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3. Respondendo ao Agnóstico

O Caráter e o Objetivo da Alegação do Agnóstico em Relação a Deus, Homem e Toda Realidade.

Agnosticismo varia da alegação mais dogmática de que “a existência de Deus não pode ser conhecida,” até a “amável e gentil” versão que alega uma “falta de evidência” para afirmá-la ou negá-la. À primeira vista, estas alegações parecem como simples reconhecimento das limitações do conhecimento humano. Numa análise mais profunda, contudo, elas dizem muito sobre Deus e o universo inteiro. Por exemplo, elas dizem que Deus não existe, ou se Ele existe, Ele é ou incapaz de se fazer conhecido ou escolheu não Se fazer conhecido, ambas afirmam algo sobre a natureza ou intenções de Deus o qual os agnósticos dizem não poder ser conhecido (mais sobre isto depois).

Também, alegações de que a existência de Deus não pode ser conhecida ou que está faltando evidência sugere que nada no universo conhecido sustenta as marcas claras da origem divina: Cristo, as Escrituras, consciência, razão, amor, lei da física e biologia, etc. Elas também sugerem que toda a “miraculosa”1 beleza e desenho do universo não mostra evidência da grande sabedoria de um planejador. As alegações intencionais ou não do agnóstico são mais detalhadas do que parece inicialmente. Elas dizem respeito à natureza de tudo que existe ou que existiu em qualquer momento, e assegura que pode ou não ser verdade de acordo com a realidade final. E enquanto os agnósticos admitem ignorância de muitas coisas, eles sabem com certeza que nada no universo conhecido mostra evidências da natureza ou existência de Deus.

O Caráter e o Objetivo Da Alegação do Agnóstico Em Relação ao Conhecimento, Verdade e a Autoridade Suprema.

Além das declarações relativas à natureza de Deus, humanidade e realidade, os agnósticos sugerem alegações similares com respeito à natureza do conhecimento, verdade, e autoridade suprema. Com as alegações agnósticas de que elas existem independentemente de Deus, ou pelo menos de que Deus não é necessário para suas existências e conhecimento, eles creem que podem observar interpretar e fazer declarações verdadeiras sobre a natureza final do universo fora da explanação de Deus sobre ele. Em outras palavras, alguém pode ter verdadeiro conhecimento, verdade absoluta e autoridade suprema para conhecer e falar a verdade sem qualquer dependência de Deus.

Como o ateísta, o agnóstico nega a necessidade da explanação de Deus para a origem e a natureza da realidade. Apesar da considerável limitação humana, ele presume sua própria habilidade para conhecer e explicar a natureza final do universo. Assim, declarando a existência e a natureza de Deus como não conhecível, e, portanto desnecessária para uma explicação adequada da realidade, os agnósticos declaram sua própria opinião ou interpretação da realidade como verdadeira e autoridade final. Poucos seriam tão audaciosos de declarar sua própria interpretação da realidade como determinante final da verdade, porém isto é exatamente o que o agnosticismo sugere.

Como a explanação de Deus sobre o universo é considerada desnecessária, o limitado ponto de observação do intérprete humano funciona como a posição final de autoridade, se isto é admitido ou não pelo agnóstico. Enquanto os agnósticos admitem livremente sua ignorância em relação a muitas coisas, como fazem os ateístas, eles, contudo permanecem absolutamente certos de que Deus não revela ou não pode revelar Sua existência e natureza para a humanidade. A realidade não tem necessidade do poder de Deus para seu começo ou contínua existência. Não sustenta marcas do Seu desenho e atividade criativa, e o limitado ponto de observação de um ser humano finito é suficiente para fazer estas declarações competentes e verdadeiras.

Que justificativas o agnóstico tem para fazer tais alegações discutiremos mais adiante, porém observe bem o objetivo das suas alegações. Eles não somente consideram Deus, homem e realidade, porém estendem também para conhecimento, verdade e autoridade final, apesar de afirmações ao contrário.

