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8. O Conflito Anglico e o Problema Moral do diabo (Angelic Conflict)

Entender o cenrio anterior nos proporciona parte da resposta para a antiga pergunta de como um Deus que bom poderia permitir mal, especialmente se Ele onisciente e onipotente. Ao contrrio da Bblia que declara a onipotncia e oniscincia de Deus, alguns tentaram responder o problema simplesmente dizendo que embora Deus seja bom, Ele estava sem recursos para impedir o mal de acontecer. Embora isto seja somente por implicao, a Bblia s nos d uma resposta para o problema do mal que reside, em parte pelo menos, no conflito angelical brevemente descrito nos pargrafos anteriores. Algumas coisas so bsicas para uma discusso deste assunto.

A Bblia revela que Deus perfeito em santidade, amor, benevolncia, graa, e clemncia. Isto significa que Deus no pode fazer o mal porque o mal contrrio ao Seu carter Santo. Por exemplo, Deus no pode mentir (Tito 1:2). Ainda, Ele no pode tentar a criatura para pecar (Tiago 1:13). Ele no pode ser o autor do pecado porque Ele julgou todo o mal e para autorar o pecado Ele estaria contra a Sua perfeita justia e retido. Deus no poderia julgar o pecado na criatura se Ele fosse o autor do pecado da criatura. Logo, embora permitido por Deus, o mal no se originou de Deus. Originou-se em algo fora de Deus.

De acordo com a Bblia, o pecado humano original como registrado em Gnesis 3 no o primeiro pecado no universo. A Bblia revela que o problema moral est relacionado : (1) a queda de Satans e seus anjos em pecado; (2) a caracterizao de Satans como o adversrio caluniador de Deus; (3) o propsito de Deus para o homem dominar a terra mesmo que com a perda daquela autoridade pela tentao e queda do homem em pecado; e (4) a redeno de homem e a recuperao daquela autoridade pelo Salvador Homem-Deus sem pecado que levou a culpa do nosso pecado.

Do estudo deste problema moral emergem certos fatos. Est claro que Deus na criao dos anjos e homens criou-os como criaturas morais com o poder de escolha. O problema do pecado est presente quando uma criatura moral escolhe pecado em vez da retido. Esta a explicao para a queda dos anjos e a queda dos homens.45

A revelao da queda de Satans, a queda do homem, e o conflito angelical pela Bblia, nos envolve em coisas que vo alm da nossa compreenso. No obstante, a Bblia ensina que Deus criou os anjos e o homem. Como sugerido pelo companheirismo que pode ser observado na Trindade entre o Pai, o Filho, e o Esprito Santo, Deus desejou criar criaturas para o companheirismo, mas Ele no criou estas criaturas como robs que no tm nenhuma escolha. No haveria nenhum companheirismo ou glria em um rob mecnico que no teve nenhuma escolha. Deus deu tanto a anjos como a seres humanos, personalidades com intelecto, emoo, e vontade prpria. Pelo exerccio desta personalidade, tanto o gnero humano como os anjos poderiam ter companheirismo com Deus e poderiam trazer glria a Ele. Mas, embora criado perfeito e sem pecado, liberdade de escolha significou tambm a possibilidade, conhecido desde a eternidade por Deus, que Satans e o gnero humano poderiam escolher contra Deus o que ambos fizeram. Assim por que Deus permitiu isto? Talvez a resposta esteja no fato de que o pecado acaba fazendo com que a glria de Deus seja ainda mais destacada. Da mesma maneira que nada mais destaca melhor o esplendor de um diamante na luz do que um fundo de veludo preto, assim nada pudesse destacar melhor a glria da misericrdia de Deus, bondade, graa, e amor tanto quanto a negrido do pecado do homem.

