt, trägt selber Schande davon; Und wer den Bösen zurechtweist, einen Makel. Weise einen Spötter nicht zurecht, damit er dich nicht hasst; Weise einen weisen Mann zurecht, und er wird dich lieben (9:7-8).

Wenn ein weiser Mann mit einem Toren ins Gericht geht, Rast der Tor oder er lacht, und es gibt keine Ruhe (29:9).

7. WIR SOLLTEN EINEM TOREN DAS LEBEN NICHT LEICHT MACHEN. Verbale Zurechtweisung bewirkt zwar bei den Toren nichts, doch sollten wir uns auch nicht bemühen, die schmerzhaften Folgen ihrer Torheit abzumildern. Der Weg des Gesetzesübertreters ist holprig (13:15) und die Unvernunft eines Toren wird einiges an Schwierigkeiten mit sich bringen. Solch schmerzhafte Konsequenzen aus der Sünde können das Mittel werden, das den Toren zum Ende seiner Torheit bringt – aber unabhängig davon sollte man die schmerzhaften Schläge der Sünde für den Toren nicht abfangen.

In des Toren Mund ist die Rute für seinen Hochmut, Aber die Weisen bewahrt ihr Mund (14:3).

Die Lippen des Toren bringen Zank, Und sein Mund ruft nach Schlägen. Des Toren Mund ist sein Verderben, Und seine Lippen sind die Schlinge für seine Seele (18:6-7).

Luxus ziemt sich nicht für einen Toren; Viel weniger noch für einen Knecht, zu herrschen über Fürsten (19:10).

Der Verlorene Sohn kam erst zur Vernunft, als er die Folgen seiner Torheit erleiden durfte (Luk 15:11-14). Wir dürfen einen Toren nicht davon abhalten, in die Schweineställe des Lebens zu gehen, denn das ist der Ort, an dem sie ihre Torheit vielleicht erkennen werden.

8. TOREN SOLLTEN HART BESTRAFT WERDEN. Toren lernen nichts aus einem Vortrag, aber über einen körperlichen Schmerz können sie nicht hinweggehen. Die einzige Methode, einen Toren zu strafen ist die Rute.

Die Peitsche ist für das Pferd, der Zaum für den Esel Und die Rute für den Rücken des Toren (26:3).

Der Tor lernt vielleicht noch nicht einmal durch eine harte Strafe, aber Anderen mag es eine Lehre sein, das Ergebnis der Torheit zu sehen.

Schlägt man den Spötter, so werden die Unvernünftigen klug; Aber wenn man den Verständigen zurechtweist, wird er an Erkenntnis gewinnen (19:25; vgl. 21:11).

Die vorstehenden Prinzipien für den Umgang mit Toren könnten dazu führen, dass wir falsche Schlüsse ziehen. Ist der Tor ein vollkommen hoffnungsloser Fall? Sollten wir nicht jede Anstrengung unternehmen, um ihn von seiner Torheit zu bekehren? Was folgt aus den Sprüchen für die Evangelisation? In gewisser Hinsicht sind doch alle Ungläubigen Toren, da sie die Furcht des Herrn ablehnen – sollten wir also nichts dafür tun, um sie für Christus zu gewinnen? Die Antworten auf diese Fragen sind ebenfalls in den Sprüchen zu finden.

Der springende Punkt in den Sprüchen ist der, dass der Tor aus seiner Torheit nicht herausargumentiert, nicht herausbeschämt und wahrscheinlich noch nicht einmal herausgeprügelt werden kann (vgl. 27:22). Das sollte uns aber nicht zu der Schlussfolgerung verleiten, dass der Tor ein vollkommen hoffnungsloser und hilfloser Fall ist. Jeder, der Christus nicht kennt, ist hoffnungslos von der göttlichen Vermittlung abgeschnitten. Der Grund dafür, dass wir gemäß der Lehre der Sprüche nicht versuchen sollen, einen Toren zu reformieren, ist der, dass er transformiert werden muss. Das Problem des Toren liegt in seinem Herzen (3:5; 4:23).

Die Sprüche erinnern uns daran, dass ein Tor von seiner Sünde erlöst werden muss, bevor wir ihm helfen können, sich von seiner Torheit zu befreien. Anstatt an den Symptomen der Torheit zu arbeiten, müssen wir uns mit dem Kern der Sache beschäftigen. Beachten Sie, dass sich die Weisheit in den Sprüchen allen Menschen anbietet; und insbesondere der Tor wird dazu gedrängt, sich von seiner Torheit abzukehren.

Wie lange wollt ihr Unerfahrenen die Unerfahrenheit lieben? Und ihr Spötter euch am Spott erfreuen, Und ihr Unvernünftigen die Erkenntnis hassen? Kehrt um zu meiner Zurechtweisung, Dann will Ich meinen Geist über euch ausgießen; Ich will euch meine Worte bekannt geben (1:22-24).

Kommt, nährt euch von meinem Brot Und trinkt von dem Wein, den ich gemischt habe. Verlasst die Torheit und lebt Und geht voran auf dem Weg des Verständnisses (9:5-6).

Die Lösung für den Toren besteht darin, dass er sich von seiner Torheit und seiner Selbstgewissheit abkehrt und zur Gottesfurcht bekehrt. Wenn wir dem Toren helfen wollen, können wir das nur tun, indem wir ihm den Weg der Erlösung aufzeigen – aber nicht, indem wir ihn informieren (durch Lehren) oder reformieren (durch Zurechtweisung und Korrektur). Nur durch das Evangelium kann ein Mensch transformiert werden kraft des vergossenen Blutes Jesu Christi.

Schlussfolgerung

Es gibt für einen Christen viel zu lernen aus dem, was die Sprüche über den Toren sagen. Lassen Sie mich hier einige Themen vorschlagen, über die Sie mit Gewinn nachdenken könnten.

Erstens: Wenn wir zustimmen, dass Torheit Sünde ist, müssen wir uns auch dessen bewusst werden, dass Sünde Torheit ist. Wann immer wir uns für die Sünde entscheiden, entschließen wir uns gleichzeitig, die Rolle des Toren zu übernehmen. Zu sündigen heißt, dass wir uns weiser vorkommen als Gott und besser in der Lage, die Dinge zu beurteilen als Er. Sünde ist der Entschluss, Gottes Weisheit abzulehnen und unser Glück auf eigene Faust zu versuchen. Im Garten Eden täuschte Satan Eva, indem er sie glauben machte, dass Gottes Verbot unklug und unfreundlich sei und dass der Ungehorsam sie weise, ja sogar gottähnlich machen würde (Gen 3:5-6). So ist es immer mit der Sünde – wir können uns nicht für die Sünde entscheiden, ohne Gottes Weisheit damit zurückzuweisen. Sünde ist Torheit.

Zweitens kann man sich Satan als den Fürsten unter den Toren vorstellen. Wenn ich die Charakterzüge des Toren überdenke, komme ich zu dem Schluss, dass niemand dadurch besser beschrieben wird als Satan selbst. Er entschied sich dafür, gegen Gott zu rebellieren und seinen eigenen Willen gegen den Willen Gottes durchzusetzen (Jes 14:12-15). Er erfreut sich an der Sünde und bemüht sich aktiv, Andere auf seinen Weg des Bösen zu führen. Er sieht es als seine Pflicht an, Andere zu behindern und zum Verderben zu führen (1.Pe 5:8). Er ist ein Betrüger (1.Tim 2:14; Off 20:3), ein Sünder (1.Joh 3:8), ein Lügner und Mörder (Joh 8:44). Er klagt die Heiligen vor Gott an und verleumdet sie (Off 12:10). Er ist arrogant und stolz (Hes 28:17; 1.Tim 3:6). Er ist ein Unruhestifter und ein Ärgernis. Deswegen sollten wir ihm aus dem Weg gehen, und wir sollten nicht den Versuch machen ihn zurechtzuweisen (Jud 8-9). Satan ist der Fürst der Toren, er verkörpert das Wesen der Torheit.