A Natureza e o Objetivo da Alegação do Agnóstico em Relação à Ética ou Moralidade

Segue, então, que se o agnóstico é o árbitro final da natureza de Deus, humanidade, e realidade, assim como do conhecimento, verdade e autoridade final, ele ou ela é, portanto o juiz supremo do certo ou errado. Se não podemos saber a natureza de Deus, ou mesmo estar seguro da Sua existência, que alegação poderia ter tal Deus (se Ele existe) sobre a humanidade? Para qual autoridade maior pode a humanidade olhar, ou para qual padrão de moralidade está a humanidade obrigada, se a existência e natureza de Deus é desconhecida? Ausente o amor e o temor de Deus, o agnóstico, juntamente com o ateísta, está livre para fazer qualquer coisa que parecer certo aos seus próprios olhos. Mesmo quando um “deus” ou ser superior é visto como uma base necessária (embora imaginária) de moralidade, a humanidade permanece como a autoridade moral suprema. E se nenhuma autoridade superior pode ser conhecida, nenhuma responsabilidade final para as ações de alguém pode ser conhecida. Novamente, isto não quer dizer que todos os agnósticos vivem vidas aparentemente imorais em relação aos Cristãos. É simplesmente dizer que a afirmação de que a existência e a natureza de Deus não podem ser conhecidas é uma alegação de independência das leis e do juízo supremo de Deus. A alegação de que Deus não pode ser conhecido implica em nenhum padrão final de certo ou errado, nenhuma responsabilidade final e nenhum juízo final. Portanto, as alegações dos agnósticos são abrangentes em sua ética, como elas se estendem para o governo moral do universo, o destino final da humanidade após a morte e a existência da responsabilidade final no daqui para frente por má conduta na vida presente. Dizer que a existência e a natureza de Deus não podem ser conhecidas é dizer muita coisa.

Capítulo Sete: Expondo a Suposição de Onisciência

Ilustrando as suposições comuns subjacentes ao agnosticismo e ateísmo, retornamos à nossa conversação em andamento entre o senhor Cristão (“C”) e o senhor Agnóstico (“A”), que tem desde então trocado sua profissão de ateísmo por agnosticismo.

A: Saudações, senhor C, tenho boas notícias para você!

C: Saudações para você, senhor A, Estou ansioso para ouvi-las.

A: Não sou mais um ateísta e devo isto a você!

C: Estou emocionado, senhor A. Você virá ao nosso estudo Bíblico nesta Quinta-feira?

A: Oh, não, senhor C, nada disso. Nossa discussão sobre o ateísmo me convenceu que não tenho a onisciência necessária para declarar a não existência de Deus, pois afinal de contas, sou apenas humano. Como pode alguém com limitações mentais e físicas possivelmente saber o suficiente de cada aspecto do universo e, além disso, declarar que Deus não existe?

C: Excelente, senhor A.

A: Sim, senhor C, você me convenceu a ser um agnóstico.

C: O que?

A: Você sabe: um agnóstico. Seus argumentos foram tão convincentes que fui forçado a admitir minhas limitações como um ser humano. Constrangido por estes limites, não consigo possivelmente saber se Deus existe ou não, e é completa arrogância para alguém alegar tal conhecimento, não concorda senhor C? Além disso, Deus é tão maior que nós, não é? Você mesmo não diz isto?

C: Hum…

A: Eu era arrogante, porém eu tenho sido humilde. Eu era insensato presumindo saber o que não podia saber, assim agora sou sensato em admitir minhas limitações.

C: Isto parece uma completa transformação, senhor A. Posso fazer mais algumas perguntas?

A: Por favor, faça. Talvez desta vez você me convença a ser um Budista com sua erudição.

C: Humilde de fato, senhor A.

A: Estou brincando, faça suas perguntas.

C: Você alega que é impossível para qualquer ser humano saber se Deus existe ou não?

A: Sim.

C: Você também está dizendo que nenhum ser humano poderia saber como Deus é, mesmo que Ele existisse?

A: Certo. É sensato que não possamos saber como Deus é e se Ele existe ou não.

C: Se Deus existisse, poderia Ele Se fazer conhecido para Suas criaturas?

A: Não.

C: Eu pensei que você disse que não podemos saber como Deus é?