Visto que isto desconcerta a mente humana, muitos rejeitam totalmente a idia de Deus ou teorizam a fraqueza de Deus ou de alguma maneira encontram falta em Deus. Mas a Bblia tem algumas palavras de advertncia importantes a se considerar como resposta e a histria de J, as suas tentaes, a atividade de Satans e os anjos bons como mencionado em J, tudo isso instrutivo aqui. O livro de J importante para responder perguntas relativas ao problema moral do mal e a existncia do sofrimento devido ao discernimento que isto nos d da atividade de Satans como adversrio das atividades de anjos chamados de os "filhos de Deus" (veja J 1:6-13; 2:1-7; 38:4-6).

H uma meno que os anjos estavam presentes dando louvor a Deus quando Deus criou a terra (J 38:7), mas em J 1:6 e 2:1, os "filhos de Deus" aparecem diante de Deus, indubitavelmente como Seus auxiliares e servos submissos em adorao e louvor ao Todo-poderoso. Entretanto Satans subitamente introduzido em cena como o acusador mentiroso. Embora a razo especfica do aparecimento de Satans no seja declarada, as perguntas que Deus faz a Satans mostram a razo claramente. Ele est l para dar continuidade sua atividade difamadora no seu contnuo conflito contra o carter de Deus.

Resumindo ento, o que a Bblia nos ensina sobre Satans, o pecado e o sofrimento nos proporcionam uma resposta para este dilema moral. O livro de J com sua revelao sobre Satans, os anjos, as provas de J e as suas respostas para o seu sofrimento acrescenta uma importante compreenso ao nosso entendimento e a resposta para o problema moral do mal.

J foi um homem que sofreu tremendamente. As perdas que ele sofreu e a dor eram terrveis. Assim, veio trs amigos que procuraram aconselh-lo, mas com amigos como estes, quem precisa de inimigos? Em essncia, a afirmao deles era que o sofrimento dele foi causado por causa de algum pecado. E, claro que, s vezes isto a causa de sofrimento, mas o pecado pessoal o nico que a Bblia d razes para sofrimento. No processo do dilogo de J com os seus trs amigos, J procurou se defender contra as acusaes deles. Ele quis mostrar que ele era inocente de qualquer injustia que tinha causado a dor dele. E em essncia, ele era. Mas como este dilogo e o sofrimento de J continuaram por um perodo prolongado, J comeou a se chatear com Deus e ele desenvolveu um esprito exigente. Isto parece evidente pelas palavras de Deus a J como visto nos captulos 38-40, mas especialmente nos versos seguintes:

J 38:2-4 Quem este que escurece o conselho atravs de palavras sem conhecimento? 3- Agora cinge os teus lombos como homem e Eu te perguntarei e tu Me ensinar! 4- Onde voc estava quando Eu punha a fundao da terra? Diga-me, se voc tem entendimento.

Em outras palavras, que absurdo pensar que uma criatura poderia se tornar o crtico do Criador ou criticar o que Ele est fazendo como o Soberano Senhor do Universo. Os prximos dois captulos, ento, desenvolve-se este tema da sabedoria e do poder de Deus.

J 40:1-2 Ento o SENHOR disse a J, Contender aquele que procura defeitos com o Todo-Poderoso? Deixe que ele que reprova Deus, responda isto.

J ento respondeu e disse,

J 40:4-5 Eis que sou insignificante; que te responderia eu? A minha mo ponho na minha boca. 5- Uma vez falei e no replicarei, ou ainda duas vezes e no direi mais nada.

Embora este fosse um comeo na direo certa, est claro pelo que se seguiu que J foi humilhado mas contudo no arrependido ainda, assim, Deus o questiona mais adiante. Por que? Posso sugerir que quando J criticava os caminhos de Deus ou se tornou exigente para com Deus ele estava em efeito seguindo os passos de Satans tanto procurando falha como usurpando a posio de Deus como governador do mundo. No prximo pargrafo (vss. 6-14), e por sinal um pargrafo cheio de ironia, Deus pergunta se J realmente pode executar essas coisas que s Deus pode fazer. Note os versos 7 ao 9:

J 40:7-9. Ento o SENHOR respondeu a J do redemoinho e disse, Cinge agora os teus lombos como um homem e Te perguntarei e tu Me ensinar. 8 Porventura anulars pois, o Meu juzo? Condenar-Me-s de modo que sejas justificado? 9 Ou ters um brao como Deus, ou ainda poders trovejar sua voz como a Sua?