Drittens: Jeder muss sich entscheiden, in wessen Augen er als ein Tor erscheinen will. Der sich selbst für weise hält, ist töricht vor Gott, und der auf Gott vertraut und den Weg der Weisheit geht, ist ein Tor für Satan (vgl. Hi 1) und für diejenigen, die ohne Christus leben. Der Weg des Kreuzes ist töricht in den Augen der Unerlösten (1.Kor 1:18-25). Um wahrhaft weise zu werden, müssen wir unserer begrenzten menschlichen Weisheit entsagen (Spr 3:5-6) und auf die Weisheit Gottes bauen. Wir müssen töricht werden, um Weisheit zu erlangen:

Niemand betrüge sich selbst. Wenn sich einer unter euch dünkt weise zu sein in dieser Welt, der werde ein Tor, damit er weise werde. Denn die Weisheit dieser Welt ist Torheit bei Gott. Denn es steht geschrieben: Er ist DER DIE WEISEN IN IHRER EIGENEN LIST FÄNGT und wiederum: DER HERR KENNT DIE ÜBERLEGUNGEN DER WEISEN, DASS SIE NICHTIG SIND (1.Kor3:18-20).

Möchtest du weise sein vor den Augen Gottes? Dann musst du deine Sünden bekennen und an den Tod Jesu Christi am Kreuz von Golgatha zur Vergebung deiner Sünden glauben. Er starb an deiner Stelle. Er trug die Strafe für deine Sünden. Im Glauben an Christi Tod für dich betrittst du nicht nur den Weg der Weisheit – du betrittst den Weg des Ewigen Lebens.

Viertens: Es ist auch für einen Christen möglich, zum Toren zu werden. Leider können auch wir vom Weg der Weisheit abkommen auf den Weg von Torheit und Sünde. David tat das, als er einem anderen Mann die Frau und das Leben nahm (2.Sa 11), und Salomo tat es, als er fremdländische Frauen heiratete (1.Kö 11:1-4).

Als ich mich wieder einmal den Abschnitten des Neuen Testamentes zuwandte, die davon sprechen, dass wir den Alten Menschen ablegen sollen (z.B. Eph 4:22-32; Kol 3:9-17), fiel mir auf, dass das, was wir damit ablegen sollen, genau die Eigenschaften und Handlungen der Torheit sind. Unsere alte Natur ist zur Torheit prädisponiert. Die Christen unter uns müssen auch nach dem Toren in sich selbst suchen, nicht nur in den Anderen. Der Feind sind wir, so zu sagen, selbst. Die Torheit unserer alten Natur muss sorgfältig diszipliniert werden. Wir dürfen das Fleisch nicht verhätscheln, sondern müssen es kreuzigen. Letzten Endes ist das einzige Mittel gegen die Torheit das Kreuz.

Dann sagte Jesus zu Seinen Jüngern: Wenn jemand Mir nachkommen will, so verleugne er sich selbst und nehme sein Kreuz auf sich und folge Mir (Mat 16:24).

Die aber Christus Jesus angehören, haben ihr Fleisch mitsamt seinen Leidenschaften und Begierden gekreuzigt (Gal 5:24).

Ich bin mit Christus gekreuzigt; und nicht mehr ich bin es, der lebt, sondern Christus lebt in mir; und das Leben, das ich jetzt im Fleisch lebe, lebe ich im Glauben an den Sohn Gottes, der mich geliebt hat und Sich selbst für mich dahingegeben hat (Gal 2:20).

Lasst uns, durch Gottes Gnade, danach streben, die Werke des Fleisches abzutöten, weise zu sein und der Torheit zu entsagen. Und lasst uns nach Errettung für die Toren streben, indem wir die Torheit des Kreuzes verkündigen.


24 Nicht nur vollendeter Mord stellt einen Menschen unter die Todesstrafe. Ein Herz, das von solch destruktiver geistiger Haltung entflammt ist, aus der ein verdammendes Wort entspringt, verdient das gleiche Urteil. Mit gewaltiger Schärfe machen Jesu Worte klar, dass Gottes Gericht über die Sünde radikal und weit greifend ist; denn es befasst sich nicht nur mit der vollendeten Tat, sondern bringt auch das dahinter liegende Motiv ans Licht ... Dem entsprechend siedelt Jesus in dieser dreistufigen Entwicklung die Sünden des Gedankens und der Zunge (einschließlich der Verdammung eines Menschen) auf derselben Ebene an wie die physische Ermordung, die nur durch den Tod abgegolten werden kann. T. Sorg, “Rhaka,” The New International Dictionary of New Testament Theology (Grand Rapids: Zondervan, 1975, I), S. 418. Ich finde es bemerkenswert, dass dieser Abschnitt über das griechische Wort 'Rhaka' unter dem Titel Fluch, Beleidigung, Tor eingeordnet ist. Tatsächlich kommt es einem Fluch gleich, jemanden einen Toren zu nennen und damit den Wunsch zu äußern, dass er vernichtet oder verdammt werden möge. Es ist daher nicht verwunderlich, wenn unser Herr lehrte, dass Jemanden einen Toren zu nennen ebenso schwerwiegend ist wie ein Mord. Beachten Sie aber auch, dass unser Herr selbst in Bezug auf die Schriftgelehrten und Pharisäer, wie auch für die fünf törichten Jungfrauen, das griechische Wort 'Moros' benutzte, das in Matthäus 22:5 als Tor wiedergegeben wird (Mat 23:17; 25:2,3,8).

25 Die NASB überliefert drei hebräische Worte mit der Bedeutung Tor: Kesil (1:22,32;3:35;8:5; 10:1,18,23; 12:23; 13:10,16,19,20; 14:7,8,16,24,33; 15:2,7,14,20; 17:10,12,16,21,24, 25; 18:2,6,7; 19:1,10,13,29; 21:20; 23:9; 26:1,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12; 28:26; 29:11, 20), Ewil (1:7; 7:22; 10:8,10,41,21; 11:29; 12:15,16; 14:3,9; 15:5; 16:22; 17:28; 18:13; 20:3; 24:7,9; 27:3,22; 29:9), und Nabal (17:7,21; 30:22). Zusätzlich gibt es den Einfältigen, mit dem wir uns bereits beschäftigt haben, und den Spötter (hebräisch: Luts, 1:22; 3:34; 9:7,8; 13:1; 14:6; 15:12; 19:25,29; 21:11,24; 22:10; 24:9; 29:8). Ich habe mich entschlossen, mich in dieser Botschaft auf die zwei hauptsächlich vorkommenden Arten von Toren (Kesil, Ewil) und auf den Spötter (Luts) zu konzentrieren. Der Nabal kommt selten vor und wird hier nicht berücksichtigt. Anstatt mich mit den Unterschieden zwischen den Arten von Toren aufzuhalten, möchte ich mich lieber auf ihre gemeinsamen Charakterzüge konzentrieren.

6. Der Faule

Einleitung

Vor Jahren, als ich noch an einer Schule lehrte, hatte ich einen Schüler, dem es selbst zu anstrengend war, auch nur gerade zu stehen. Wann immer möglich, lehnte er sich beim Gehen an der Wand an. Seine Technik der Fortbewegung war eigentlich ganz amüsant anzusehen und erinnerte etwas an Rollerfahren – abstoßen...gleiten, abstoßen...gleiten. Glen hatte darin geradezu Perfektion entwickelt. Normalerweise funktionierte das auch recht gut – abgesehen davon, dass er die Farbe von den Wänden herunterwischte und seine Hemden ruinierte.

