MENU

Where the world comes to study the Bible

12 Dias Para o Natal

Related Media

Introdução

O Natal é um dia esperado por muitas pessoas no mundo todo. Celebrado das mais diversas formas, velas são acesas, canções são entoadas, árvores são enfeitadas, presentes são trocados, famílias são reunidas e ceias são servidas. Este dia é aguardado e planejado tanto por cristãos como por não cristãos.

Mas qual o verdadeiro propósito do Natal? Ao contrário do que alguns pensam, celebrar o Natal não é um mandamento cristão. O dia é uma tradição histórica e muitos o consideram um bom tempo para estarmos próximos daqueles que mais amamos, além de um bom momento para refletir sobre o ano que finda. Ainda assim, o Natal é muito mais do que uma simples tradição ou um bom momento para avaliação.

Com o intuito de levá-lo a considerar o mais importante propósito em celebrarmos o Natal, este livreto possui reflexões baseadas nos escritos de um médico e historiador chamado Lucas. Nos dois primeiros capítulos do seu evangelho (livro), ela registra fielmente o nascimento da pessoa mais importante que já pisou na Terra. Esta pessoa é tão importante que a própria história foi dividida entre antes e depois dEle: Jesus Cristo.

Sendo assim, nosso mais profundo desejo é que você, neste próximo dia vinte e cinco de dezembro, entenda e celebre a verdadeira razão para o Natal existir. Asseguramos que não há nada que traga mais alegria a todo homem e toda mulher do que os resultados de se crer na verdadeira mensagem de esperança e salvação do Natal.

1. O Anúncio do Divino Presente à Virgem Maria

Lucas 1.26-28

No sexto mês Deus enviou o anjo Gabriel a Nazaré, cidade da Galileia, a uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado José, descendente de Davi. O nome da virgem era Maria. O anjo, aproximando-se dela, disse: “Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você!”

Para Maria, tudo começou quando ela era ainda muito jovem, provavelmente uma adolescente, idade em que geralmente aconteciam os casamentos daquela época. José era seu noivo, um homem simples, carpinteiro de profissão, mas de nobre posição genealógica. José era parente do rei Davi, o mais prestigiado rei da história de Israel.

A jovem moça foi alvo da graça de Deus, cujos propósitos são sempre recheados e cobertos de amor. Gabriel, um mensageiro celestial, levou a notícia: “alegre-se, agraciada!” Em outras palavras: “comemore, Maria, você foi presenteada!”

Tais palavras foram apenas o início de algo que Maria mal sabia. Ela ainda não tinha noção do valor do presente que lhe era dado: inestimável. Maria se tornaria uma peça exclusiva na história da redenção da humanidade, da reaproximação entre os homens pecadores e o Deus santo. Ninguém na história humana havia recebido ou receberia um presente como este.

É bem provável que em algum dia de sua vida você já tenha recebido um presente. Sabemos exatamente o que você fez para tê-lo: você simplesmente abriu suas mãos e o segurou. Você não pagou por ele, tampouco fez qualquer coisa que o merecesse. Caso contrário, não seria um presente, mas um prêmio, como uma medalha. Presentes nós simplesmente recebemos. Maria, de forma semelhante, simplesmente recebeu o presente de Deus (foi agraciada).

Alguns acreditam que Maria recebeu o presente porque foi obediente a Deus, porque era a mais pura de todas as mulheres, em especial devido à sua virgindade para o casamento e, por isso, Ele a escolheu, como um prêmio por suas obras. Ainda que seja verdadeira a afirmação de que é vontade de Deus a preservação da virgindade para o casamento, tal perspectiva, de que Deus a escolheu porque ela O obedeceu, é incorreta. Em primeiro lugar, Deus não se limita a fazer Sua vontade de acordo com nossa obediência. Em segundo, várias outras mulheres também eram virgens e se esta fosse a condição, Deus poderia escolher qualquer outra que assim o fosse; a virgindade era algo culturalmente sagrado, como deveria ser hoje. Por último, Maria e José preenchiam pré-requisitos que Deus havia estabelecido para que o Messias, Jesus Cristo, nascesse no momento histórico pré-determinado por Ele, tudo revelado pelos profetas do passado. Ainda que a virgindade para o casamento seja uma decisão pessoal, nascer na família exata e no momento exato da história não está sob nosso controle.

Hoje estamos há 12 dias do Natal. Você consegue perceber que a iniciativa para que um dia pudéssemos celebrar esta data tão esperada começou em Deus? Ele sempre tem um plano perfeito, cujos propósitos incluem você e eu.

Se você deseja celebrar o Natal, que tal fazê-lo na certeza deste conhecimento? O Natal só existe porque Deus, ainda que nunca merecêssemos, nos presenteou o Salvador através de Maria, em quem o Senhor Deus esteve todo o tempo de olho. Como disse o anjo: O Senhor está com você!

Uma oração:

Senhor Deus, nem sempre associei o Natal à vida de Jesus. Se a história bíblica do nascimento dEle é verdadeira, ajude-me a compreendê-la e aceitá-la, pois não quero viver longe da verdade. Amém.

2. Um Filho Mais Que Especial

Lucas 1.30-33

Mas o anjo lhe disse: “Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus! Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó; seu Reino jamais terá fim”.

Era óbvio que Maria estava assustada com o que acontecia. Afinal de contas, quem é que espera a visita de um anjo? O que possivelmente a deixava ainda mais assustada era que, além da visita, o anjo falava com ela.

Maria estava no meio da compreensão daquilo que mudaria para sempre a sua história e a do mundo: “Você será mãe,” disse o anjo. Que notícia agradável para Maria... Que notícia agradável para o mundo!

O presente para a jovem moça era extremamente peculiar. Em primeiro lugar, porque Maria era virgem. Como todos nós sabemos, é humanamente impossível conceber um filho nesta condição, no entanto, era exatamente isso que aconteceria com Maria. Em segundo lugar, porque o bebê que a virgem daria à luz era o Messias.1 O povo judeu, do qual José e Maria faziam parte, aguardava com muito anseio e otimismo por Aquele, sobre quem o anjo Gabriel disse:

  • Você porá o nome de Jesus. Jesus vem do nome hebraico Yeshua, bastante comum naquele tempo. Ele significa Javé salva.2 Sabemos, em função de uma situação posterior a esta, quando o anjo falou com José, o porquê do nome Jesus: você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mateus 1.21). O bebê que Maria daria à luz levaria consigo o divino propósito de proporcionar a salvação da consequência do pecado: Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).
  • Ele será chamado Filho do Altíssimo. A expressão Altíssimo era comum entre os judeus do primeiro século como sinal de reverência a Deus sem dizer Seu nome. Os ouvidos de Maria entenderam muito bem essas palavras, cujo significado aponta para o caráter de seu filho: Jesus seria como o Pai.
  • O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. A antiga monarquia de Israel não mais existia como no passado. No entanto, o filho de Maria era descendente daquele com quem Deus havia feito uma aliança, Davi: sua dinastia e seu reino permanecerão para sempre diante de mim (2Samuel 7.16). Deus é fiel às Suas palavras.3
  • Ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó. Além da conservação do trono na dinastia, a aliança de Deus com Davi prometia o cetro e a coroa para sempre sobre o povo de Jacó (nação de Israel). No entanto, como aquele bebê poderia garantir o cumprimento da promessa sobre reinar para sempre?
  • Seu Reino jamais terá fim. A possibilidade de algo ser infinito (sem fim) ou para sempre em ralação ao filho de Maria, somente seria possível, se Ele, sobre quem o anjo anunciava, tivesse a mesma essência de Deus. O filho de Maria era alguém singular. Todos os evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João mostraram com clareza sua divindade e realeza.