A: Não podemos.

C: Então porque você está me dizendo agora como Deus é?

A: Não estou lhe dizendo como Deus é.

C: Você está me dizendo que ou Ele não existe ou se Ele existe, Ele ou não tem poder ou sabedoria para Se revelar para Suas criaturas ou Ele voluntariamente escolheu não fazer isto. Como você sabe isto?

A: Porque Ele não Se revelou.

C: Como você sabe que Ele não se revelou ou não poderia se revelar?

A: Eu sei aonde você quer chegar com isto Sr. C. Certo, sou incapaz como um ser humano finito saber com certeza que Deus não poderia Se revelar e que Ele não pode possivelmente ser conhecido. Eu precisaria ter conhecimento sobre Deus para dizer tais coisas, e eu já disse que não podemos conhecer Deus. Entendi, estou me contradizendo, sendo sensato e insensato ao mesmo tempo. É a isto que você quer chegar?

C: Correto. Alegar que Deus pode ou não fazer alguma coisa é alegar conhecimento de Deus do qual você diz que não podemos ter conhecimento, uma contradição. E o que alguém teria de saber para legitimamente alegar que um Deus transcendente pode ou não fazer, independentemente de Deus falar a ele?

A: Creio que Ele teria de ser o próprio Deus, de que outra forma ele poderia saber sobre o que Deus pode ou não fazer?

C: Correto. Como discutimos antes, para dizer o que Deus pode ou não ser e o que Ele pode ou não fazer, independentemente de Ele revelar isto para você, é ter fé em sua própria opinião em relação à natureza final de Deus e do universo. Somos finitos e mal equipados para dizer tais coisas, ao menos com autoridade legítima. Você se faz novamente a autoridade final com respeito a interpretar a natureza de Deus e do universo não possuindo a capacidade para fazê-lo.

A: Quem disse alguma coisa sobre o universo?

C: Dizendo que Deus não pode Se revelar, você diz essencialmente que nada que sabemos sobre o universo dá evidência da Sua existência ou demonstra alguma coisa da Sua natureza.

A: Certo, não diz.

C: Porém como você sabe?

A: Porque olho para o universo e não vejo qualquer evidência de Deus. Pego o seu ponto original de que não posso dizer que Deus não pode ser conhecido, porque isto é me contradizer dizendo como é Deus enquanto digo que Ele não pode ser conhecido. É me fazer como Deus definindo a natureza final de Deus em que Ele pode ou não ser ou fazer, mesmo embora eu não tenha a capacidade para fazer isto. Assim, estou revisando minha posição agora.

C: Certo, pode falar.

A: Pode ser que Ele exista, pode ser que não. Simplesmente não sei. Não vou arriscar dizer se Ele pode ou não ser conhecido, ou o que Ele pode ou não fazer, já que não tenho condições para isto e somente estaria me contradizendo se o fizesse. Portanto, vou dizer isto, simplesmente não sei.

C: Você está dizendo que não há evidência?

A: Eu sei o que você vai dizer se eu disser que não há evidência. Você dirá que devo ser onisciente para dizer isto, que eu devo saber tudo o que há para saber no universo para dizer que não há evidência absolutamente. Assim vou dizer isto, talvez haja evidência, talvez não, porém eu não vi pessoalmente qualquer evidência da existência de Deus, assim simplesmente não sei.

C: Sei.

A: Sr. C, ao menos fique tranquilo que você não me convenceu a me tornar um Budista. Porém parece que ainda sou um agnóstico, embora mais esperto e mais sensato, graças a você. Agora, com toda humildade, não sei se Deus existe, porém sei que o valor da minha casa e da opinião favorável duramente conquistada dos meus vizinhos diminuirá se eu não terminar a pintura que comecei nesta manhã. Grato de novo pelas suas ideias Sr. C. É sempre um prazer.

C: Seja bem-vindo.