Eines Tages aber machte die Klasse eine Exkursion und ging die Druckerei einer großen Stadtzeitung besichtigen. Ich hatte alle meine Schüler vorgewarnt, dass sie sich ruhig und vorsichtig verhalten müssten und nichts anfassen dürften. Zunächst ging Alles gut. Glen allerdings sah keine Notwendigkeit, seine Fortbewegungsart zu ändern, und so rutschte er durch das Gebäude, von den Wänden gestützt. Dann aber machte er einen entscheidenden Fehler und passte nicht auf, wo er hin ging. Eine Türschwelle erwischte ihn hinterrücks und ohne dass es Einer von uns verhindern konnte, schlug der ganze Kerl der Länge nach mit lautem Krachen in einen Schrank. Mit vielem Gestrampel befreite er sich schließlich und entstieg dem Schrank recht kleinlaut. Für den Rest des Tages zog er es dann vor, sich auf eine weniger unübliche Art fortzubewegen.

Der Faule hat etwas Amüsantes an sich, selbst im Buch der Sprüche. Dort finden wir ihn, nicht ganz ernst gemeint, beschrieben, wie er sich auf seinem Bett hin und her dreht wie eine Tür in ihren Angeln (26:14). Wir müssen lachen bei der Vorstellung, dass der Faule seine Hand in die Schüssel taucht, aber es nicht schafft, sie zurück zum Mund zu heben (26:15). Wir können uns nur amüsieren über seine Ausrede, warum er nicht zur Arbeit gehen kann: „Ein Löwe steht auf dem Weg“ (26:13).

Von der humorvollen Art, in der der Faule beschrieben wird, sollten wir uns aber nicht irreführen lassen. Im Buch der Sprüche wird Humor aus mindestens zwei Gründen eingesetzt: Erstens macht es uns eine treffende, humorvolle Beschreibung der Wahrheit schwerer, sie zu vergessen. Die Lehren der Sprüche über den Faulen haben also, sozusagen, „geistige Widerhaken“, die die Wahrheit tief in unserem Gedächtnis verankern. Zweitens wird Humor oft eingesetzt, um den Leser zu entwaffnen und ihn bereit zu machen für die Wucht der Anklage, die direkt unter der Oberfläche verborgen liegt. Während wir noch lachen, realisieren wir allmählich, dass die Pointe der Geschichte auf uns selbst gerichtet ist. Durch unser Lachen haben wir ja schon zugegeben, dass sie prinzipiell wahr ist – zumindest was Andere anbelangt. Und nun stehen wir plötzlich der unangenehmen Notwendigkeit gegenüber, uns auch der Wahrheit über uns selbst zu stellen.

Unter Berücksichtigung dessen wollen wir jetzt unsere Aufmerksamkeit auf den Faulen richten, so wie er in den Sprüchen portraitiert wird. Lassen Sie uns das im Wissen darum tun, dass es wertvolle Lektionen für uns zu lernen gibt, nicht nur über Andere, sondern auch über uns selbst.

Charakterzüge eines Faulen

Der Zustand “Faulheit” kann anhand einiger verräterischer Symptome diagnostiziert werden. Wir werden jedes davon so betrachten, wie es die Sprüche beschreiben.

1. DER FAULE IST EIN ZAUDERER. Das Motto des Faulen ist: „Was du auf morgen verschieben kannst, das tue nie heute.“ Faule haben die Fähigkeit hoch entwickelt, sowohl den Beginn einer Arbeit aufzuschieben als auch die Vollendung bereits begonnener Arbeiten.

Der Faule kann unmöglich zur Arbeit gehen, weil ein gefährlicher Löwe auf dem Weg steht (22:13). Er hat ja ernsthaft vor zu arbeiten, aber erst nach einem klein Wenig mehr Schlaf (6:9-10). Wenn die Zeit der Ernte gekommen ist, ist der Faule noch nicht ganz so weit, auf das Feld zu gehen (10:5). Der Faule ist immer fast so weit, mit der Arbeit zu beginnen, aber eben nicht ganz.

Die Aufgaben, die der Faule begonnen hat zu erledigen, scheinen nie fertig zu werden. Die Vorhaben, die er beginnt, erweisen sich immer als zeitraubender und anspruchsvoller, als er gedacht hatte. Der Faule zögert nicht, die voreilige Absicht, eine Arbeit zu beginnen, zu korrigieren und diese Arbeit erst einmal wieder zur Seite zu legen. In den Sprüchen kann man eine ganze Reihe von Beispielen finden für diese Unfähigkeit, eine begonnene Arbeit fertigzustellen.

Ein träger Mann wird das Beutetier nicht braten, Aber eines Mannes kostbarer Besitz ist Fleiß (12:27).

Der Faule birgt seine Hand in der Schüssel; Er ist zu müde, um sie zurück an den Mund zu bringen (26:15).

Nach dem Herbst will der Faule nicht pflügen, Und er bettelt während der Ernte und hat Nichts (20:4).

Es gibt verschiedene Interpretationen für Sprüche 12:27. Ich verstehe diesen Vers so, dass der Faule sich zwar der Mühe unterzogen hat, seine Beute zu fangen, dann aber nicht weitermacht und sie brät. Dadurch verschwendet er seine Mühe und verliert die Frucht seiner Arbeit. Der Faule hebt zwar an und steckt seine Hand in die Schüssel,26 aber er bringt die Energie nicht mehr auf, sie wieder herauszuziehen und kommt daher nicht in den Genuss der Früchte seiner anfänglichen Mühe (26:15). Nachdem er die Ernte eingefahren hat, ist der Faule zu müde (oder vielleicht auch zu gleichgültig), um das Feld für das kommende Jahr zu bestellen (20:4).

Ich bin nie ein großer Sportler gewesen, aber ich bin der festen Überzeugung, dass etwas durchzuziehen eines der wichtigsten Dinge im Sport ist. Beim Baseball, Golf oder Tennis, überall muss der Sportler beim Schlag bis zum Ende durchschwingen. Der Faule zieht Nichts durch und macht spätestens damit seine Mühen zunichte –wenn sie nicht bereits von vorneherein zu gering waren und zu spät eingesetzt wurden.

2. DER FAULE HAT IMMER EINEN GRUND. Unterschätzen Sie nie einen Faulen: Sein Gehirn arbeitet schneller als sein Körper. Wenn es darauf ankommt, sich seiner Verantwortung zu entziehen, reagiert Niemand so schnell wie der Faule. Es gibt immer einen „Grund“ für seine Unentschlossenheit und Tatenlosigkeit. Wenn der Faule beschließt nicht zu arbeiten, hat er immer eine – in seinen Augen plausible – Erklärung für seine Entscheidung. Die klassische Ausrede ist diejenige, die an zwei Stellen in den Sprüchen zu finden ist:

Der Faule sagt: „Ein Löwe ist draußen; auf der Straße werde ich getötet werden!“ (22:13; vgl. 26:13).

Soviel ich weiß, gab es zu dieser Zeit tatsächlich Löwen in Israel (vgl. Ri 14:8; 1.Sam 17:34; 1.Kö 13:24, 20:36; Spr 28:15). Die Wahrscheinlichkeit auf einen Löwen zu treffen war wohl gering, aber der Faule betont die Gefahr, dass es doch passieren könnte. Seiner Meinung nach ist es sinnvoller zu Hause und in Sicherheit zu bleiben. Wir mögen über eine solch alberne Ausrede lachen, aber viele der „Gründe“, mit denen sich Menschen bei ihrem Arbeitgeber „krank melden“, sind kaum überzeugender – jedenfalls nicht für alle außer demjenigen, der sich entschlossen hat zu Hause zu bleiben. Der springende Punkt ist der, dass der Faule eine Schwierigkeit konstruiert, die ihn von dem abhält, was er sowieso nicht tun wollte. Während seine Gründe für Andere unbefriedigend bleiben, empfindet er selbst sie als zwingend.