Todas as descrições do anjo apontavam para um milagre: Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós (João 1.14). A Palavra era o próprio Deus: No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus (João 1.1 – Grifo meu). Jesus era o próprio Deus encarnado!

Você consegue perceber quem é exaltado no texto? A mãe ou seu filho? Maria ou Jesus? Você consegue perceber quão especial, quão singular, quão diferente era o filho de Maria?

Isso porque Jesus era e é o próprio Deus. O Antigo Testamento,4 escrito por diversas pessoas, de diferentes tempos, fala sobre o filho de Maria do princípio ao fim (veja Lucas 24.27,44). Eu, particularmente, não tenho fé suficiente para crer em outra coisa senão nas Escrituras Sagradas, que me apresentam o incrível filho de Maria, Jesus, para que eu, maravilhado, seja rendido à necessidade mais básica de todo ser humano: relacionar-me com o Criador.

O verdadeiro Natal nos conduz a avaliar nosso relacionamento com o Pai, por meio do relacionamento que temos com o Filho. Como está o seu?

Uma oração:

Senhor Deus, não sei bem ao certo como está meu relacionamento contigo. Por favor, ajude-me a avaliar-me segundo a tua vontade. Amém.

3. Ele é Santo

Lucas 1.35

Assim, aquele que há de nascer será chamado santo,
Filho de Deus.

Quanto mais tempo Maria passava com o anjo Gabriel, mais ela compreendia sobre seu exclusivo papel traçado pelo dedo do Criador na história que Ele mesmo desenhou. Ela havia sido escolhida soberana e graciosamente por Deus para virginalmente dar à luz a Jesus e então educá-lO segundo as Escrituras, que a orientava e nos orienta:

Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões (Deuteronômio 6.5-9).

Ao mesmo tempo, Maria absorvia as verdades sobre seu filho, cuja singularidade e grandeza o anjo continuava a descrever. Ele era e ainda é:

  • Santo. Esta palavra pode ser entendida de duas formas diferentes. A primeira,5 como alguém totalmente puro, sem pecado. A segunda,6 como alguém separado para uma tarefa específica e divina tarefa. Ainda que os eruditos bíblicos não se harmonizem quanto ao significado neste contexto, é verdade que ambas as interpretações estão corretas sobre o filho de Maria. Jesus é tanto alguém sem pecado, como alguém separado para uma tarefa específica e divina dada pelo Pai. Veja algumas das razões, segundo as próprias palavras de Jesus, pela quais Ele veio:

*Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir (Mateus 5.17).

*O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente (João 10.10).

*...Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo (João 12.47).

  • Filho de Deus. Para os conhecedores do Antigo Testamento, em especial os judeus,7 esta expressão é extraordinariamente rica em significado. Ela conecta Jesus às antigas promessas e revela a essência do filho de Maria. Em outras palavras, ainda que soe repetitivo, o anjo não se cansava de alegar: “seu filho, Maria, é o Messias!”

Por causa de quem Jesus era (e ainda é), João Batista podia chamá-lo de cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). No verdadeiro significado do Natal, celebramos o caráter santo de Jesus, que não cometeu pecado (Hebreus 4.15), mas humildemente se fez maldito na cruz (Gálatas 3.13) por causa dos nossos incontáveis pecados. Jesus afirma: Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas passou da morte para a vida (João 5.24).

Se você tem prestado atenção na leitura deste singelo livreto, então seguramente tem desenvolvido seu conhecimento sobre Jesus e as Escrituras Sagradas. Meu desejo e oração é que, no final do livreto, você possa dizer, com convicção, que faz parte da promessa de Jesus, porque aprendeu com Ele e aceitou, com fé, a verdade bíblica de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu singular Filho para que, todo que nEle crer não morra, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).

Uma oração:

Senhor Deus, tenho entendido quem é Jesus, mas ainda estou incerto quanto ao meu envolvimento nesta história. Dá-me entendimento, por favor. Amém.

4. Deus do Impossível

Lucas 1.37

Pois nada é impossível para Deus.

O Natal é a festa mais celebrada no mundo. Cristãos e não cristãos o celebram. No Brasil, dois meses antes da data, lojas de todos os tipos já focam suas vendas nos temas natalinos. Três cores se destacam: a branca, do algodão que representa a neve; a verde, que nos lembra os pinheiros que usamos para a árvore de Natal; a vermelha, da roupa do querido velhinho barbado das crianças, o Papai Noel.

São diversas as razões que unem as famílias de todo o planeta especificamente no Natal. Fato é que poucas vezes essas reuniões acontecem para celebrar o nascimento de Jesus. Uma das justificativas mais comuns para isso é que as pessoas simplesmente não creem na história do nascimento de Jesus:

  • “Essa história é, na verdade, um mito!”
  • “É possível alguém acreditar que Maria era virgem?”
  • “A Bíblia nada mais é que um livro de fábulas de um deus que não existe.”

Dizer “Ele é o Deus do impossível” soa como clichê, mas a sentença é coerente e genuína, exatamente como as Escrituras nos revelam Deus. Não são somente homens e mulheres (humanos) biblicamente orientados que afirmam categoricamente a infinitude de Deus, mas anjos, como Gabriel, também o afirmam. Em seu diálogo com Maria, ele disse: “Também Isabel, sua parenta, terá um filho na velhice; aquela que diziam ser estéril está em seu sexto mês de gestação. Pois nada é impossível para Deus” (Lucas 1.36-37 grifo meu).

Essa não era a primeira vez que alguém estéril tinha sua condição positivamente mudada pela mão do Todo-Poderoso. Sara era estéril (Gênesis 11.30), Rebeca era estéril (Gênesis 25.21), Raquel era estéril (Gênesis 29.31), Manoá era estéril (mãe de Sansão – Juízes 13.2-3) e Ana era estéril (mãe de Samuel – 1Samuel 1.5). E não foram somente mulheres. Abraão, depois de rir porque Deus lhe disse que ele seria pai de muitas nações (Gênesis 17.5), perguntou ao Deus do impossível: “Poderá um homem de cem anos de idade gerar filhos?” (Gênesis 17.17.) Seu riso era proveniente de sua incredulidade. No entanto, como prometido por Deus, Abraão se tornou pai. Hoje ninguém é capaz de contar os descendentes dele, como ninguém consegue contar as estrelas (Gênesis 22.17).

Este mesmo Deus que detém poder sobre a saúde e a doença é o Deus que criou tudo e todos. É este mesmo e único Deus que pode escolher se a idade de Isabel seria ou não empecilho para ela dar à luz. Ainda que isso mexa com nossa faculdade intelectual, a palavra de Deus revela que Maria, ainda virgem, daria à luz. A forma singular do nascimento de Jesus não surpreende quem reconhece, pessoal e historicamente, os incríveis feitos do Deus do impossível.