Parece que as coisas não saíram exatamente como o Sr. C gostaria, embora ele tenha exposto o agnosticismo dogmático inicial do Sr. A como sem base, obrigando-o a revisar sua posição. Também, o Sr. C reiterou os princípios que responderam o ateísmo inicial do Sr .A, um fundamento que por fim irá se mostrar útil ao responder ao novo e melhorado agnosticismo do Sr. A. Observamos que a afirmação dogmática, “a existência e os atributos de Deus não podem ser conhecidos” está baseada na mesma equivocada suposição do ateísmo que presume a perspectiva finita do ser humano como suficiente para saber o que só a onisciência pode saber. Contudo, a alegação do Sr. A que a existência e a natureza de Deus não pode ser conhecida é realmente uma alegação para saber o que Deus é capaz ou deseja fazer (como fazer-Se conhecido para Suas criaturas), embora o Sr. A alegue que Deus não pode ser conhecido. Isto, naturalmente, é uma contradição autoderrotada, uma alegação para saber o que o agnóstico diz que não pode ser conhecido. Contudo, assumindo a autoridade final do próprio Deus definindo o que Deus pode e não pode ser, o Sr.A colocou uma fé não justificada em sua própria habilidade de saber que ele afirmou não poder ser conhecido (e não poderia ser conhecido independentemente de uma direta revelação de Deus).

Assim, ao perguntar aos agnósticos como eles sabem o que eles dizem que sabem vemos a fé insensata e autocontraditória nas suposições implícitas nas suas alegações. Isto declara sem valor seus melhores e mais sofisticados argumentos, desde que eles estão construídos sob estas suposições. Para reiterar, como pode alguém que não sabe o que está na minha garagem ou caixa de madeira me dizer o que o transcendente Deus do universo pode ou não ser ou fazer?

Capítulo Oito: A Insensata Negação do Agnóstico Do Óbvio

Previamente eu mencionei dois tipos de agnosticismo, um que dogmaticamente assegura que a natureza e a existência de Deus não podem ser conhecidas (a versão expressada acima) e um “agnosticismo mais suave e gentil” que meramente admite uma falta de evidência. No intercâmbio mais recente vimos o Sr. A passar do primeiro para o último quando confrontado com a irracionalidade da sua alegação de que a existência e natureza de Deus não pode ser conhecida. Então, o Sr.A parece ter trocado seu agnosticismo dogmático e injustificado (aquele de definir o que Deus pode ou não ser ou fazer) para um admissão da sua própria inadequação. Ele agora admite que a evidência da natureza e existência de Deus pode existir, embora ele alegue nunca a ter visto. O Sr. A finalmente se tornou sensato em suas alegações em relação à existência e aos atributos de Deus? Seu agnosticismo “mais suave e gentil” é uma forma sensata de descrença? Ele levou mais satisfatoriamente em consideração as limitações do ponto de vista e conhecimento humano? Ouçamos...

C: Bom dia Sr. A. Sua casa parece ótima.

A: Obrigado, Sr. C, você é um cavalheiro, mesmo sendo um religioso fanático. Estou ansioso para ouvir sua resposta ao meu mais humilde e sensato agnosticismo.

C: Você é muito gentil, Sr. A. Se eu o entendi corretamente, você agora admite que a evidência da existência de Deus possa existir, porém você simplesmente não viu nenhuma, correto?

A: Correto.

C: Assim, é possível que outros possam ter visto evidência da existência de Deus que você não viu?

A: Não penso assim, já que somos humanos com experiências similares.

C: Então pode haver evidência, porém ninguém a viu?

A: Sim.

C: Se ninguém tem acesso a qualquer evidência estamos de volta à sua alegação original de que não existe nenhuma evidência de Deus. Isto pode ser porque Deus não pode, não revelou, ou não revelará Sua existência. Ou, se ele revelou, Ele escolheu não revelar para nós. Você está de volta à alegação de que Deus pode ou não ser ou fazer o que você é incapaz de fazer.

A: Está bem, pode ser que outros tenham visto evidência, porém eu não vi, e não posso ser convencido até que eu veja.

C: As Escrituras nos dizem tudo no universo, inclusive seu conhecimento, sua consciência, as estrelas, uma criança, e o alimento da sua mesa é evidência clara e óbvia.