Lieber noch als sich zu entscheiden, nicht zur Arbeit zu gehen, würde der Faule überhaupt keine Entscheidungen treffen – außer derjenigen, jegliche Tätigkeit von seiner Seite her auf später zu verschieben. Häufig ist der Faule nicht aufrichtig genug um zuzugeben, dass er nicht zur Arbeit gehen oder dass er kein Feld bestellen wird. Der Faule zieht es vor, die Unannehmlichkeiten der Arbeit loszuwerden, indem er die Entscheidung darüber aufschiebt, ob er arbeiten sollte oder nicht. Wie der Faule begründen kann, dass er wegen eines „Löwen“ nicht arbeitet, so kann er auch die Entscheidung darüber aufschieben, weil etwas Unwichtiges (“ein wenig...“) ohnehin nicht so dringend sein kann.

“Ein wenig Schlaf, ein wenig Schlummer, Ein wenig Händefalten, um so dazuliegen” (6:10; vgl. 24:33).

Meine Frau Jeannette ist die Erste, die bei uns am Morgen aufsteht. Wenn sie mich aufweckt, sage ich ihr oft, sie solle in fünf Minuten wiederkommen, oder ich bitte sie, schon einmal den Kaffee aufzusetzen, so dass ich noch eine kurze Gnadenfrist habe. Der Faule tröstet sich selbst, wenn er das Unausweichliche aufschiebt, indem er sich einredet, dass es doch nur um ein wenig mehr Schlaf geht. Was können schließlich ein paar weitere Augenblicke der Ruhe schaden? Seiner eigenen Ansicht nach plant der Faule nur seinen Tag oder sammelt seine Kräfte.27 Im Hohenlied Salomos wird gesagt, dass es „die kleinen Füchse“ sind, die „den Weinberg verwüsten“ (Hoh 2:15). Der Faule entschließt sich selten bewusst, seine Pflichten zu vernachlässigen, aber er schiebt sie ständig auf.

3. DER FAULE NIMMT DEN WEG DES GERINGSTEN WIDERSTANDES. Wenn irgendetwas auf den Faulen zutrifft, dann dass er arbeitsscheu ist. Sein „Werkzeug“ ist das Bett (6:10; 10:5; 19:15; 20:33; 26:24). Ihm fehlt der Fleiß der Weisen.

Wie Essig für die Zähne und wie Rauch für die Augen, So ist der Faule für die, die ihn aussenden (10:26).

Der lässig ist in seiner Arbeit, Ist ein Bruder dessen, der zerstört (18:9).

Faulheit lässt in einen tiefen Schlaf fallen, Und ein lässiger Mensch wird Hunger leiden (19:15).

Wegen seiner Trägheit wird der Faule den Weg wählen, der das geringste Opfer von seiner Seite aus zu erfordern scheint und das größte Maß an unmittelbarem Vergnügen verspricht.

Liebe nicht den Schlaf, damit du nicht verarmst; Öffne deine Augen und du wirst mit Nahrung gesättigt werden (20:13).

Sein Verlangen [nach Müßiggang] bringt den Faulen zum Tode, Denn seine Hände weigern sich zu arbeiten; Den ganzen Tag lang verlangt er begierig, Während der Gerechte gibt und nicht zurückhält (21:25-26).

Wenn er der Arbeit nicht mehr aus dem Weg gehen kann, wählt der Faule dasjenige Vorgehen, das ihm auf dem leichtesten Wege Geld verschafft.

Wer sein Land bebaut, wird mit Brot gesättigt werden, Aber wer eitlen Dingen nachjagt, dem fehlt es an Verstand. Der Böse begehrt die Beute schlechter Menschen, Aber die Wurzel des Gerechten trägt Frucht (12:11-12).

Wer sein Land bebaut, wird Nahrung zur Genüge haben, Aber wer eitlen Dingen nachgeht, wird Armut zur Genüge haben. Ein Mensch mit bösen Augen jagt dem Reichtum nach Und weiß nicht, dass Not über ihn kommen wird (28:19,22).

4. DER FAULE IST TÖRICHT. Ich möchte den Faulen nicht mit dem Toren gleichsetzen, aber es ist doch augenfällig, dass der Faule töricht ist. Nicht alle Toren sind unbedingt faul, aber alle Faulen sind töricht.

Der Weg des Faulen ist wie eine Dornenhecke, Aber der Pfad des Gerechten ist ein breiter Weg (15:19).

Da der Faule hier dem Gerechten gegenüber gestellt wird, ist es wohl angemessen zu sagen, dass der Faule schlecht, der Gerechte aber fleißig ist. Die Sorgfalt des Weisen wird der Trägheit des Faulen gegenüber gestellt (10:26). Den Faulen mangelt es an Verstand (24:30) und sie sind nur in ihrer eigenen, eitlen Selbsteinschätzung weise (26:16). Mit anderen Worten: Der Faule ist ein Tor. Wie alle Toren strebt er der plötzlichen (doch für ihn unvorhergesehenen) Vernichtung zu (6:11; 20:34).

5. DER FAULE BENÖTIGT STÄNDIG ÜBERWACHUNG UND ANTRIEB. Außer unter Druck und Anstoß von außen wird ein Fauler seiner Verantwortung nicht nachkommen. Die immense Trägheit des Faulen kann nur durch dramatische Einwirkungen überwunden werden; seien es Magenschmerzen vor Hunger (13:25; 16:26) oder die Peitsche des Aufsehers (12:24). In Kapitel 6 wird der Faule gemahnt, sich ein Beispiel an der Ameise zu nehmen, die ihren Pflichten getreulich und doch ohne irgendeine Überwachung nachgeht (Vers 6-8).

Die Konsequenzen für den Faulen

Die Konsequenzen, denen sich der Faule gegenüber sieht, lassen sich in zwei Worten ausdrücken: Schwierigkeiten und Druck. Eine genauere Betrachtung der Sprüche führt zur Erklärung, warum der Faule diese beiden unangenehmen Konsequenzen tragen muss.

Gemäß der Weisheit der Sprüche wird “der nicht arbeitet auch nicht essen”.

Faulheit lässt in einen tiefen Schlaf fallen, Und ein lässiger Mensch wird Hunger leiden (19:15).

Oft wird das Ergebnis der Faulheit noch allgemeiner als “Armut” bezeichnet.

“Ein wenig Schlaf, ein wenig Schlummer, Ein wenig Händefalten, um so dazuliegen” – Und die Armut wird zu dir kommen wie ein Wegelagerer Und die Not wie ein bewaffneter Mann (6:10-11; vgl. 10:4; 20:13).

Allerdings hat der Faule noch andere Probleme außer Hunger und Armut. Sein Leben ist von Problemen gezeichnet:

Der Weg des Faulen ist wie eine Dornenhecke, Aber der Pfad des Gerechten ist ein breiter Weg (15:19).

Wie auch an anderer Stelle in diesem Weisheitsbuch gesagt wird, ist “der Weg des Gesetzesübertreters holprig“ (13:15).

Eine weitere Folge der Faulheit ist ständiger Druck. Der Faule wird, wenn es irgend geht, die Arbeit meiden. Während der Fleißige gedeiht und vorankommt, versagt der Faule überall außer in einer durch und durch strukturierten Umgebung.

Die Hand des Fleißigen wird herrschen, Aber die lässige Hand wird zur Zwangsarbeit verpflichtet werden (12:24).

Als College-Student arbeitete ich während der Weihnachtsferien für die Post. Normalerweise fuhr ich ein Postauto, aber als ich mich einmal im Postgebäude aufhielt, fielen mir überall, selbst in den Waschräumen, halbdurchlässige Spiegel auf. Was das bedeutete, war offensichtlich: „Du musst jederzeit damit rechnen, beobachtet zu werden.“ Die Faulen werden immer unter Druck sein, weil sie nur auf diese Weise etwas schaffen.

Die Wurzel des Problems der Faulen

Im Leben eines Menschen kommen mehrere Faktoren zusammen, um die Wurzel für charakterliche Mängel zu bilden. Wir werden jetzt einen Blick auf die Wurzel des Problems der Faulen werfen, wie sie das Buch der Sprüche darstellt.