Foi e é este incrível Deus que nos possibilitou, apesar de não merecermos, a eternidade ao Seu lado. A infinita barreira que nos separa dEle, o pecado, foi vencida pelo sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, “para que aquele que nEle crer tenha a vida eterna (João 3.15). Eis o Deus do impossível!

Uma oração:

Senhor Deus, fui criado numa cultura que despreza tudo o que nossos olhos e mentes não conseguem compreender. Tenho muita dificuldade de ter fé. Preciso de Sua ajuda. Este é meu pedido, em nome de Jesus, amém.

5. Jesus Singular, Maria Exemplar

Lucas 1.38

Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra.

Até aqui percebemos que o evangelista Lucas exalta com clareza a singularidade do filho de Maria. Nas palavras do apóstolo e também evangelista João, Ele era o próprio Deus encarnado8 (João 1.14). Por outro lado, não podemos deixar de destacar o que Lucas também não deixou de revelar, a exemplar atitude de Maria, disposta e disponível serva de Deus.

Durante a conversa com o anjo Gabriel, a virgem chamou a si mesma de serva. Algumas outras traduções bíblicas dizem escrava.9 Ambas são boas traduções para o significado da palavra original, que indicava total submissão de Maria a quem ela chama de Senhor.

Sobre a palavra Senhor,10 em português nós não compreendemos muito bem a profundidade de seu significado conforme o texto bíblico. Por educação e cortesia, chamamos de senhor pessoas mais velhas, clientes de um estabelecimento, desconhecidos, entre outros. O significado mais próximo em nossa língua do significado bíblico é quando chamamos uma autoridade de senhor, como um policial ou juiz, ainda assim, isso representa somente uma parte do significado bíblico.11

No tempo de Jesus, há cerca de 2.000 anos, o império dominante era o romano. Os líderes, chamados Césares, eram os Senhores do mundo. Estes, naquele tempo, não eram somente simples reis ou imperadores, mas eram tidos como deuses. Quando a Bíblia diz Senhor é exatamente esta a conotação da palavra.12 Maria, ainda que debaixo do império romano, sabia exatamente quem era Deus, e Ele não era o César.

A exemplar atitude de Maria fica ainda mais evidente quando ela diz: que aconteça comigo conforme a tua palavra. Maria havia humildemente se disponibilizado para cumprir a vontade de Deus. Sim, de Deus! Lembre-se, o mensageiro era o anjo Gabriel, mas a mensagem, a palavra era de Deus. Maria submeteu seu corpo, sua alma e seu espírito ao Senhor (Lucas 1.38,46,47 respectivamente).

Sei que tanto a palavra servo como escravo são fortes e nos chocam. Fato é que temos somente duas opções. Ou negamos e nos rebelamos contra Aquele que amorosamente nos criou, enfrentando posteriormente as consequências dessa decisão, como o afastamento eterno da Sua presença, ou nos submetemos ao Criador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1Timóteo 2.4). Este é o Deus cuja graça se manifestou salvadora a todo homem (Tito 2.11), pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu filho unigênito13 para que todo que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16).

Qual é a sua decisão? A minha foi ser servo de Deus. Busco entregar-me e servi-lO como Maria fez. Hoje, em função de minha escolha, desfruto de várias de Suas bênçãos. Mas antes de eu decidir ser servo de Deus, houve uma condição. Você sabe qual é ela? Veremos numa futura reflexão.

Uma oração:

Senhor Deus, é notório que Jesus era singular e Maria exemplar. Quero sim ser servo do Senhor. Ajude-me a entender o que eu preciso fazer. Este é meu pedido,
em nome de Jesus, amém.

6. Bendita Maria, Bendito Filho

Lucas 1.42

Bendita é você entre as mulheres,
e bendito é o filho que você dará à luz!

Pouco tempo depois que Maria conversou com o anjo Gabriel, ela viajou para se encontrar com sua parente,14 Isabel. Esta havia sido estéril (Lucas 1.7), mas agora, por um milagre, esperava um bebê bastante especial.

Neste encontro singular, assim que Isabel recebeu as saudações de Maria, que havia acabado de entrar em sua casa, ela percebeu que o bebê se agitou em seu ventre. João, nome que receberia sua criança, futuramente conhecido como Batista, era aquele que iria adiante, precederia o Messias e prepararia Seu caminho (Lucas 1.17,76). É interessante notar que já no ventre materno, João Batista anunciava a presença do Messias, cumprindo, desde então, seu ministério.15

Logo depois que o bebê se mexeu, Lucas relata que Isabel ficou cheia do Espírito Santo (Lucas 1.41). Em outras palavras, Isabel estava sob o controle e a influência do próprio Deus. Isso não significa que Isabel estava possessa pelo Espírito Santo, tampouco que ela estava numa espécie de êxtase ou frenesi. A expressão cheia do Espírito Santo quer dizer que Isabel tinha sua mente, suas palavras e ações completamente guiadas por Deus. É nesta condição,16 que engloba o físico, o psíquico e o espiritual, que Isabel diz a Maria: bendita é você entre as mulheres!

Ser bendito no contexto bíblico é mais do que ser alguém de boa fama, sobre quem se diz boas coisas, ou seja, uma pessoa bem falada. Chamar alguém de bendito era reconhecer o estado privilegiado de tal pessoa perante Deus. É comum e correto dizer que bendito é sinônimo de abençoado.

Além do mais, considero interessante destacar que, ainda que Maria fosse bendita e exemplar,17 ela não era essencialmente melhor do que qualquer outra mulher. As palavras de Isabel confirmam: bendita é você entre as mulheres, disse ela, e não sobre as mulheres (grifo meu). Maria, como serva declarada do Senhor, nunca buscou glória para si. Pelo contrário, sempre deu toda honra exclusivamente a quem dela é digno.

Isabel, cheia do Espírito Santo, além de dizer que Maria era bendita, disse também que o filho de Maria era bendito. O apóstolo Paulo, cerca de 65 anos depois, ciente do quanto Jesus era abençoado, escreveu:

Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz. (Colossenses 1.15-20)

Embora fossem ambos benditos, havia uma infinita diferença entre eles. O Filho é a imagem de Deus. O Filho havia criado tudo. O Filho era e é o instrumento divino que traz a paz entre os homens e Deus. O Filho, segundo Suas próprias palavras, é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6a). É somente através dEle que o homem pode se relacionar com Deus. Jesus disse: Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim (João 14.6b).

O verdadeiro Natal tem Jesus como o alvo correto de celebração. Não são raras as vezes que depositamos nossa alegria natalina em alvos errados: a magia do Papai Noel, a cintilante Árvore de Natal ou a saborosa ceia ao lado de pessoas queridas. Estes elementos culturais do nosso Natal não são pecaminosos, mas têm grande poder de nos distrair daquilo que é fundamental.

Espero que todos nós sejamos como a bendita Maria, que celebrou o Natal original com foco e zelo em seu bendito filho, Jesus Cristo.