Embora o problema do mal e Satans confundam a mente humana, somente a Palavra de Deus nos d uma explicao razovel sobre a causa, o curso, e o destino final do mal. Nossa necessidade reconhecer que Deus no s Soberano e infinitamente sbio, mas submete em f ao plano de Deus. O livro do Apocalipse, um livro cheio de referncias aos anjos, nos d o resultado final e a derrota do pecado, da morte e de Satans com seus anjos cados, e com o paraso refeito. Ento Deus limpar toda a lgrima e o universo conhecer uma permanente alegria e paz que vo alm dos nossos sonhos mais incrveis.

A mesma natureza da complexidade da criao no somente exige uma causa adequada, um Criador, mas demonstra a Sua sabedoria e poder infinito (Salmos 19:1-6; Rom. 1:18-21). Deus infinitamente sbio. Ele o Onisciente em quem esto escondidos todos os tesouros de sabedoria e conhecimento. E embora Deus tenha revelado algumas coisas a ns, Ele obviamente deixou muito mais que no foi revelado. Ns simplesmente no teramos a habilidade para entendermos isto em nosso presente estado (cf. Deut. 29:29). No obstante, vital para a f e prtica que ns venhamos ao ponto onde ns no s reconhecemos que os nossos pensamentos e caminhos so de longe, diferentes dos de Deus, mas que em f ns aceitamos o que Ele revelou. Note o foco na passagem abaixo

Buscai ao Senhor enquanto se pode ach-lo; Invocai-o enquanto est perto. 7 Deixe o mpio o seu caminho, e o homem injusto os seus pensamentos; e volte-se ao Senhor, e Ele ter compaixo dele; e para o nosso Deus, pois Ele abundantemente perdoar. 8 Pois os meus pensamentos no so os vossos pensamentos, Nem ainda os meus caminhos so os vossos caminhosdiz o Senhor. 9 Assim como os cus so mais altos que a terra, assim so os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos e os meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos.
Isaas 55:6-9

Isto significa que ns no deveramos fazer perguntas e procurar respostas aos mistrios do universo? claro que no. Mas Deus tem nos dado a revelao ou onde ns encontramos as respostas de Deus na Bblia, se atravs de declarao explcita ou atravs de fortes argumentos implcitos, nossa necessidade humildemente nos submeter ao que se ensina e colocar as coisas que ainda nos impressionam no topo da estante para entender isto posteriormente. Este, claro, o assunto crucial. O que a Bblia realmente ensina a respeito de quaisquer destas perguntas? Nossa tendncia olhar para as respostas da Bblia com a razo e a lgica humana. Ento, quando isto parece contrrio da razo humana, nossa tendncia rejeitar isto ou pelo menos questionar isto ou torcer a verdade para caber na nossa lgica humana. Por exemplo, a doutrina da trindade no ensinada explicitamente na Bblia, mas claramente ensinada de forma implcita na Bblia. Outras doutrinas, como a encarnao, esto alm da nossa capacidade de compreenso mas esta uma doutrina declarada na Bblia explicitamente. Assim Isaas escreveu, "Mas eis para quem olharei, para aquele que humilde e contrito de esprito, e que treme diante da Minha Palavra" (Isaas 66:3b).


45 Lewis Sperry Chafer, Lewis Sperry Chafer Systematic Theology, Vol. 1, Abridged Edition, Joo F. Walvoord, Editor, Donald K. Campbell, Roy B. Zuck, Consulting Editors, Victor Books, Wheaton, Ill., 1988, p. 289.

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