1. DER FAULE IST SELBSTSÜCHTIG. Der Faule sieht immer auf die Nummer Eins – sich selbst. Er nimmt keine Rücksicht auf irgendeinen Anderen.

Sein Verlangen bringt den Faulen zum Tode, Denn seine Hände weigern sich zu arbeiten; Den ganzen Tag lang verlangt er begierig, Während der Gerechte gibt und nicht zurückhält (21:25-26).

Die Gerechten nehmen Rücksicht auf die Bedürfnisse Anderer. Wie die letzte Zeile von Vers 26 ausdrückt, sind sie gekennzeichnet durch großzügiges Entgegenkommen, wenn es darum geht, diese Bedürfnisse zu befriedigen (vgl. auch 22:9; 29:7; 31:20). Den Faulen charakterisiert dagegen die Sorge um seine eigene Bequemlichkeit. Wer schon keine Opfer für sein eigenes Wohl bringen will, wird sicher auch kein Opfer für Andere bringen.

2. DER FAULE IST VERGNÜGUNGSSÜCHTIG. Wir haben in Sprüche 21:25-26 gerade gelesen, dass der Faule durch seine eigenen Begierden vernichtet werden wird. Darüber hinaus wird er von diesen Begierden ständig beherrscht.28

Die Seele des Faulen giert und bekommt Nichts, Aber die Seele des Fleißigen wird fett gemacht werden (13:4).

Wer das Vergnügen liebt, wird arm werden; Und wer Wein und Öl liebt, wird nicht reich werden (21:17).

Der Faule wünscht sich ein bequemes Leben, voller Luxus und Köstlichkeiten der Reichen. Da seine körperlichen Bedürfnissen die Kontrolle über ihn haben, wird der Faule Alles, was er hat, sofort verzehren. Seine Unfähigkeit, auf unmittelbare Befriedigung zu verzichten, führt ihn in die Armut.

3. DER FAULE IST KURZSICHTIG. Der Faule denkt nur ans Jetzt. Er spricht zwar ständig über Morgen – als dem Zeitpunkt, an dem er die Arbeit aufnehmen wird – aber er denkt nie voraus. Er versäumt es, die Zukunft zu planen, und er bereitet sich nie darauf vor.

Geh zur Ameise, du Fauler, Sieh ihre Wege und werde weise; Wie sie, ohne Befehlshaber, Beamte oder Herrscher, Ihre Nahrung im Sommer bereitet und in der Ernte ihre Nahrungsvorräte einsammelt (6:6-8).

Der im Sommer einsammelt, ist ein Sohn, der weise handelt, Aber wer in der Ernte schläft, ist ein schändlich handelnder Sohn (10:5).

Der Faule steht den Erfordernissen der Zukunft gleichgültig gegenüber. Während der Erntezeit ist mehr als genug Nahrung verfügbar, aber der kalte Winter steht bevor. Ohne fleißige Arbeit für die Ernte und die Rückstellung von Nahrung für den Winter wird der Faule Hunger leiden. Ihm fehlt einfach jegliches Gefühl der Dringlichkeit bezüglich der Zukunft.

4. DEM FAULEN MANGELT ES AN SELBSTDISZIPLIN. Wenn es etwas gibt, das dem Faulen fehlt, so ist es Selbstbeherrschung. Wenn es irgendetwas zu essen gibt, wird er es aufessen, ohne die Folgen zu bedenken. Wenn er die Wahl hat, zu arbeiten oder zu spielen, wird er sich immer für das Spielen entscheiden. Was immer leicht und vergnüglich ist, für das wird er sich entscheiden.

Ein weiser Mensch weiß, dass kurzfristige Opfer für das zukünftige Wohlergehen notwendig sind. Ein weises Kind entscheidet sich dafür, ohne Süßigkeiten und Eiscreme auszukommen, damit es das Geld für ein Fahrrad sparen kann. Der disziplinierte Sportler weiß, dass er nicht zu viel von bestimmten Nahrungsmitteln essen und nicht zu spät zu Bett gehen darf, wenn er einen Wettkampf gewinnen will. Der Faule aber ist nicht bereit, irgendwelche Opfer zu bringen oder auf irgendein Vergnügen zu verzichten, das vor seinen Augen liegt.

Die Lösung des Problems des Faulen

Der Faule mag bisweilen amüsant sein – aber nicht lange. Er ist eine Belastung für Andere; er nimmt, aber er gibt nicht. Er gehört zu den Lasten der Gesellschaft. Das Buch der Sprüche weist den Weg, wie der Faule zur Gesellschaft beitragen kann, statt nur von ihr zu zehren.

1. DIE AUFMERKSAMKEIT DES FAULEN KANN MAN DURCH SCHMERZEN, DRUCK UND SCHWIERIGKEITEN GEWINNEN. Wir haben gesehen, dass Schwierigkeiten und Druck die Konsequenzen aus dem Lebensstil des Faulen sind, aber sie können auch zu seiner Heilung beitragen. Denken Sie daran, dass der Faule von Natur aus Alles vermeidet, was schmerzhaft oder unangenehm ist. Dem entsprechend nimmt er auch den Hunger und die Armut Ernst, die aus seinem faulen Leben resultieren.

Der Gerechte hat genug, um seine Seele zu sättigen, Aber der Bauch des Bösen ist leer (13:25).

Die Seele des Arbeiters arbeitet für ihn, Denn sein Hunger treibt ihn voran (16:26).

Es ist wichtig für uns, die Art der Armut und Bedürftigkeit eines Menschen genau zu kennen. Einige Menschen haben keinen Einfluss auf ihre Armut, und denjenigen, deren Bedürftigkeit nicht Resultat ihrer Sünde ist, müssen wir entgegenkommen und ihnen helfen. Aber der Faule sollte nicht gefüttert werden, damit seine sündige Lebensart auf Kosten Anderer nicht noch verstärkt werde. Was die Sprüche andeuten, wird an anderer Stelle in der Schrift deutlich gesagt:

Denn auch, als wir bei euch waren, gaben wir euch gewöhnlich diese Weisung: Wenn jemand nicht arbeiten will, soll er auch nicht essen (2.Th 3:10).

Der so genannte “verlorene Sohn” in Lukas 15 kam erst zur Vernunft, nachdem er all seine Habe vergeudet hatte und am Schweinetrog angekommen war. Wenn wir ernstlich wünschen, dem zu helfen, der Anderen Weh tut, müssen wir daran denken, dass wir dem Faulen nur helfen können, wenn wir ihn die Konsequenzen seiner Sünden lange genug spüren lassen, dass er die Torheit seines Weges einsieht und ihn zugunsten des Weges der Weisheit aufgibt. Hüten wir uns aber auch vor der falschen Schlussfolgerung, dass Alle, die arm und bedürftig sind, Faule seien.

Der Faule muss lernen, dass der “Weg des geringsten Widerstandes” kein Weg des Wohllebens und Gedeihens ist. Gemäß dem Buch der Sprüche ist er wie eine Dornenhecke (15:19). Richten wir unsere Mühe nicht darauf, den Weg des Sünders leicht zu machen, sondern darauf zu tun, was in unserer Macht steht, um Männer und Frauen auf den Weg der Weisheit zu bringen. Die Schmerzen auf dem Weg der Torheit sind nur ein kleiner Vorgeschmack auf das Leiden und die Vernichtung, die all denen bevorstehen, die sich für diesen Weg entschieden haben.

2. DER FAULE MUSS SEINEN BLICKWINKEL UND SEINE PRIORITÄTEN ÄNDERN. Unser Herr fasste das Gesetz des Alten Testamentes in nur zwei Geboten zusammen:

Und Er sagte zu ihm: „‚DU SOLLST GOTT, DEINEN HERRN, LIEBEN MIT GANZEM HERZEN, MIT GANZER SEELE UND MIT ALL DEINEM SINN.’ Dies ist das größte und erste Gebot. Das zweite aber ist ihm gleich: ‚DU SOLLST DEINEN NÄCHSTEN LIEBEN WIE DICH SELBST.’ An diesen zwei Geboten hängt das ganze Gesetz und die Propheten.“ (Mat 22:37-40).