Uma Oração:

Senhor Deus, o brilho e as cores do meu Natal não têm sido por causa de Jesus. No entanto desejo colocar a casa em ordem e, para isso, preciso de sua ajuda. Quero que a alegria deste Natal seja ainda maior com a clara presença de Jesus Cristo. Amém.

7. A Mãe Do Meu Senhor

Lucas 1.43

Mas por que sou tão agraciada,
a ponto de me visitar a mãe do meu Senhor?

Quando Maria soube que estava miraculosamente grávida, ela viajou para a casa de sua parente Isabel, que morava numa região montanhosa da Judeia (Lucas 1.39). Ainda que desconheçamos o local com precisão, nós sabemos que eram necessários três dias de viagem para sair da cidade de Nazaré e chegar na região da Judeia.

O texto bíblico não nos informa com quem Maria viajou, embora saibamos que pelo menos uma pessoa estava com ela; mais especificamente dentro dela. Isabel, cheia do Espírito Santo, também sabia disso: Maria, que presente é tê-la aqui conosco! Qual a razão deste privilégio, de receber em minha casa a mãe de meu Senhor?”

Foi pelo fato de Isabel estar cheia do Espírito Santo, que ela pôde deixar de lado o seu sentimento maternal que, naturalmente consideraria o próprio filho superior, para chamar o filho de Maria de Senhor.

O reconhecimento de que Jesus é o Senhor é fundamental para nossa salvação. Foi neste sentido que o apóstolo Paulo escreveu: Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação (Romanos 10.9-10). Mas o que significa confessar que Jesus é Senhor?

A palavra senhor tem vários sentidos em português. Segundo o dicionário HOUAISS,18 ela  pode significar dono, proprietário, patrão, amo, pessoa que exerce poder, aquele que tem autoridade, homem idoso, pessoa nobre, entre outros. E é entre estes outros significados que encontramos exatamente o que o apóstolo Paulo quis dizer com confessar que Jesus é Senhor: reconhecer que Jesus é Deus.19

Ninguém consegue confessar Jesus Cristo como Deus se não for pelo Espírito Santo, enviado pelo Pai através do Filho. Certa vez, quando Jesus e os Seus discípulos se dirigiam para as proximidades de Cesareia de Filipe, Ele perguntou: “Quem o povo diz que eu sou?” Seus discípulos responderam: "Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, um dos profetas." Jesus lhes perguntou novamente: “E quem vocês dizem que eu sou?” Foi Pedro, o mais impulsivo entre eles, que respondeu: "Tu és o Cristo.” Então, Jesus explicou que esta declaração de Pedro não era baseada em sua própria inteligência ou astúcia, mas que tinha sua origem em outra pessoa: "Feliz é você, Pedro,20 filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus (Mateus 16.13-20; Marcos 8.27-30). Foi Deus quem o levou a entender isso.

Ainda que a decisão de crer em Jesus não seja fundamentalmente intelectual, a percepção de Deus na História é cognitiva. Usamos nosso entendimento, nossa razão, nossa memória e também nossa inteligência para admitir fatos inegáveis, pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas (Romanos 1.20).

Não há como negar, por exemplo, que todos os humanos são incapazes de ter uma vida totalmente íntegra. Não há um homem sequer que não peque e, por causa disso, esteja próximo de Deus para apreciar Sua glória (cf. Romanos 3.11-18). Entretanto, não há inteligência no mundo que supere a distância entre Deus e a humanidade.

Permita-me, portanto, apresentar-lhe uma boa notícia.21 Ainda que não merecêssemos, Deus tomou a iniciativa de nos resgatar desta terrível incapacidade. Por meio do Espírito Santo, Ele nos dá a certeza de que o Natal de verdade celebra o nascimento de Jesus Cristo e que por Sua morte e ressurreição nós podemos desfrutar eternamente da presença de Deus. Tudo isso com apenas uma condição: crer na pessoa e obra de Jesus Cristo, isto é, crer em quem Jesus é e naquilo que Ele fez em nosso favor.

Maria creu nas palavras do anjo sobre seu papel e sobre quem era seu filho.22 Por sua vez, Isabel, cheia do Espírito Santo, reconhecia que Jesus era Deus. Ambas as mulheres creram nAquele que foi prometido por Deus por meio dos profetas do passado, cujo poder nos liberta da condição de escravos do pecado, pois Ele é Senhor!

É fato que tudo isso, da perspectiva humana, soa como doidice. Nenhum homem ou mulher, em sã consciência, busca a verdade na loucura. No entanto, se você tem buscado discernimento, ponderado os elementos da história e avaliado com sinceridade a pessoa e as obras de Jesus, entenda que você, conscientemente ou não, tem sido alvo da ação de Deus.

Sua vida faz parte da história cujo Senhor é Jesus. Meu desejo e oração é que você esteja consciente disso, pois só por meio deste reconhecimento é que você conseguirá desfrutar da alegria e das bênçãos dEle, com um Natal de verdade.

Em sua presunção o ímpio não O busca;
não há lugar para Deus em nenhum de seus planos.

-- Davi (Salmo 10.4)

Uma Oração

Senhor Deus, é verdade que crer nessa história parece insensatez. Todavia, estou sinceramente em busca da verdade e reconheço que preciso de Sua ajuda. Eu não gostaria que o Natal chegasse sem que eu entendesse melhor a respeito de Jesus e do meu lugar nessa história. Amém.

8. Feliz Quem Crê

Lucas 1.45

Feliz é aquela que creu que se cumprirá
aquilo que o Senhor lhe disse!

Crer é uma das palavras mais destacadas na Bíblia, embora seja também uma das mais negligenciadas pela cristandade. Há muitos que se dizem cristãos, mas não creem em Jesus Cristo verdadeiramente. A Bíblia afirma: Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus (João 3.18). Portanto, crer ou não crer divide a humanidade em dois grupos: de um lado os condenados, do outro lado os que foram salvos da condenação. Você consegue perceber a importância de se crer em Cristo?

As palavras de Isabel, feliz é aquela que creu que se cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse, contrastam com as palavras que o anjo Gabriel pouco tempo havia dito para Zacarias, o marido dela: Agora você ficará mudo. Não poderá falar até o dia em que isso acontecer, porque não acreditou em minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno (Lucas 1.20). A incredulidade de Zacarias, que duvidou do poder de Deus em torná-lo pai, apesar da velhice (Lucas 1.18), não permitiu que ele participasse, com toda sua saúde, do processo de gravidez de sua esposa Isabel. Por outro lado, Maria não foi cética à mensagem do anjo, ela cria na promessa de Deus e por isso desfrutava daquilo que todo ser humano busca, conscientemente ou não: a felicidade.

A razão pela qual os lábios de Zacarias, em seu tempo, ficaram mudos é a mesma pela qual as bocas dos homens de hoje não confessam Jesus como Deus: a incredulidade. Zacarias, ainda que cresse em Deus, duvidou de Seu poder. Os homens de hoje, ainda que creiam na existência de Deus, desconfiam de Seu poder. Para que haja salvação, o conteúdo da fé deve ser correto. O apóstolo Paulo diz que as pessoas devem, além de confessar a Jesus como Senhor, crer que Deus O ressuscitou dentre os mortos (Romanos 10.9). De fato, reconhecer Jesus como Deus requer absorver a ideia da ressurreição. Entretanto, o mundo considera isso loucura!