A: Porém não vejo qualquer coisa como evidência da existência de Deus. Você diz é e eu digo não é – é um empate. Você tem sua opinião eu tenho a minha. Quem vai dizer quem está certo?

C: Sei, porém finalmente minha interpretação é baseada no testemunho das Escrituras que tudo da realidade leva as marcas da sabedoria, projeto e poder de Deus, de tal forma que tudo é sem pretexto.

A: Porém não aceito as Escrituras como verdade.

C: Assim agora podemos concordar que temos diferentes fundamentos sobre os quais baseamos nossa interpretação da verdade. Meu fundamento é as Escrituras, o seu é a sua própria opinião.

A: Porém não acredito que as Escrituras são a palavra de Deus.

C: Assim, novamente, você está depositando sua interpretação de toda a realidade, incluindo sua visão das Escrituras, na sua própria opinião, que já mostramos ser um fundamento inadequado sobre o qual interpretar a natureza de Deus e da realidade. Você não pode me dizer o que está na minha caixa de madeira, porém você sabe com certeza que as Escrituras não são a palavra de Deus. Assim você ainda está funcionando como a autoridade suprema no universo na sua interpretação da natureza de Deus e de toda a realidade. A propósito, como você sabe que as Escrituras não são a palavra de Deus?

A: Ela está cheia de contos de fada e mitos, como Jonas numa baleia. Mesmo alguns dos seus Cristãos eruditos dizem que está cheia de mitos.

C: Sim, alguns eruditos parecem ajudar você mais do que nós, Sr. A. Ainda parece que sua interpretação das Escrituras está baseada na pretensão de que Deus não existe, pois se Ele existe, milagres seriam justificados e esperados. Rejeitar a Bíblia porque você rejeita milagres é presumir que Deus não existe ou, se Ele existe presumir que Ele poderia fazer ou faria ou não faria o que você admite que não possa saber. Nós discutimos isto antes.

A: Você é frustrante.

C: Minhas desculpas. Eu vejo em cada coisa evidência para a existência de Deus; você não vê em nenhuma delas. Eu acho meu entendimento como sensato você acha sua interpretação como sensata. Certo?

A: Correto.

C: Assim vendo a beleza, o modelo, e o “milagre” do universo e não vendo evidência de Deus é sensato, certo?

A: Certo.

C: Permita-me contar uma estória. Os irmãos Jaques e Jorge foram a um museu e viram lindas esculturas e pinturas, inclusive Rembrandts e Monets. Jaques exclamou: “Oh que brilho e dom dos artistas!” Ao que Jorge falou: “Como você sabe? Não vejo nenhuma evidência dos artistas. Ver grandes artistas nestes trabalhos...”. Quem é sensato, Jaques ou Jorge?

A: Jaques, naturalmente.

C: No outro dia, enquanto jogando um sofisticado jogo de computador, Jaques exclama: “Os programadores disto são brilhantes”. Ao que Jorge responde: “Programadores? Não vejo qualquer evidência de programadores!” Quem está sendo sensato?

A: Jaques. Negar a evidência dos programadores é tolice.

C: Depois eles viajaram para esquiar com as suas esposas e viram pegadas na neve formando a frase: “Você casará comigo, coelhinha aconchegante?”. Jaques exclama: “Que romântico, uma proposta de casamento na neve, e com tal apelido fofo”. Ao que Jorge responde: “Como você sabe que alguém escreveu isto?”. Quem é mais sensato?

A: Naturalmente, qualquer pessoa sensata saberia que alguém escreveu aquilo na neve.

C: A evidência seria mais convincente se tivesse mais palavras inteligíveis ou menos palavras na neve?

A: Mais palavras. Talvez a neve caindo das árvores pudesse produzir uma ou duas palavras (embora elas fossem pegadas) porém de qualquer forma, quanto mais palavras e complexidade das sentenças, maior a evidência de que alguém escreveu aquilo.

C: Assim, se uma enciclopédia inteira estivesse na neve, seria maior a evidência de uma simples sentença?

A: Naturalmente.

C: Assim, uma pintura de um dedo poderia ser um acidente, porém uma Mona Lisa requer um pintor experiente?