Das Problem des Faulen ist es, das er diese beiden Gebote willentlich missachtet. Er liebt Gott nicht noch fürchtet er Ihn. Alles weist darauf hin, dass der Faule schlecht ist. Er wird in einen Gegensatz zum Gerechten gestellt (15:19; 21:25-26) und mit den Bösen gleichgesetzt (13:25). Ebenso wie der Faule Gott missachtet, zeigt er auch keine Liebe zu seinen Mitmenschen. Er strebt nur danach, Schmerzen zu meiden und sein eigenes Vergnügen zu verfolgen. Die Sprüche implizieren, was andere Schriften ausdrücklich lehren, dass wir nämlich Gott an die erste Stelle in unserem Leben setzen und danach streben müssen, Anderen zu dienen, statt nur unsere eigenen selbstsüchtigen Bedürfnisse zu befriedigen.

Dass ihr Nichts aus Selbstsucht oder leerer Einbildung tut, sondern Einer den Anderen mit Demut des Geistes als wichtiger erachte als sich selbst; dass ihr nicht bloß auf eure eigenen Interessen seht, sondern auch auf die Interessen der Anderen. Bewahrt diese Gesinnung in euch, die auch in Christus Jesus war, der, obwohl Er in Gottesgestalt existierte, nicht danach griff, Gott gleich zu sein, sondern Er entäußerte Sich selbst, indem Er Sklavengestalt annahm und dem Menschen gleich wurde. Und in der Beschaffenheit als ein Mensch gefunden, erniedrigte Er Sich selbst und wurde gehorsam bis zum Tod, ja sogar bis zum Tod an einem Kreuz (Php 2:3-8).

Kurz gesagt, der Faule muss zuerst zur Erlösung gelangen durch Glauben an die Person und das Werk Jesu Christi, der für seine Sünden gestorben ist und ihm neues Leben anbietet – kein leichtes Leben, aber ein erfülltes Leben, das durch den Dienst an Gott und den Menschen gezeichnet ist.

Nur wenige Textstellen beschreiben die Veränderung, die durch das Evangelium im Leben eines Menschen geschieht, besser als Epheser 4:

Wer stiehlt, stehle nicht mehr, sondern er arbeite vielmehr hart und vollbringe mit seinen eigenen Händen, was gut ist, damit er etwas habe, um es mit dem Bedürftigen zu teilen (Eph 4:28).

Das Evangelium Jesu Christi verwandelt den verlorenen Menschen vom Parasiten zum Produktiven, von Einem, der nur von Anderen nimmt, in Einen, der unter Opfern gibt, um die Bedürfnisse des Hilflosen zu befriedigen. Das Evangelium wendet die Aufmerksamkeit eines Menschen von sich selbst weg auf Andere. Der richtige Weg, einen Faulen zu heilen, besteht darin, einen Heiligen aus ihm zu machen.

Der Faule muss also damit aufhören, nur für das Jetzt zu leben, und sein Leben statt dessen im Licht der Ewigkeit führen. Der Faule lebt, als gebe es kein Morgen, und deshalb muss er hinter allem Vergnügen herjagen, das er nur finden kann, und es genießen, sobald es sich ihm bietet. Ein Christ lebt dagegen im Licht von Gottes Verheißung eines Lebens voller Segnungen für alle, die an Ihn glauben und sich Vergnügungen daher versagen, die dem geistlichen Dienst und Wachstum abträglich sind. Das ist die Botschaft des elften Kapitels des Hebräer-Briefes:

Durch Glauben wollte Moses, als er erwachsen geworden war, nicht mehr der Sohn der Tochter Pharaos genannt werden; sondern er wollte lieber mit dem Volk Gottes schlecht behandelt werden als die vergänglichen Annehmlichkeiten der Sünde zu genießen; und achtete die Schmach Christi als größeren Reichtum als die Schätze Ägyptens, denn er richtete den Blick auf die Belohnung hin (Heb 11:24-26).

Der Faule muss sein Wertesystem vollständig umkehren. Das vornehmste Ziel im Leben ist nicht, glücklich zu sein, sondern heilig (Christ-ähnlich) zu sein. Als Christ sollte man danach streben, wahrhaft fromm zu sein statt nur gedeihlich (30:7-9). Das bedeutet, dass jeder Christ bereit sein muss, Leiden und Bedrängnis in diesem Leben zu ertragen (2.Tim 3:12; 1.Pe 1:3-7; Jak 1:2-4). Auch die Freiheiten, die wir besitzen, müssen möglicherweise zurückstehen vor dem höheren Gut, Gott zu dienen oder zum Wohlergehen Anderer beizutragen (1.Ko 8ff).

Ich verstehe die Bibel so, dass die biblischen Prophezeiungen dazu da sind, Christen immer wieder daran zu erinnern, dass Gottes Absichten gewiss sind und dass wir unser gegenwärtiges Leben gottgemäß führen sollen, in dem Wissen, dass dieses Leben und auch diese ganze Welt vorübergehen.

Da alle diese Dinge solcherart zerstört werden sollen, was für Menschen solltet ihr da sein in heiligem Wandel und Gottgefälligkeit, dass ihr der Ankunft des Tages Gottes drängend harret, durch den die Himmel in Flammen aufgehen und die Elemente in Gluthitze zerschmelzen werden! Aber nach Seiner Verheißung erwarten wir neue Himmel und eine neue Erde, auf der Gerechtigkeit wohnen wird (2.Pe 3:11-13).

Geliebte, jetzt sind wir Kinder Gottes, aber es ist noch nicht offenbart worden, was wir sein werden. Wir wissen, dass, wenn Er offenbart werden wird, wir Ihm gleich sein werden, denn wir werden Ihn sehen, so, wie Er ist. Und jeder, der solche Hoffnung auf Ihn gesetzt hat, läutert sich selbst, so wie Er lauter ist. (1.Joh 3:2-3).

3. DER FAULE MUSS ARBEITEN. Die Quintessenz für den Faulen ist, dass er aufhören muss herumzulungern und zur Arbeit gehen muss. Ob er nun durch Schmerz und äußeren Druck oder (besser) durch die Aussicht auf ein neues Leben dazu gebracht wird: er muss seine Lethargie überwinden und tun, was getan werden muss.

Wer sein Land bebaut, wird mit Brot gesättigt werden, Aber wer eitlen Dingen nachjagt, dem fehlt es an Verstand (12:11).

Durch jederlei Arbeit ergibt sich ein Vorteil, Aber bloßes Reden führt nur zu Armut (14:23).

Wer sein Land bebaut, wird Nahrung zur Genüge haben, Aber wer eitlen Dingen nachgeht, wird Armut zur Genüge haben (28:19).

Im Hinblick auf die Entscheidung, welche Arbeit als Erste getan werden sollte, sagen uns die Sprüche, dass es diejenige Arbeit sein sollte, die uns am Besten auf die vor uns liegenden Schwierigkeiten vorbereitet. Nicht unsere Bequemlichkeit, sondern unsere dringendsten Nöte müssen Priorität haben.

Bereite deine Arbeit draußen Und mache sie dir auf dem Feld zurecht; Danach dann baue an deinem Haus (24:27).

Schlussfolgerung

Die Lehren der Sprüche über den Faulen haben weit reichende Folgen für Jeden von uns. Ich hoffe sehr, wir alle können zugeben, dass wir zu viel von einem Faulen in uns haben, wenn es an Aufgaben geht, die wir als unangenehm empfinden. Sei es bei der Arbeit oder zu Hause: Wir müssen lernen, das zu tun, was wichtig ist, bevor wir das tun, was uns den meisten Genuss bereitet.