A ressurreição de Cristo é parte essencial do genuíno evangelho23 e está no cerne do conteúdo em que depositamos nossa fé. Paulo ensinou: Se não ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a que vocês têm (1Coríntios 15.13-14). Nem todos creram e nem todos crerão na ressurreição de Cristo, visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação (1Coríntios 1:21). Alguns homens, como os judeus, pedem sinais miraculosos e outros, como os gregos, procuram sabedoria (1Coríntios 1.22). No entanto, a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem (1Coríntios 1.25). O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16).

Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus (1Coríntios 1.24). Feliz é quem nEle crê. Mahatma Gandhi disse que “não existe um caminho para a felicidade, pois a felicidade é o caminho.” Ele tinha razão, ainda que não soubesse que a felicidade tem nome: Jesus Cristo. A felicidade disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (João 14.6).

Preste atenção no que Deus tem para lhe dizer. A Bíblia não é um simples guia que nos mostra o que fazer ou não. A Bíblia é um manual que nos mostra como podemos ser felizes ou não. A Palavra de Deus nos apresenta a felicidade de acordo com a perspectiva do próprio Criador. Ele realmente sabe o que ela significa e como podemos desfrutá-la.24

Maria era feliz porque cria nas palavras de Deus. Para você desfrutar da felicidade e de um Natal de verdade não é diferente. Creia nas palavras de Deus! Foi Jesus que disse: asseguro-lhes que aquele que crê tem a vida eterna (João 6.47). A promessa é dEle! Seguramente aí não há frustração.

Uma Oração

Senhor Deus, se crer é a única forma de eu me relacionar com o Senhor, então é isso que eu desejo. Eu creio que Jesus Cristo morreu pelos meus pecados, os quais me impediam de me relacionar com o Senhor. Creio que Ele ressuscitou e me a vida eterna. Faça de mim um filho Seu! Amém.

9. Louvores A Deus, Não A Um Deus

Lucas 1.46-49

Então disse Maria: “Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Poderoso fez grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome.

Nós cantamos por diferentes razões. Às vezes cantamos para expressar nossa emoção, outras vezes para chamar atenção, ou ainda por pura imitação. Às vezes cantamos contra a corrupção ou a favor de uma revolução, outras vezes por profissão. Na maior parte das vezes cantamos pela simples e gostosa satisfação pessoal. Como diz o ditado: quem canta seus males espanta.

Além de tudo isso, nós também cantamos para adorar alguém ou alguma coisa. Maria, tendo em vista o primeiro Natal de verdade, cantou25 belas palavras de louvor e gratidão a Deus, que a escolhera para o privilegiado papel de mãe do Messias. Sua canção é também conhecida como Magnificat,26 que é a primeira palavra deste trecho bíblico na versão latina: “Magnificat anima mea Dominum.…” (Grifo meu.)

Maria, logo no início da canção, revelou que ela não chamaria atenção para si. Seu desejo era que Deus fosse o foco, o único engrandecido. Logo, Maria louvou a Deus por ser Salvador, Poderoso e Santo.

  • Salvador: Alguns cristãos, equivocadamente, creem que Maria era imaculada, ou seja, que não tinha pecado. No entanto, ela mesma reconhecia Deus como o Salvador e, ao afirmá-lO, admitia sua necessidade de salvação. Pois só pecadores precisam de um salvador e ela sabia quem ela era e quem Deus era.
  • Poderoso: Ninguém é capaz de fazer os grandiosos milagres que Deus faz. Seu poder é ilimitado. Para Deus, que criou o mundo ex nihilo,27 a virgindade de Maria não era impedimento algum para torná-la mãe.
  • Santo: Em Deus não há pecado, injustiça ou qualquer impureza. Dizer que Seu nome é Santo é dizer que Seu caráter é Santo.

A canção de Maria em adoração a Deus é um tipo raro de oração que além da singularidade poética, prioriza o louvor e a gratidão sem preocupar-se com petições. A beleza e o conteúdo da sua canção fascinam e encorajam. Maria cantava, com belas palavras, a verdade sobre Deus.

Nosso momento da história, que chamamos de pós-modernidade, ainda que produza muita informação, é marcado pela superficialidade do conhecimento. As pessoas estão contentes com o pouco que sabem, inclusive sobre Deus. Neste sentido, há muitos que se consideram cristãos porque visitam igrejas, oram ou leem a Bíblia. Mas você sabia que Satanás também visita igrejas, conversa com Deus e conhece a Bíblia melhor que qualquer erudito?28 Quando alguém não alcança nem sequer a superficialidade do conhecimento é porque não saiu da profundidade da ignorância.

Outra grande marca da pós-modernidade é a relativização do absoluto. “Não existe uma verdade” diria o pós-moderno; ele, porém, não percebe que sua própria frase o condena. É por isso que, para muitos, não é Deus quem existe, mas deus.29 Dessa forma, as pessoas criam seus deuses baseados em suas experiências e julgamentos pessoais de moralidade.

Maria, pelo contrário, conhecia Deus profunda e verdadeiramente. Sua percepção sobre quem Deus era não estava baseada em seu próprio discernimento. Quando ela entoou gratidão e louvor a Deus, ela sabia, por meio das Escrituras Sagradas, que Ele era Salvador, Poderoso e Santo. Ele é assim descrito dezenas de vezes no Antigo Testamento, a Bíblia de Maria,30 à qual ela inclusive alude mais de quinze vezes no Magnificat. Ela conhecia a Palavra de Deus e, por isso, sabia quem Deus era.

E quem você realmente conhece, Deus ou deus?31 Maria cantou com alegria e gratidão o que vinha de um coração e uma mente cheios do conhecimento do Senhor. Maria transbordava de emoção, mas sem perder a razão. Escreveu o teólogo inglês Frederick Brotherton Meyer (1847 – 1929):

Evidentemente, Maria vivia em estreita familiaridade com as Escrituras. Ela, muitas vezes, havia sido profundamente tocada por suas promessas radiantes, tinha implorado a Deus que ajudasse o Seu povo e enviasse o Salvador. Agora, visto que esta bênção chegou para ela, [Maria] expressa seus agradecimentos, não apenas sob a inspiração expressa do Espírito Santo, mas nas expressões íntimas da Escritura.32

Cuidado! Achar que conhece a Bíblia sem de fato conhecê-la pode lhe dar a falsa impressão de que você conhece o Natal de verdade. Está escrito: Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste (João 17.3 – grifo meu). Conhecimento é parte da genuína espiritualidade.

Uma Oração

Senhor Deus, perdoe-me por eu não conhecê-lO como deveria. Reconheço que é pela Bíblia que poderei corretamente saber mais sobre o Senhor. Espero conhecê-lO cada dia mais para, igualmente, desfrutar cada dia mais de Suas bênçãos e orientações.