A: Exatamente.

C: Se você viajar para a lua e achar um computador funcionando na superfície, o que você concluiria?

A: Não fui o primeiro a ir lá, naturalmente.

C: Poderia ter acontecido de ele estar ao longo do tempo?

A: Um computador programado e funcionando? Claro que não, esta seria uma interpretação insensata.

C: Você sabe que uma folha de grama é mais sofisticada do que qualquer coisa que a humanidade tenha produzido com todos os seus esforços tecnológicos?

A: Sim, eu tive biologia.

C: Que uma simples formiga é mais sofisticada do que um jato de Guerra F-22?

A: Garantido.

C: Então me diga por que é insensato negar que artistas, programadores ou escritores na neve existem, porém é inteiramente sensato negar que o desenhista e o construtor de uma formiga, uma flor, uma criança, bilhões de formas de vida, incluindo trilhões e trilhões de simples células, cada uma mais sofisticada do que qualquer ser humano jamais tenha criado? Você é mais ou menos sensato do que Jorge em sua alegação da não evidência de artistas, programadores, e um potencial noivo? De acordo com os seus próprios princípios, quanto maior a sofisticação e a complexidade não seria maior a evidência da genialidade do projetista?

A: Certo, porém não vejo a evidência.

REVER:

C: Você tem uma opinião, porém como ela é uma opinião sensata dada a evidência? Você pode rejeitar minha interpretação, porém minha interpretação é sensata de acordo com seu próprio critério do que constitui falta de sensatez. Quando chega a existência e a natureza de Deus, contrário aos seus próprios princípios, você vai de ser sensata para exercitando pura fé cega em sua própria opinião.

A: Porque eu faria isto, Sr. C?

C: As Escrituras dizem que nós pecaminosamente suprimimos a verdade óbvia porque somos injustos e hostis a Deus.2 A existência de artistas não tem implicações morais definitivas para nossa vida, assim facilmente admitimos sua existência diante da evidência. Porém a existência de Deus requer nossa adoração sincera e obediência a Ele, a resposta adequada ao nosso Criador. Sua existência destrona nossa posição assumida como capitão do nosso próprio barco, como intérprete definitivo da natureza de Deus homem, realidade, conhecimento, verdade, autoridade e ética. Ninguém pode abordar a existência e a natureza de Deus com a objetividade neutra de uma abordagem a uma pintura num museu. Pessoas que gostam de nomear seus próprios palpites têm um interesse compulsivo (embora insensato) de negar Deus. Isto não é contabilizado pelo fato de que eles deixam de lado sua insensatez usual e questionam a existência de Deus apesar da evidência clara, conspícua, compreensiva e convincente ao contrário?

A: Então, você está dizendo que eu propositadamente nego o óbvio porque eu desejo o meu próprio caminho e me recuso adorar a Deus?

C: Sim, e esta é a mesma razão pela qual as pessoas negam que a Bíblia é a palavra de Deus. A evidência de que a Bíblia é a palavra de Deus é tão clara, conspícua, compreensiva e convincente como a evidência de que Deus criou tudo no universo, porém as pessoas deliberadamente a rejeitam.3 Aqueles que veem as claras impressões digitais de Deus na beleza e na ordem do universo e negam Deus como Criador irão sempre negar a beleza e a excelência do Evangelho de Jesus Cristo e a Bíblia como a revelação escrita de Deus.

A: Então você está dizendo que não sou neutro e objetivo ao interpretar a evidência, que eu tenho um machado para cortar?

C: Sim, Sr. A, você sabe porque Cristo disse: “Aquele que não é por Mim é contra Mim?4

A: Não, por que?

C: Porque Ele é Deus encarnado, e você não pode ser neutro com Aquele que criou você, lhe dá todas as boas coisas, para quem você deve todo amor, honra, e obediência. Somos todos criados por Deus para gozá-Lo e dar-Lhe glória. Ser “neutro” é suprimir o claro conhecimento de Deus em ingratidão pecaminosa, rejeitar Seu propósito e trata-Lo com desprezo. Algumas vezes ignorar alguém é maior ódio do que oposição ativa. “Neutralidade” em relação a Deus é desprezar a obrigação moral por amor, honra, e obedecer ao seu Criador. Não existe meio termo para a criatura.