Aber über diesen ganz offensichtlichen Anwendungsbereich hinaus gibt es einen Weiteren, der noch dringender zu berücksichtigen ist: Nirgendwo kommen die Symptome der Faulheit deutlicher zum Vorschein als als auf dem Gebiet meiner geistlichen Pflichten und Verantwortlichkeiten. Mögen vielleicht auch noch andere Ursachen in Betracht zu ziehen sein – der Hauptgrund für meine Versäumnisse beim Gebet, beim empfohlenen Bibelstudium, bei der Anbetung und bei der Bezeugung meines Glaubens an Christus liegt darin, dass ich spirituell faul bin. Ich gebe zwar zu, dass diese Dinge wichtig, ja entscheidend sind, aber ich komme einfach nie dazu, sie so intensiv oder so gut zu betreiben, wie ich müsste.

Sehen wir der Tatsache ins Auge, dass unser geistliches Leben keineswegs leicht zu nehmen ist. Wir sind aufgerufen, Jünger unseres Herrn zu sein, und als Solche müssen wir Entbehrungen und Verfolgung ertragen. Mit den Worten eines Gospels: „Es ist kein leichter Weg...“ Der Faule in mir bringt mich immer wieder dazu, die Dinge leicht zu nehmen, den leichten Weg einzuschlagen und mir einzureden, dass Morgen ja auch noch ein Tag ist. Augenblick für Augenblick, Tag für Tag, ein winziges Bisschen nach dem Anderen geht der spirituelle Kampf verloren, größtenteils durch Passivität.

Mir wird immer klarer, warum der Faule eine so bedeutende Rolle im Buch der Sprüche spielt. In den ersten neun Kapiteln wird wiederholt nicht nur der Wert der Weisheit betont, sondern auch der Preis, der für sie zu zahlen ist:

Mein Sohn, wenn du meine Reden annehmen Und meine Gebote in dir bewahren wirst, Leihe der Weisheit dein Ohr Und neige dein Herz der Erkenntnis zu; Denn wenn du nach Unterscheidungsvermögen rufst Und deine Stimme für die Erkenntnis erhebst, Wenn du dich um sie bemühst wie um Silber Und nach ihr suchst wie nach verborgenen Schätzen, Dann wirst du die Furcht des Herrn verstehen Und die Erkenntnis Gottes finden (2:1-5; vgl. 3:1-18; 4:1-9).

Die korinthische Gemeinde des Neuen Testaments war fleischlich (vgl. 1.Ko 3:1-3). Als Paulus schließlich ihren Schwierigkeiten auf den Grund ging, stellte sich als eines der Hauptprobleme heraus, dass diesen Heiligen die Selbstdisziplin und Ausdauer fehlte, um sich Vergnügungen zu versagen, die ihrem Zeugnis, ihrer eigenen geistlichen Entwicklung oder dem Wohlergehen eines Mitchristen abträglich waren. In den letzten Versen von Korinther 9 und der ersten Hälfte von Kapitel 10 bezieht sich Paulus auf die Notwendigkeit zur Disziplin im christlichen Leben. Im Prinzip sagte Paulus dort den Korinthern, dass sie spirituell faul waren.

Beim Lesen des Neuen Testaments finde ich, dass die Charakterschwächen des Faulen aus den Sprüchen dort wiederholt behandelt werden. Beispielsweise in Matthäus 24, wo unser Herr über die Zeit der Großen Bedrängnis und über die letzten Tage sprach. Wiederholt drängte Er Seine Jünger zu wachen und bereit zu sein, damit sie nicht von seiner Rückkehr überrascht würden, wenn sie sich weniger wichtigen Dingen hingäben als dem Reich Gottes (vgl. Vers 42-43,50). In Kapitel 25 des Matthäus-Evangeliums fährt der Herr fort die Heiligen vor den Gefahren geistlicher Faulheit zu warnen. Im Gleichnis von den Talenten (Vers 14-30) ist es der Sklave, der nur ein Talent („ein wenig“, vgl. Spr 6:10) hat, der es versäumt, dieses für seinen Herrn zu verwenden. Der Sklave hat eine Ausrede (seinen „Löwen auf dem Weg“), indem er sagt, dass er die Strenge seines Herrn kenne und sich vor ihr gefürchtet habe. Aber der Herr akzeptiert seine Entschuldigung nicht, sondern antwortet ihm: “Du böser, fauler Sklave“ (25:26). Ungeachtet seiner Ausreden war dieser Sklave ein Fauler.

Wie unser Herr, so hatten auch seine Apostel wenig Mitleid mit einem Faulen. Paulus wies die thessalonische Gemeinde an, Keinem zu Essen zu geben, der nicht arbeiten wollte (2.Th 3:10). Fleiß und Selbstdisziplin wurden von allen Heiligen gefordert. Beachten Sie beispielsweise die Ermahnung des Paulus:

Eure Liebe sei ohne Heuchelei. Verabscheut das Böse, haltet am Guten fest. Seid einander in brüderlicher Liebe zugetan, kommt einander in Ehrerbietung zuvor; seid nicht saumselig in euren Geschäften, seid glühend im Geist und dient dem Herrn; freut euch in der Hoffnung, harrt aus in der Bedrängnis, widmet euch dem Gebet, sorgt für die Bedürfnisse der Heiligen, zeigt Gastfreundschaft. Segnet die, die euch verfolgen, segnet, und verflucht nicht. Freut euch mit denen, die sich freuen, und weint mit denen, die weinen. Seid einander gleichgesinnt, seid nicht hochmütig im Geist, sondern den Niedrigen zugetan. Dünkt euch nicht weise (Rö 12:9-16).

Wenn er die Christen mahnt, wach zu werden im Licht der nahenden Rückkehr des Herrn, gebraucht Paulus eine sprachliche Wendung, die der über den Faulen ähnelt:

Und tut dies, weil ihr die Zeit erkennt, dass die Stunde für euch schon gekommen ist zu erwachen aus dem Schlaf; denn jetzt ist unsere Erlösung näher als zu der Zeit als wir gläubig wurden (Rö 13:11).

Ihr aber, Brüder, seid nicht in Finsternis, dass der Tag euch überfalle wie ein Dieb; denn ihr seid alle Söhne des Lichts und Söhne des Tages. Wir gehören nicht zur Nacht, noch zur Finsternis; so lasst uns auch nicht schlafen, wie es die Anderen tun, sondern lasst uns wach und besonnen bleiben (1.Th 5:4-6).

Die Eigenschaften des Faulen werden im Neuen Testament beschrieben als die Eigenschaften der alten Natur des Menschen, die ein Christ ablegen muss:

Und habt nicht mehr Teil an den unfruchtbaren Werken der Finsternis, sondern deckt sie vielmehr auf; denn von den Dingen, die sie im Verborgenen tun, auch nur zu sprechen ist schändlich. Aber alle Dinge werden sichtbar, wenn sie durch das Licht offenbart werden, und Alles, was sichtbar ist, ist licht. Aus diesem Grunde heißt es: „ERWACHE, DU SCHLÄFER, UND STEH AUF VON DEN TOTEN, UND CHRISTUS WIRD AUF DICH SCHEINEN.“ So achtet gewissenhaft auf euren Wandel, nicht als Unweise, sondern als weise Menschen; nutzt eure Zeit aus, denn die Tage sind schlecht (Eph 5:11-16).

Ertötet daher die Glieder eures irdischen Leibes in Bezug auf Unmoral, Unreinheit, Leidenschaft, böses Begehren und Gier, die zum Götzendienst führen. Denn es geschieht durch diese Dinge, dass der Zorn Gottes kommen wird; und auch ihr seid in ihnen einst gewandelt, als ihr in ihnen lebtet. Nun aber, legt auch ihr sie alle beiseite: Ärger, Zorn, Bosheit, Verleumdung und unzüchtige Rede aus eurem Munde. Belügt einander nicht, denn ihr habt euer altes Selbst mit seinen schlechten Gebräuchen beiseite gelegt und habt das neue Selbst angezogen, das zu wahrer Erkenntnis erneuert wird gemäß dem Bilde des Einen, der es geschaffen hat (Kol 3:5-10).