10. Temor A Deus

Lucas 1.50-55

A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em geração. Ele realizou poderosos feitos com seu braço; dispersou os que são soberbos no mais íntimo do coração. Derrubou governantes dos seus tronos, mas exaltou os humildes. Encheu de coisas boas os famintos, mas despediu de mãos vazias os ricos. Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia para com Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados.

Com o coração saturado das Escrituras Sagradas, a jovem Maria transbordou de gratidão e louvor a Deus por meio de um cântico historicamente conhecido como Magnificat (Lucas 1.46-55). Numa clara mudança de tom,33 a segunda parte de seu poema louva a Deus por Sua misericórdia, justiça e ajuda aos humildes e famintos que O temem, bem como ao Seu povo escolhido, Israel.

O sábio de Provérbios disse que o temor do Senhor é o princípio do conhecimento (Provérbios 1.7). Sem temor a Deus as pessoas desprezam a sabedoria e a disciplina divina e se arriscam numa vida ao seu bel-prazer.

Muitos não sabem exatamente o significado de temor. Assim, imagine um carro muito potente. Quando diante dele, você se admira com sua beleza radiante e, mais ainda, com a informação de sua especial fabricação artesanal. Ao ouvir o ronco do motor, você se assusta com o volume e a potência do automóvel. E ao lhe perguntarem se você gostaria de dirigi-lo, você tanto responde quanto dirige com extremo zelo. Então, aí estão presentes as características do significado bíblico de temor. Nós tememos a Deus quando demonstramos admiração, medo e zelo pelo que conhecemos da Sua majestosa beleza, do Seu infinito poder e das consequências de se negligenciar os parâmetros morais que Ele estabeleceu segundo Sua santa vontade.

De acordo com o Magnificat, aqueles que temem o Senhor alcançam a misericórdia, a justiça e a ajuda de forma especial de Deus. Maria cantou que os humildes foram honrados, os famintos se fartaram de coisas boas e Israel foi ajudado pela fiel promessa que Deus havia feito a Abraão, o pai da nação israelita. As palavras de Maria refletem seu bom conhecimento das Escrituras, fonte de seu conhecimento acerca de Deus. Quase mil anos antes de Maria nascer, o rei Davi, homem segundo o coração de Deus (1Samuel 13.14), já havia declarado as mesmas características do caráter divino: Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e misericordioso, muito paciente, rico em amor e em fidelidade (Salmo 86.15); Pois o Senhor é justo, e ama a justiça; os retos verão a sua face (Salmo 11.7); Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha vida (Salmo 54.4 – grifos meus).

Diariamente nos relacionamos, ainda que nem sempre cientes, com a misericórdia, a justiça e a ajuda de Deus. Sua misericórdia nos impede de sermos consumidos por Sua ira contra o pecado (Lamentações 3.22). Sua justiça é o prumo que avalia nossa conduta e o fundamento de Sua justa retribuição (Salmos 9.8, 18.20; 37.28). Sua ajuda é imprescindível para que possamos nos relacionar com Ele e para desfrutarmos de Sua salvação (Salmos 27.9; 37.40; 38.22). Com isto em mente, observe a passagem abaixo:

Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. (Tito 3.4-6).

Não são os nossos atos de justiça que nos favorecem diante de Deus. Não há nada que possamos fazer que nos garanta a salvação. Somos tão sujos por causa dos nossos pecados que é impossível nos apresentarmos limpos diante dEle, por meio de nossos próprios esforços. Por sua vez, ciente da nossa situação e sendo e sendo rico em misericórdia,34 Deus nos ajuda em nossa purificação (o lavar regenerador e renovador35), condição essencial para nos relacionarmos com Ele. A fé em Jesus Cristo, nosso Salvador, é o caminho para a ação regeneradora e renovadora do Espírito Santo.

Eu não sei quão sujo você está, mas sei quão sujo eu já estive. Minha antiga religiosidade nunca me aproximou de Deus, pelo contrário, afastava-me cada vez mais, pois induzia-me a me sentir merecedor da vida eterna. Ela era uma grande barreira para que eu entendesse a graça de Deus. Qual a pior sujeira de sua vida? Soberba? Teimosia? Incredulidade? Idolatria? Mentira? Inveja? Descontrole? Amargura? Adultério? Assassinato? Qualquer que seja, posso lhe assegurar: não há sujeira causada pelo pecado que o Senhor Jesus não possa limpar.

Com o devido temor, busque em Deus misericórdia, justiça e ajuda. Essas são características inerentes ao Natal de verdade porque também caracterizam Jesus, o Salvador.

Uma oração

Senhor Deus, eu agora O conheço e me conheço melhor. Eu desejo, como nunca desejei, relacionar-me com o Senhor. Por isso, eu peço perdão pela falta de que me impede de crer em Jesus Cristo. Eu temo o Senhor e clamo por Sua misericórdia. Salva-me, Senhor! Em nome de Jesus, amém.

11. Alguém Para Preparar O Caminho

Lucas 1.66

“O que vai ser este menino?” Pois a mão do Senhor estava com ele.

Quando você era criança possivelmente alguém lhe perguntou: “O que você vai ser quando crescer?” Você se lembra de sua resposta? Quando eu tinha quatro anos eu falava que seria coletor de lixo, pois além de eu enxergar os trabalhadores desta nobre função como aventureiros da rua, meu primeiro carrinho de brinquedo foi um caminhãozinho de coleta de lixo. Alguns anos depois, antes de completar dez anos de idade, meu desejo era ser um astronauta – filmes e livros inspiravam meu fascínio pelo universo. Já aos doze anos eu decidi que seria biólogo. Nessa época, minha paixão por bichos era tal que eu tinha duas enciclopédias repetidas sobre animais, edições diferentes que eu comprava toda semana na banca de jornal. Por fim, quando terminei minha primeira graduação eu não era coletor de lixo, astronauta, tampouco biólogo, mas educador físico. Contudo, para o meu pai, desde cedo eu seria um craque do futebol nacional.

Talvez sua história seja semelhante à minha. Quando criança você sonhava em se tornar um piloto de avião, atleta profissional, inventor ou cantor. Ao mesmo tempo, seu pai o incentivava a ser um médico, advogado ou funcionário público. Fato é que pouquíssimos de nós, quando crianças, acertaram a profissão que um dia teríamos. Provavelmente, os palpites dos nossos pais ficaram ainda mais distantes da realidade.

Todavia não foi assim com Zacarias. Cheio do Espírito Santo, ele profetizou corretamente sobre o futuro de seu filho: E você, menino, será chamado profeta do Altíssimo, pois irá adiante do Senhor, para lhe preparar o caminho, para dar ao seu povo o conhecimento da salvação mediante o perdão dos seus pecados (Lucas 1.76-77; grifo meu). Estas  palavras estão registradas na passagem bíblica conhecida como Benedictus36 (Lucas 1.68-79), onde Zacarias também agradece e louva a Deus pelo cumprimento das promessas messiânicas em benefício de seu povo. Suas palavras foram como as de sua esposa Isabel, cheias de verdade e gratidão, pois ambos falaram cheios do Espírito Santo.37

Entretanto, qual é a relação do nascimento de João Batista com o Natal de verdade? A resposta é simples: ainda que ele, profeta do El Shaddai,38 não pudesse conceder salvação, nem mesmo para si, ele apontava para o único capaz de presenteá-la:39 Vejam! É o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (João 1.29) João ensinava ao povo quem era o Messias e o que Ele faria, além de mostrar a necessidade de arrepender-se diante de Deus pelos seus pecados.