A: Meu jardim necessita de água, assim devo ir utilizar a sabedoria dada a mim por, bem, quem sabe?

C: Bem, vou deixá-lo com “quem sabe”. Eu irei agradecer a Deus e minha esposa pelo bife que estará esperando por mim quando chegar em casa. Deus provê ricamente para Suas criaturas, assim como Ele provê para você e lhe dá sabedoria para cuidar do seu jardim. Na verdade, “Ele não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo os vossos corações de fartura e alegria”.5 De fato, Ele proveu para você um Salvador para livrá-lo da pena pelo seu pecado determinado de ingratidão.

A: Por favor, me fale mais..

C: Em João 3:16 está escrito…

A: Está brincando! Vejo você mais tarde; estou fora para cultivar meu jardim!

C: (suspiro).

Tendo “progredido” de um agnosticismo mais estridente que alega que Deus não pode ser conhecido, o Sr. A se refugiou no “suave e gentil” agnosticismo que meramente alega uma falta de evidência. Ao fazer a mudança, no entanto, o Sr. A não mudou a sua fé cega insensata em sua própria opinião referente à natureza final de Deus e do universo, porém somente mudou sua fachada. Alegar nenhuma evidência é assumir conhecimento do universo inteiro e afirmar que ou Deus não existe, ou, se Ele existe, Ele não pode ou não irá fazer a sua existência e atributos conhecidos. Mas para fazer tal alegação, alguém teria de conhecer a existência e os atributos do Deus que não podem ser conhecidos. Admitir a possibilidade de evidência, porém negar acesso a tal evidência é um pouco diferente de alegar nenhuma evidência. Em ambos os casos, tudo da beleza e modelo “miraculoso” do universo é interpretado pelo Sr. A como sustentando nenhuma evidência de Deus.

Esta mesma alegação é contrária aos próprios princípios do agnóstico. Ela injustificadamente assume que um ser humano finito é capaz de ter o conhecimento necessário para fazer tal interpretação como fidedigna e verdadeira. O agnóstico rapidamente admite o artista atrás da grande arte, o programador atrás do programa do computador, e o escritor atrás da proposta na neve, tudo enquanto afirmando que quanto maior o desenho e a complexidade dá maior evidência de um planejador. Ao mesmo tempo, o agnóstico alega que o maior modelo e complexidade não dá evidência, contrário aos seus próprios princípios. Porque o normalmente o agnóstico sensato e lógico se torna tão insensato e ilógico com respeito à existência e a natureza de Deus? Porque admitir a existência de Deus é admitir o próprio compromisso de alguém para agradecer, adorar e obedecer a Deus como criador e provedor, admitir o compromisso do julgamento por não fazer assim, e negar a sua própria autoridade e independência. Admitir que a Bíblia seja a palavra de Deus é fazer o mesmo. E assim é que ninguém aborda a questão da existência e atributos de Deus com uma objetividade isolada, e assim é porque uma pessoa normalmente sensata vai até tão grande distância para negar o óbvio. Emprestando um dito de Irving Kristol: “Quando nos falta vontade de ver as coisas como elas realmente são não há nada mais misterioso do que o óbvio”.

Capítulo Nove: Uma Verificação Real no Sr. C e no Sr.A

As trocas entre o Sr. C e Sr. A foram elaboradas para ilustrar certos princípios e técnicas de apologética e não deveriam ser vistas como discussões típicas entre um crente e um descrente. Ao contrário, o diálogo inclui uma boa quantidade de exagero em que ele foi tão longo e longe quanto ele foi, tão cordialmente quanto ele foi, e na quantidade de terreno que o Sr.A estava desejando conceder ao Sr. C. A maioria dos Cristãos experimentou a dificuldade de corrigir incrédulos das suas noções de Deus e do universo, e concluíram que não há como predizer como uma dada conversação continua e termina. Incrédulos irão ceder bastante com referência a não essenciais. Mas quando eles percebem que o seu objeto final de fé, suas mais profundas suposições ou pressuposições sobre Deus e realidade estão a ponto de serem expostas e mostradas pelo pecado insensato que elas são, eles mudam o assunto, desistem da discussão, ignoram você, perseguem você ou então evitam a exposição das suas suposições pecaminosas e a hostilidade contra o Deus da Bíblia.