Das Neue Testament mahnt den Christen dringend, die Haltungen und Taten des alten Menschen abzulegen und dafür Christus anzulegen. Frühere Begierden müssen abgelegt werden, und wir sollen in Übereinstimmung mit dem Gesetz der Liebe leben. Christen sind durch die Erkenntnis zu motivieren, dass die Zeit kurz und die Wiederkunft unseres Herrn nahe ist, so dass wir unsere Möglichkeiten jetzt nutzen müssen (vgl. Kol 4:5-6).

Wann immer ich auch predige, ist mir bewusst, dass es irgend jemanden geben wird, der versucht, meine Worte zu einer Entschuldigung für seine eigenen sündigen Taten zu verdrehen. Als ich diese Botschaft vorbereitete, fragte ich mich deshalb, wer wohl dieses Mal aufstehen und stolz auf seine sündige Lebensführung sein würde. Ein bestimmter Typus fiel mir ein: der Workaholic. Wie gut würde sich ein Workaholic fühlen – schließlich ist er kein Fauler. Er ist das genaue Gegenteil.

Ich würde an dieser Stelle gerne eine Hypothese aufstellen, die Beunruhigendes impliziert: Ich glaube, dass der Workaholic ein Fauler ist. Vergewissern wir uns, dass wir alle das Gleiche mit dem Ausdruck „Workaholic“ meinen. Der Ausdruck „Workaholic“ bezieht sich nicht auf Männer oder Frauen, die ihre Aufgaben mit Sorgfalt erfüllen. Wir müssen sorgfältig sein in Allem, was wir tun (Rö 12:11), und mit vollem Einsatz im Beruf wie für den Herrn arbeiten (Kol 3:23). Ein Workaholic ist dagegen ein Mensch, der von seiner Arbeit so eingenommen ist, dass er darüber anderen, wichtigeren Verpflichtungen aus dem Weg geht.

In unserer Gesellschaft gibt es diejenigen, die einfach und geradezu faul sind und sich weigern zu arbeiten. Während aber von diesen vielleicht eine Handvoll in unseren Kirchen sitzt, gibt es eine Menge Anderer, die sich dafür entschieden haben, auf eine gesellschaftlich akzeptierte Weise spirituell faul zu sein – indem sie Workaholics geworden sind. Ein Workaholic versäumt es, seine Verantwortung als Ehemann (oder –frau), Elternteil oder Mitglied der christlichen Gemeinschaft wahrzunehmen, weil er so sehr mit seiner Arbeit beschäftigt ist. Arbeit ist für den Workaholic der „Löwe auf dem Weg“. Es ist leichter für einen Workaholic, sich seinen Pflichten als Arbeitgeber oder Arbeitnehmer hinzugeben als seinen anderen, geistlichen Verpflichtungen. Unter Druck von Anderen, dem Ehepartner oder dem eigenen Gewissen redet er sich heraus mit einer momentan schwierigen Situation, einem Bericht, der fertig gestellt werden muss, einer in Kürze ablaufenden Frist, den schweren Zeiten für das Geschäft. Natürlich gibt es dringende Situationen, in denen wir mehr Zeit als sonst für die Arbeit aufbringen müssen, aber für den Faulen scheinen diese niemals aufzuhören. Als Fauler lebt man von einer „Krise“ zur Nächsten. Am Ende aber müssen wir erkennen, dass wir deshalb zu viel Zeit und Energie in die Arbeit investieren, weil wir es so wollen, weil das einfacher ist als wenn wir uns mit unseren Verantwortlichkeiten zu Hause oder in der Kirche auseinandersetzen.

Der Workaholic hat also herausgefunden, dass seine Arbeit ihm eine Ausflucht bietet, wenn er die Erfüllung von Pflichten hinauszögert, die schwierig oder unangenehm sind. Er kann für sein sündhaftes Verhalten sogar eine Begründung konstruieren, indem er darauf besteht, dass er doch „seinem Zeugnis zuwider handeln“ würde, wenn er nicht gut arbeitete. Der spirituell Faule kann so sich selbst und seiner Familie die biblische Wahrheit vorenthalten und für seinen eigenen Untergang wie auch den Anderer verantwortlich werden. Jemand, der beruflich ein christliches Amt inne hat, ist sogar besonders anfällig dafür, ein Workaholic zu werden, weil er davon überzeugt ist, „das Werk des Herrn“ zu tun. Während wir die geistlichen Bedürfnisse anderer befriedigen, werden wir vielleicht nachlässig bei unseren Studien und in unserer Hingabe, oder dabei, unsere Familie zu führen. Ich weiß, dass das für mein Leben zutrifft. Seien wir also ehrlich mit uns selbst: Wenn das, wofür wir am härtesten arbeiten, uns davon abhält, die Gebote unseres Herrn zu beachten, können wir durchaus Workaholics und Faule sein.

Schließlich ist es aber auch möglich, dass du deine geistliche Verantwortung noch aus einem anderen Grund nicht wahrnimmst. Als Christ vernachlässigt man seine Verantwortlichkeiten möglicherweise aus Gleichgültigkeit oder Faulheit; es muss aber auch gesagt werden, dass Manchen das Interesse an den geistlichen Angelegenheiten deswegen fehlt, weil sie gar kein spirituelles Leben haben. Solche Menschen sind nicht faul, sie sind ohne Leben, spirituell tot. Möglicherweise lebst du deshalb nicht im Gehorsam gegenüber den Geboten der Schrift, weil du noch nicht zum ewigen Leben durch den Glauben an die Person Christi gekommen bist. Als Er von seinen Landsleuten gefragt wurde, was sie tun sollten, antwortete Jesus: „Dies ist das Werk Gottes, dass ihr an Den glaubt, den Er ausgesandt hat“ (Joh 6:29). Wenn du deinen Glauben noch nicht auf Jesus Christus gesetzt hast, der an deiner Stelle gestorben ist und so die Strafe für deine Sünden erlitten hat, dann bitte ich dich jetzt dringend, das zu tun.


26 Die Orientalen verzichteten auf Löffel und Gabel und tauchten ihre Hand in die Schüssel, um sich ihre Portion herauszunehmen. Frühere Kommentatoren übersetzten “Schoß, Schlitz in einem Kleidungsstück” entsprechend unserem Ausdruck “die Hände in den Taschen vergraben”, aber das trifft weniger wahrscheinlich zu. A. Cohen, Proverbs (“Die Sprüche”) (London: Soncino Press, 1967), S. 129.

27 Kidner sagt über den sich selbst gegenüber Blinden Faulen, wie er in Spr 26:13-16 beschrieben wird, dass dieser gar nicht auf die Idee kommt, er sei faul: Er ist kein Drückeberger, sondern ein “Realist” (13); nicht zu nachgiebig sich selbst gegenüber, sondern “frühmorgens noch nicht in Bestform” (14); seine Trägheit hilft ihm, “sich nicht hetzen zu lassen” (15), seine geistige Abstumpfung, „sich nicht beirren zu lassen“ (16). Derek Kidner, The Proverbs [Die Sprüche] (Chicago: Inter-Varsity Press, 1964), S. 163.

28 Kidner überschreibt diese beiden Verse “Die Tyrannei der Begierde” und sagt: “Der Faule lebt in einer Welt der Wünsche, die ihm Ersatz für die Arbeit ist. Das kann ihn materiell ruinieren (25) und spirituell gefangen halten (26), denn er kann sich weder selbst beherrschen noch sich selbst entkommen.” Ibid., S. 145.

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