Na véspera do Natal, eu gostaria de convidá-lo, à semelhança de João Batista, a anunciar o Natal de verdade. Mostre às pessoas quem é a essência do Natal. Chame a atenção delas para o verdadeiro foco desta data, que é Cristo, e não o Papai Noel, a árvore enfeitada nem a ceia farta. Não tenha medo de apresentá-lO. Jesus não veio para os justos, mas para os pecadores (João 12.47). Ele não veio para julgar o mundo, mas para salvá-lo (Marcos 2.17).

Enfim, que todos nós nos voltemos para Jesus Cristo, o único Salvador, que faz o nosso Natal ser de verdade.  Assim como João Batista foi alguém que preparou o caminho do Senhor, espero que você e eu, neste Natal, possamos preparar o caminho para que alguém entenda e admita em seu coração que Jesus é Senhor.

Uma Oração

Senhor Deus, quero que meu Natal seja cheio de verdade e gratidão ao Senhor pela imerecida oportunidade que tenho de eternamente estar ao Seu lado mediante minha em Jesus Cristo como meu exclusivo Salvador. Além de eu querer que Ele seja o foco do meu Natal, quero poder compartilhar essa mensagem, dando a mais pessoas a mesma oportunidade de ter um Natal de verdade. Em nome de Jesus, amém.

12. O Nascimento De Jesus – Natal De Verdade

Lucas 2.1-40

Em todo Israel não havia dia mais esperado que o da vinda do Messias. A opressão do Império Romano, a desigualdade social e o desejo da nação ser solidamente estabelecida no quadro geopolítico, segundo fora profetizado, eram alguns dos fatores que aguçavam a ansiedade do povo israelita.

Todavia, a má compreensão das Escrituras Sagradas causou uma frustração na mesma medida da equivocada expectativa. A liderança judaica, ainda que testemunhasse os milagres de Jesus,40 não reconhecia ser Ele o Messias. Eles buscavam Sua morte, o que culminou na crucificação, um dos métodos mais bárbaros da história humana para execução da pena capital.

Ainda que o Natal não deixe de ser celebrado entre aqueles que desconhecem seu verdadeiro significado, a falta de conhecimento nunca permitirá que tais pessoas desfrutem plenamente desta festa tão importante, cuja essência, Jesus Cristo, divide a história em antes e depois dEle.

Por mais que eu goste dos enfeites natalinos, em especial dos presépios, nenhum deles por si só é capaz de dar toda a informação necessária e correta sobre o nascimento do Salvador. A melhor fonte, que tem poder para salvar todo aquele que crê, é o Evangelho (cf. Romanos 1.16). É por isso que nesta última reflexão, ao invés de comentar o texto, inseri propositalmente a história do nascimento de Jesus, com o desejo de que você adquira conhecimento por si mesmo e, desta maneira, não erre pela ignorância. Enfim, que não sejamos como os saduceus,41 que quando questionaram Jesus, ouviram: Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus! (Mateus 22.29)

O nascimento de Jesus segundo o evangelho de Lucas:

Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano. Este foi o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria. E todos iam para a sua cidade natal, a fim de alistar-se.

Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galileia para a Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho.

Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

Havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos. E aconteceu que um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles; e ficaram aterrorizados. Mas o anjo lhes disse: “Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura”

De repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor”.

Quando os anjos os deixaram e foram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos deu a conhecer”. Então correram para lá e encontraram Maria e José, e o bebê deitado na manjedoura. Depois de o verem, contaram a todos o que lhes fora dito a respeito daquele menino, e todos os que ouviram o que os pastores diziam ficaram admirados. Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração. Os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, como lhes fora dito.

Completando-se os oito dias para a circuncisão do menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, o qual lhe tinha sido dado pelo anjo antes de ele nascer. Completando-se o tempo da purificação deles, de acordo com a Lei de Moisés, José e Maria o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor ( como está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor” ) e para oferecer um sacrifício, de acordo com o que diz a Lei do Senhor: “duas rolinhas ou dois pombinhos”.

Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para lhe fazer conforme requeria o costume da lei, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo:

“Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo.
Pois os meus olhos já viram a tua salvação,
que preparaste à vista de todos os povos:
luz para revelação aos gentios e para a glória de Israel, teu povo”.

O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que fora dito a respeito dele. E Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe de Jesus: “Este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel, e a ser um sinal de contradição, de modo que o pensamento de muitos corações será revelado. Quanto a você, uma espada atravessará a sua alma”.

Estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era muito idosa; havia vivido com seu marido sete anos depois de se casar e então permanecera viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Nunca deixava o templo: adorava a Deus jejuando e orando dia e noite. Tendo chegado ali naquele exato momento, deu graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.

Depois de terem feito tudo o que era exigido pela Lei do Senhor, voltaram para a sua própria cidade, Nazaré, na Galileia. O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.

Agora você conhece a história do verdadeiro Natal. Ela vai além de simplesmente celebrarmos a vida e nos confraternizarmos com as pessoas que amamos. Vamos celebrar o amor de Deus e louvá-lO pelo dom da vida eterna concedido por meio da fé em Jesus Cristo àqueles que  nEle creem!

Feliz Natal!

Uma oração

Senhor Deus, obrigado por me ensinar a história do verdadeiro Natal. E mais ainda, obrigado por me explicar, por meio da Sua Palavra, o significado do nascimento de Jesus. Hoje eu estou ciente de que minha alegria natalina somente será plena quando eu desfrutar da no sacrifício de Jesus Cristo em meu benefício. Eu me entrego ao Senhor, por tão grande amor. Em nome de Jesus, amém.

Bibliografia

Biblical Studies Press. (2006). The NET Bible First Edition; Bible. English. NET Bible.; The NET Bible. Biblical Studies Press.

BUTLER, T. C. (2000). Luke (Vol. 3, p. 13). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers.

CHILDRESS, G. (2006). Opening up Lukes Gospel (p. 17). Leominster: Day One Publications.

Dicionário Eletrônica da Língua Portuguesa HOUAISS. Versão 1.0.5ª, Novembro 2002 - Editora Objetiva Ltda.

KITTEL, G., Bromiley, G. W., & Friedrich, G. (Eds.). (1964–). Theological dictionary of the New Testament. Grand Rapids, MI: Eerdmans.

LEIFELD, W. L. (1984). Luke. In F. E. Gaebelein (Ed.), The Expositors Bible Commentary: Matthew, Mark, Luke (Vol. 8, p. 821). Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House.

MARTIN, J. A. (1985). Luke. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Eds.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 2, p. 202). Wheaton, IL: Victor Books.

MEYER, F. B. Through the Bible day by day. E-sword Version 10.0.5. CD-ROM.

ROBERTSON, A. T. (1933). Word Pictures in the New Testament (Lk 1:1). Nashville, TN: Broadman Press.

RYRIE, C. C. (1997). So Great Salvation: What It Means to Believe in Jesus Christ. Chicago: Moody Press.