Enquanto muitas questões relativas a Deus e o universo são objetos de escárnio para discussão, o objeto final dos descrentes da sua mais profunda fé, a questão central e mais importante do seu sistema de crença, está estritamente fora de limites. Na verdade, fora do trabalho do Espírito Santo, qualquer verdadeira apresentação do Evangelho, incluindo uma chamada ao arrependimento de uma fé insensata e idólatra para a fé somente em Cristo, sempre será resistida e rejeitada tenazmente. Somente o poder de Deus pode trazer alguém para a verdadeira fé em Cristo. No entanto, somos chamados para proclamar e defender o Evangelho para os incrédulos, deixando os resultados para Deus.

Resumo

Vimos que a crítica ao agnosticismo assemelha-se próximo àquela ao ateísmo, ao contrário da visão que o agnosticismo corrige os problemas inerentes do ateísmo, as alegações de fé sobre as quais eles fazem seus argumentos são virtualmente idênticas. De fato, as mesmas alegações permeiam todos os argumentos incrédulos contra as Escrituras de Deus. Então, entendendo a fé cega insensata implícita ao ateísmo e agnosticismo, o leitor será mais apto de identificar e expor as alegações de fé por trás dos argumentos incrédulos.

Como as alegações do ateísta, as alegações do agnóstico de que “a existência de Deus não pode ser conhecida” ou “que a evidência da Sua existência está faltando” são realmente afirmações sobre a natureza final de Deus, homem, realidade, conhecimento, verdade, autoridade e ética. Ao destacar o objetivo destas alegações observamos como o agnóstico é mal equipado para fazê-las.

Examinando a autoridade para fazer alegações sobre a natureza última de Deus e do universo, fazemos a simples pergunta: “Como você sabe o que você diz que sabe?” Como o ateísmo, o agnosticismo se apoia na fé não autorizada da opinião humana. Novamente vemos que o ser finito, limitado pelos cinco sentidos, três dimensões, e setenta e poucos anos na terra, não está equipado para fazer declarações dogmáticas, compreensivas e confiáveis sobre a origem e a natureza finais de Deus e do universo. Sem revelação do Deus que “não pode ser conhecido” ou de quem “a evidência está faltando”, os agnósticos são tão mal equipados como os ateístas para fazer declarações dogmáticas sobre Deus e o universo.

Por ultimo, notamos que um agnosticismo “suave e gentil” que alega uma falta de evidência para tanto afirmar como negar a existência de Deus opera nas mesmas alegações de variedade mais dogmática. Também um apelo à “falta de evidência” é contrário aos próprios princípios de interpretação e conhecimento do agnóstico. A razão rapidamente se torna insensata em face das profundas implicações da existência e autoridade de Deus sobre a vida dos incrédulos. Em defesa da sua independência assumida, as Escrituras nos dizem que os agnósticos e todos os incrédulos: detêm a verdade em injustiça, porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.6

E assim é que o agnóstico e o ateísta negam o óbvio. Não querendo renunciar o seu lugar assumido de autoridade e independência para o conhecimento e sua completa dependência do seu Criador, eles O lançam na obscuridade ou fora da existência.

Craig Biehl, 2011

Traduzido por Césio Johansen de Moura


1 Uma descrição favorita do universo e dos seus conteúdos usada pelos incrédulos.

2 Veja Romanos 1:18-21, João 3:19-20

3 Incrédulos pecaminosamente suprimem e rejeitam tanto a revelação geral como especial. Veja Lucas 16:31; João 1:9-14; 5:36-40, 46-47; 8:34-47; 10:1-16; 1 Coríntios 1:18-24; 2:6-16; 2 Pedro 1:20-21.

4 Mateus 12:30.

5 Atos 14:17.

6 Romanos 1:18b-21

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