SPENCE-JONES, H. D. M. (Ed.). (1909). St. Luke (Vol. 1, p. 10). London; New York: Funk & Wagnalls Company.

STEIN, R. H. (1992). Luke (Vol. 24, p. 62). Nashville: Broadman & Holman Publishers.

WIERSBE, W. W. (1992). Wiersbes expository outlines on the New Testament. Wheaton, IL: Victor Books.

WIERSBE, W. W. (1996). The Bible exposition commentary (Vol. 1, p. 174). Wheaton, IL: Victor Books.


1 Palavra de origem hebraica que significa Cristo.

2 Javé é a forma portuguesa de dizer Yahweh, cuja tradução em nossas Bíblias é SENHOR.

3 Ainda que seja um clichê evangélico, a popular frase “Deus é fiel” é verdadeira. No entanto, o equívoco popular é dizer que Deus é fiel a elas, às pessoas, quando, de fato, Deus é fiel a Ele mesmo, às Suas próprias palavras.

4 Primeira parte da Bíblia cristã, escrita antes do nascimento de Jesus.

5 Esta interpretação tem como suporte Lucas 1.49.

6 Esta interpretação tem como base Lucas 2.23.

7 O Antigo Testamento cristão é a Bíblia judaica, chamada de Tanach.

8 Não houve nem nunca haverá maior milagre que a encarnação de Deus; um ser infinito tornou-se finito. A encarnação de Deus nada se relaciona com a doutrina espírita de reencarnação, claramente rejeitada na Bíblia em diversos textos. Um exemplo: o homem está destinado a morrer uma vez e depois disso enfrentar o juízo (Hebreus 9.27).

9 A língua original do Novo Testamento é o grego. A palavra em questão é δούλη.

10 Em grego κύριος.

11 Para os que se interessam por outros idiomas, é no mínimo curioso saber que na língua inglesa a palavra Senhor na Bíblia não é “Sir,” como poderíamos supor, mas “Lord.”

12 Esta é uma brevíssima explicação da essência do significado de Senhor à luz do Novo Testamento.

13 A palavra unigênito é frequente e exatamente explicada como “único filho.” No entanto, se adicionarmos à expressão “do gênero” ou “do tipo” a explicação do significado fica ainda mais exata.

14 Alguns dizem que Isabel e Maria eram primas, no entanto, não é necessariamente este o significado da palavra grega συγγενίς (sungenis), melhor traduzido por parente ou parenta.

15 Ministério (διακονία - diakonia) significa tarefa, serviço, função, ofício. Palavra bastante usada no meio eclesiástico.

16 O enchimento do Espírito Santo é desejo de Deus para todas as pessoas: deixem-se encher pelo Espírito (Efésios 5.18).

17 Como vimos na reflexão anterior: Jesus singular, Maria exemplar.

18 Dicionário Eletrônico da Língua Portuguesa HOUAISS. Versão 1.0.5a - Novembro 2002 - Editora Objetiva Ltda.

19 Senhor, no texto do Novo Testamento, é a tradução da palavra grega Kyrios (κύριος). Por sua vez, a palavra kyrios é a tradução da palavra Yahweh ou Javé (יהוה - SENHOR) do Antigo Testamento, referência ao próprio Deus (cf. Septuaginta). B. F. Westcoot, um dos maiores eruditos do século XIX em grego, disse que confessar Jesus como Senhor é reconhecer Sua divina soberania (The Epistles of St. John, Cambridge: Macmillan, 1892, 142).

20 O texto bíblico diz Simão, o nome hebraico de Pedro. A intenção da mudança aqui foi simplesmente didática.

21 Boa notícia é o significado da palavra evangelho.

22 Isto responde à condição da reflexão Maria Exemplar, Jesus Singular. Uma pessoa somente pode decidir servir ao Senhor se ela, antes, crê na Palavra de Deus, que nos mostra com clareza a pessoa e as obras de Jesus em benefício da humanidade.

23 Evangelho é transcrição da palavra grega εὐαγγέλιον (evangelion) que significa boa notícia.

24 Não se confunda! A perspectiva bíblica de felicidade não está relacionada a posses ou circunstâncias segundo o nosso desejo. A felicidade oferecida por Deus é paradoxal, pois ela nos desafia a perder para ganhar, dar para receber e morrer para viver.

25 De fato, a palavra no texto bíblico não diz que Maria cantou [um hino] (ὑμνέω - hymneo), mas que ela disse (εἶπονeipon) aquelas palavras. Chamamos o trecho (Lucas 1.46-55) de cântico porque ele é historicamente assim reconhecido. Ele possui os elementos de um gênero literário poético, com ritmo (presença de parallelismus membrorum), métrica, artifícios retóricos e difere de seu contexto próximo. Outra opção para Maria cantou, seria Maria recitou. Veja detalhes em Biblical Studies Press. (2006). The NET Bible First Edition; Bible. English. NET Bible.; The NET Bible. Biblical Studies Press.

26 Magnificat traduz a palavra grega Μεγαλύνει (Megalynei), que em português traduzimos por engrandece.

27 Expressão latina que significa “a partir do nada.”

28 A base do cristão verdadeiro é o novo nascimento (cf. João 3).

29 De forma didática, Deus, com a primeira letra maiúscula, representa o Deus verdadeiro, enquanto deus, com a primeira letra minúscula, representa um deus criado pela mente humana, um falso deus.

30 Lembre-se de que na época de Maria o Novo Testamento ainda não havia sido escrito.

31 Veja a nota acima, sobre Deus e deus.

32 MEYER, F. B. Through the Bible day by day. E-sword Version 10.0.5. CD-ROM.

33 Maria muda o cântico da primeira pessoa do singular (eu) para a terceira pessoa do singular (Ele) entres os versículos 50 e 51, marcando uma evidente divisão no texto.

34 A misericórdia de Deus se expressa em Ele não aplicar o castigo merecido.

35 Ou seja, o novo nascimento (João 3.5-8).

36 Benedictus é a primeira palavra deste trecho bíblico na versão latina: “Benedictus Dominus Deus Israel...” (Grifo meu.)

37 Para mais detalhes sobre a relação do Espírito Santo com as palavras de Zacarias, veja a reflexão “A Mãe de seu Senhor” (Lucas 1.43).

38 Transliteração de um dos nomes de Deus, do hebraico ידש לא, que significa Todo-Poderoso.

39 O verbo presentear foi usado propositalmente com o intuito de conduzir o leitor a se lembrar de que a salvação é dada por Jesus Cristo. Presentes são dados gratuitamente. Paulo escreveu aos efésios: Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie (2.8-9). E para se obter o presente, basta recebê-lo (através da fé).

40 Os milagres de Jesus apontavam para Sua messianidade. João, quando escreveu seu evangelho, propositalmente escolheu sete milagres, chamados por ele de sinais, para estabelecer relação entre Jesus e o Messias como descrito pelos profetas. Ele disse: Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome (João 20.30-31 grifo meu).

41 Os saduceus eram um dos principais grupos político-religiosos nos tempos de Jesus.

Related Topics: Christmas, Devotionals

Report Inappropriate Ad